RIO E SÃO PAULO - Seis meses após a tragédia de Brumadinho, a Vale divulgou na noite desta quarta-feira, 31, um prejuízo de R$ 384 milhões no segundo trimestre devido a provisões adicionais para as perdas com a tragédia do município mineiro.
As perdas de abril a junho reverteram um lucro de R$ 306 milhões no mesmo período de 2018. No primeiro trimestre, a mineradora também havia ficado no vermelho, com prejuízo de R$ 6,4 bilhões. A receita, entretanto, foi impulsionada pela alta no preços do minério.
Em seu balanço do segundo trimestre de 2019, a Vale fez provisões adicionais para as perdas relativas ao rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. O montante para o desastre, que deixou 248 mortos e 22 desaparecidos, foi de R$ 5,3 bilhões no trimestre. Ao todo já são R$ 23,2 bilhões entre provisões e despesas relativas à tragédia.
A auditoria que assina o demonstrativo financeiro da Vale, a PwC, destaca que os valores da provisão poderão ser revistos e ajustados de “forma significativa” no futuro.
Apesar do prejuízo, a receita líquida de vendas da Vale foi 15,3% maior na comparação anual. A mineradora faturou R$ 36 bilhões entre abril e junho, beneficiada pela alta dos preços globais do minério de ferro, impulsionados justamente pela redução da oferta global da commodity em decorrência do episódio em Minas Gerais. A Vale também teve maior volume de vendas.
Em 2019, o preço do minério de ferro acumula alta de 61,08%. Na véspera do rompimento da barragem, em 25 de janeiro, a commodity era cotada a US$ 71,46 por tonelada. Nesta quarta-feira, fechou negociada a US$ 117,15 a tonelada. No pregão seguinte ao desastre, a Vale perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado, que caiu a R$ 217 bilhões. Nesta quarta, o valor de mercado era de R$ 257 bilhões.
Investimentos
Os investimentos da Vale no segundo trimestre somaram US$ 730 milhões, alta de 3% em relação ao mesmo período de 2018. Do total, US$ 130 milhões foram destinados à execução de projetos e US$ 600 milhões a manutenções. A empresa diz que o investimento em barragens e pilhas de rejeitos foi ampliado no período, para US$ 71 milhões.