Empresas médias tentam pegar carona em casos de sucesso para emplacar IPO


Empresas médias de educação, tecnologia e saúde estão à caça de capital de investidores financeiros para acelerar planos de expansão, trilhando o caminho que levou à bolsa nomes como Kroton, Totvs e Odontoprev. Com faturamento anual médio de 100 milhões a 200 milhões de reais, elas têm em comum a perspectiva de alto crescimento nos próximos anos, mesmo com a debilitada confiança dos investidores na economia do país. Apenas uma companhia fez sua estreia na Bovespa em 2014, que caminha para ser o pior ano em aberturas de capital no país em pelo menos uma década. "Estamos prontos para a economia em baixa ou em alta", disse Marco Gregori, presidente e fundador da Eduinvest, uma das cinco empresas que se apresentaram nesta terça-feira a representantes de fundos de pensão e de gestoras de fundos de private equity, que fazem dinheiro comprando e vendendo participação em empresas emergentes de alto crescimento. Focada no ensino fundamental, a companhia fundada em 2012 tenta reproduzir o sucesso de grandes do ensino superior, como Anhanguera Educacional e Universidade Anhembi, das quais Gregori foi membro do conselho de administração. A meta é estrear na bolsa em 2017. O apelo para tentar convencer investidores é sedutor: "Se a economia piorar, podemos ter mais alunos das classes A e B. Se ficar melhor, vamos receber matrículas de famílias da classe C", diz Gregori. Outra na vitrine da Finep (Agência Brasileira da Inovação) e da BM&FBovespa, que promovem esses encontros anualmente, é a Damásio Educacional. Ainda focada na preparação de candidatos para concursos públicos, a empresa espraiou suas atividades para o ensino superior e pós-graduação. Tecnologia é outro alvo frequente dos potenciais investidores, à medida que cresce a demanda por soluções para aumento da produtividade, especialmente em setores da economia que estão passando por um processo mais rápido de consolidação. Neste grupo aparecem nomes como a MXT, de conectividade sem fio e gestão inteligente de residências e estabelecimentos comerciais, e a Datora, especializada em tecnologias que ligam sistemas com ou sem fio, parte do que se convencionou chamar de Internet das coisas. Em comum, essas empresas têm o fato de serem jovens, mais ligadas aos setores dinâmicos da economia e já preparadas desde o começo para em algum momento acessarem o mercado, disse o sócio da Grant Thornton Luciano Bordon, que vem acompanhando várias dessas companhias médias rumo ao mercado acionário. "Elas já têm um sistema de governança corporativa desenvolvido, o que facilita bastante a aproximação com investidores", disse. Uma exceção à regra neste sentido é a Plena Saúde. De origem familiar, a companhia tem mais de 20 anos de mercado. Mas a empresa tem um discurso semelhante ao das demais: foco num setor que acompanha o aumento do poder de compra das famílias, que migram para o serviço privado para fugir da baixa qualidade do serviço público.

Por Redação

(Por Aluísio Alves, edição de Marcela Ayres)

(Por Aluísio Alves, edição de Marcela Ayres)

(Por Aluísio Alves, edição de Marcela Ayres)

(Por Aluísio Alves, edição de Marcela Ayres)

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