A Organização das Nações Unidas (ONU) não quer deixar passar em branco as comemorações dos 20 anos da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres - encontro histórico que ocorreu em Pequim, em 1995. Na época, o assunto ainda era tabu. O discurso da atriz Patricia Arquette, por exemplo, exigindo igualdade de salários na cerimônia do Oscar, seria improvável.
Mas as tarefas ainda estão inacabadas, ressaltou Hillary Clinton, em artigo recente da revista The Economist. A ex-secretária norte-americana de Estado vai discursar na abertura do evento anual de Princípios de Empoderamento da Mulher, em Nova York, dia 10 de março. O encontro, que reúne líderes e empresárias do mundo todo faz parte de uma ampla agenda de debates sobre o tema. O objetivo é fazer com que governos e empresas reafirmem os compromissos com a equidade de gênero e tracem estratégias.
"Enquanto não incluirmos os homens na discussão, não vamos avançar, pois são eles que comandam as grandes empresas", diz Margaret Groff, diretora financeira da Itaipu Binacional e uma das únicas brasileiras que participarão do encontro em Nova York. A hidrelétrica dobrou o porcentual de mulheres nos níveis gerenciais em sete anos, tem horários flexíveis e programas de mentoria para as executivas.