Mudanças na tributação das aplicações financeiras se adequam à prática internacional


Proposta em estudo pela Receita visa não apenas aumentar a arrecadação, mas principalmente adequar e organizar a legislação ao padrão internacional

Por Adriana Fernandes

BRASÍLIA - As mudanças em estudo pela Receita Federal para harmonizar a tributação das aplicações financeiras visam não apenas aumentar a arrecadação, mas principalmente adequar e organizar a legislação ao padrão internacional, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast. O quadro de trajetória de queda da taxa de juros no País é considerado fundamental para a implementação das mudanças. O Brasil está em processo de ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e todos esses pontos estão em análise pelos observadores da entidade internacional. A avaliação no governo é de que não há mais lógica em garantir a isenção beneficiando um produto "A" ou "B" num mercado onde a concorrência é muito grande, como o brasileiro. A harmonização da tributação de alguns dos principais instrumentos financeiros, que hoje têm isenção, por meio da fixação de uma única alíquota uniforme tem como objetivo interromper a situação que existe hoje no mercado doméstico na qual um produto é mais ou menos atrativo em decorrência da forma de cobrança dos tributos. O problema é maior num cenário de trajetória de queda de juros.

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação, fazendo com que o aplicador escolha o produto de acordo com as características do investimento que melhor sirva para ele. O entendimento é de que não pode o tributo ser o fator determinante na hora da decidir onde aplicar os recursos. Isso vale não só para as letras de crédito agrícola e imobiliário, as LCA e LCI (títulos de renda fixa), como também para os fundos de investimento imobiliários e outras aplicações. O assunto é polêmico devido aos diversos interesses econômicos envolvidos, mas a expectativa é de haja avanços nos próximos meses na construção de uma proposta consistente que possa ser encaminhada ao Congresso Nacional. A isenção para estrangeiros também está em análise. Cresce a percepção de que não é possível continuar com a mesma sistemática de incentivo fiscal num contexto em que o investidor estrangeiro acaba enviando o ganho de capital para fora do Brasil e lá é tributado. Ou seja, o investidor que teve lucro gerado no Brasil acaba pagando imposto para outros países, destacou uma fonte da equipe econômica. É o caso, por exemplo, dos fundos de ações de estrangeiros. Segundo essa fonte, o Brasil criou esse incentivo para os investidores virem para o Brasil, mas que acabou servindo para transferir o imposto para os "americanos". Uma referência à cobrança do Imposto de Renda pelos Estados Unidos. Muitos países não têm interesse em fazer acordo para troca de informações porque a tributação no Brasil é zero. Essas mudanças são consideradas inadiáveis.

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Conheça as propostas do governo para aumentar impostos

1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
2 | 7

Fim da isenção de IR para LCI e LCA (R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
3 | 7

Reiq (R$ 1 bilhão)

Foto: Monalisa Lins/Estadão
4 | 7

Pacote de aumento de impostos

Foto: André Dusek/Estadão
5 | 7

Criação de nova faixa do IRPF (R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 7

Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

BRASÍLIA - As mudanças em estudo pela Receita Federal para harmonizar a tributação das aplicações financeiras visam não apenas aumentar a arrecadação, mas principalmente adequar e organizar a legislação ao padrão internacional, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast. O quadro de trajetória de queda da taxa de juros no País é considerado fundamental para a implementação das mudanças. O Brasil está em processo de ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e todos esses pontos estão em análise pelos observadores da entidade internacional. A avaliação no governo é de que não há mais lógica em garantir a isenção beneficiando um produto "A" ou "B" num mercado onde a concorrência é muito grande, como o brasileiro. A harmonização da tributação de alguns dos principais instrumentos financeiros, que hoje têm isenção, por meio da fixação de uma única alíquota uniforme tem como objetivo interromper a situação que existe hoje no mercado doméstico na qual um produto é mais ou menos atrativo em decorrência da forma de cobrança dos tributos. O problema é maior num cenário de trajetória de queda de juros.

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação, fazendo com que o aplicador escolha o produto de acordo com as características do investimento que melhor sirva para ele. O entendimento é de que não pode o tributo ser o fator determinante na hora da decidir onde aplicar os recursos. Isso vale não só para as letras de crédito agrícola e imobiliário, as LCA e LCI (títulos de renda fixa), como também para os fundos de investimento imobiliários e outras aplicações. O assunto é polêmico devido aos diversos interesses econômicos envolvidos, mas a expectativa é de haja avanços nos próximos meses na construção de uma proposta consistente que possa ser encaminhada ao Congresso Nacional. A isenção para estrangeiros também está em análise. Cresce a percepção de que não é possível continuar com a mesma sistemática de incentivo fiscal num contexto em que o investidor estrangeiro acaba enviando o ganho de capital para fora do Brasil e lá é tributado. Ou seja, o investidor que teve lucro gerado no Brasil acaba pagando imposto para outros países, destacou uma fonte da equipe econômica. É o caso, por exemplo, dos fundos de ações de estrangeiros. Segundo essa fonte, o Brasil criou esse incentivo para os investidores virem para o Brasil, mas que acabou servindo para transferir o imposto para os "americanos". Uma referência à cobrança do Imposto de Renda pelos Estados Unidos. Muitos países não têm interesse em fazer acordo para troca de informações porque a tributação no Brasil é zero. Essas mudanças são consideradas inadiáveis.

Conheça as propostas do governo para aumentar impostos

1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
2 | 7

Fim da isenção de IR para LCI e LCA (R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
3 | 7

Reiq (R$ 1 bilhão)

Foto: Monalisa Lins/Estadão
4 | 7

Pacote de aumento de impostos

Foto: André Dusek/Estadão
5 | 7

Criação de nova faixa do IRPF (R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 7

Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

BRASÍLIA - As mudanças em estudo pela Receita Federal para harmonizar a tributação das aplicações financeiras visam não apenas aumentar a arrecadação, mas principalmente adequar e organizar a legislação ao padrão internacional, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast. O quadro de trajetória de queda da taxa de juros no País é considerado fundamental para a implementação das mudanças. O Brasil está em processo de ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e todos esses pontos estão em análise pelos observadores da entidade internacional. A avaliação no governo é de que não há mais lógica em garantir a isenção beneficiando um produto "A" ou "B" num mercado onde a concorrência é muito grande, como o brasileiro. A harmonização da tributação de alguns dos principais instrumentos financeiros, que hoje têm isenção, por meio da fixação de uma única alíquota uniforme tem como objetivo interromper a situação que existe hoje no mercado doméstico na qual um produto é mais ou menos atrativo em decorrência da forma de cobrança dos tributos. O problema é maior num cenário de trajetória de queda de juros.

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação, fazendo com que o aplicador escolha o produto de acordo com as características do investimento que melhor sirva para ele. O entendimento é de que não pode o tributo ser o fator determinante na hora da decidir onde aplicar os recursos. Isso vale não só para as letras de crédito agrícola e imobiliário, as LCA e LCI (títulos de renda fixa), como também para os fundos de investimento imobiliários e outras aplicações. O assunto é polêmico devido aos diversos interesses econômicos envolvidos, mas a expectativa é de haja avanços nos próximos meses na construção de uma proposta consistente que possa ser encaminhada ao Congresso Nacional. A isenção para estrangeiros também está em análise. Cresce a percepção de que não é possível continuar com a mesma sistemática de incentivo fiscal num contexto em que o investidor estrangeiro acaba enviando o ganho de capital para fora do Brasil e lá é tributado. Ou seja, o investidor que teve lucro gerado no Brasil acaba pagando imposto para outros países, destacou uma fonte da equipe econômica. É o caso, por exemplo, dos fundos de ações de estrangeiros. Segundo essa fonte, o Brasil criou esse incentivo para os investidores virem para o Brasil, mas que acabou servindo para transferir o imposto para os "americanos". Uma referência à cobrança do Imposto de Renda pelos Estados Unidos. Muitos países não têm interesse em fazer acordo para troca de informações porque a tributação no Brasil é zero. Essas mudanças são consideradas inadiáveis.

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1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
2 | 7

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Reiq (R$ 1 bilhão)

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4 | 7

Pacote de aumento de impostos

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6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 7

Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

BRASÍLIA - As mudanças em estudo pela Receita Federal para harmonizar a tributação das aplicações financeiras visam não apenas aumentar a arrecadação, mas principalmente adequar e organizar a legislação ao padrão internacional, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast. O quadro de trajetória de queda da taxa de juros no País é considerado fundamental para a implementação das mudanças. O Brasil está em processo de ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e todos esses pontos estão em análise pelos observadores da entidade internacional. A avaliação no governo é de que não há mais lógica em garantir a isenção beneficiando um produto "A" ou "B" num mercado onde a concorrência é muito grande, como o brasileiro. A harmonização da tributação de alguns dos principais instrumentos financeiros, que hoje têm isenção, por meio da fixação de uma única alíquota uniforme tem como objetivo interromper a situação que existe hoje no mercado doméstico na qual um produto é mais ou menos atrativo em decorrência da forma de cobrança dos tributos. O problema é maior num cenário de trajetória de queda de juros.

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A ideia é que todos os produtos tenham o mesmo patamar de tributação, fazendo com que o aplicador escolha o produto de acordo com as características do investimento que melhor sirva para ele. O entendimento é de que não pode o tributo ser o fator determinante na hora da decidir onde aplicar os recursos. Isso vale não só para as letras de crédito agrícola e imobiliário, as LCA e LCI (títulos de renda fixa), como também para os fundos de investimento imobiliários e outras aplicações. O assunto é polêmico devido aos diversos interesses econômicos envolvidos, mas a expectativa é de haja avanços nos próximos meses na construção de uma proposta consistente que possa ser encaminhada ao Congresso Nacional. A isenção para estrangeiros também está em análise. Cresce a percepção de que não é possível continuar com a mesma sistemática de incentivo fiscal num contexto em que o investidor estrangeiro acaba enviando o ganho de capital para fora do Brasil e lá é tributado. Ou seja, o investidor que teve lucro gerado no Brasil acaba pagando imposto para outros países, destacou uma fonte da equipe econômica. É o caso, por exemplo, dos fundos de ações de estrangeiros. Segundo essa fonte, o Brasil criou esse incentivo para os investidores virem para o Brasil, mas que acabou servindo para transferir o imposto para os "americanos". Uma referência à cobrança do Imposto de Renda pelos Estados Unidos. Muitos países não têm interesse em fazer acordo para troca de informações porque a tributação no Brasil é zero. Essas mudanças são consideradas inadiáveis.

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1 | 7

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2 | 7

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3 | 7

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4 | 7

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Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

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