Professor da PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo escreve quinzenalmente

Opinião|BC sinaliza estar disposto a fazer o necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo


No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic em 1,0 ponto de porcentagem e, no comunicado, antecipou um “provável aumento adicional de menor magnitude” na próxima reunião

Por José Márcio Camargo

Uma semana de decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto de porcentagem, antecipou novos aumentos nas próximas reuniões e iniciou o processo de redução de liquidez com a venda de ativos (Treasuries e MBS). Nos primeiros três meses serão vendidos, no máximo, US$ 47,5 bilhões e, a partir do quarto mês, as vendas poderão atingir no máximo US$ 95 bilhões.

Ao contrário do que muitos analistas esperavam, o comitê não indicou que irá acelerar o ritmo de aperto da política monetária, e o presidente da instituição, Jerome Powell, desconsiderou explicitamente a possibilidade de aumentar a taxa dos Fed funds em 0,75 ponto de porcentagem na próxima reunião. Ainda assim o dirigente tentou passar a ideia de que o Fed está efetivamente preocupado com o nível atual e a trajetória de inflação nos próximos meses.

Sede do Banco Central; ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, a autarquiadá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo Foto: André Dusek/Estadão - 9/1/2018
continua após a publicidade

Para os investidores, o sinal inicial foi de que o Fed não pretende endurecer a política monetária neste momento, o que refletiu imediatamente nos preços dos ativos (dólar e juros em queda e bolsas em alta). Entretanto, dados os elevados níveis de inflação, o mercado de trabalho apertado com taxa de desemprego muito baixa, os aumentos de salários incompatíveis com a meta para a inflação e os persistentes choques de oferta, o consenso entre os analistas é de que a política monetária está atrasada e que, eventualmente, o Fed terá de acelerar o ajuste. A “ressaca” que dominou o mercado financeiro no dia seguinte à reunião reflete essa percepção.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic em 1,0 ponto de porcentagem e, no comunicado, antecipou um “provável aumento adicional de menor magnitude” na próxima reunião, ou seja, deixou em aberto a possibilidade de que o aperto monetário ainda tenha algum fôlego no futuro.

Como o Banco Central brasileiro iniciou o processo de regularização da política monetária mais cedo que outros bancos centrais, está em estágio mais avançado, tendo, a nosso ver, já atingido um nível de taxa de juros acima do neutro. Com isso, está menos pressionado a acelerar o ajuste dos juros nas próximas reuniões. Entretanto, dados os persistentes choques de oferta, ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, o BC dá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo.

continua após a publicidade

* PROFESSOR APOSENTADO DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RIO. É ECONOMISTA-CHEFE DA GENIAL INVESTIMENTOS

Uma semana de decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto de porcentagem, antecipou novos aumentos nas próximas reuniões e iniciou o processo de redução de liquidez com a venda de ativos (Treasuries e MBS). Nos primeiros três meses serão vendidos, no máximo, US$ 47,5 bilhões e, a partir do quarto mês, as vendas poderão atingir no máximo US$ 95 bilhões.

Ao contrário do que muitos analistas esperavam, o comitê não indicou que irá acelerar o ritmo de aperto da política monetária, e o presidente da instituição, Jerome Powell, desconsiderou explicitamente a possibilidade de aumentar a taxa dos Fed funds em 0,75 ponto de porcentagem na próxima reunião. Ainda assim o dirigente tentou passar a ideia de que o Fed está efetivamente preocupado com o nível atual e a trajetória de inflação nos próximos meses.

Sede do Banco Central; ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, a autarquiadá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo Foto: André Dusek/Estadão - 9/1/2018

Para os investidores, o sinal inicial foi de que o Fed não pretende endurecer a política monetária neste momento, o que refletiu imediatamente nos preços dos ativos (dólar e juros em queda e bolsas em alta). Entretanto, dados os elevados níveis de inflação, o mercado de trabalho apertado com taxa de desemprego muito baixa, os aumentos de salários incompatíveis com a meta para a inflação e os persistentes choques de oferta, o consenso entre os analistas é de que a política monetária está atrasada e que, eventualmente, o Fed terá de acelerar o ajuste. A “ressaca” que dominou o mercado financeiro no dia seguinte à reunião reflete essa percepção.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic em 1,0 ponto de porcentagem e, no comunicado, antecipou um “provável aumento adicional de menor magnitude” na próxima reunião, ou seja, deixou em aberto a possibilidade de que o aperto monetário ainda tenha algum fôlego no futuro.

Como o Banco Central brasileiro iniciou o processo de regularização da política monetária mais cedo que outros bancos centrais, está em estágio mais avançado, tendo, a nosso ver, já atingido um nível de taxa de juros acima do neutro. Com isso, está menos pressionado a acelerar o ajuste dos juros nas próximas reuniões. Entretanto, dados os persistentes choques de oferta, ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, o BC dá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo.

* PROFESSOR APOSENTADO DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RIO. É ECONOMISTA-CHEFE DA GENIAL INVESTIMENTOS

Uma semana de decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto de porcentagem, antecipou novos aumentos nas próximas reuniões e iniciou o processo de redução de liquidez com a venda de ativos (Treasuries e MBS). Nos primeiros três meses serão vendidos, no máximo, US$ 47,5 bilhões e, a partir do quarto mês, as vendas poderão atingir no máximo US$ 95 bilhões.

Ao contrário do que muitos analistas esperavam, o comitê não indicou que irá acelerar o ritmo de aperto da política monetária, e o presidente da instituição, Jerome Powell, desconsiderou explicitamente a possibilidade de aumentar a taxa dos Fed funds em 0,75 ponto de porcentagem na próxima reunião. Ainda assim o dirigente tentou passar a ideia de que o Fed está efetivamente preocupado com o nível atual e a trajetória de inflação nos próximos meses.

Sede do Banco Central; ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, a autarquiadá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo Foto: André Dusek/Estadão - 9/1/2018

Para os investidores, o sinal inicial foi de que o Fed não pretende endurecer a política monetária neste momento, o que refletiu imediatamente nos preços dos ativos (dólar e juros em queda e bolsas em alta). Entretanto, dados os elevados níveis de inflação, o mercado de trabalho apertado com taxa de desemprego muito baixa, os aumentos de salários incompatíveis com a meta para a inflação e os persistentes choques de oferta, o consenso entre os analistas é de que a política monetária está atrasada e que, eventualmente, o Fed terá de acelerar o ajuste. A “ressaca” que dominou o mercado financeiro no dia seguinte à reunião reflete essa percepção.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic em 1,0 ponto de porcentagem e, no comunicado, antecipou um “provável aumento adicional de menor magnitude” na próxima reunião, ou seja, deixou em aberto a possibilidade de que o aperto monetário ainda tenha algum fôlego no futuro.

Como o Banco Central brasileiro iniciou o processo de regularização da política monetária mais cedo que outros bancos centrais, está em estágio mais avançado, tendo, a nosso ver, já atingido um nível de taxa de juros acima do neutro. Com isso, está menos pressionado a acelerar o ajuste dos juros nas próximas reuniões. Entretanto, dados os persistentes choques de oferta, ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, o BC dá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo.

* PROFESSOR APOSENTADO DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RIO. É ECONOMISTA-CHEFE DA GENIAL INVESTIMENTOS

Uma semana de decisões de política monetária. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) aumentou a taxa básica de juros em 0,5 ponto de porcentagem, antecipou novos aumentos nas próximas reuniões e iniciou o processo de redução de liquidez com a venda de ativos (Treasuries e MBS). Nos primeiros três meses serão vendidos, no máximo, US$ 47,5 bilhões e, a partir do quarto mês, as vendas poderão atingir no máximo US$ 95 bilhões.

Ao contrário do que muitos analistas esperavam, o comitê não indicou que irá acelerar o ritmo de aperto da política monetária, e o presidente da instituição, Jerome Powell, desconsiderou explicitamente a possibilidade de aumentar a taxa dos Fed funds em 0,75 ponto de porcentagem na próxima reunião. Ainda assim o dirigente tentou passar a ideia de que o Fed está efetivamente preocupado com o nível atual e a trajetória de inflação nos próximos meses.

Sede do Banco Central; ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, a autarquiadá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo Foto: André Dusek/Estadão - 9/1/2018

Para os investidores, o sinal inicial foi de que o Fed não pretende endurecer a política monetária neste momento, o que refletiu imediatamente nos preços dos ativos (dólar e juros em queda e bolsas em alta). Entretanto, dados os elevados níveis de inflação, o mercado de trabalho apertado com taxa de desemprego muito baixa, os aumentos de salários incompatíveis com a meta para a inflação e os persistentes choques de oferta, o consenso entre os analistas é de que a política monetária está atrasada e que, eventualmente, o Fed terá de acelerar o ajuste. A “ressaca” que dominou o mercado financeiro no dia seguinte à reunião reflete essa percepção.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic em 1,0 ponto de porcentagem e, no comunicado, antecipou um “provável aumento adicional de menor magnitude” na próxima reunião, ou seja, deixou em aberto a possibilidade de que o aperto monetário ainda tenha algum fôlego no futuro.

Como o Banco Central brasileiro iniciou o processo de regularização da política monetária mais cedo que outros bancos centrais, está em estágio mais avançado, tendo, a nosso ver, já atingido um nível de taxa de juros acima do neutro. Com isso, está menos pressionado a acelerar o ajuste dos juros nas próximas reuniões. Entretanto, dados os persistentes choques de oferta, ao deixar aberta a porta para novos aumentos da Selic, o BC dá o sinal de que está disposto a fazer o que for necessário para manter a inflação sob controle no longo prazo.

* PROFESSOR APOSENTADO DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RIO. É ECONOMISTA-CHEFE DA GENIAL INVESTIMENTOS

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.