Diante do esforço fiscal do governo Lula, o Itamaraty será obrigado a trabalhar com um corte de 10% no orçamento deste ano. A medida poderá obrigar o País a deixar de pagar ou atrasar, na melhor das hipóteses, suas contribuições financeiras para as organizações internacionais, como a ONU. A informação é do chanceler Celso Amorim, que aponta que as contas do Itamaraty com as agências internacionais precisam ser pagas em dólares. Com a desvalorização do real, o custo das contribuições ficou ainda mais alto para a chancelaria. O Brasil é o nono maior contribuinte das organizações internacionais, com um pagamento mais elevado que os da China e da Rússia, ambos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. No ano passado as contribuições brasileiras foram de mais de US$ 60 milhões somente para a ONU. Se não pagar, o País corre o risco de perder seu poder de voto nas organizações, como ocorreu com a participação do País na Agência Internacional de Energia Atômica há poucos anos. Uma das opções para o Itamaraty é dividir a conta com outros ministérios que estejam interessados nas agências especializadas da ONU. Esse já é o sistema adotado com as contribuições de US$ 6 milhoes pagas à Organização Mundial da Saúde, cobertas pelo Ministério da Saúde. Apesar dos cortes, Amorim garante que o número de vagas que será oferecido no Instituto Rio Branco para preparar os futuros diplomatas não será reduzido. Atualmente, 40 brasileiros são admitidos por ano no Itamaraty.
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