Divergências na definição de meta fiscal escancaram críticas a Meirelles no Planalto


Chamado de 'teimoso', ministro da Fazenda defendia aumento de impostos e não concordava em ampliar rombo do governo

Por Vera Rosa

BRASÍLIA - A definição da meta de déficit fiscal para 2017 e 2018 escancarou não apenas a queda de braço entre o núcleo político do governo e a equipe econômica como críticas diretas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Alvo do conhecido "fogo amigo", Meirelles queria aumentar impostos para elevar a arrecadação, diminuindo o rombo nas contas públicas, mas perdeu a briga no Palácio do Planalto.

Meirelles confirmou ainda que as medidas sobre funcionalismo - como a reestruturação de carreiras e o aumento da contribuição previdenciária dos servidores - serão enviadas para Congresso. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um auxiliar do presidente Michel Temer disse ao Estado que o governo agora "joga sempre contra o relógio" em relação ao orçamento porque Meirelles é "teimoso". Apesar dos desmentidos oficiais, a ala política do governo queria, sim, um aumento maior na meta - na casa dos R$ 170 bilhões -, sob a justificativa de que o governo não pode passar o ano eleitoral de 2018 com a corda no pescoço.

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Foram várias reuniões e discussões entre o "núcleo duro" do Planalto e a equipe econômica. Meirelles batia o pé, dizendo que os impostos eram necessários para compensar a frustração de receita. Irritados, deputados e senadores da base aliada argumentavam, nos bastidores, que "os caras" da Fazenda não entendiam nada de política nem sabiam fazer contas.

Conheça as propostas do governo para aumentar impostos

1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
2 | 7

Fim da isenção de IR para LCI e LCA (R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
3 | 7

Reiq (R$ 1 bilhão)

Foto: Monalisa Lins/Estadão
4 | 7

Pacote de aumento de impostos

Foto: André Dusek/Estadão
5 | 7

Criação de nova faixa do IRPF (R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 7

Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

No último minuto do segundo tempo, Meirelles acabou cedendo. Embora a meta tenha sido de R$ 159 bilhões para 2017 e 2018 - bem menor do que o valor desejado pela ala política -, Temer não autorizou aumento de impostos. Um ministro chegou a dizer ao presidente que essa atitude seria um verdadeiro "suicídio" para o PMDB, já alvejado pela Lava Jato. 

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Filiado ao PSD, o ministro da Fazenda sonha em ser candidato ao Planalto, em 2018, e parece aprender, a duras penas, o jogo da política, que vira e mexe também "joga contra o relógio".

BRASÍLIA - A definição da meta de déficit fiscal para 2017 e 2018 escancarou não apenas a queda de braço entre o núcleo político do governo e a equipe econômica como críticas diretas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Alvo do conhecido "fogo amigo", Meirelles queria aumentar impostos para elevar a arrecadação, diminuindo o rombo nas contas públicas, mas perdeu a briga no Palácio do Planalto.

Meirelles confirmou ainda que as medidas sobre funcionalismo - como a reestruturação de carreiras e o aumento da contribuição previdenciária dos servidores - serão enviadas para Congresso. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um auxiliar do presidente Michel Temer disse ao Estado que o governo agora "joga sempre contra o relógio" em relação ao orçamento porque Meirelles é "teimoso". Apesar dos desmentidos oficiais, a ala política do governo queria, sim, um aumento maior na meta - na casa dos R$ 170 bilhões -, sob a justificativa de que o governo não pode passar o ano eleitoral de 2018 com a corda no pescoço.

Foram várias reuniões e discussões entre o "núcleo duro" do Planalto e a equipe econômica. Meirelles batia o pé, dizendo que os impostos eram necessários para compensar a frustração de receita. Irritados, deputados e senadores da base aliada argumentavam, nos bastidores, que "os caras" da Fazenda não entendiam nada de política nem sabiam fazer contas.

Conheça as propostas do governo para aumentar impostos

1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
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Fim da isenção de IR para LCI e LCA (R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Reiq (R$ 1 bilhão)

Foto: Monalisa Lins/Estadão
4 | 7

Pacote de aumento de impostos

Foto: André Dusek/Estadão
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Criação de nova faixa do IRPF (R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
7 | 7

Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

No último minuto do segundo tempo, Meirelles acabou cedendo. Embora a meta tenha sido de R$ 159 bilhões para 2017 e 2018 - bem menor do que o valor desejado pela ala política -, Temer não autorizou aumento de impostos. Um ministro chegou a dizer ao presidente que essa atitude seria um verdadeiro "suicídio" para o PMDB, já alvejado pela Lava Jato. 

Filiado ao PSD, o ministro da Fazenda sonha em ser candidato ao Planalto, em 2018, e parece aprender, a duras penas, o jogo da política, que vira e mexe também "joga contra o relógio".

BRASÍLIA - A definição da meta de déficit fiscal para 2017 e 2018 escancarou não apenas a queda de braço entre o núcleo político do governo e a equipe econômica como críticas diretas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Alvo do conhecido "fogo amigo", Meirelles queria aumentar impostos para elevar a arrecadação, diminuindo o rombo nas contas públicas, mas perdeu a briga no Palácio do Planalto.

Meirelles confirmou ainda que as medidas sobre funcionalismo - como a reestruturação de carreiras e o aumento da contribuição previdenciária dos servidores - serão enviadas para Congresso. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um auxiliar do presidente Michel Temer disse ao Estado que o governo agora "joga sempre contra o relógio" em relação ao orçamento porque Meirelles é "teimoso". Apesar dos desmentidos oficiais, a ala política do governo queria, sim, um aumento maior na meta - na casa dos R$ 170 bilhões -, sob a justificativa de que o governo não pode passar o ano eleitoral de 2018 com a corda no pescoço.

Foram várias reuniões e discussões entre o "núcleo duro" do Planalto e a equipe econômica. Meirelles batia o pé, dizendo que os impostos eram necessários para compensar a frustração de receita. Irritados, deputados e senadores da base aliada argumentavam, nos bastidores, que "os caras" da Fazenda não entendiam nada de política nem sabiam fazer contas.

Conheça as propostas do governo para aumentar impostos

1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
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Fim da isenção de IR para LCI e LCA (R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões)

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Reiq (R$ 1 bilhão)

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4 | 7

Pacote de aumento de impostos

Foto: André Dusek/Estadão
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Criação de nova faixa do IRPF (R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões)

Foto: Robson Fernandjes/Estadão
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Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

No último minuto do segundo tempo, Meirelles acabou cedendo. Embora a meta tenha sido de R$ 159 bilhões para 2017 e 2018 - bem menor do que o valor desejado pela ala política -, Temer não autorizou aumento de impostos. Um ministro chegou a dizer ao presidente que essa atitude seria um verdadeiro "suicídio" para o PMDB, já alvejado pela Lava Jato. 

Filiado ao PSD, o ministro da Fazenda sonha em ser candidato ao Planalto, em 2018, e parece aprender, a duras penas, o jogo da política, que vira e mexe também "joga contra o relógio".

BRASÍLIA - A definição da meta de déficit fiscal para 2017 e 2018 escancarou não apenas a queda de braço entre o núcleo político do governo e a equipe econômica como críticas diretas ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Alvo do conhecido "fogo amigo", Meirelles queria aumentar impostos para elevar a arrecadação, diminuindo o rombo nas contas públicas, mas perdeu a briga no Palácio do Planalto.

Meirelles confirmou ainda que as medidas sobre funcionalismo - como a reestruturação de carreiras e o aumento da contribuição previdenciária dos servidores - serão enviadas para Congresso. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um auxiliar do presidente Michel Temer disse ao Estado que o governo agora "joga sempre contra o relógio" em relação ao orçamento porque Meirelles é "teimoso". Apesar dos desmentidos oficiais, a ala política do governo queria, sim, um aumento maior na meta - na casa dos R$ 170 bilhões -, sob a justificativa de que o governo não pode passar o ano eleitoral de 2018 com a corda no pescoço.

Foram várias reuniões e discussões entre o "núcleo duro" do Planalto e a equipe econômica. Meirelles batia o pé, dizendo que os impostos eram necessários para compensar a frustração de receita. Irritados, deputados e senadores da base aliada argumentavam, nos bastidores, que "os caras" da Fazenda não entendiam nada de política nem sabiam fazer contas.

Conheça as propostas do governo para aumentar impostos

1 | 7

Tributação Lucros e Dividendos (R$ 15 bilhões)

Foto: Dario Oliveira/ Estadão
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Fim da isenção de IR para LCI e LCA (R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões)

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Reiq (R$ 1 bilhão)

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4 | 7

Pacote de aumento de impostos

Foto: André Dusek/Estadão
5 | 7

Criação de nova faixa do IRPF (R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões)

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6 | 7

Tributação de heranças e doações

Foto: Clayton de Souza/Estadão
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Reintegra (R$ 9 bilhões)

Foto: Sérgio castro/Estadão

No último minuto do segundo tempo, Meirelles acabou cedendo. Embora a meta tenha sido de R$ 159 bilhões para 2017 e 2018 - bem menor do que o valor desejado pela ala política -, Temer não autorizou aumento de impostos. Um ministro chegou a dizer ao presidente que essa atitude seria um verdadeiro "suicídio" para o PMDB, já alvejado pela Lava Jato. 

Filiado ao PSD, o ministro da Fazenda sonha em ser candidato ao Planalto, em 2018, e parece aprender, a duras penas, o jogo da política, que vira e mexe também "joga contra o relógio".

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