Não tem como os títulos do governo, negociados pela plataforma do Tesouro Direito, saírem ilesos de mais um novo corte no juro básico da economia.
O rendimento dos três tipos de papel – os vinculados à própria Selic, ao IPCA e os prefixados – tende a descer a ladeira junto com os juros.
Entre os três tipos, o mais popular tem sido o Tesouro Selic com remuneração baseada na evolução da taxa básica de juros (Selic). Uma preferência que, mesmo com a perspectiva de queda das taxas, pode ser entendida como desconfiança do investidor de que inflação e juros permaneçam em níveis baixos por muito mais tempo.
O Tesouro IPCA remunera o aplicador com juro real, previamente definido, mais correção monetária pós-fixada, de acordo com a variação da inflação medida pelo IPCA. Com esses títulos, é preciso ficar atento ao prazo da aplicação, mais longo se comparado com as tradicionais opções de renda fixa.
E os prefixados, que têm a rentabilidade fixada no momento da aplicação, oferecem o risco de pagar menos do que a inflação ou os juros correntes no momento do resgate do título.
Esses papéis tendem a pagar mais do que a caderneta de poupança, mas desde que o dinheiro fique aplicado por um período mais longo, a partir de 12 meses. O resgate dos Títulos do Tesouro pode ser em prazos menores, até diário em alguns deles. Mas, nesse caso, o rendimento será proporcional e nem sempre vai compensar.
Nesse cenário de juros baixos e ainda em trajetória de queda, para ter uma rentabilidade diferenciada, o investidor precisa se acostumar com prazos mais longos. Ele requer um planejamento e a diferenciação entre os recursos que podem ficar engessados por mais tempo dos que serão usados em curto espaço de tempo para acerto de compromissos.
* É JORNALISTA