Professor da PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo escreve quinzenalmente

Opinião|Comportamento da inflação revela importância da autonomia do Banco Central


Legislativo reforçou a autoridade da instituição, que manteve os juros em níveis elevados até que a taxa de inflação sinalizasse claramente que havia entrado em trajetória de desaceleração

Por José Márcio de Camargo

A taxa de inflação no Brasil continua a apresentar um comportamento bastante positivo. Nesta semana, foi divulgada a prévia da taxa de inflação do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mostrou variação de 0,33% no mês de novembro. As expectativas dos analistas apontavam para uma variação de 0,30% nos preços. Em 12 meses, o IPCA-15 foi de 4,84%, desacelerando em relação ao mês de outubro, quando atingiu 5,05% ao ano e nível próximo ao limite superior do intervalo de metas, de 4,75%.

A composição do índice teve aspectos negativos e positivos. Os negativos foram a aceleração da difusão dos aumentos de preços, que passou de 47,15% em outubro para 54,77% em novembro, além de uma pequena aceleração das taxas de inflação de serviços, serviços subjacentes, preços livres e da média dos núcleos de inflação.

Do lado positivo, as médias móveis trimestrais dessazonalizadas e anualizadas, que são um bom indicador da taxa de inflação na margem, tanto do IPCA-15 cheio quanto da média dos núcleos da inflação, continuaram em trajetória de queda, aproximando-se da meta de 3,25% ao ano. A título de comparação, este indicador de inflação, em março, estava rodando próximo a 8% ao ano.

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Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Copom iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023 Foto: André Dusek/Estadão

O comportamento da taxa de inflação no Brasil mostra a importância da autonomia do Banco Central (BC) para o sucesso da política monetária e o controle da taxa de inflação. Ao longo do primeiro semestre de 2023, o presidente da República tentou revogar a autonomia do Banco Central e fez várias ameaças de intervenção nas decisões da autoridade monetária quanto à trajetória da taxa de juros. Segundo o presidente, a taxa de juros estaria excessivamente alta e fatalmente levaria a uma forte recessão.

Ao se recusar a rediscutir a autonomia do Banco Central, o Legislativo reforçou a autoridade da instituição, que manteve a taxa básica de juros em níveis elevados (13,75% ao ano) até que a taxa de inflação sinalizasse claramente que havia entrado em trajetória de desaceleração, o que ocorreu a partir de abril.

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Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Comitê de Política Monetária (Copom) iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023, com reduções de 0,5 ponto de porcentagem, indicação de quedas adicionais de mesma magnitude nas três reuniões subsequentes e perspectiva de fechar o atual ciclo de queda próximo de 10% ao ano. Sem autonomia, isso certamente não seria possível.

A taxa de inflação no Brasil continua a apresentar um comportamento bastante positivo. Nesta semana, foi divulgada a prévia da taxa de inflação do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mostrou variação de 0,33% no mês de novembro. As expectativas dos analistas apontavam para uma variação de 0,30% nos preços. Em 12 meses, o IPCA-15 foi de 4,84%, desacelerando em relação ao mês de outubro, quando atingiu 5,05% ao ano e nível próximo ao limite superior do intervalo de metas, de 4,75%.

A composição do índice teve aspectos negativos e positivos. Os negativos foram a aceleração da difusão dos aumentos de preços, que passou de 47,15% em outubro para 54,77% em novembro, além de uma pequena aceleração das taxas de inflação de serviços, serviços subjacentes, preços livres e da média dos núcleos de inflação.

Do lado positivo, as médias móveis trimestrais dessazonalizadas e anualizadas, que são um bom indicador da taxa de inflação na margem, tanto do IPCA-15 cheio quanto da média dos núcleos da inflação, continuaram em trajetória de queda, aproximando-se da meta de 3,25% ao ano. A título de comparação, este indicador de inflação, em março, estava rodando próximo a 8% ao ano.

Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Copom iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023 Foto: André Dusek/Estadão

O comportamento da taxa de inflação no Brasil mostra a importância da autonomia do Banco Central (BC) para o sucesso da política monetária e o controle da taxa de inflação. Ao longo do primeiro semestre de 2023, o presidente da República tentou revogar a autonomia do Banco Central e fez várias ameaças de intervenção nas decisões da autoridade monetária quanto à trajetória da taxa de juros. Segundo o presidente, a taxa de juros estaria excessivamente alta e fatalmente levaria a uma forte recessão.

Ao se recusar a rediscutir a autonomia do Banco Central, o Legislativo reforçou a autoridade da instituição, que manteve a taxa básica de juros em níveis elevados (13,75% ao ano) até que a taxa de inflação sinalizasse claramente que havia entrado em trajetória de desaceleração, o que ocorreu a partir de abril.

Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Comitê de Política Monetária (Copom) iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023, com reduções de 0,5 ponto de porcentagem, indicação de quedas adicionais de mesma magnitude nas três reuniões subsequentes e perspectiva de fechar o atual ciclo de queda próximo de 10% ao ano. Sem autonomia, isso certamente não seria possível.

A taxa de inflação no Brasil continua a apresentar um comportamento bastante positivo. Nesta semana, foi divulgada a prévia da taxa de inflação do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mostrou variação de 0,33% no mês de novembro. As expectativas dos analistas apontavam para uma variação de 0,30% nos preços. Em 12 meses, o IPCA-15 foi de 4,84%, desacelerando em relação ao mês de outubro, quando atingiu 5,05% ao ano e nível próximo ao limite superior do intervalo de metas, de 4,75%.

A composição do índice teve aspectos negativos e positivos. Os negativos foram a aceleração da difusão dos aumentos de preços, que passou de 47,15% em outubro para 54,77% em novembro, além de uma pequena aceleração das taxas de inflação de serviços, serviços subjacentes, preços livres e da média dos núcleos de inflação.

Do lado positivo, as médias móveis trimestrais dessazonalizadas e anualizadas, que são um bom indicador da taxa de inflação na margem, tanto do IPCA-15 cheio quanto da média dos núcleos da inflação, continuaram em trajetória de queda, aproximando-se da meta de 3,25% ao ano. A título de comparação, este indicador de inflação, em março, estava rodando próximo a 8% ao ano.

Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Copom iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023 Foto: André Dusek/Estadão

O comportamento da taxa de inflação no Brasil mostra a importância da autonomia do Banco Central (BC) para o sucesso da política monetária e o controle da taxa de inflação. Ao longo do primeiro semestre de 2023, o presidente da República tentou revogar a autonomia do Banco Central e fez várias ameaças de intervenção nas decisões da autoridade monetária quanto à trajetória da taxa de juros. Segundo o presidente, a taxa de juros estaria excessivamente alta e fatalmente levaria a uma forte recessão.

Ao se recusar a rediscutir a autonomia do Banco Central, o Legislativo reforçou a autoridade da instituição, que manteve a taxa básica de juros em níveis elevados (13,75% ao ano) até que a taxa de inflação sinalizasse claramente que havia entrado em trajetória de desaceleração, o que ocorreu a partir de abril.

Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Comitê de Política Monetária (Copom) iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023, com reduções de 0,5 ponto de porcentagem, indicação de quedas adicionais de mesma magnitude nas três reuniões subsequentes e perspectiva de fechar o atual ciclo de queda próximo de 10% ao ano. Sem autonomia, isso certamente não seria possível.

A taxa de inflação no Brasil continua a apresentar um comportamento bastante positivo. Nesta semana, foi divulgada a prévia da taxa de inflação do País, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mostrou variação de 0,33% no mês de novembro. As expectativas dos analistas apontavam para uma variação de 0,30% nos preços. Em 12 meses, o IPCA-15 foi de 4,84%, desacelerando em relação ao mês de outubro, quando atingiu 5,05% ao ano e nível próximo ao limite superior do intervalo de metas, de 4,75%.

A composição do índice teve aspectos negativos e positivos. Os negativos foram a aceleração da difusão dos aumentos de preços, que passou de 47,15% em outubro para 54,77% em novembro, além de uma pequena aceleração das taxas de inflação de serviços, serviços subjacentes, preços livres e da média dos núcleos de inflação.

Do lado positivo, as médias móveis trimestrais dessazonalizadas e anualizadas, que são um bom indicador da taxa de inflação na margem, tanto do IPCA-15 cheio quanto da média dos núcleos da inflação, continuaram em trajetória de queda, aproximando-se da meta de 3,25% ao ano. A título de comparação, este indicador de inflação, em março, estava rodando próximo a 8% ao ano.

Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Copom iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023 Foto: André Dusek/Estadão

O comportamento da taxa de inflação no Brasil mostra a importância da autonomia do Banco Central (BC) para o sucesso da política monetária e o controle da taxa de inflação. Ao longo do primeiro semestre de 2023, o presidente da República tentou revogar a autonomia do Banco Central e fez várias ameaças de intervenção nas decisões da autoridade monetária quanto à trajetória da taxa de juros. Segundo o presidente, a taxa de juros estaria excessivamente alta e fatalmente levaria a uma forte recessão.

Ao se recusar a rediscutir a autonomia do Banco Central, o Legislativo reforçou a autoridade da instituição, que manteve a taxa básica de juros em níveis elevados (13,75% ao ano) até que a taxa de inflação sinalizasse claramente que havia entrado em trajetória de desaceleração, o que ocorreu a partir de abril.

Com a inflação em queda por quatro meses consecutivos, foi possível ao Comitê de Política Monetária (Copom) iniciar, de forma segura, o processo de queda da Selic em agosto de 2023, com reduções de 0,5 ponto de porcentagem, indicação de quedas adicionais de mesma magnitude nas três reuniões subsequentes e perspectiva de fechar o atual ciclo de queda próximo de 10% ao ano. Sem autonomia, isso certamente não seria possível.

Opinião por José Márcio de Camargo

Professor aposentado do Departamento de Economia da PUC-Rio, é economista-chefe da Genial Investimentos

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