Governo paulista aposta em sucesso do leilão da Cesp


Por RENATA DE FREITAS E ANDREI KHALI

O governo paulista mantém a confiança no sucesso do leilão de venda do controle da maior geradora paulista, a Cesp, apesar do cenário ainda indefinido quanto à renovação de concessões das hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira e a consequente pressão dos investidores por uma revisão do preço mínimo de 6,6 bilhões de reais. O governador em exercício Alberto Goldman, que é vice-governador e preside o Programa Estadual de Desestatização (PED), afirmou que acredita na participação de "um ou dois consórcios" no leilão de quarta-feira, dia 26 --que está mantido, segundo ele. "Estamos empenhados para que o leilão seja um sucesso", declarou à Reuters na quarta-feira ao deixar um evento sobre qualificação profissional no Estado de São Paulo. Ele descartou que o governo paulista já esteja estudando uma alternativa para a eventualidade de um leilão esvaziado, acrescentando que a possibilidade de uma oferta de ações que excedam o controle da Cesp não foi discutida no PED. "Esse tema jamais chegou até mim", afirmou. O passo seguinte a um eventual fracasso no leilão será a convocação de nova reunião do PED, no prazo aproximado de uma semana. Mas não é com isso que conta o governo, que já tem investimentos em infra-estrutura de transportes planejados com os recursos da venda da Cesp. Apesar da posição cautelosa dos interessados na Cesp sobre participar do leilão diante do que é chamada de "pendência de impacto fundamental", Goldman justificou que o modelo de venda da estatal garante um fluxo de caixa futuro que garantirá a rentabilidade do investimento. "Tem essa pendência da renovação, mas o que se tem agora é isso", disse o vice-governador, que evitou prometer uma solução imediata para as concessões que expiram em 2015. "É preciso considerar que a posição estratégica que a Cesp garante é difícil de precificar", argumentou. A estatal paulista é a maior geradora do Estado e a terceira do país, com potência instalada de 7.455 MW (megawatts), com seis hidrelétricas --as de Jupiá e Ilha Solteira respondem por 5.000 MW. Como as concessões já foram renovadas uma vez, nova renovação depende de regulamentação do governo federal, e pode vir a título oneroso. Essa indefinição teria jogado água fria nas negociações dos últimos dias envolvendo os cinco pré-identificados para participar do leilão --CPFL Energia ; Neoenergia, que tem a espanhola Iberdrola como sócia ; Energias do Brasil, ligada à portuguesa EDP ; Tractebel Energia, que faz parte da francesa Suez Energy International ; e a Alcoa Alumínio. PREÇO 'ARROJADO' "Não me parece que esteja acontecendo negociação muito intensa porque tem pendência com impacto fundamental", afirmou à Reuters esta semana um executivo ligado a um dos grupos pré-qualificados. "O governo, quando estabeleceu o preço mínimo, foi bastante arrojado, considerando um cenário onde tudo tem que estar certo", disse a fonte. Esse executivo listou três pendências que estariam jogando contra a decisão de participar do leilão: além da renovação das concessões, a projeção do preço da energia a partir de 2012 e contingências de 750 milhões de reais. "São variáveis que, antes de pensar no consórcio, têm que estar resolvidas. A mais relevante diz respeito à renovação das concessões. Se não houver clareza, vai ficar muito difícil haver solução de consórcio", disse essa fonte. Onde o setor privado vê uma "premissa agressiva" de preço para a energia futura de 120 a 125 reais por MWh, o governo paulista vê conservadorismo. Para o grupo interessado na Cesp, uma premissa conservadora seriam 110 reais por MWh para a energia pós-2012. O secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, buscou derrubar os argumentos contrários ao sucesso do leilão. "A decisão da renovação das concessões vai ser tomada favoravelmente para todo o setor, não apenas para a Cesp", declarou. Ele observou que concessões de geradoras que somam 21.000 MW vencerão em 2015. "Ninguém imagina que o governo federal vá retomar as concessões e fazer novas licitações. Seria levar o sistema de energia a um caos, e todos os postes de São Paulo sabem disso", ironizou, acrescentando que a renovação não deve ser onerosa. Mauro Ricardo acredita que, entre os cinco pré-identificados, possa surgir até um comprador isolado da Cesp, embora o negócio seja estimado em 22,3 bilhões de reais --6,6 bilhões de reais pelo controle do governo, 9,7 bilhões de reais para os minoritários e outros 6 bilhões de reais em dívidas. Um dos interessados na Cesp, a CPFL Energia, informou que fará o depósito de garantias na terça-feira, véspera do leilão, mas uma fonte próxima à empresa confirmou que as pendências podem afastar o grupo da transação. Para o analista-chefe da corretora Prosper, André Segadilha, pode haver até um ágio de 10 a 15 por cento sobre o preço mínimo de 49,75 reais a ação. "Acho que o leilão vai acontecer e que haverá alguma competição interessante", afirmou. Outro analista, que preferiu não ser identificado, acredita que um consórcio formado por Tractebel Energia, Neoenergia e CPFL Energia fará uma oferta e pode levar a Cesp pelo preço mínimo. Um terceiro analista observou que o preço pela estatal é justo e que a Energias do Brasil e a Alcoa podem se juntar ao consórcio único. O governo paulista informou também que já montou um esquema para cassar as liminares contra o leilão que possam resultar de ações judiciais em várias instâncias. "Temos um plano para uma guerra de guerrilha", declarou Goldman.

O governo paulista mantém a confiança no sucesso do leilão de venda do controle da maior geradora paulista, a Cesp, apesar do cenário ainda indefinido quanto à renovação de concessões das hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira e a consequente pressão dos investidores por uma revisão do preço mínimo de 6,6 bilhões de reais. O governador em exercício Alberto Goldman, que é vice-governador e preside o Programa Estadual de Desestatização (PED), afirmou que acredita na participação de "um ou dois consórcios" no leilão de quarta-feira, dia 26 --que está mantido, segundo ele. "Estamos empenhados para que o leilão seja um sucesso", declarou à Reuters na quarta-feira ao deixar um evento sobre qualificação profissional no Estado de São Paulo. Ele descartou que o governo paulista já esteja estudando uma alternativa para a eventualidade de um leilão esvaziado, acrescentando que a possibilidade de uma oferta de ações que excedam o controle da Cesp não foi discutida no PED. "Esse tema jamais chegou até mim", afirmou. O passo seguinte a um eventual fracasso no leilão será a convocação de nova reunião do PED, no prazo aproximado de uma semana. Mas não é com isso que conta o governo, que já tem investimentos em infra-estrutura de transportes planejados com os recursos da venda da Cesp. Apesar da posição cautelosa dos interessados na Cesp sobre participar do leilão diante do que é chamada de "pendência de impacto fundamental", Goldman justificou que o modelo de venda da estatal garante um fluxo de caixa futuro que garantirá a rentabilidade do investimento. "Tem essa pendência da renovação, mas o que se tem agora é isso", disse o vice-governador, que evitou prometer uma solução imediata para as concessões que expiram em 2015. "É preciso considerar que a posição estratégica que a Cesp garante é difícil de precificar", argumentou. A estatal paulista é a maior geradora do Estado e a terceira do país, com potência instalada de 7.455 MW (megawatts), com seis hidrelétricas --as de Jupiá e Ilha Solteira respondem por 5.000 MW. Como as concessões já foram renovadas uma vez, nova renovação depende de regulamentação do governo federal, e pode vir a título oneroso. Essa indefinição teria jogado água fria nas negociações dos últimos dias envolvendo os cinco pré-identificados para participar do leilão --CPFL Energia ; Neoenergia, que tem a espanhola Iberdrola como sócia ; Energias do Brasil, ligada à portuguesa EDP ; Tractebel Energia, que faz parte da francesa Suez Energy International ; e a Alcoa Alumínio. PREÇO 'ARROJADO' "Não me parece que esteja acontecendo negociação muito intensa porque tem pendência com impacto fundamental", afirmou à Reuters esta semana um executivo ligado a um dos grupos pré-qualificados. "O governo, quando estabeleceu o preço mínimo, foi bastante arrojado, considerando um cenário onde tudo tem que estar certo", disse a fonte. Esse executivo listou três pendências que estariam jogando contra a decisão de participar do leilão: além da renovação das concessões, a projeção do preço da energia a partir de 2012 e contingências de 750 milhões de reais. "São variáveis que, antes de pensar no consórcio, têm que estar resolvidas. A mais relevante diz respeito à renovação das concessões. Se não houver clareza, vai ficar muito difícil haver solução de consórcio", disse essa fonte. Onde o setor privado vê uma "premissa agressiva" de preço para a energia futura de 120 a 125 reais por MWh, o governo paulista vê conservadorismo. Para o grupo interessado na Cesp, uma premissa conservadora seriam 110 reais por MWh para a energia pós-2012. O secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, buscou derrubar os argumentos contrários ao sucesso do leilão. "A decisão da renovação das concessões vai ser tomada favoravelmente para todo o setor, não apenas para a Cesp", declarou. Ele observou que concessões de geradoras que somam 21.000 MW vencerão em 2015. "Ninguém imagina que o governo federal vá retomar as concessões e fazer novas licitações. Seria levar o sistema de energia a um caos, e todos os postes de São Paulo sabem disso", ironizou, acrescentando que a renovação não deve ser onerosa. Mauro Ricardo acredita que, entre os cinco pré-identificados, possa surgir até um comprador isolado da Cesp, embora o negócio seja estimado em 22,3 bilhões de reais --6,6 bilhões de reais pelo controle do governo, 9,7 bilhões de reais para os minoritários e outros 6 bilhões de reais em dívidas. Um dos interessados na Cesp, a CPFL Energia, informou que fará o depósito de garantias na terça-feira, véspera do leilão, mas uma fonte próxima à empresa confirmou que as pendências podem afastar o grupo da transação. Para o analista-chefe da corretora Prosper, André Segadilha, pode haver até um ágio de 10 a 15 por cento sobre o preço mínimo de 49,75 reais a ação. "Acho que o leilão vai acontecer e que haverá alguma competição interessante", afirmou. Outro analista, que preferiu não ser identificado, acredita que um consórcio formado por Tractebel Energia, Neoenergia e CPFL Energia fará uma oferta e pode levar a Cesp pelo preço mínimo. Um terceiro analista observou que o preço pela estatal é justo e que a Energias do Brasil e a Alcoa podem se juntar ao consórcio único. O governo paulista informou também que já montou um esquema para cassar as liminares contra o leilão que possam resultar de ações judiciais em várias instâncias. "Temos um plano para uma guerra de guerrilha", declarou Goldman.

O governo paulista mantém a confiança no sucesso do leilão de venda do controle da maior geradora paulista, a Cesp, apesar do cenário ainda indefinido quanto à renovação de concessões das hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira e a consequente pressão dos investidores por uma revisão do preço mínimo de 6,6 bilhões de reais. O governador em exercício Alberto Goldman, que é vice-governador e preside o Programa Estadual de Desestatização (PED), afirmou que acredita na participação de "um ou dois consórcios" no leilão de quarta-feira, dia 26 --que está mantido, segundo ele. "Estamos empenhados para que o leilão seja um sucesso", declarou à Reuters na quarta-feira ao deixar um evento sobre qualificação profissional no Estado de São Paulo. Ele descartou que o governo paulista já esteja estudando uma alternativa para a eventualidade de um leilão esvaziado, acrescentando que a possibilidade de uma oferta de ações que excedam o controle da Cesp não foi discutida no PED. "Esse tema jamais chegou até mim", afirmou. O passo seguinte a um eventual fracasso no leilão será a convocação de nova reunião do PED, no prazo aproximado de uma semana. Mas não é com isso que conta o governo, que já tem investimentos em infra-estrutura de transportes planejados com os recursos da venda da Cesp. Apesar da posição cautelosa dos interessados na Cesp sobre participar do leilão diante do que é chamada de "pendência de impacto fundamental", Goldman justificou que o modelo de venda da estatal garante um fluxo de caixa futuro que garantirá a rentabilidade do investimento. "Tem essa pendência da renovação, mas o que se tem agora é isso", disse o vice-governador, que evitou prometer uma solução imediata para as concessões que expiram em 2015. "É preciso considerar que a posição estratégica que a Cesp garante é difícil de precificar", argumentou. A estatal paulista é a maior geradora do Estado e a terceira do país, com potência instalada de 7.455 MW (megawatts), com seis hidrelétricas --as de Jupiá e Ilha Solteira respondem por 5.000 MW. Como as concessões já foram renovadas uma vez, nova renovação depende de regulamentação do governo federal, e pode vir a título oneroso. Essa indefinição teria jogado água fria nas negociações dos últimos dias envolvendo os cinco pré-identificados para participar do leilão --CPFL Energia ; Neoenergia, que tem a espanhola Iberdrola como sócia ; Energias do Brasil, ligada à portuguesa EDP ; Tractebel Energia, que faz parte da francesa Suez Energy International ; e a Alcoa Alumínio. PREÇO 'ARROJADO' "Não me parece que esteja acontecendo negociação muito intensa porque tem pendência com impacto fundamental", afirmou à Reuters esta semana um executivo ligado a um dos grupos pré-qualificados. "O governo, quando estabeleceu o preço mínimo, foi bastante arrojado, considerando um cenário onde tudo tem que estar certo", disse a fonte. Esse executivo listou três pendências que estariam jogando contra a decisão de participar do leilão: além da renovação das concessões, a projeção do preço da energia a partir de 2012 e contingências de 750 milhões de reais. "São variáveis que, antes de pensar no consórcio, têm que estar resolvidas. A mais relevante diz respeito à renovação das concessões. Se não houver clareza, vai ficar muito difícil haver solução de consórcio", disse essa fonte. Onde o setor privado vê uma "premissa agressiva" de preço para a energia futura de 120 a 125 reais por MWh, o governo paulista vê conservadorismo. Para o grupo interessado na Cesp, uma premissa conservadora seriam 110 reais por MWh para a energia pós-2012. O secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, buscou derrubar os argumentos contrários ao sucesso do leilão. "A decisão da renovação das concessões vai ser tomada favoravelmente para todo o setor, não apenas para a Cesp", declarou. Ele observou que concessões de geradoras que somam 21.000 MW vencerão em 2015. "Ninguém imagina que o governo federal vá retomar as concessões e fazer novas licitações. Seria levar o sistema de energia a um caos, e todos os postes de São Paulo sabem disso", ironizou, acrescentando que a renovação não deve ser onerosa. Mauro Ricardo acredita que, entre os cinco pré-identificados, possa surgir até um comprador isolado da Cesp, embora o negócio seja estimado em 22,3 bilhões de reais --6,6 bilhões de reais pelo controle do governo, 9,7 bilhões de reais para os minoritários e outros 6 bilhões de reais em dívidas. Um dos interessados na Cesp, a CPFL Energia, informou que fará o depósito de garantias na terça-feira, véspera do leilão, mas uma fonte próxima à empresa confirmou que as pendências podem afastar o grupo da transação. Para o analista-chefe da corretora Prosper, André Segadilha, pode haver até um ágio de 10 a 15 por cento sobre o preço mínimo de 49,75 reais a ação. "Acho que o leilão vai acontecer e que haverá alguma competição interessante", afirmou. Outro analista, que preferiu não ser identificado, acredita que um consórcio formado por Tractebel Energia, Neoenergia e CPFL Energia fará uma oferta e pode levar a Cesp pelo preço mínimo. Um terceiro analista observou que o preço pela estatal é justo e que a Energias do Brasil e a Alcoa podem se juntar ao consórcio único. O governo paulista informou também que já montou um esquema para cassar as liminares contra o leilão que possam resultar de ações judiciais em várias instâncias. "Temos um plano para uma guerra de guerrilha", declarou Goldman.

O governo paulista mantém a confiança no sucesso do leilão de venda do controle da maior geradora paulista, a Cesp, apesar do cenário ainda indefinido quanto à renovação de concessões das hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira e a consequente pressão dos investidores por uma revisão do preço mínimo de 6,6 bilhões de reais. O governador em exercício Alberto Goldman, que é vice-governador e preside o Programa Estadual de Desestatização (PED), afirmou que acredita na participação de "um ou dois consórcios" no leilão de quarta-feira, dia 26 --que está mantido, segundo ele. "Estamos empenhados para que o leilão seja um sucesso", declarou à Reuters na quarta-feira ao deixar um evento sobre qualificação profissional no Estado de São Paulo. Ele descartou que o governo paulista já esteja estudando uma alternativa para a eventualidade de um leilão esvaziado, acrescentando que a possibilidade de uma oferta de ações que excedam o controle da Cesp não foi discutida no PED. "Esse tema jamais chegou até mim", afirmou. O passo seguinte a um eventual fracasso no leilão será a convocação de nova reunião do PED, no prazo aproximado de uma semana. Mas não é com isso que conta o governo, que já tem investimentos em infra-estrutura de transportes planejados com os recursos da venda da Cesp. Apesar da posição cautelosa dos interessados na Cesp sobre participar do leilão diante do que é chamada de "pendência de impacto fundamental", Goldman justificou que o modelo de venda da estatal garante um fluxo de caixa futuro que garantirá a rentabilidade do investimento. "Tem essa pendência da renovação, mas o que se tem agora é isso", disse o vice-governador, que evitou prometer uma solução imediata para as concessões que expiram em 2015. "É preciso considerar que a posição estratégica que a Cesp garante é difícil de precificar", argumentou. A estatal paulista é a maior geradora do Estado e a terceira do país, com potência instalada de 7.455 MW (megawatts), com seis hidrelétricas --as de Jupiá e Ilha Solteira respondem por 5.000 MW. Como as concessões já foram renovadas uma vez, nova renovação depende de regulamentação do governo federal, e pode vir a título oneroso. Essa indefinição teria jogado água fria nas negociações dos últimos dias envolvendo os cinco pré-identificados para participar do leilão --CPFL Energia ; Neoenergia, que tem a espanhola Iberdrola como sócia ; Energias do Brasil, ligada à portuguesa EDP ; Tractebel Energia, que faz parte da francesa Suez Energy International ; e a Alcoa Alumínio. PREÇO 'ARROJADO' "Não me parece que esteja acontecendo negociação muito intensa porque tem pendência com impacto fundamental", afirmou à Reuters esta semana um executivo ligado a um dos grupos pré-qualificados. "O governo, quando estabeleceu o preço mínimo, foi bastante arrojado, considerando um cenário onde tudo tem que estar certo", disse a fonte. Esse executivo listou três pendências que estariam jogando contra a decisão de participar do leilão: além da renovação das concessões, a projeção do preço da energia a partir de 2012 e contingências de 750 milhões de reais. "São variáveis que, antes de pensar no consórcio, têm que estar resolvidas. A mais relevante diz respeito à renovação das concessões. Se não houver clareza, vai ficar muito difícil haver solução de consórcio", disse essa fonte. Onde o setor privado vê uma "premissa agressiva" de preço para a energia futura de 120 a 125 reais por MWh, o governo paulista vê conservadorismo. Para o grupo interessado na Cesp, uma premissa conservadora seriam 110 reais por MWh para a energia pós-2012. O secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, buscou derrubar os argumentos contrários ao sucesso do leilão. "A decisão da renovação das concessões vai ser tomada favoravelmente para todo o setor, não apenas para a Cesp", declarou. Ele observou que concessões de geradoras que somam 21.000 MW vencerão em 2015. "Ninguém imagina que o governo federal vá retomar as concessões e fazer novas licitações. Seria levar o sistema de energia a um caos, e todos os postes de São Paulo sabem disso", ironizou, acrescentando que a renovação não deve ser onerosa. Mauro Ricardo acredita que, entre os cinco pré-identificados, possa surgir até um comprador isolado da Cesp, embora o negócio seja estimado em 22,3 bilhões de reais --6,6 bilhões de reais pelo controle do governo, 9,7 bilhões de reais para os minoritários e outros 6 bilhões de reais em dívidas. Um dos interessados na Cesp, a CPFL Energia, informou que fará o depósito de garantias na terça-feira, véspera do leilão, mas uma fonte próxima à empresa confirmou que as pendências podem afastar o grupo da transação. Para o analista-chefe da corretora Prosper, André Segadilha, pode haver até um ágio de 10 a 15 por cento sobre o preço mínimo de 49,75 reais a ação. "Acho que o leilão vai acontecer e que haverá alguma competição interessante", afirmou. Outro analista, que preferiu não ser identificado, acredita que um consórcio formado por Tractebel Energia, Neoenergia e CPFL Energia fará uma oferta e pode levar a Cesp pelo preço mínimo. Um terceiro analista observou que o preço pela estatal é justo e que a Energias do Brasil e a Alcoa podem se juntar ao consórcio único. O governo paulista informou também que já montou um esquema para cassar as liminares contra o leilão que possam resultar de ações judiciais em várias instâncias. "Temos um plano para uma guerra de guerrilha", declarou Goldman.

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