Guerra comercial entre China e EUA deve afetar ações na Bovespa


Analistas acreditam que tensões comerciais podem aumentar aversão ao risco global

Por Karin Sato

As tarifas contra produtos chineses adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as medidas de retaliação da China entraram em vigor nesta sexta-feira. A coluna perguntou aos analistas quais são os efeitos da guerra comercial para a Bovespa. A expectativa é de que os desdobramentos da política americana levem a um aumento da aversão ao risco global, afetando as bolsas de valores de países emergentes no geral.

+ Mesmo sem atuação extra do BC, dólar cai 1,6% e fecha a R$ 3,87

Além disso, há uma chance de a economia chinesa acabar sendo prejudicada, o que afetaria o Brasil, já que o país asiático é um grande consumidor dos nossos insumos. 

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Expectativa é de que os desdobramentos da política americana levem a um aumento da aversão ao risco global Foto: Dario Oliveira|Estadão

Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, diz que o aumento desenfreado de tarifas pode elevar custos das exportações e diminuir o fluxo do comércio internacional. “Um grande receio do mercado é que a guerra comercial cause desaceleração do crescimento econômico global.”

Nos mercados, o analista da Guide prevê aumento da volatilidade, com a tensão comercial diminuindo o apetite por ativos de riscos. Quando isso acontece, geralmente o fluxo de recursos externos para a Bovespa diminui. Ele espera ainda pressão sobre as commodities, em especial no caso dos grãos, que são mais vulneráveis à aplicação de sobretaxas pelos países. 

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“Além disso, essa maior volatilidade global, relacionada à aversão ao risco, tende a impulsionar o dólar. Papéis de empresas consideradas mais arriscadas podem sofrer mais. O mesmo deve ocorrer com companhias que detêm custos e dívidas atrelados ao dólar”, explica Passos. 

Sandra Peres, analista da Coinvalores, também prevê aumento do temor quanto à economia global, o que afetaria os ativos de renda variável, sobretudo em mercados emergentes, como o Brasil. 

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, explica que, até o momento, a equipe de análise não identificou uma política dos EUA que tenha efeito direito sobre a economia brasileira ou alguma indústria no Brasil. 

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“Indiretamente, entretanto, a piora da tensão entre EUA e China pode ter impactos secundários para a economia doméstica. O risco principal é que a série de barreiras comerciais impostas entre os países leve a uma desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil, acarretando um menor consumo de commodities”, afirma Peretti. 

Considerando hipoteticamente que os americanos apliquem tarifas adicionais de 25% sobre as importações chinesas, com retaliação pela China na mesma proporção, o time estima impacto de 1% no crescimento da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em um horizonte de quatro trimestres. Isso reduziria a estimativa de expansão da casa para algo próximo a 2% em 2019.

Companhias com exposição direta ao preço de commodities ou à economia chinesa sofrerão mais, em um primeiro momento.

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Vitor Suzaki, da Lerosa, diz que a política do Trump pode levar a uma redução dos investimentos na renda variável no curto prazo, diante da provável maior procura por ativos mais seguros, como títulos americanos ou dólar. “Outra questão fica com o dólar fortalecido, afetando preços de commodities e com potencial de elevar a inflação nos EUA, gerando uma aceleração do processo de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).”

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As tarifas contra produtos chineses adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as medidas de retaliação da China entraram em vigor nesta sexta-feira. A coluna perguntou aos analistas quais são os efeitos da guerra comercial para a Bovespa. A expectativa é de que os desdobramentos da política americana levem a um aumento da aversão ao risco global, afetando as bolsas de valores de países emergentes no geral.

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Além disso, há uma chance de a economia chinesa acabar sendo prejudicada, o que afetaria o Brasil, já que o país asiático é um grande consumidor dos nossos insumos. 

Expectativa é de que os desdobramentos da política americana levem a um aumento da aversão ao risco global Foto: Dario Oliveira|Estadão

Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, diz que o aumento desenfreado de tarifas pode elevar custos das exportações e diminuir o fluxo do comércio internacional. “Um grande receio do mercado é que a guerra comercial cause desaceleração do crescimento econômico global.”

Nos mercados, o analista da Guide prevê aumento da volatilidade, com a tensão comercial diminuindo o apetite por ativos de riscos. Quando isso acontece, geralmente o fluxo de recursos externos para a Bovespa diminui. Ele espera ainda pressão sobre as commodities, em especial no caso dos grãos, que são mais vulneráveis à aplicação de sobretaxas pelos países. 

“Além disso, essa maior volatilidade global, relacionada à aversão ao risco, tende a impulsionar o dólar. Papéis de empresas consideradas mais arriscadas podem sofrer mais. O mesmo deve ocorrer com companhias que detêm custos e dívidas atrelados ao dólar”, explica Passos. 

Sandra Peres, analista da Coinvalores, também prevê aumento do temor quanto à economia global, o que afetaria os ativos de renda variável, sobretudo em mercados emergentes, como o Brasil. 

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, explica que, até o momento, a equipe de análise não identificou uma política dos EUA que tenha efeito direito sobre a economia brasileira ou alguma indústria no Brasil. 

“Indiretamente, entretanto, a piora da tensão entre EUA e China pode ter impactos secundários para a economia doméstica. O risco principal é que a série de barreiras comerciais impostas entre os países leve a uma desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil, acarretando um menor consumo de commodities”, afirma Peretti. 

Considerando hipoteticamente que os americanos apliquem tarifas adicionais de 25% sobre as importações chinesas, com retaliação pela China na mesma proporção, o time estima impacto de 1% no crescimento da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em um horizonte de quatro trimestres. Isso reduziria a estimativa de expansão da casa para algo próximo a 2% em 2019.

Companhias com exposição direta ao preço de commodities ou à economia chinesa sofrerão mais, em um primeiro momento.

Vitor Suzaki, da Lerosa, diz que a política do Trump pode levar a uma redução dos investimentos na renda variável no curto prazo, diante da provável maior procura por ativos mais seguros, como títulos americanos ou dólar. “Outra questão fica com o dólar fortalecido, afetando preços de commodities e com potencial de elevar a inflação nos EUA, gerando uma aceleração do processo de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).”

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+ Mesmo sem atuação extra do BC, dólar cai 1,6% e fecha a R$ 3,87

Além disso, há uma chance de a economia chinesa acabar sendo prejudicada, o que afetaria o Brasil, já que o país asiático é um grande consumidor dos nossos insumos. 

Expectativa é de que os desdobramentos da política americana levem a um aumento da aversão ao risco global Foto: Dario Oliveira|Estadão

Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, diz que o aumento desenfreado de tarifas pode elevar custos das exportações e diminuir o fluxo do comércio internacional. “Um grande receio do mercado é que a guerra comercial cause desaceleração do crescimento econômico global.”

Nos mercados, o analista da Guide prevê aumento da volatilidade, com a tensão comercial diminuindo o apetite por ativos de riscos. Quando isso acontece, geralmente o fluxo de recursos externos para a Bovespa diminui. Ele espera ainda pressão sobre as commodities, em especial no caso dos grãos, que são mais vulneráveis à aplicação de sobretaxas pelos países. 

“Além disso, essa maior volatilidade global, relacionada à aversão ao risco, tende a impulsionar o dólar. Papéis de empresas consideradas mais arriscadas podem sofrer mais. O mesmo deve ocorrer com companhias que detêm custos e dívidas atrelados ao dólar”, explica Passos. 

Sandra Peres, analista da Coinvalores, também prevê aumento do temor quanto à economia global, o que afetaria os ativos de renda variável, sobretudo em mercados emergentes, como o Brasil. 

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, explica que, até o momento, a equipe de análise não identificou uma política dos EUA que tenha efeito direito sobre a economia brasileira ou alguma indústria no Brasil. 

“Indiretamente, entretanto, a piora da tensão entre EUA e China pode ter impactos secundários para a economia doméstica. O risco principal é que a série de barreiras comerciais impostas entre os países leve a uma desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil, acarretando um menor consumo de commodities”, afirma Peretti. 

Considerando hipoteticamente que os americanos apliquem tarifas adicionais de 25% sobre as importações chinesas, com retaliação pela China na mesma proporção, o time estima impacto de 1% no crescimento da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em um horizonte de quatro trimestres. Isso reduziria a estimativa de expansão da casa para algo próximo a 2% em 2019.

Companhias com exposição direta ao preço de commodities ou à economia chinesa sofrerão mais, em um primeiro momento.

Vitor Suzaki, da Lerosa, diz que a política do Trump pode levar a uma redução dos investimentos na renda variável no curto prazo, diante da provável maior procura por ativos mais seguros, como títulos americanos ou dólar. “Outra questão fica com o dólar fortalecido, afetando preços de commodities e com potencial de elevar a inflação nos EUA, gerando uma aceleração do processo de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).”

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+ Mesmo sem atuação extra do BC, dólar cai 1,6% e fecha a R$ 3,87

Além disso, há uma chance de a economia chinesa acabar sendo prejudicada, o que afetaria o Brasil, já que o país asiático é um grande consumidor dos nossos insumos. 

Expectativa é de que os desdobramentos da política americana levem a um aumento da aversão ao risco global Foto: Dario Oliveira|Estadão

Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, diz que o aumento desenfreado de tarifas pode elevar custos das exportações e diminuir o fluxo do comércio internacional. “Um grande receio do mercado é que a guerra comercial cause desaceleração do crescimento econômico global.”

Nos mercados, o analista da Guide prevê aumento da volatilidade, com a tensão comercial diminuindo o apetite por ativos de riscos. Quando isso acontece, geralmente o fluxo de recursos externos para a Bovespa diminui. Ele espera ainda pressão sobre as commodities, em especial no caso dos grãos, que são mais vulneráveis à aplicação de sobretaxas pelos países. 

“Além disso, essa maior volatilidade global, relacionada à aversão ao risco, tende a impulsionar o dólar. Papéis de empresas consideradas mais arriscadas podem sofrer mais. O mesmo deve ocorrer com companhias que detêm custos e dívidas atrelados ao dólar”, explica Passos. 

Sandra Peres, analista da Coinvalores, também prevê aumento do temor quanto à economia global, o que afetaria os ativos de renda variável, sobretudo em mercados emergentes, como o Brasil. 

Ricardo Peretti, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, explica que, até o momento, a equipe de análise não identificou uma política dos EUA que tenha efeito direito sobre a economia brasileira ou alguma indústria no Brasil. 

“Indiretamente, entretanto, a piora da tensão entre EUA e China pode ter impactos secundários para a economia doméstica. O risco principal é que a série de barreiras comerciais impostas entre os países leve a uma desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil, acarretando um menor consumo de commodities”, afirma Peretti. 

Considerando hipoteticamente que os americanos apliquem tarifas adicionais de 25% sobre as importações chinesas, com retaliação pela China na mesma proporção, o time estima impacto de 1% no crescimento da atividade econômica medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em um horizonte de quatro trimestres. Isso reduziria a estimativa de expansão da casa para algo próximo a 2% em 2019.

Companhias com exposição direta ao preço de commodities ou à economia chinesa sofrerão mais, em um primeiro momento.

Vitor Suzaki, da Lerosa, diz que a política do Trump pode levar a uma redução dos investimentos na renda variável no curto prazo, diante da provável maior procura por ativos mais seguros, como títulos americanos ou dólar. “Outra questão fica com o dólar fortalecido, afetando preços de commodities e com potencial de elevar a inflação nos EUA, gerando uma aceleração do processo de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).”

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