Agregação de valor na cadeia do couro


A exportação de couro cru ou de wet blue, finalmente, acaba sendo um mecanismo de transferência de postos de trabalho e de divisas. Basta saber que o embarque de 14 milhões de couros wet blue cria 4.200 empregos no Brasil, mas abre outros 350.000 postos de trabalho em terceiros países, além

Por Agencia Estado

Há uma enorme distância entre o discurso adotado pelo governo, em relação à disposição para abrir novos postos de trabalho, e as políticas efetivamente empregadas. Há, é preciso reconhecer, entraves de difícil remoção que tornam ainda maior o desafio de gerar os empregos de que o País tanto necessita, a começar pela flexibilização da legislação trabalhista. O Brasil tem à mão, entretanto, oportunidades de geração de empregos e de agregação de valor, aqui e agora, em diferentes frentes. Tome-se, a título de exemplo, o caso da cadeia produtiva do couro. Dono do maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, o Brasil poderia traduzir suas imbatíveis vantagens competitivas em divisas e empregos. As exportações da cadeia produtiva do couro atingiram US$ 3,3 bilhões no ano passado, resultando num superávit de US$ 2,9 bilhões -, o equivalente a 12% do superávit brasileiro e criando mais de 500 mil postos de trabalho diretos. Embora esses resultados sejam alentadores, é preciso que se registre que nossas exportações, entretanto, poderiam movimentar mais de US$ 10 bilhões, caso o País adotasse as mesmas medidas empregadas por países exportadores de couro. Tais países tratam de incentivar a atividade produtiva, suas indústrias e empregos, retendo matéria-prima, o chamado wet blue, de diferentes formas. É oportuno registrar, a título de ilustração, exemplos da estratégia comercial de alguns de nossos principais concorrentes. A China não chega a taxar formalmente a matéria-prima, mas emprega mecanismos que inibem a exportação do couro semi-acabado. Outros países, como a Argentina e a Rússia, recorrem à adoção de barreiras tarifárias. O país vizinho taxa os embarques de matéria-prima em 25%, enquanto a Rússia onera as exportações em 20%. Finalmente, há países que simplesmente proíbem os embarques de wet blue. É o caso da Índia, dentre outros. Ao mesmo tempo em que estimulam a retenção da matéria-prima que será transformada em produtos de alto valor agregado, nossos concorrentes tratam de dificultar o ingresso de manufaturados. Assim, para ingressar no mercado europeu, os calçados e outros acabados de couro brasileiros são taxados com alíquotas que oscilam entre 6,5% e 12%. Enquanto os principais produtores e processadores de couro se empenham em ter acesso à matéria-prima barata e em apoiar a atividade industrial e a criação de empregos, o Brasil, ao contrário, trafega na contra-mão da modernidade. No início do ano, a cadeia produtiva do couro foi surpreendida com a decisão tomada pela Camex de rebaixar a taxa sobre as exportações do wet blue de 9% para 7%, este ano, reduzindo-a progressivamente, até eliminá-la, em 2006. Esta decisão é um duro golpe para o setor, porque incentiva a exportação do wet blue, favorecendo nossos concorrentes - que terão livre acesso à matéria-prima de qualidade com preço competitivo. Isso não é tudo: ao estimular as exportações da commodity, a desastrada medida concorre para reduzir sua oferta para as indústrias nacionais, que investiram pesadamente em capital, tecnologia e formação de mão-de-obra especializada. Por conta das desalentadoras perspectivas que se projetam para o setor, investimentos em novas unidades industriais, estimados em US$ 1 bilhão, estão sendo postergados ou mesmo suspensos. Empresas estrangeiras, decididas a investir em moeda forte no País, voltaram atrás e estão redirecionando os investimentos visualizados no Brasil para outros países, principalmente para a China. A exportação de couro cru ou de wet blue, finalmente, acaba sendo um mecanismo de transferência de postos de trabalho e de divisas. Basta saber que o embarque de 14 milhões de couros wet blue cria 4.200 empregos no Brasil, mas abre outros 350.000 postos de trabalho em terceiros países, além de promover a transferência de divisas da ordem de US$ 5 bilhões.S por Walter Lene* * Vice-presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que reúne associados de empresas privadas e sindicatos da indústria de couro de todo País.

Há uma enorme distância entre o discurso adotado pelo governo, em relação à disposição para abrir novos postos de trabalho, e as políticas efetivamente empregadas. Há, é preciso reconhecer, entraves de difícil remoção que tornam ainda maior o desafio de gerar os empregos de que o País tanto necessita, a começar pela flexibilização da legislação trabalhista. O Brasil tem à mão, entretanto, oportunidades de geração de empregos e de agregação de valor, aqui e agora, em diferentes frentes. Tome-se, a título de exemplo, o caso da cadeia produtiva do couro. Dono do maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, o Brasil poderia traduzir suas imbatíveis vantagens competitivas em divisas e empregos. As exportações da cadeia produtiva do couro atingiram US$ 3,3 bilhões no ano passado, resultando num superávit de US$ 2,9 bilhões -, o equivalente a 12% do superávit brasileiro e criando mais de 500 mil postos de trabalho diretos. Embora esses resultados sejam alentadores, é preciso que se registre que nossas exportações, entretanto, poderiam movimentar mais de US$ 10 bilhões, caso o País adotasse as mesmas medidas empregadas por países exportadores de couro. Tais países tratam de incentivar a atividade produtiva, suas indústrias e empregos, retendo matéria-prima, o chamado wet blue, de diferentes formas. É oportuno registrar, a título de ilustração, exemplos da estratégia comercial de alguns de nossos principais concorrentes. A China não chega a taxar formalmente a matéria-prima, mas emprega mecanismos que inibem a exportação do couro semi-acabado. Outros países, como a Argentina e a Rússia, recorrem à adoção de barreiras tarifárias. O país vizinho taxa os embarques de matéria-prima em 25%, enquanto a Rússia onera as exportações em 20%. Finalmente, há países que simplesmente proíbem os embarques de wet blue. É o caso da Índia, dentre outros. Ao mesmo tempo em que estimulam a retenção da matéria-prima que será transformada em produtos de alto valor agregado, nossos concorrentes tratam de dificultar o ingresso de manufaturados. Assim, para ingressar no mercado europeu, os calçados e outros acabados de couro brasileiros são taxados com alíquotas que oscilam entre 6,5% e 12%. Enquanto os principais produtores e processadores de couro se empenham em ter acesso à matéria-prima barata e em apoiar a atividade industrial e a criação de empregos, o Brasil, ao contrário, trafega na contra-mão da modernidade. No início do ano, a cadeia produtiva do couro foi surpreendida com a decisão tomada pela Camex de rebaixar a taxa sobre as exportações do wet blue de 9% para 7%, este ano, reduzindo-a progressivamente, até eliminá-la, em 2006. Esta decisão é um duro golpe para o setor, porque incentiva a exportação do wet blue, favorecendo nossos concorrentes - que terão livre acesso à matéria-prima de qualidade com preço competitivo. Isso não é tudo: ao estimular as exportações da commodity, a desastrada medida concorre para reduzir sua oferta para as indústrias nacionais, que investiram pesadamente em capital, tecnologia e formação de mão-de-obra especializada. Por conta das desalentadoras perspectivas que se projetam para o setor, investimentos em novas unidades industriais, estimados em US$ 1 bilhão, estão sendo postergados ou mesmo suspensos. Empresas estrangeiras, decididas a investir em moeda forte no País, voltaram atrás e estão redirecionando os investimentos visualizados no Brasil para outros países, principalmente para a China. A exportação de couro cru ou de wet blue, finalmente, acaba sendo um mecanismo de transferência de postos de trabalho e de divisas. Basta saber que o embarque de 14 milhões de couros wet blue cria 4.200 empregos no Brasil, mas abre outros 350.000 postos de trabalho em terceiros países, além de promover a transferência de divisas da ordem de US$ 5 bilhões.S por Walter Lene* * Vice-presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que reúne associados de empresas privadas e sindicatos da indústria de couro de todo País.

Há uma enorme distância entre o discurso adotado pelo governo, em relação à disposição para abrir novos postos de trabalho, e as políticas efetivamente empregadas. Há, é preciso reconhecer, entraves de difícil remoção que tornam ainda maior o desafio de gerar os empregos de que o País tanto necessita, a começar pela flexibilização da legislação trabalhista. O Brasil tem à mão, entretanto, oportunidades de geração de empregos e de agregação de valor, aqui e agora, em diferentes frentes. Tome-se, a título de exemplo, o caso da cadeia produtiva do couro. Dono do maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, o Brasil poderia traduzir suas imbatíveis vantagens competitivas em divisas e empregos. As exportações da cadeia produtiva do couro atingiram US$ 3,3 bilhões no ano passado, resultando num superávit de US$ 2,9 bilhões -, o equivalente a 12% do superávit brasileiro e criando mais de 500 mil postos de trabalho diretos. Embora esses resultados sejam alentadores, é preciso que se registre que nossas exportações, entretanto, poderiam movimentar mais de US$ 10 bilhões, caso o País adotasse as mesmas medidas empregadas por países exportadores de couro. Tais países tratam de incentivar a atividade produtiva, suas indústrias e empregos, retendo matéria-prima, o chamado wet blue, de diferentes formas. É oportuno registrar, a título de ilustração, exemplos da estratégia comercial de alguns de nossos principais concorrentes. A China não chega a taxar formalmente a matéria-prima, mas emprega mecanismos que inibem a exportação do couro semi-acabado. Outros países, como a Argentina e a Rússia, recorrem à adoção de barreiras tarifárias. O país vizinho taxa os embarques de matéria-prima em 25%, enquanto a Rússia onera as exportações em 20%. Finalmente, há países que simplesmente proíbem os embarques de wet blue. É o caso da Índia, dentre outros. Ao mesmo tempo em que estimulam a retenção da matéria-prima que será transformada em produtos de alto valor agregado, nossos concorrentes tratam de dificultar o ingresso de manufaturados. Assim, para ingressar no mercado europeu, os calçados e outros acabados de couro brasileiros são taxados com alíquotas que oscilam entre 6,5% e 12%. Enquanto os principais produtores e processadores de couro se empenham em ter acesso à matéria-prima barata e em apoiar a atividade industrial e a criação de empregos, o Brasil, ao contrário, trafega na contra-mão da modernidade. No início do ano, a cadeia produtiva do couro foi surpreendida com a decisão tomada pela Camex de rebaixar a taxa sobre as exportações do wet blue de 9% para 7%, este ano, reduzindo-a progressivamente, até eliminá-la, em 2006. Esta decisão é um duro golpe para o setor, porque incentiva a exportação do wet blue, favorecendo nossos concorrentes - que terão livre acesso à matéria-prima de qualidade com preço competitivo. Isso não é tudo: ao estimular as exportações da commodity, a desastrada medida concorre para reduzir sua oferta para as indústrias nacionais, que investiram pesadamente em capital, tecnologia e formação de mão-de-obra especializada. Por conta das desalentadoras perspectivas que se projetam para o setor, investimentos em novas unidades industriais, estimados em US$ 1 bilhão, estão sendo postergados ou mesmo suspensos. Empresas estrangeiras, decididas a investir em moeda forte no País, voltaram atrás e estão redirecionando os investimentos visualizados no Brasil para outros países, principalmente para a China. A exportação de couro cru ou de wet blue, finalmente, acaba sendo um mecanismo de transferência de postos de trabalho e de divisas. Basta saber que o embarque de 14 milhões de couros wet blue cria 4.200 empregos no Brasil, mas abre outros 350.000 postos de trabalho em terceiros países, além de promover a transferência de divisas da ordem de US$ 5 bilhões.S por Walter Lene* * Vice-presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que reúne associados de empresas privadas e sindicatos da indústria de couro de todo País.

Há uma enorme distância entre o discurso adotado pelo governo, em relação à disposição para abrir novos postos de trabalho, e as políticas efetivamente empregadas. Há, é preciso reconhecer, entraves de difícil remoção que tornam ainda maior o desafio de gerar os empregos de que o País tanto necessita, a começar pela flexibilização da legislação trabalhista. O Brasil tem à mão, entretanto, oportunidades de geração de empregos e de agregação de valor, aqui e agora, em diferentes frentes. Tome-se, a título de exemplo, o caso da cadeia produtiva do couro. Dono do maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, o Brasil poderia traduzir suas imbatíveis vantagens competitivas em divisas e empregos. As exportações da cadeia produtiva do couro atingiram US$ 3,3 bilhões no ano passado, resultando num superávit de US$ 2,9 bilhões -, o equivalente a 12% do superávit brasileiro e criando mais de 500 mil postos de trabalho diretos. Embora esses resultados sejam alentadores, é preciso que se registre que nossas exportações, entretanto, poderiam movimentar mais de US$ 10 bilhões, caso o País adotasse as mesmas medidas empregadas por países exportadores de couro. Tais países tratam de incentivar a atividade produtiva, suas indústrias e empregos, retendo matéria-prima, o chamado wet blue, de diferentes formas. É oportuno registrar, a título de ilustração, exemplos da estratégia comercial de alguns de nossos principais concorrentes. A China não chega a taxar formalmente a matéria-prima, mas emprega mecanismos que inibem a exportação do couro semi-acabado. Outros países, como a Argentina e a Rússia, recorrem à adoção de barreiras tarifárias. O país vizinho taxa os embarques de matéria-prima em 25%, enquanto a Rússia onera as exportações em 20%. Finalmente, há países que simplesmente proíbem os embarques de wet blue. É o caso da Índia, dentre outros. Ao mesmo tempo em que estimulam a retenção da matéria-prima que será transformada em produtos de alto valor agregado, nossos concorrentes tratam de dificultar o ingresso de manufaturados. Assim, para ingressar no mercado europeu, os calçados e outros acabados de couro brasileiros são taxados com alíquotas que oscilam entre 6,5% e 12%. Enquanto os principais produtores e processadores de couro se empenham em ter acesso à matéria-prima barata e em apoiar a atividade industrial e a criação de empregos, o Brasil, ao contrário, trafega na contra-mão da modernidade. No início do ano, a cadeia produtiva do couro foi surpreendida com a decisão tomada pela Camex de rebaixar a taxa sobre as exportações do wet blue de 9% para 7%, este ano, reduzindo-a progressivamente, até eliminá-la, em 2006. Esta decisão é um duro golpe para o setor, porque incentiva a exportação do wet blue, favorecendo nossos concorrentes - que terão livre acesso à matéria-prima de qualidade com preço competitivo. Isso não é tudo: ao estimular as exportações da commodity, a desastrada medida concorre para reduzir sua oferta para as indústrias nacionais, que investiram pesadamente em capital, tecnologia e formação de mão-de-obra especializada. Por conta das desalentadoras perspectivas que se projetam para o setor, investimentos em novas unidades industriais, estimados em US$ 1 bilhão, estão sendo postergados ou mesmo suspensos. Empresas estrangeiras, decididas a investir em moeda forte no País, voltaram atrás e estão redirecionando os investimentos visualizados no Brasil para outros países, principalmente para a China. A exportação de couro cru ou de wet blue, finalmente, acaba sendo um mecanismo de transferência de postos de trabalho e de divisas. Basta saber que o embarque de 14 milhões de couros wet blue cria 4.200 empregos no Brasil, mas abre outros 350.000 postos de trabalho em terceiros países, além de promover a transferência de divisas da ordem de US$ 5 bilhões.S por Walter Lene* * Vice-presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), que reúne associados de empresas privadas e sindicatos da indústria de couro de todo País.

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