O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convocou uma "cúpula fiscal" para segunda-feira com a ideia de reduzir o imenso déficit e sanear os cofres do Estado por meio de reformas e sacrifícios no gasto público, mas, antes de isso acontecer, já surgem vozes de ceticismo sobre sua eficácia. Veja também: De olho nos sintomas da crise econômica Dicionário da crise Lições de 29 Como o mundo reage à crise A Casa Branca informa que a cúpula de um dia reunirá sob um mesmo teto aproximadamente 130 convidados, incluindo líderes democratas e republicanos do Congresso, especialistas acadêmicos e econômicos, empresários e representantes de sindicatos e da sociedade civil. Embora Obama não seja o primeiro presidente a convocar um encontro semelhante, a reunião ocorrerá em um momento em que a grave crise econômica dos Estados Unidos é o prisma através do qual sua Administração analisa quase todas as políticas públicas. De fato, perante a realidade fiscal do país, com um déficit que supera o US$ 1 trilhão, Obama reconheceu várias vezes que algumas de suas promessas eleitorais terão que esperar algum tempo. Tanto na cúpula como em seu discurso perante uma sessão conjunta do Congresso na terça-feira, Obama "fará ênfase nas decisões que devem ser tomadas para reduzir o déficit e para levar o país por um caminho fiscal sustentável", disse no sábado à Agência Efe Luis Miranda, um porta-voz da Casa Branca. Para alguns observadores, no entanto, é um eufemismo falar de "sacrifícios" orçamentários. O desafio, segundo analistas, é determinar por onde e como começar. O déficit dominará a cúpula, que abrirá com declarações do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, incluirá apresentações, discussões em grupos pequenos e uma sessão plenária, e será encerrada por Obama. A Casa Branca insiste em que a cúpula é apenas o "primeiro passo" para assentar as bases do saneamento fiscal, mas buscou elevar as expectativas sobre os resultados que possa lançar. Grupos conservadores como a Instituição Brookings asseguram que, para cumprir a meta de responsabilidade fiscal, tem que haver uma mudança no processo político, que, atualmente, "desalenta o bipartidarismo e encoraja o obstrucionismo e a demora". Já o Campanha pelo Futuro dos EUA pediu no sábado a seus ativistas em seu site que não permitam que o debate de segunda-feira seja "refém" de pessoas que "buscam explorar as preocupações pelo déficit para desmantelar a rede de previdência social para os idosos, os pobres e os doentes".
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