Mercado vê nova queda para agronegócio


Consultoria estima que efeitos do coronavírus e do acordo comercial EUA-China podem tirar até US$ 5,1 bilhões de vendas agrícolas neste ano

Por Márcia De Chiara

Pilar da balança comercial brasileira, as exportações do agronegócio podem cair em 2020 pelo segundo ano seguido. O menor ritmo de crescimento da economia global, especialmente da China, principal parceiro comercial do Brasil e epicentro da epidemia de coronavírus, e os efeitos da primeira fase do acordo comercial fechado entre o país asiático e os Estados Unidos podem tirar US$ 5,1 bilhões das vendas externas do campo este ano.

Coronavírus e acordo comercial EUA-China podem tirar até US$ 5,1 bilhões de vendas agrícolas neste ano Foto: Marcos Campos/MCPress /DIVULGACAO

O cálculo é da consultoria MacroSector, que projeta exportação do agronegócio de US$ 76 bilhões em 2020, a menor cifra em quatro anos. Nos cálculos, foi considerada a perspectiva de redução de volumes e de preços dos produtos. No ano passado, por causa da quebra na safra de soja e mesmo tendo batido recorde na venda de carne bovina, o agronegócio exportou US$ 4,2 bilhões a menos do que em 2018, segundo a consultoria.

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“O que gera desconforto este ano não é a receita que deve ser perdida em si, mas o fato de a exportação do agronegócio sofrer quedas seguidas”, afirma o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria e responsável pela projeção. Se a sua previsão se confirmar, em dois anos (2019 e 2020) a venda externa do setor poderá recuar US$ 9,3 bilhões.

Também o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, espera que o agronegócio exporte menos este ano, por causa da conjuntura internacional incerta. Ele pondera, no entanto, que ainda é cedo para calcular o tamanho do prejuízo.

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O pessimismo para este ano com as vendas externas do agronegócio – setor que responde por cerca de 40% das exportações do País – foi desencadeado por vários episódios que envolveram a China nos últimos meses e um cenário de menor crescimento da economia global. O país asiático é o principal cliente das exportações brasileiras e, sobretudo, da soja. Isoladamente, o grão é o produto mais importante da pauta da exportação.

No ano passado, por exemplo, as vendas externas de soja em grão renderam ao Brasil US$ 26,338 bilhões, à frente do petróleo (US$ 23,733 bilhões) e do minério de ferro (US$22,187 bilhões). A China absorveu quase 30% de todas as exportações brasileiras em 2019 e cerca de 80% da soja nacional. “Estamos pendurados na China e na soja”, resume Silveira.

Acordo

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Essa forte dependência da China pode afetar o Brasil, conforme o desenrolar da disputa comercial entre EUA e o país asiático. No mês passado, os dois países fecharam a primeira etapa de um acordo comercial no qual a China se comprometeu a comprar dos EUA, este ano, US$ 13,5 bilhões de produtos do agronegócio, além do valor adquirido em 2017.

“Se esse acordo for, de fato, implementado, o Brasil vai vender menos soja para a China este ano, porque ela terá de comprar o grão dos EUA, que concorrem diretamente com o Brasil na produção de soja”, diz Castro.

Outro fator que deve afetar a exportação do agronegócio em 2020, segundo economistas, é a epidemia do coronavírus. Desde que o surto da doença veio a público pelo governo chinês em meados de janeiro, os preços das commodities recuaram nas bolsas internacionais, sinalizando que o risco de desaceleração global da atividade, já esperado, poderá ser maior.

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“Os impactos do vírus são negativos para os preços de commodities agrícolas e portanto, tendem a pressionar para baixo as receitas de exportação desses produtos no curto prazo”, afirma Felipe Novaes, economista da Tendências Consultoria Integrada. As cotações das commodities são muitos sensíveis a mudanças de rota da economia. E elas representam 65% das exportações brasileiras.

Outro foco de recuo das vendas externas do agronegócio neste ano pode vir das carnes. Para o analista de carnes da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglésias, o excelente desempenho das exportações de bovinos para a China em 2019 não deve se repetir neste ano. Entre carne bovina, suína e aves, as vendas somaram US$ 15,86 bilhões em 2019, recorde histórico. “É muito difícil repetir esse resultado em termos de valor.”

Pilar da balança comercial brasileira, as exportações do agronegócio podem cair em 2020 pelo segundo ano seguido. O menor ritmo de crescimento da economia global, especialmente da China, principal parceiro comercial do Brasil e epicentro da epidemia de coronavírus, e os efeitos da primeira fase do acordo comercial fechado entre o país asiático e os Estados Unidos podem tirar US$ 5,1 bilhões das vendas externas do campo este ano.

Coronavírus e acordo comercial EUA-China podem tirar até US$ 5,1 bilhões de vendas agrícolas neste ano Foto: Marcos Campos/MCPress /DIVULGACAO

O cálculo é da consultoria MacroSector, que projeta exportação do agronegócio de US$ 76 bilhões em 2020, a menor cifra em quatro anos. Nos cálculos, foi considerada a perspectiva de redução de volumes e de preços dos produtos. No ano passado, por causa da quebra na safra de soja e mesmo tendo batido recorde na venda de carne bovina, o agronegócio exportou US$ 4,2 bilhões a menos do que em 2018, segundo a consultoria.

“O que gera desconforto este ano não é a receita que deve ser perdida em si, mas o fato de a exportação do agronegócio sofrer quedas seguidas”, afirma o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria e responsável pela projeção. Se a sua previsão se confirmar, em dois anos (2019 e 2020) a venda externa do setor poderá recuar US$ 9,3 bilhões.

Também o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, espera que o agronegócio exporte menos este ano, por causa da conjuntura internacional incerta. Ele pondera, no entanto, que ainda é cedo para calcular o tamanho do prejuízo.

O pessimismo para este ano com as vendas externas do agronegócio – setor que responde por cerca de 40% das exportações do País – foi desencadeado por vários episódios que envolveram a China nos últimos meses e um cenário de menor crescimento da economia global. O país asiático é o principal cliente das exportações brasileiras e, sobretudo, da soja. Isoladamente, o grão é o produto mais importante da pauta da exportação.

No ano passado, por exemplo, as vendas externas de soja em grão renderam ao Brasil US$ 26,338 bilhões, à frente do petróleo (US$ 23,733 bilhões) e do minério de ferro (US$22,187 bilhões). A China absorveu quase 30% de todas as exportações brasileiras em 2019 e cerca de 80% da soja nacional. “Estamos pendurados na China e na soja”, resume Silveira.

Acordo

Essa forte dependência da China pode afetar o Brasil, conforme o desenrolar da disputa comercial entre EUA e o país asiático. No mês passado, os dois países fecharam a primeira etapa de um acordo comercial no qual a China se comprometeu a comprar dos EUA, este ano, US$ 13,5 bilhões de produtos do agronegócio, além do valor adquirido em 2017.

“Se esse acordo for, de fato, implementado, o Brasil vai vender menos soja para a China este ano, porque ela terá de comprar o grão dos EUA, que concorrem diretamente com o Brasil na produção de soja”, diz Castro.

Outro fator que deve afetar a exportação do agronegócio em 2020, segundo economistas, é a epidemia do coronavírus. Desde que o surto da doença veio a público pelo governo chinês em meados de janeiro, os preços das commodities recuaram nas bolsas internacionais, sinalizando que o risco de desaceleração global da atividade, já esperado, poderá ser maior.

“Os impactos do vírus são negativos para os preços de commodities agrícolas e portanto, tendem a pressionar para baixo as receitas de exportação desses produtos no curto prazo”, afirma Felipe Novaes, economista da Tendências Consultoria Integrada. As cotações das commodities são muitos sensíveis a mudanças de rota da economia. E elas representam 65% das exportações brasileiras.

Outro foco de recuo das vendas externas do agronegócio neste ano pode vir das carnes. Para o analista de carnes da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglésias, o excelente desempenho das exportações de bovinos para a China em 2019 não deve se repetir neste ano. Entre carne bovina, suína e aves, as vendas somaram US$ 15,86 bilhões em 2019, recorde histórico. “É muito difícil repetir esse resultado em termos de valor.”

Pilar da balança comercial brasileira, as exportações do agronegócio podem cair em 2020 pelo segundo ano seguido. O menor ritmo de crescimento da economia global, especialmente da China, principal parceiro comercial do Brasil e epicentro da epidemia de coronavírus, e os efeitos da primeira fase do acordo comercial fechado entre o país asiático e os Estados Unidos podem tirar US$ 5,1 bilhões das vendas externas do campo este ano.

Coronavírus e acordo comercial EUA-China podem tirar até US$ 5,1 bilhões de vendas agrícolas neste ano Foto: Marcos Campos/MCPress /DIVULGACAO

O cálculo é da consultoria MacroSector, que projeta exportação do agronegócio de US$ 76 bilhões em 2020, a menor cifra em quatro anos. Nos cálculos, foi considerada a perspectiva de redução de volumes e de preços dos produtos. No ano passado, por causa da quebra na safra de soja e mesmo tendo batido recorde na venda de carne bovina, o agronegócio exportou US$ 4,2 bilhões a menos do que em 2018, segundo a consultoria.

“O que gera desconforto este ano não é a receita que deve ser perdida em si, mas o fato de a exportação do agronegócio sofrer quedas seguidas”, afirma o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria e responsável pela projeção. Se a sua previsão se confirmar, em dois anos (2019 e 2020) a venda externa do setor poderá recuar US$ 9,3 bilhões.

Também o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, espera que o agronegócio exporte menos este ano, por causa da conjuntura internacional incerta. Ele pondera, no entanto, que ainda é cedo para calcular o tamanho do prejuízo.

O pessimismo para este ano com as vendas externas do agronegócio – setor que responde por cerca de 40% das exportações do País – foi desencadeado por vários episódios que envolveram a China nos últimos meses e um cenário de menor crescimento da economia global. O país asiático é o principal cliente das exportações brasileiras e, sobretudo, da soja. Isoladamente, o grão é o produto mais importante da pauta da exportação.

No ano passado, por exemplo, as vendas externas de soja em grão renderam ao Brasil US$ 26,338 bilhões, à frente do petróleo (US$ 23,733 bilhões) e do minério de ferro (US$22,187 bilhões). A China absorveu quase 30% de todas as exportações brasileiras em 2019 e cerca de 80% da soja nacional. “Estamos pendurados na China e na soja”, resume Silveira.

Acordo

Essa forte dependência da China pode afetar o Brasil, conforme o desenrolar da disputa comercial entre EUA e o país asiático. No mês passado, os dois países fecharam a primeira etapa de um acordo comercial no qual a China se comprometeu a comprar dos EUA, este ano, US$ 13,5 bilhões de produtos do agronegócio, além do valor adquirido em 2017.

“Se esse acordo for, de fato, implementado, o Brasil vai vender menos soja para a China este ano, porque ela terá de comprar o grão dos EUA, que concorrem diretamente com o Brasil na produção de soja”, diz Castro.

Outro fator que deve afetar a exportação do agronegócio em 2020, segundo economistas, é a epidemia do coronavírus. Desde que o surto da doença veio a público pelo governo chinês em meados de janeiro, os preços das commodities recuaram nas bolsas internacionais, sinalizando que o risco de desaceleração global da atividade, já esperado, poderá ser maior.

“Os impactos do vírus são negativos para os preços de commodities agrícolas e portanto, tendem a pressionar para baixo as receitas de exportação desses produtos no curto prazo”, afirma Felipe Novaes, economista da Tendências Consultoria Integrada. As cotações das commodities são muitos sensíveis a mudanças de rota da economia. E elas representam 65% das exportações brasileiras.

Outro foco de recuo das vendas externas do agronegócio neste ano pode vir das carnes. Para o analista de carnes da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglésias, o excelente desempenho das exportações de bovinos para a China em 2019 não deve se repetir neste ano. Entre carne bovina, suína e aves, as vendas somaram US$ 15,86 bilhões em 2019, recorde histórico. “É muito difícil repetir esse resultado em termos de valor.”

Pilar da balança comercial brasileira, as exportações do agronegócio podem cair em 2020 pelo segundo ano seguido. O menor ritmo de crescimento da economia global, especialmente da China, principal parceiro comercial do Brasil e epicentro da epidemia de coronavírus, e os efeitos da primeira fase do acordo comercial fechado entre o país asiático e os Estados Unidos podem tirar US$ 5,1 bilhões das vendas externas do campo este ano.

Coronavírus e acordo comercial EUA-China podem tirar até US$ 5,1 bilhões de vendas agrícolas neste ano Foto: Marcos Campos/MCPress /DIVULGACAO

O cálculo é da consultoria MacroSector, que projeta exportação do agronegócio de US$ 76 bilhões em 2020, a menor cifra em quatro anos. Nos cálculos, foi considerada a perspectiva de redução de volumes e de preços dos produtos. No ano passado, por causa da quebra na safra de soja e mesmo tendo batido recorde na venda de carne bovina, o agronegócio exportou US$ 4,2 bilhões a menos do que em 2018, segundo a consultoria.

“O que gera desconforto este ano não é a receita que deve ser perdida em si, mas o fato de a exportação do agronegócio sofrer quedas seguidas”, afirma o economista Fabio Silveira, sócio da consultoria e responsável pela projeção. Se a sua previsão se confirmar, em dois anos (2019 e 2020) a venda externa do setor poderá recuar US$ 9,3 bilhões.

Também o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, espera que o agronegócio exporte menos este ano, por causa da conjuntura internacional incerta. Ele pondera, no entanto, que ainda é cedo para calcular o tamanho do prejuízo.

O pessimismo para este ano com as vendas externas do agronegócio – setor que responde por cerca de 40% das exportações do País – foi desencadeado por vários episódios que envolveram a China nos últimos meses e um cenário de menor crescimento da economia global. O país asiático é o principal cliente das exportações brasileiras e, sobretudo, da soja. Isoladamente, o grão é o produto mais importante da pauta da exportação.

No ano passado, por exemplo, as vendas externas de soja em grão renderam ao Brasil US$ 26,338 bilhões, à frente do petróleo (US$ 23,733 bilhões) e do minério de ferro (US$22,187 bilhões). A China absorveu quase 30% de todas as exportações brasileiras em 2019 e cerca de 80% da soja nacional. “Estamos pendurados na China e na soja”, resume Silveira.

Acordo

Essa forte dependência da China pode afetar o Brasil, conforme o desenrolar da disputa comercial entre EUA e o país asiático. No mês passado, os dois países fecharam a primeira etapa de um acordo comercial no qual a China se comprometeu a comprar dos EUA, este ano, US$ 13,5 bilhões de produtos do agronegócio, além do valor adquirido em 2017.

“Se esse acordo for, de fato, implementado, o Brasil vai vender menos soja para a China este ano, porque ela terá de comprar o grão dos EUA, que concorrem diretamente com o Brasil na produção de soja”, diz Castro.

Outro fator que deve afetar a exportação do agronegócio em 2020, segundo economistas, é a epidemia do coronavírus. Desde que o surto da doença veio a público pelo governo chinês em meados de janeiro, os preços das commodities recuaram nas bolsas internacionais, sinalizando que o risco de desaceleração global da atividade, já esperado, poderá ser maior.

“Os impactos do vírus são negativos para os preços de commodities agrícolas e portanto, tendem a pressionar para baixo as receitas de exportação desses produtos no curto prazo”, afirma Felipe Novaes, economista da Tendências Consultoria Integrada. As cotações das commodities são muitos sensíveis a mudanças de rota da economia. E elas representam 65% das exportações brasileiras.

Outro foco de recuo das vendas externas do agronegócio neste ano pode vir das carnes. Para o analista de carnes da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglésias, o excelente desempenho das exportações de bovinos para a China em 2019 não deve se repetir neste ano. Entre carne bovina, suína e aves, as vendas somaram US$ 15,86 bilhões em 2019, recorde histórico. “É muito difícil repetir esse resultado em termos de valor.”

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