O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, descartou que a queda no valor de mercado da companhia esteja ligada às especulações sobre a criação de uma nova estatal do petróleo que poderia enfraquecer a empresa. Segundo Gabrielli, a queda acompanha a desvalorização do petróleo, um movimento de curto prazo e que deve ser invertido. "Não, acredito que a queda do valor de mercado está associada ao preço do petróleo, como caiu a Shell e como caíram todas as empresas (petrolíferas) do mundo", disse ele a jornalistas durante evento do Programa Ambiental da companhia. Para o executivo, a queda do preço do petróleo não é definitiva, e ele prevê que o preço subirá assim como caiu. "Da mesma maneira que quando o preço chegou ao recorde a gente disse que era alta de curto prazo, da mesma maneira achamos que é também um movimento de queda de curto prazo", disse ele. "É previsível que estejamos em uma tendência de queda, mas não é definitiva, vai voltar a crescer". PRÉ-SAL Ele se recusou a comentar sobre a possível criação de uma empresa para gerir os recursos do pré-sal afirmando que "nada está decidido" e que só vai discutir o assunto no âmbito da comissão interministerial criada pela presidência. Perguntado se a Petrobras teria condições de explorar sozinha as áreas do pré-sal, como já foi especulado por alguns defensores da nacionalização da commodity, Gabrielli lembrou que são necessários muitos recursos para desenvolver o pré-sal "até porque é uma província extremamente grande e o que conhecemos hoje é limitado". A faixa do pré-sal se estende por 800 quilômetros do Espírito Santos a Santa Catarina e até o momento apenas 25 por cento foi explorada. Na bacia de Santos a Petrobras perfurou sete blocos e apenas no de Tupi avançou até estimativas de reservas, que podem conter de 5 a 8 bilhões de barris de óleo equivalente, quase a metade da reserva atual da empresa. "Tupi, com o conhecimento que nós temos, dá para desenvolver, mas o problema são as áreas que não conhecemos, e que devem ser tratadas de forma diferente." Segundo Gabrielli, para as áreas não-conhecidas é necessário "um novo marco regulatório, uma nova situação e novos investidores". Os recursos para o desenvolvimento no campo de Tupi e dos outros blocos que a Petrobras possui com parceiros na bacia de Santos estarão incluídos no plano de negócios 2009-2013 que está sendo elaborado pela Petrobras e deve ser divulgado em setembro. Gabrielli não quis antecipar em quanto deverá aumentar o atual plano de 112,7 bilhões de dólares até 2012. "Temos 2.500 projetos em análise, não dá para saber ainda", explicou. (Reportagem de Denise Luna)
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