Economista e sócio da MB Associados

Opinião|A situação econômica vai piorar mais


A situação econômica e política do Brasil está evoluindo de uma forma quase frenética. Embora a conjuntura esteja cada vez mais difícil, é evidente que estamos no fim de uma era e em uma dupla transição: de um lado, a fragilidade política do atual governo, seu baixo suporte popular e a evolução da Operação Lava Jato deixam claro que está no fim a hegemonia do grupo político que controla o governo desde 2003. Esta é uma transição que só se completará em 2018, mas que terá na eleição municipal do próximo ano uma informação fundamental. De outro lado, também é evidente que um modelo heterodoxo de crescimento naufragou espetacularmente, o que é revelado pela crise macroeconômica e setorial, e que se traduz na profundidade da atual recessão, que deverá adentrar por 2016.

Por José Roberto Mendonça de Barros

Mas, dizem os jornais, não há um entendimento em termos de uma agenda de reformas (Agenda Brasil)? O governo não se fortaleceu após os últimos acordos políticos?

Minha resposta é, claramente, não. O que se evitou foi um colapso prematuro do mesmo, que vinha em queda livre até alguns dias atrás. Apenas isso. A fraqueza e a precariedade do suporte político continuam, o que ficará claro em poucos dias.

É preciso ter em mente pelo menos duas coisas: a Agenda Brasil é composta por 43 itens. Ora, quem quer tudo, não quer nada. O movimento foi muito mais político e não programático.  Por outro lado, a situação econômica é cada vez mais difícil, o que está retratado nas projeções de queda do PIB (nós, da MB, já trabalhamos há tempos com uma queda superior a 2%). É preciso lembrar que:

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- a inadimplência das pessoas físicas deve começar a se elevar a partir de setembro, seis meses depois do início da importante redução de quadros que as companhias estão fazendo. A experiência mostra que um semestre é o tempo médio em que a indenização e o seguro desemprego conseguem pagar as despesas das famílias, após a perda do trabalho. A taxa de desemprego para o Brasil (PNAD contínua, com ajuste) ainda vai crescer até o final do ano, para quase 10%. Comércio e serviços sofrerão mais a partir de agora.

- a perda de valor das empresas está se acentuando, e vai muito além da construção pesada. A queda de vendas e as restrições de crédito estão se generalizando. Muitas vão sair do mercado até 2016, inclusive companhias grandes. A elevação do crédito pela Caixa e pelo Banco do Brasil, anunciadas nesta semana, não vai alterar este fato e é uma lamentável recaída na política de auxílio a campeões nacionais, parte essencial do naufrágio do primeiro mandato da Presidente Dilma.

- o ajuste fiscal não aconteceu e vai ficar, quem sabe, para o ano que vem.

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Do ponto de vista das pessoas e das empresas, reafirmo o que coloquei recentemente neste mesmo espaço: temos um deserto a atravessar (que irá, pelo menos, até o final de 2016) e um futuro a preparar. Digo isso por estar evidente que, do ponto de vista econômico, a organização do crescimento se dará com duas grandes diferenças, pelo menos, em relação ao passado recente. Só voltaremos a crescer se reorganizarmos mais profundamente as finanças públicas e se deixarmos de imaginar que o Estado será o condutor de todas as fontes de crescimento do País (o que não tem nada a ver com o Estado mínimo neoliberal e outras tolices semelhantes), especialmente como empresário e investidor direto. O fracasso dos projetos Petrobrás (e fornecedores) e Eletrobrás (lembram-se, a que se transformaria num player global!!!) não podem ser mais eloquentes.

Em segundo lugar, é seguro que o investimento e o crescimento só voltarão num contexto de economia mais aberta, competitiva e na qual a elevação da produtividade e do padrão tecnológico seja central.

Entretanto, mesmo em meio às turbulências do curto prazo, já se pode dizer que as companhias deveriam evoluir na direção de quatro pontos básicos. Muitas já o fazem.  1)Esforço na direção da redução de custos, da revisão da política de crédito para clientes e fornecedores e de evoluir na direção das melhores práticas. É imperioso elevar a produtividade como um todo.

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2)Reforçar as linhas de exportação e a internacionalização. Aproveitar a maior competitividade da produção local em relação às importações. Observar as eventuais oportunidades de nacionalização de produtos e componentes.

3)Haverá uma enorme consolidação nos diversos setores afetados pela recessão, bons ativos estarão disponíveis a preços razoáveis. Entretanto, apenas a força do balanço é que possibilitará se aproveitar dessa situação.

4)Uma vez que os Tesouros estão exauridos é urgente diminuir a dependência de favores fiscais e de crédito subsidiado, em todos os níveis de governo.

Mas, dizem os jornais, não há um entendimento em termos de uma agenda de reformas (Agenda Brasil)? O governo não se fortaleceu após os últimos acordos políticos?

Minha resposta é, claramente, não. O que se evitou foi um colapso prematuro do mesmo, que vinha em queda livre até alguns dias atrás. Apenas isso. A fraqueza e a precariedade do suporte político continuam, o que ficará claro em poucos dias.

É preciso ter em mente pelo menos duas coisas: a Agenda Brasil é composta por 43 itens. Ora, quem quer tudo, não quer nada. O movimento foi muito mais político e não programático.  Por outro lado, a situação econômica é cada vez mais difícil, o que está retratado nas projeções de queda do PIB (nós, da MB, já trabalhamos há tempos com uma queda superior a 2%). É preciso lembrar que:

- a inadimplência das pessoas físicas deve começar a se elevar a partir de setembro, seis meses depois do início da importante redução de quadros que as companhias estão fazendo. A experiência mostra que um semestre é o tempo médio em que a indenização e o seguro desemprego conseguem pagar as despesas das famílias, após a perda do trabalho. A taxa de desemprego para o Brasil (PNAD contínua, com ajuste) ainda vai crescer até o final do ano, para quase 10%. Comércio e serviços sofrerão mais a partir de agora.

- a perda de valor das empresas está se acentuando, e vai muito além da construção pesada. A queda de vendas e as restrições de crédito estão se generalizando. Muitas vão sair do mercado até 2016, inclusive companhias grandes. A elevação do crédito pela Caixa e pelo Banco do Brasil, anunciadas nesta semana, não vai alterar este fato e é uma lamentável recaída na política de auxílio a campeões nacionais, parte essencial do naufrágio do primeiro mandato da Presidente Dilma.

- o ajuste fiscal não aconteceu e vai ficar, quem sabe, para o ano que vem.

Do ponto de vista das pessoas e das empresas, reafirmo o que coloquei recentemente neste mesmo espaço: temos um deserto a atravessar (que irá, pelo menos, até o final de 2016) e um futuro a preparar. Digo isso por estar evidente que, do ponto de vista econômico, a organização do crescimento se dará com duas grandes diferenças, pelo menos, em relação ao passado recente. Só voltaremos a crescer se reorganizarmos mais profundamente as finanças públicas e se deixarmos de imaginar que o Estado será o condutor de todas as fontes de crescimento do País (o que não tem nada a ver com o Estado mínimo neoliberal e outras tolices semelhantes), especialmente como empresário e investidor direto. O fracasso dos projetos Petrobrás (e fornecedores) e Eletrobrás (lembram-se, a que se transformaria num player global!!!) não podem ser mais eloquentes.

Em segundo lugar, é seguro que o investimento e o crescimento só voltarão num contexto de economia mais aberta, competitiva e na qual a elevação da produtividade e do padrão tecnológico seja central.

Entretanto, mesmo em meio às turbulências do curto prazo, já se pode dizer que as companhias deveriam evoluir na direção de quatro pontos básicos. Muitas já o fazem.  1)Esforço na direção da redução de custos, da revisão da política de crédito para clientes e fornecedores e de evoluir na direção das melhores práticas. É imperioso elevar a produtividade como um todo.

2)Reforçar as linhas de exportação e a internacionalização. Aproveitar a maior competitividade da produção local em relação às importações. Observar as eventuais oportunidades de nacionalização de produtos e componentes.

3)Haverá uma enorme consolidação nos diversos setores afetados pela recessão, bons ativos estarão disponíveis a preços razoáveis. Entretanto, apenas a força do balanço é que possibilitará se aproveitar dessa situação.

4)Uma vez que os Tesouros estão exauridos é urgente diminuir a dependência de favores fiscais e de crédito subsidiado, em todos os níveis de governo.

Mas, dizem os jornais, não há um entendimento em termos de uma agenda de reformas (Agenda Brasil)? O governo não se fortaleceu após os últimos acordos políticos?

Minha resposta é, claramente, não. O que se evitou foi um colapso prematuro do mesmo, que vinha em queda livre até alguns dias atrás. Apenas isso. A fraqueza e a precariedade do suporte político continuam, o que ficará claro em poucos dias.

É preciso ter em mente pelo menos duas coisas: a Agenda Brasil é composta por 43 itens. Ora, quem quer tudo, não quer nada. O movimento foi muito mais político e não programático.  Por outro lado, a situação econômica é cada vez mais difícil, o que está retratado nas projeções de queda do PIB (nós, da MB, já trabalhamos há tempos com uma queda superior a 2%). É preciso lembrar que:

- a inadimplência das pessoas físicas deve começar a se elevar a partir de setembro, seis meses depois do início da importante redução de quadros que as companhias estão fazendo. A experiência mostra que um semestre é o tempo médio em que a indenização e o seguro desemprego conseguem pagar as despesas das famílias, após a perda do trabalho. A taxa de desemprego para o Brasil (PNAD contínua, com ajuste) ainda vai crescer até o final do ano, para quase 10%. Comércio e serviços sofrerão mais a partir de agora.

- a perda de valor das empresas está se acentuando, e vai muito além da construção pesada. A queda de vendas e as restrições de crédito estão se generalizando. Muitas vão sair do mercado até 2016, inclusive companhias grandes. A elevação do crédito pela Caixa e pelo Banco do Brasil, anunciadas nesta semana, não vai alterar este fato e é uma lamentável recaída na política de auxílio a campeões nacionais, parte essencial do naufrágio do primeiro mandato da Presidente Dilma.

- o ajuste fiscal não aconteceu e vai ficar, quem sabe, para o ano que vem.

Do ponto de vista das pessoas e das empresas, reafirmo o que coloquei recentemente neste mesmo espaço: temos um deserto a atravessar (que irá, pelo menos, até o final de 2016) e um futuro a preparar. Digo isso por estar evidente que, do ponto de vista econômico, a organização do crescimento se dará com duas grandes diferenças, pelo menos, em relação ao passado recente. Só voltaremos a crescer se reorganizarmos mais profundamente as finanças públicas e se deixarmos de imaginar que o Estado será o condutor de todas as fontes de crescimento do País (o que não tem nada a ver com o Estado mínimo neoliberal e outras tolices semelhantes), especialmente como empresário e investidor direto. O fracasso dos projetos Petrobrás (e fornecedores) e Eletrobrás (lembram-se, a que se transformaria num player global!!!) não podem ser mais eloquentes.

Em segundo lugar, é seguro que o investimento e o crescimento só voltarão num contexto de economia mais aberta, competitiva e na qual a elevação da produtividade e do padrão tecnológico seja central.

Entretanto, mesmo em meio às turbulências do curto prazo, já se pode dizer que as companhias deveriam evoluir na direção de quatro pontos básicos. Muitas já o fazem.  1)Esforço na direção da redução de custos, da revisão da política de crédito para clientes e fornecedores e de evoluir na direção das melhores práticas. É imperioso elevar a produtividade como um todo.

2)Reforçar as linhas de exportação e a internacionalização. Aproveitar a maior competitividade da produção local em relação às importações. Observar as eventuais oportunidades de nacionalização de produtos e componentes.

3)Haverá uma enorme consolidação nos diversos setores afetados pela recessão, bons ativos estarão disponíveis a preços razoáveis. Entretanto, apenas a força do balanço é que possibilitará se aproveitar dessa situação.

4)Uma vez que os Tesouros estão exauridos é urgente diminuir a dependência de favores fiscais e de crédito subsidiado, em todos os níveis de governo.

Mas, dizem os jornais, não há um entendimento em termos de uma agenda de reformas (Agenda Brasil)? O governo não se fortaleceu após os últimos acordos políticos?

Minha resposta é, claramente, não. O que se evitou foi um colapso prematuro do mesmo, que vinha em queda livre até alguns dias atrás. Apenas isso. A fraqueza e a precariedade do suporte político continuam, o que ficará claro em poucos dias.

É preciso ter em mente pelo menos duas coisas: a Agenda Brasil é composta por 43 itens. Ora, quem quer tudo, não quer nada. O movimento foi muito mais político e não programático.  Por outro lado, a situação econômica é cada vez mais difícil, o que está retratado nas projeções de queda do PIB (nós, da MB, já trabalhamos há tempos com uma queda superior a 2%). É preciso lembrar que:

- a inadimplência das pessoas físicas deve começar a se elevar a partir de setembro, seis meses depois do início da importante redução de quadros que as companhias estão fazendo. A experiência mostra que um semestre é o tempo médio em que a indenização e o seguro desemprego conseguem pagar as despesas das famílias, após a perda do trabalho. A taxa de desemprego para o Brasil (PNAD contínua, com ajuste) ainda vai crescer até o final do ano, para quase 10%. Comércio e serviços sofrerão mais a partir de agora.

- a perda de valor das empresas está se acentuando, e vai muito além da construção pesada. A queda de vendas e as restrições de crédito estão se generalizando. Muitas vão sair do mercado até 2016, inclusive companhias grandes. A elevação do crédito pela Caixa e pelo Banco do Brasil, anunciadas nesta semana, não vai alterar este fato e é uma lamentável recaída na política de auxílio a campeões nacionais, parte essencial do naufrágio do primeiro mandato da Presidente Dilma.

- o ajuste fiscal não aconteceu e vai ficar, quem sabe, para o ano que vem.

Do ponto de vista das pessoas e das empresas, reafirmo o que coloquei recentemente neste mesmo espaço: temos um deserto a atravessar (que irá, pelo menos, até o final de 2016) e um futuro a preparar. Digo isso por estar evidente que, do ponto de vista econômico, a organização do crescimento se dará com duas grandes diferenças, pelo menos, em relação ao passado recente. Só voltaremos a crescer se reorganizarmos mais profundamente as finanças públicas e se deixarmos de imaginar que o Estado será o condutor de todas as fontes de crescimento do País (o que não tem nada a ver com o Estado mínimo neoliberal e outras tolices semelhantes), especialmente como empresário e investidor direto. O fracasso dos projetos Petrobrás (e fornecedores) e Eletrobrás (lembram-se, a que se transformaria num player global!!!) não podem ser mais eloquentes.

Em segundo lugar, é seguro que o investimento e o crescimento só voltarão num contexto de economia mais aberta, competitiva e na qual a elevação da produtividade e do padrão tecnológico seja central.

Entretanto, mesmo em meio às turbulências do curto prazo, já se pode dizer que as companhias deveriam evoluir na direção de quatro pontos básicos. Muitas já o fazem.  1)Esforço na direção da redução de custos, da revisão da política de crédito para clientes e fornecedores e de evoluir na direção das melhores práticas. É imperioso elevar a produtividade como um todo.

2)Reforçar as linhas de exportação e a internacionalização. Aproveitar a maior competitividade da produção local em relação às importações. Observar as eventuais oportunidades de nacionalização de produtos e componentes.

3)Haverá uma enorme consolidação nos diversos setores afetados pela recessão, bons ativos estarão disponíveis a preços razoáveis. Entretanto, apenas a força do balanço é que possibilitará se aproveitar dessa situação.

4)Uma vez que os Tesouros estão exauridos é urgente diminuir a dependência de favores fiscais e de crédito subsidiado, em todos os níveis de governo.

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