Medida de ajuste fiscal prejudica exportadores


Mesmo com a desvalorização do real em relação ao dólar, mudança na tributação faz com que competitividade dos produtos brasileiros permaneça baixa

Por Márcia De Chiara
“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma opresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Foto: Werther Santana/Estadão

Apesar da puxada no dólar, que já subiu mais de 20% este ano e rompeu a barreira de R$ 3, a perspectiva para o comércio exterior em 2015 continua desfavorável. A recente redução de 3% para 1% da alíquota do Reintegra - mecanismo pelo qual é devolvido aos exportadores uma parcela do imposto pago antecipadamente para fabricar produtos comercializados no exterior -, diminuiu ainda mais a baixa competitividade das exportações de manufaturados brasileiros. A decisão de cortar a fatia do imposto devolvido para as empresas exportadoras faz parte do conjunto de medidas adotadas pelo governo para colocar as contas públicas em ordem, o chamado ajuste fiscal.

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. No final do ano passado, a entidade projetava que a corrente de comércio exterior, que é a soma das exportações com as importações, deveria fechar este ano em US$ 422,5 bilhões, com recuo de 7% em relação a 2014. “Agora é provável que a queda na corrente de comércio supere os 7% previstos”, diz Castro.

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Além do fato de os preços das commodities recuarem acima do esperado, outro fator que prejudica a corrente de comércio é diminuição da alíquota do Reintegra, que é uma forma de compensar os altos custos de produção no País, observa Castro. Ele ressalta, no entanto, que a expectativa é que a balança comercial brasileira feche o ano com um superávit de US$ 8 bilhões. Até fevereiro, o buraco acumulado neste ano é de US$ 6 bilhões.

Mas o superávit esperado para o ano todo será “negativo”, diz Castro. Isto é, será um superávit sustentado pela retração nas importações em razão do fraco ritmo de atividade doméstica e da valorização do dólar em relação ao real, o que encarece as compras externas, e não pelo avanço das exportações.

Tapete. “No momento que a balança comercial acumula déficit, o custo de se produzir manufaturados no Brasil é muito elevado e o mercado mundial está superofertado de produtos. Mesmo assim, ao invés de se buscar saídas para que o País volte a crescer impulsionado pelo comércio exterior, o governo está puxando o tapete do exportador”, afirma o diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

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Ele argumenta que a exportação é uma atividade de médio e longo prazo e, ao mudar as regras no meio do caminho, tira-se toda a previsibilidade necessária para as empresas que estão investido no mercado externo.

O executivo de uma grande exportadora e que prefere o anonimato reclama da decisão do governo de reduzir a alíquota do Reintegra. Ele frisa que não é contra as medidas tomadas para fazer o ajuste das contas públicas, todavia diz que a decisão do governo só aumenta a insegurança dos empresários para fechar novos negócios no exterior, sem contar a volatilidade do câmbio. De acordo com o executivo, é difícil entender a lógica do governo que 60 dias atrás aprovou o Reintegra com alíquota de 3% e agora reduziu para 1%. Além disso, a sinalização era de que a alíquota de 3% seria válida por 12 meses. Com a mudança de rota, as exportações da empresa serão afetadas.

Castro, da AEB, diz que ao estabelecer que o prazo limite para existência do Reintegra é 2018, o governo não está dando previsibilidade para os exportadores. “Os contratos de exportação são por períodos longos e os empresários precisam ter previsibilidade para saber o que vai acontecer depois de 2018.”

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Em relação a uma possível compensação nas exportações por conta do movimento do câmbio, Castro ressalta que a instabilidade do dólar não ajuda as vendas externas. “Hoje o câmbio passa de R$ 3, amanhã pode baixar”, exemplifica.

Já para Roriz, da Fiesp, a alta do dólar corrige parcialmente as deficiências de juro alto, energia cara, infraestrutura ruim e mão de obra com custos indiretos muito altos. “O dólar atenua um pouco isso, mas o custo de produzir manufaturados no Brasil é 32,4% maior comparado com a maioria dos países que são nossos concorrentes no comércio exterior.”

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma opresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Foto: Werther Santana/Estadão

Apesar da puxada no dólar, que já subiu mais de 20% este ano e rompeu a barreira de R$ 3, a perspectiva para o comércio exterior em 2015 continua desfavorável. A recente redução de 3% para 1% da alíquota do Reintegra - mecanismo pelo qual é devolvido aos exportadores uma parcela do imposto pago antecipadamente para fabricar produtos comercializados no exterior -, diminuiu ainda mais a baixa competitividade das exportações de manufaturados brasileiros. A decisão de cortar a fatia do imposto devolvido para as empresas exportadoras faz parte do conjunto de medidas adotadas pelo governo para colocar as contas públicas em ordem, o chamado ajuste fiscal.

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. No final do ano passado, a entidade projetava que a corrente de comércio exterior, que é a soma das exportações com as importações, deveria fechar este ano em US$ 422,5 bilhões, com recuo de 7% em relação a 2014. “Agora é provável que a queda na corrente de comércio supere os 7% previstos”, diz Castro.

Além do fato de os preços das commodities recuarem acima do esperado, outro fator que prejudica a corrente de comércio é diminuição da alíquota do Reintegra, que é uma forma de compensar os altos custos de produção no País, observa Castro. Ele ressalta, no entanto, que a expectativa é que a balança comercial brasileira feche o ano com um superávit de US$ 8 bilhões. Até fevereiro, o buraco acumulado neste ano é de US$ 6 bilhões.

Mas o superávit esperado para o ano todo será “negativo”, diz Castro. Isto é, será um superávit sustentado pela retração nas importações em razão do fraco ritmo de atividade doméstica e da valorização do dólar em relação ao real, o que encarece as compras externas, e não pelo avanço das exportações.

Tapete. “No momento que a balança comercial acumula déficit, o custo de se produzir manufaturados no Brasil é muito elevado e o mercado mundial está superofertado de produtos. Mesmo assim, ao invés de se buscar saídas para que o País volte a crescer impulsionado pelo comércio exterior, o governo está puxando o tapete do exportador”, afirma o diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Ele argumenta que a exportação é uma atividade de médio e longo prazo e, ao mudar as regras no meio do caminho, tira-se toda a previsibilidade necessária para as empresas que estão investido no mercado externo.

O executivo de uma grande exportadora e que prefere o anonimato reclama da decisão do governo de reduzir a alíquota do Reintegra. Ele frisa que não é contra as medidas tomadas para fazer o ajuste das contas públicas, todavia diz que a decisão do governo só aumenta a insegurança dos empresários para fechar novos negócios no exterior, sem contar a volatilidade do câmbio. De acordo com o executivo, é difícil entender a lógica do governo que 60 dias atrás aprovou o Reintegra com alíquota de 3% e agora reduziu para 1%. Além disso, a sinalização era de que a alíquota de 3% seria válida por 12 meses. Com a mudança de rota, as exportações da empresa serão afetadas.

Castro, da AEB, diz que ao estabelecer que o prazo limite para existência do Reintegra é 2018, o governo não está dando previsibilidade para os exportadores. “Os contratos de exportação são por períodos longos e os empresários precisam ter previsibilidade para saber o que vai acontecer depois de 2018.”

Em relação a uma possível compensação nas exportações por conta do movimento do câmbio, Castro ressalta que a instabilidade do dólar não ajuda as vendas externas. “Hoje o câmbio passa de R$ 3, amanhã pode baixar”, exemplifica.

Já para Roriz, da Fiesp, a alta do dólar corrige parcialmente as deficiências de juro alto, energia cara, infraestrutura ruim e mão de obra com custos indiretos muito altos. “O dólar atenua um pouco isso, mas o custo de produzir manufaturados no Brasil é 32,4% maior comparado com a maioria dos países que são nossos concorrentes no comércio exterior.”

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma opresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Foto: Werther Santana/Estadão

Apesar da puxada no dólar, que já subiu mais de 20% este ano e rompeu a barreira de R$ 3, a perspectiva para o comércio exterior em 2015 continua desfavorável. A recente redução de 3% para 1% da alíquota do Reintegra - mecanismo pelo qual é devolvido aos exportadores uma parcela do imposto pago antecipadamente para fabricar produtos comercializados no exterior -, diminuiu ainda mais a baixa competitividade das exportações de manufaturados brasileiros. A decisão de cortar a fatia do imposto devolvido para as empresas exportadoras faz parte do conjunto de medidas adotadas pelo governo para colocar as contas públicas em ordem, o chamado ajuste fiscal.

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. No final do ano passado, a entidade projetava que a corrente de comércio exterior, que é a soma das exportações com as importações, deveria fechar este ano em US$ 422,5 bilhões, com recuo de 7% em relação a 2014. “Agora é provável que a queda na corrente de comércio supere os 7% previstos”, diz Castro.

Além do fato de os preços das commodities recuarem acima do esperado, outro fator que prejudica a corrente de comércio é diminuição da alíquota do Reintegra, que é uma forma de compensar os altos custos de produção no País, observa Castro. Ele ressalta, no entanto, que a expectativa é que a balança comercial brasileira feche o ano com um superávit de US$ 8 bilhões. Até fevereiro, o buraco acumulado neste ano é de US$ 6 bilhões.

Mas o superávit esperado para o ano todo será “negativo”, diz Castro. Isto é, será um superávit sustentado pela retração nas importações em razão do fraco ritmo de atividade doméstica e da valorização do dólar em relação ao real, o que encarece as compras externas, e não pelo avanço das exportações.

Tapete. “No momento que a balança comercial acumula déficit, o custo de se produzir manufaturados no Brasil é muito elevado e o mercado mundial está superofertado de produtos. Mesmo assim, ao invés de se buscar saídas para que o País volte a crescer impulsionado pelo comércio exterior, o governo está puxando o tapete do exportador”, afirma o diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Ele argumenta que a exportação é uma atividade de médio e longo prazo e, ao mudar as regras no meio do caminho, tira-se toda a previsibilidade necessária para as empresas que estão investido no mercado externo.

O executivo de uma grande exportadora e que prefere o anonimato reclama da decisão do governo de reduzir a alíquota do Reintegra. Ele frisa que não é contra as medidas tomadas para fazer o ajuste das contas públicas, todavia diz que a decisão do governo só aumenta a insegurança dos empresários para fechar novos negócios no exterior, sem contar a volatilidade do câmbio. De acordo com o executivo, é difícil entender a lógica do governo que 60 dias atrás aprovou o Reintegra com alíquota de 3% e agora reduziu para 1%. Além disso, a sinalização era de que a alíquota de 3% seria válida por 12 meses. Com a mudança de rota, as exportações da empresa serão afetadas.

Castro, da AEB, diz que ao estabelecer que o prazo limite para existência do Reintegra é 2018, o governo não está dando previsibilidade para os exportadores. “Os contratos de exportação são por períodos longos e os empresários precisam ter previsibilidade para saber o que vai acontecer depois de 2018.”

Em relação a uma possível compensação nas exportações por conta do movimento do câmbio, Castro ressalta que a instabilidade do dólar não ajuda as vendas externas. “Hoje o câmbio passa de R$ 3, amanhã pode baixar”, exemplifica.

Já para Roriz, da Fiesp, a alta do dólar corrige parcialmente as deficiências de juro alto, energia cara, infraestrutura ruim e mão de obra com custos indiretos muito altos. “O dólar atenua um pouco isso, mas o custo de produzir manufaturados no Brasil é 32,4% maior comparado com a maioria dos países que são nossos concorrentes no comércio exterior.”

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma opresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Foto: Werther Santana/Estadão

Apesar da puxada no dólar, que já subiu mais de 20% este ano e rompeu a barreira de R$ 3, a perspectiva para o comércio exterior em 2015 continua desfavorável. A recente redução de 3% para 1% da alíquota do Reintegra - mecanismo pelo qual é devolvido aos exportadores uma parcela do imposto pago antecipadamente para fabricar produtos comercializados no exterior -, diminuiu ainda mais a baixa competitividade das exportações de manufaturados brasileiros. A decisão de cortar a fatia do imposto devolvido para as empresas exportadoras faz parte do conjunto de medidas adotadas pelo governo para colocar as contas públicas em ordem, o chamado ajuste fiscal.

“O corte na alíquota do Reintegra só piora o cenário que já não era favorável para a balança comercial”, afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. No final do ano passado, a entidade projetava que a corrente de comércio exterior, que é a soma das exportações com as importações, deveria fechar este ano em US$ 422,5 bilhões, com recuo de 7% em relação a 2014. “Agora é provável que a queda na corrente de comércio supere os 7% previstos”, diz Castro.

Além do fato de os preços das commodities recuarem acima do esperado, outro fator que prejudica a corrente de comércio é diminuição da alíquota do Reintegra, que é uma forma de compensar os altos custos de produção no País, observa Castro. Ele ressalta, no entanto, que a expectativa é que a balança comercial brasileira feche o ano com um superávit de US$ 8 bilhões. Até fevereiro, o buraco acumulado neste ano é de US$ 6 bilhões.

Mas o superávit esperado para o ano todo será “negativo”, diz Castro. Isto é, será um superávit sustentado pela retração nas importações em razão do fraco ritmo de atividade doméstica e da valorização do dólar em relação ao real, o que encarece as compras externas, e não pelo avanço das exportações.

Tapete. “No momento que a balança comercial acumula déficit, o custo de se produzir manufaturados no Brasil é muito elevado e o mercado mundial está superofertado de produtos. Mesmo assim, ao invés de se buscar saídas para que o País volte a crescer impulsionado pelo comércio exterior, o governo está puxando o tapete do exportador”, afirma o diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Ele argumenta que a exportação é uma atividade de médio e longo prazo e, ao mudar as regras no meio do caminho, tira-se toda a previsibilidade necessária para as empresas que estão investido no mercado externo.

O executivo de uma grande exportadora e que prefere o anonimato reclama da decisão do governo de reduzir a alíquota do Reintegra. Ele frisa que não é contra as medidas tomadas para fazer o ajuste das contas públicas, todavia diz que a decisão do governo só aumenta a insegurança dos empresários para fechar novos negócios no exterior, sem contar a volatilidade do câmbio. De acordo com o executivo, é difícil entender a lógica do governo que 60 dias atrás aprovou o Reintegra com alíquota de 3% e agora reduziu para 1%. Além disso, a sinalização era de que a alíquota de 3% seria válida por 12 meses. Com a mudança de rota, as exportações da empresa serão afetadas.

Castro, da AEB, diz que ao estabelecer que o prazo limite para existência do Reintegra é 2018, o governo não está dando previsibilidade para os exportadores. “Os contratos de exportação são por períodos longos e os empresários precisam ter previsibilidade para saber o que vai acontecer depois de 2018.”

Em relação a uma possível compensação nas exportações por conta do movimento do câmbio, Castro ressalta que a instabilidade do dólar não ajuda as vendas externas. “Hoje o câmbio passa de R$ 3, amanhã pode baixar”, exemplifica.

Já para Roriz, da Fiesp, a alta do dólar corrige parcialmente as deficiências de juro alto, energia cara, infraestrutura ruim e mão de obra com custos indiretos muito altos. “O dólar atenua um pouco isso, mas o custo de produzir manufaturados no Brasil é 32,4% maior comparado com a maioria dos países que são nossos concorrentes no comércio exterior.”

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