No Leste Europeu, crise ameaça governos


Risco social e político aumenta com a instabilidade econômica da região

Por Andrei Netto

O que era uma turbulência econômica de proporções desconhecidas começa a se cristalizar na primeira crise política generalizada dos países da Europa Central e Oriental desde a queda do Muro de Berlim, em 1989. Pró-ocidentais desde então, países como Polônia, República Checa, Hungria, Bulgária, Romênia e Ucrânia mergulharam no ultraliberalismo. Expostos à derrocada do sistema financeiro e à queda dos investimentos, os governos enfrentam protestos sociais crescentes. O risco social e político da crise foi escancarado no Leste Europeu em 20 de fevereiro, na Letônia. Pressionado pelo desempenho da economia, que pode recuar 12% em 2009, mesmo após empréstimo de US$ 9,7 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia, o primeiro-ministro da Letônia, Ivars Godmaris, foi forçado a renunciar. Uma semana antes, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, escapou de um voto de desaprovação no Parlamento de Kiev. A crise resultou na demissão do ministro de Finanças, Viktor Pynzenyk, e a incerteza sobre o destino das negociações com o FMI vem enfraquecendo a posição de Yulia. Com a desconfiança generalizada, a posição do presidente e ex-líder da Revolução Laranja, em 2004, Viktor Yushchenko - há pouco impopular a ponto de ter de convidar a líder da oposição para formar um governo -, acabou reforçada. Na Geórgia, personalidades da oposição vêm pedindo publicamente a demissão do presidente Mikheil Saakashvili. Desde o fim do conflito armado com a Rússia, o desemprego no país é o maior do Cáucaso. A insatisfação abriu os olhos da União Europeia (UE) para o fosso que se estende entre o Ocidente e o Oriente. Na sexta-feira, o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Mundial anunciaram um aporte de 24,5 bilhões a instituições financeiras e empresas do Leste Europeu. O problema é que, segundo o próprio Banco de Reconstrução e Desenvolvimento da Europa, os países da região podem precisar de até 200 bilhões para se refinanciarem. A ajuda foi anunciada porque a situação também é tensa em países-membros da UE, como Bulgária, Romênia, Estônia e Lituânia, além da Letônia. Protestos públicos ganham corpo em Sófia, capital da Bulgária, e a oposição de direita se reforça quatro meses antes das eleições gerais. "Esses países têm dívidas que ultrapassam os 30%, um porcentual enorme para países emergentes", diz o analista húngaro Zsolt Darvas, do Instituto Bruegel, de Bruxelas, na Bélgica. "Suas economias tendem a recuar 10%, e o desemprego faz a instabilidade política crescer. A situação é grave e há risco de quedas de governos em sequência." A região sofre, conforme Darvas, porque seu crescimento desde a queda do Muro de Berlim foi baseado em mercados abertos e na injeção de capital estrangeiro. O fim da fartura no Ocidente levou ao corte do fluxo. Com o avanço do desemprego, a ausência de políticas de bem-estar social é flagrante. Sem o euro, que serve como âncora aos países do Oeste, prósperas economias, como Polônia, República Checa e Hungria, enfrentam desvalorizações monetárias que vão de 21% a 48% em relação ao euro. Na Polônia, a oposição de centro-direita lidera as pesquisas. Na República Checa e na Hungria, a pressão é pela antecipação das eleições, marcadas para 2010. Mas nesses países, grandes mercados consumidores, como lembra Darvas, as possibilidades de uma saída mais rápida da crise financeira são maiores, reduzindo o risco de traumas políticos. MERCADO DE TRABALHO Um outro impacto da crise está sendo o fechamento de fronteiras para os trabalhadores do Leste Europeu. Alemanha e Holanda promoveram uma verdadeira moratória na distribuição de novos vistos. Na Alemanha, o governo enfrenta eleições em setembro e um dos pontos principais será o desemprego. No fim de abril, Berlim terá de tomar uma decisão se mantém suas fronteiras fechadas aos trabalhadores de oito países da região.

O que era uma turbulência econômica de proporções desconhecidas começa a se cristalizar na primeira crise política generalizada dos países da Europa Central e Oriental desde a queda do Muro de Berlim, em 1989. Pró-ocidentais desde então, países como Polônia, República Checa, Hungria, Bulgária, Romênia e Ucrânia mergulharam no ultraliberalismo. Expostos à derrocada do sistema financeiro e à queda dos investimentos, os governos enfrentam protestos sociais crescentes. O risco social e político da crise foi escancarado no Leste Europeu em 20 de fevereiro, na Letônia. Pressionado pelo desempenho da economia, que pode recuar 12% em 2009, mesmo após empréstimo de US$ 9,7 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia, o primeiro-ministro da Letônia, Ivars Godmaris, foi forçado a renunciar. Uma semana antes, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, escapou de um voto de desaprovação no Parlamento de Kiev. A crise resultou na demissão do ministro de Finanças, Viktor Pynzenyk, e a incerteza sobre o destino das negociações com o FMI vem enfraquecendo a posição de Yulia. Com a desconfiança generalizada, a posição do presidente e ex-líder da Revolução Laranja, em 2004, Viktor Yushchenko - há pouco impopular a ponto de ter de convidar a líder da oposição para formar um governo -, acabou reforçada. Na Geórgia, personalidades da oposição vêm pedindo publicamente a demissão do presidente Mikheil Saakashvili. Desde o fim do conflito armado com a Rússia, o desemprego no país é o maior do Cáucaso. A insatisfação abriu os olhos da União Europeia (UE) para o fosso que se estende entre o Ocidente e o Oriente. Na sexta-feira, o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Mundial anunciaram um aporte de 24,5 bilhões a instituições financeiras e empresas do Leste Europeu. O problema é que, segundo o próprio Banco de Reconstrução e Desenvolvimento da Europa, os países da região podem precisar de até 200 bilhões para se refinanciarem. A ajuda foi anunciada porque a situação também é tensa em países-membros da UE, como Bulgária, Romênia, Estônia e Lituânia, além da Letônia. Protestos públicos ganham corpo em Sófia, capital da Bulgária, e a oposição de direita se reforça quatro meses antes das eleições gerais. "Esses países têm dívidas que ultrapassam os 30%, um porcentual enorme para países emergentes", diz o analista húngaro Zsolt Darvas, do Instituto Bruegel, de Bruxelas, na Bélgica. "Suas economias tendem a recuar 10%, e o desemprego faz a instabilidade política crescer. A situação é grave e há risco de quedas de governos em sequência." A região sofre, conforme Darvas, porque seu crescimento desde a queda do Muro de Berlim foi baseado em mercados abertos e na injeção de capital estrangeiro. O fim da fartura no Ocidente levou ao corte do fluxo. Com o avanço do desemprego, a ausência de políticas de bem-estar social é flagrante. Sem o euro, que serve como âncora aos países do Oeste, prósperas economias, como Polônia, República Checa e Hungria, enfrentam desvalorizações monetárias que vão de 21% a 48% em relação ao euro. Na Polônia, a oposição de centro-direita lidera as pesquisas. Na República Checa e na Hungria, a pressão é pela antecipação das eleições, marcadas para 2010. Mas nesses países, grandes mercados consumidores, como lembra Darvas, as possibilidades de uma saída mais rápida da crise financeira são maiores, reduzindo o risco de traumas políticos. MERCADO DE TRABALHO Um outro impacto da crise está sendo o fechamento de fronteiras para os trabalhadores do Leste Europeu. Alemanha e Holanda promoveram uma verdadeira moratória na distribuição de novos vistos. Na Alemanha, o governo enfrenta eleições em setembro e um dos pontos principais será o desemprego. No fim de abril, Berlim terá de tomar uma decisão se mantém suas fronteiras fechadas aos trabalhadores de oito países da região.

O que era uma turbulência econômica de proporções desconhecidas começa a se cristalizar na primeira crise política generalizada dos países da Europa Central e Oriental desde a queda do Muro de Berlim, em 1989. Pró-ocidentais desde então, países como Polônia, República Checa, Hungria, Bulgária, Romênia e Ucrânia mergulharam no ultraliberalismo. Expostos à derrocada do sistema financeiro e à queda dos investimentos, os governos enfrentam protestos sociais crescentes. O risco social e político da crise foi escancarado no Leste Europeu em 20 de fevereiro, na Letônia. Pressionado pelo desempenho da economia, que pode recuar 12% em 2009, mesmo após empréstimo de US$ 9,7 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia, o primeiro-ministro da Letônia, Ivars Godmaris, foi forçado a renunciar. Uma semana antes, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, escapou de um voto de desaprovação no Parlamento de Kiev. A crise resultou na demissão do ministro de Finanças, Viktor Pynzenyk, e a incerteza sobre o destino das negociações com o FMI vem enfraquecendo a posição de Yulia. Com a desconfiança generalizada, a posição do presidente e ex-líder da Revolução Laranja, em 2004, Viktor Yushchenko - há pouco impopular a ponto de ter de convidar a líder da oposição para formar um governo -, acabou reforçada. Na Geórgia, personalidades da oposição vêm pedindo publicamente a demissão do presidente Mikheil Saakashvili. Desde o fim do conflito armado com a Rússia, o desemprego no país é o maior do Cáucaso. A insatisfação abriu os olhos da União Europeia (UE) para o fosso que se estende entre o Ocidente e o Oriente. Na sexta-feira, o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Mundial anunciaram um aporte de 24,5 bilhões a instituições financeiras e empresas do Leste Europeu. O problema é que, segundo o próprio Banco de Reconstrução e Desenvolvimento da Europa, os países da região podem precisar de até 200 bilhões para se refinanciarem. A ajuda foi anunciada porque a situação também é tensa em países-membros da UE, como Bulgária, Romênia, Estônia e Lituânia, além da Letônia. Protestos públicos ganham corpo em Sófia, capital da Bulgária, e a oposição de direita se reforça quatro meses antes das eleições gerais. "Esses países têm dívidas que ultrapassam os 30%, um porcentual enorme para países emergentes", diz o analista húngaro Zsolt Darvas, do Instituto Bruegel, de Bruxelas, na Bélgica. "Suas economias tendem a recuar 10%, e o desemprego faz a instabilidade política crescer. A situação é grave e há risco de quedas de governos em sequência." A região sofre, conforme Darvas, porque seu crescimento desde a queda do Muro de Berlim foi baseado em mercados abertos e na injeção de capital estrangeiro. O fim da fartura no Ocidente levou ao corte do fluxo. Com o avanço do desemprego, a ausência de políticas de bem-estar social é flagrante. Sem o euro, que serve como âncora aos países do Oeste, prósperas economias, como Polônia, República Checa e Hungria, enfrentam desvalorizações monetárias que vão de 21% a 48% em relação ao euro. Na Polônia, a oposição de centro-direita lidera as pesquisas. Na República Checa e na Hungria, a pressão é pela antecipação das eleições, marcadas para 2010. Mas nesses países, grandes mercados consumidores, como lembra Darvas, as possibilidades de uma saída mais rápida da crise financeira são maiores, reduzindo o risco de traumas políticos. MERCADO DE TRABALHO Um outro impacto da crise está sendo o fechamento de fronteiras para os trabalhadores do Leste Europeu. Alemanha e Holanda promoveram uma verdadeira moratória na distribuição de novos vistos. Na Alemanha, o governo enfrenta eleições em setembro e um dos pontos principais será o desemprego. No fim de abril, Berlim terá de tomar uma decisão se mantém suas fronteiras fechadas aos trabalhadores de oito países da região.

O que era uma turbulência econômica de proporções desconhecidas começa a se cristalizar na primeira crise política generalizada dos países da Europa Central e Oriental desde a queda do Muro de Berlim, em 1989. Pró-ocidentais desde então, países como Polônia, República Checa, Hungria, Bulgária, Romênia e Ucrânia mergulharam no ultraliberalismo. Expostos à derrocada do sistema financeiro e à queda dos investimentos, os governos enfrentam protestos sociais crescentes. O risco social e político da crise foi escancarado no Leste Europeu em 20 de fevereiro, na Letônia. Pressionado pelo desempenho da economia, que pode recuar 12% em 2009, mesmo após empréstimo de US$ 9,7 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia, o primeiro-ministro da Letônia, Ivars Godmaris, foi forçado a renunciar. Uma semana antes, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Tymoshenko, escapou de um voto de desaprovação no Parlamento de Kiev. A crise resultou na demissão do ministro de Finanças, Viktor Pynzenyk, e a incerteza sobre o destino das negociações com o FMI vem enfraquecendo a posição de Yulia. Com a desconfiança generalizada, a posição do presidente e ex-líder da Revolução Laranja, em 2004, Viktor Yushchenko - há pouco impopular a ponto de ter de convidar a líder da oposição para formar um governo -, acabou reforçada. Na Geórgia, personalidades da oposição vêm pedindo publicamente a demissão do presidente Mikheil Saakashvili. Desde o fim do conflito armado com a Rússia, o desemprego no país é o maior do Cáucaso. A insatisfação abriu os olhos da União Europeia (UE) para o fosso que se estende entre o Ocidente e o Oriente. Na sexta-feira, o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Berd), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Mundial anunciaram um aporte de 24,5 bilhões a instituições financeiras e empresas do Leste Europeu. O problema é que, segundo o próprio Banco de Reconstrução e Desenvolvimento da Europa, os países da região podem precisar de até 200 bilhões para se refinanciarem. A ajuda foi anunciada porque a situação também é tensa em países-membros da UE, como Bulgária, Romênia, Estônia e Lituânia, além da Letônia. Protestos públicos ganham corpo em Sófia, capital da Bulgária, e a oposição de direita se reforça quatro meses antes das eleições gerais. "Esses países têm dívidas que ultrapassam os 30%, um porcentual enorme para países emergentes", diz o analista húngaro Zsolt Darvas, do Instituto Bruegel, de Bruxelas, na Bélgica. "Suas economias tendem a recuar 10%, e o desemprego faz a instabilidade política crescer. A situação é grave e há risco de quedas de governos em sequência." A região sofre, conforme Darvas, porque seu crescimento desde a queda do Muro de Berlim foi baseado em mercados abertos e na injeção de capital estrangeiro. O fim da fartura no Ocidente levou ao corte do fluxo. Com o avanço do desemprego, a ausência de políticas de bem-estar social é flagrante. Sem o euro, que serve como âncora aos países do Oeste, prósperas economias, como Polônia, República Checa e Hungria, enfrentam desvalorizações monetárias que vão de 21% a 48% em relação ao euro. Na Polônia, a oposição de centro-direita lidera as pesquisas. Na República Checa e na Hungria, a pressão é pela antecipação das eleições, marcadas para 2010. Mas nesses países, grandes mercados consumidores, como lembra Darvas, as possibilidades de uma saída mais rápida da crise financeira são maiores, reduzindo o risco de traumas políticos. MERCADO DE TRABALHO Um outro impacto da crise está sendo o fechamento de fronteiras para os trabalhadores do Leste Europeu. Alemanha e Holanda promoveram uma verdadeira moratória na distribuição de novos vistos. Na Alemanha, o governo enfrenta eleições em setembro e um dos pontos principais será o desemprego. No fim de abril, Berlim terá de tomar uma decisão se mantém suas fronteiras fechadas aos trabalhadores de oito países da região.

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