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Meirelles age com cautela, mas não pode demorar


Ministro da Fazenda conta com boa vontade do mercado, mas precisa divulgar logo um plano detalhado nesta semana

Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
(Henrique Meirelles e Michel Temer/André Dusek-Estadao) Foto: Estadão

Não é apenas a já esperada lua de mel com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que explica a reação ainda positiva do mercado, mesmo diante da ausência de medidas concretas e dos nomes da equipe econômica. Em outras situações, a dificuldade do ministro da Fazenda em formar a sua equipe já teria se refletido de forma mais forte em volatilidade dos ativos.

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A avaliação que prevalece é a de que a cautela de agora vai evitar que Meirelles cometa o mesmo erro do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de estabelecer uma meta fiscal sem ter conhecimento de todos os riscos, e também de elencar medidas que não teriam condições de serem aprovadas. Logo na primeira entrevista depois da sua indicação para o cargo, Levy se comprometeu com um superávit de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016.

A realidade, no entanto, acabou mostrando que o quadro das contas públicas naquele momento não comportava um saldo positivo. Muito menos desse tamanho. Levy demorou para aceitar essa realidade e até o fim insistiu em fazer um ajuste maior do que o possível, sem condições políticas para tal empreitada.

Os ruídos em torno dos nomes da equipe existem. Mas, ao mesmo tempo, o que se espera é que a equipe econômica tenha condições e capacidade técnica e, sobretudo, alinhamento para implementar um ajuste fiscal crível. Não há espaço para disputas internas - que já tiveram seu primeiro ensaio em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em torno do foro privilegiado para a presidência do BC.

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A novidade com a escolha de Tarcísio Godoy para ser o vice-ministro da Fazenda foi considerada boa por integrantes do mercado, segundo apurou a coluna, por contar com alguém que olhou de perto os números recentemente e conhece os processos de alienação de ativos que já estavam em andamento.

Mas o entendimento é que Meirelles não pode demorar muito. Precisa divulgar um plano mais detalhado ainda nesta semana. "O mercado já precificou os bons nomes e está querendo ver as ações", resume um executivo de um banco.

A nova base aliada de Temer na Câmara - justamente aquela que votou maciçamente pelo impeachment de Dilma - começa a dar seus primeiros sinais de reservas com as prováveis medidas do governo, com críticas a um eventual retorno da CPMF e à reforma da Previdência. A Fiesp, que atuou fortemente pela saída de Dilma, cobrará agora a fatura se posicionando contra a volta do imposto do cheque.

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A confiança pode até melhorar na base do discurso. Mas, se o apoio do PMDB e da base aliada do presidente em exercício às medidas duras não for para valer, ela vai evaporar rapidamente no rastro da insatisfação da população como os problemas econômicos.

Escreva para nós: lupa@estadao.com

(Henrique Meirelles e Michel Temer/André Dusek-Estadao) Foto: Estadão

Não é apenas a já esperada lua de mel com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que explica a reação ainda positiva do mercado, mesmo diante da ausência de medidas concretas e dos nomes da equipe econômica. Em outras situações, a dificuldade do ministro da Fazenda em formar a sua equipe já teria se refletido de forma mais forte em volatilidade dos ativos.

A avaliação que prevalece é a de que a cautela de agora vai evitar que Meirelles cometa o mesmo erro do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de estabelecer uma meta fiscal sem ter conhecimento de todos os riscos, e também de elencar medidas que não teriam condições de serem aprovadas. Logo na primeira entrevista depois da sua indicação para o cargo, Levy se comprometeu com um superávit de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016.

A realidade, no entanto, acabou mostrando que o quadro das contas públicas naquele momento não comportava um saldo positivo. Muito menos desse tamanho. Levy demorou para aceitar essa realidade e até o fim insistiu em fazer um ajuste maior do que o possível, sem condições políticas para tal empreitada.

Os ruídos em torno dos nomes da equipe existem. Mas, ao mesmo tempo, o que se espera é que a equipe econômica tenha condições e capacidade técnica e, sobretudo, alinhamento para implementar um ajuste fiscal crível. Não há espaço para disputas internas - que já tiveram seu primeiro ensaio em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em torno do foro privilegiado para a presidência do BC.

A novidade com a escolha de Tarcísio Godoy para ser o vice-ministro da Fazenda foi considerada boa por integrantes do mercado, segundo apurou a coluna, por contar com alguém que olhou de perto os números recentemente e conhece os processos de alienação de ativos que já estavam em andamento.

Mas o entendimento é que Meirelles não pode demorar muito. Precisa divulgar um plano mais detalhado ainda nesta semana. "O mercado já precificou os bons nomes e está querendo ver as ações", resume um executivo de um banco.

A nova base aliada de Temer na Câmara - justamente aquela que votou maciçamente pelo impeachment de Dilma - começa a dar seus primeiros sinais de reservas com as prováveis medidas do governo, com críticas a um eventual retorno da CPMF e à reforma da Previdência. A Fiesp, que atuou fortemente pela saída de Dilma, cobrará agora a fatura se posicionando contra a volta do imposto do cheque.

A confiança pode até melhorar na base do discurso. Mas, se o apoio do PMDB e da base aliada do presidente em exercício às medidas duras não for para valer, ela vai evaporar rapidamente no rastro da insatisfação da população como os problemas econômicos.

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(Henrique Meirelles e Michel Temer/André Dusek-Estadao) Foto: Estadão

Não é apenas a já esperada lua de mel com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que explica a reação ainda positiva do mercado, mesmo diante da ausência de medidas concretas e dos nomes da equipe econômica. Em outras situações, a dificuldade do ministro da Fazenda em formar a sua equipe já teria se refletido de forma mais forte em volatilidade dos ativos.

A avaliação que prevalece é a de que a cautela de agora vai evitar que Meirelles cometa o mesmo erro do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de estabelecer uma meta fiscal sem ter conhecimento de todos os riscos, e também de elencar medidas que não teriam condições de serem aprovadas. Logo na primeira entrevista depois da sua indicação para o cargo, Levy se comprometeu com um superávit de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016.

A realidade, no entanto, acabou mostrando que o quadro das contas públicas naquele momento não comportava um saldo positivo. Muito menos desse tamanho. Levy demorou para aceitar essa realidade e até o fim insistiu em fazer um ajuste maior do que o possível, sem condições políticas para tal empreitada.

Os ruídos em torno dos nomes da equipe existem. Mas, ao mesmo tempo, o que se espera é que a equipe econômica tenha condições e capacidade técnica e, sobretudo, alinhamento para implementar um ajuste fiscal crível. Não há espaço para disputas internas - que já tiveram seu primeiro ensaio em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em torno do foro privilegiado para a presidência do BC.

A novidade com a escolha de Tarcísio Godoy para ser o vice-ministro da Fazenda foi considerada boa por integrantes do mercado, segundo apurou a coluna, por contar com alguém que olhou de perto os números recentemente e conhece os processos de alienação de ativos que já estavam em andamento.

Mas o entendimento é que Meirelles não pode demorar muito. Precisa divulgar um plano mais detalhado ainda nesta semana. "O mercado já precificou os bons nomes e está querendo ver as ações", resume um executivo de um banco.

A nova base aliada de Temer na Câmara - justamente aquela que votou maciçamente pelo impeachment de Dilma - começa a dar seus primeiros sinais de reservas com as prováveis medidas do governo, com críticas a um eventual retorno da CPMF e à reforma da Previdência. A Fiesp, que atuou fortemente pela saída de Dilma, cobrará agora a fatura se posicionando contra a volta do imposto do cheque.

A confiança pode até melhorar na base do discurso. Mas, se o apoio do PMDB e da base aliada do presidente em exercício às medidas duras não for para valer, ela vai evaporar rapidamente no rastro da insatisfação da população como os problemas econômicos.

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(Henrique Meirelles e Michel Temer/André Dusek-Estadao) Foto: Estadão

Não é apenas a já esperada lua de mel com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que explica a reação ainda positiva do mercado, mesmo diante da ausência de medidas concretas e dos nomes da equipe econômica. Em outras situações, a dificuldade do ministro da Fazenda em formar a sua equipe já teria se refletido de forma mais forte em volatilidade dos ativos.

A avaliação que prevalece é a de que a cautela de agora vai evitar que Meirelles cometa o mesmo erro do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de estabelecer uma meta fiscal sem ter conhecimento de todos os riscos, e também de elencar medidas que não teriam condições de serem aprovadas. Logo na primeira entrevista depois da sua indicação para o cargo, Levy se comprometeu com um superávit de 1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016.

A realidade, no entanto, acabou mostrando que o quadro das contas públicas naquele momento não comportava um saldo positivo. Muito menos desse tamanho. Levy demorou para aceitar essa realidade e até o fim insistiu em fazer um ajuste maior do que o possível, sem condições políticas para tal empreitada.

Os ruídos em torno dos nomes da equipe existem. Mas, ao mesmo tempo, o que se espera é que a equipe econômica tenha condições e capacidade técnica e, sobretudo, alinhamento para implementar um ajuste fiscal crível. Não há espaço para disputas internas - que já tiveram seu primeiro ensaio em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em torno do foro privilegiado para a presidência do BC.

A novidade com a escolha de Tarcísio Godoy para ser o vice-ministro da Fazenda foi considerada boa por integrantes do mercado, segundo apurou a coluna, por contar com alguém que olhou de perto os números recentemente e conhece os processos de alienação de ativos que já estavam em andamento.

Mas o entendimento é que Meirelles não pode demorar muito. Precisa divulgar um plano mais detalhado ainda nesta semana. "O mercado já precificou os bons nomes e está querendo ver as ações", resume um executivo de um banco.

A nova base aliada de Temer na Câmara - justamente aquela que votou maciçamente pelo impeachment de Dilma - começa a dar seus primeiros sinais de reservas com as prováveis medidas do governo, com críticas a um eventual retorno da CPMF e à reforma da Previdência. A Fiesp, que atuou fortemente pela saída de Dilma, cobrará agora a fatura se posicionando contra a volta do imposto do cheque.

A confiança pode até melhorar na base do discurso. Mas, se o apoio do PMDB e da base aliada do presidente em exercício às medidas duras não for para valer, ela vai evaporar rapidamente no rastro da insatisfação da população como os problemas econômicos.

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