''Os EUA não vão tolerar uma década perdida''


James K. Galbraith: prof. Universidade do Texas

Por Kevin G. Hall McClatchy

Os problemas que vinham cozinhando em fogo brando por um longo período e transbordaram numa crise financeira global requerem a intervenção forte do governo, segundo o economista e escritor James K. Galbraith. Professor na Universidade do Texas, ele é filho do economista John Kenneth Galbraith, cujos livros nos anos 1950 influenciaram a forma como os americanos viram a economia e o capitalismo. Nesta entrevista, ele diz o que pensa sobre como a crise mudou o sistema econômico.O sistema financeiro dos EUA mudou após setembro de 2008?Superficialmente, a administração tentou, e conseguiu, em grande parte, manter o setor bancário vivo. A pergunta é: como essas instituições mudaram? A resposta é: mudaram completamente e não vão voltar ao que eram tão cedo.Teme-se que o fato de o Fed (banco central americano) incorrer num endividamento enorme com os programas de empréstimo poderia provocar o retorno da inflação. O Fed pode evitar isso?Isso não é um dado. O Fed está agindo como um banqueiro de investimento. Tem havido conversas sobre estratégia de saída, mas não é o mesmo que ser capaz de implementá-las.As iniciativas de gastos e estímulos são realmente necessárias?O mundo já viveu com menos crédito antes. Isso requer que se opere com uma política fiscal mais expansiva. Se estivermos certos de que não haverá o ressurgimento de uma expansão ampla baseada no crédito, poderemos ter atividade econômica, mas ela vai ser financiada pelo governo. Qualquer tentativa de avançar para uma política fiscal contracionista, quando não se conseguiu um sistema de crédito privado em expansão, vai produzir retorno da recessão muito rapidamente.Então, o sr. não se preocupa com o déficit projetado de US$ 1,58 trilhão para o próximo ano fiscal?Não há maneira de contornar isso. Se a economia privada começar a se recuperar e houver contribuições privadas, o déficit cairá e tudo que se está fazendo pode ser reduzido gradativamente. Não há nada que impeça o governo de fazer demais e retroceder depois.Alguns economistas temem a recessão dentro da recessão em 2010 e crescimento moroso no futuro. Estaremos contemplando uma década perdida semelhante à do Japão nos anos 1990?Não há nenhuma maneira de tolerarmos uma década perdida neste país. Isso é uma fantasia, porque a Câmara de Representantes tem eleições a cada dois anos. O país não vai tolerar indefinidamente um desemprego de 10%. Há economistas que acham que a recessão pode ter acabado. Quando começará a parecer que existe uma recuperação?Isso é muito difícil de perceber, em parte porque a recessão está profundamente enraizado no colapso do crédito (forte crescimento) e do valor das casas. É difícil ver um fim igualmente rápido e uma retomada. Esse é o desafio para as autoridades, cujos horizontes estão centrados provavelmente na eleição do próximo ano.

Os problemas que vinham cozinhando em fogo brando por um longo período e transbordaram numa crise financeira global requerem a intervenção forte do governo, segundo o economista e escritor James K. Galbraith. Professor na Universidade do Texas, ele é filho do economista John Kenneth Galbraith, cujos livros nos anos 1950 influenciaram a forma como os americanos viram a economia e o capitalismo. Nesta entrevista, ele diz o que pensa sobre como a crise mudou o sistema econômico.O sistema financeiro dos EUA mudou após setembro de 2008?Superficialmente, a administração tentou, e conseguiu, em grande parte, manter o setor bancário vivo. A pergunta é: como essas instituições mudaram? A resposta é: mudaram completamente e não vão voltar ao que eram tão cedo.Teme-se que o fato de o Fed (banco central americano) incorrer num endividamento enorme com os programas de empréstimo poderia provocar o retorno da inflação. O Fed pode evitar isso?Isso não é um dado. O Fed está agindo como um banqueiro de investimento. Tem havido conversas sobre estratégia de saída, mas não é o mesmo que ser capaz de implementá-las.As iniciativas de gastos e estímulos são realmente necessárias?O mundo já viveu com menos crédito antes. Isso requer que se opere com uma política fiscal mais expansiva. Se estivermos certos de que não haverá o ressurgimento de uma expansão ampla baseada no crédito, poderemos ter atividade econômica, mas ela vai ser financiada pelo governo. Qualquer tentativa de avançar para uma política fiscal contracionista, quando não se conseguiu um sistema de crédito privado em expansão, vai produzir retorno da recessão muito rapidamente.Então, o sr. não se preocupa com o déficit projetado de US$ 1,58 trilhão para o próximo ano fiscal?Não há maneira de contornar isso. Se a economia privada começar a se recuperar e houver contribuições privadas, o déficit cairá e tudo que se está fazendo pode ser reduzido gradativamente. Não há nada que impeça o governo de fazer demais e retroceder depois.Alguns economistas temem a recessão dentro da recessão em 2010 e crescimento moroso no futuro. Estaremos contemplando uma década perdida semelhante à do Japão nos anos 1990?Não há nenhuma maneira de tolerarmos uma década perdida neste país. Isso é uma fantasia, porque a Câmara de Representantes tem eleições a cada dois anos. O país não vai tolerar indefinidamente um desemprego de 10%. Há economistas que acham que a recessão pode ter acabado. Quando começará a parecer que existe uma recuperação?Isso é muito difícil de perceber, em parte porque a recessão está profundamente enraizado no colapso do crédito (forte crescimento) e do valor das casas. É difícil ver um fim igualmente rápido e uma retomada. Esse é o desafio para as autoridades, cujos horizontes estão centrados provavelmente na eleição do próximo ano.

Os problemas que vinham cozinhando em fogo brando por um longo período e transbordaram numa crise financeira global requerem a intervenção forte do governo, segundo o economista e escritor James K. Galbraith. Professor na Universidade do Texas, ele é filho do economista John Kenneth Galbraith, cujos livros nos anos 1950 influenciaram a forma como os americanos viram a economia e o capitalismo. Nesta entrevista, ele diz o que pensa sobre como a crise mudou o sistema econômico.O sistema financeiro dos EUA mudou após setembro de 2008?Superficialmente, a administração tentou, e conseguiu, em grande parte, manter o setor bancário vivo. A pergunta é: como essas instituições mudaram? A resposta é: mudaram completamente e não vão voltar ao que eram tão cedo.Teme-se que o fato de o Fed (banco central americano) incorrer num endividamento enorme com os programas de empréstimo poderia provocar o retorno da inflação. O Fed pode evitar isso?Isso não é um dado. O Fed está agindo como um banqueiro de investimento. Tem havido conversas sobre estratégia de saída, mas não é o mesmo que ser capaz de implementá-las.As iniciativas de gastos e estímulos são realmente necessárias?O mundo já viveu com menos crédito antes. Isso requer que se opere com uma política fiscal mais expansiva. Se estivermos certos de que não haverá o ressurgimento de uma expansão ampla baseada no crédito, poderemos ter atividade econômica, mas ela vai ser financiada pelo governo. Qualquer tentativa de avançar para uma política fiscal contracionista, quando não se conseguiu um sistema de crédito privado em expansão, vai produzir retorno da recessão muito rapidamente.Então, o sr. não se preocupa com o déficit projetado de US$ 1,58 trilhão para o próximo ano fiscal?Não há maneira de contornar isso. Se a economia privada começar a se recuperar e houver contribuições privadas, o déficit cairá e tudo que se está fazendo pode ser reduzido gradativamente. Não há nada que impeça o governo de fazer demais e retroceder depois.Alguns economistas temem a recessão dentro da recessão em 2010 e crescimento moroso no futuro. Estaremos contemplando uma década perdida semelhante à do Japão nos anos 1990?Não há nenhuma maneira de tolerarmos uma década perdida neste país. Isso é uma fantasia, porque a Câmara de Representantes tem eleições a cada dois anos. O país não vai tolerar indefinidamente um desemprego de 10%. Há economistas que acham que a recessão pode ter acabado. Quando começará a parecer que existe uma recuperação?Isso é muito difícil de perceber, em parte porque a recessão está profundamente enraizado no colapso do crédito (forte crescimento) e do valor das casas. É difícil ver um fim igualmente rápido e uma retomada. Esse é o desafio para as autoridades, cujos horizontes estão centrados provavelmente na eleição do próximo ano.

Os problemas que vinham cozinhando em fogo brando por um longo período e transbordaram numa crise financeira global requerem a intervenção forte do governo, segundo o economista e escritor James K. Galbraith. Professor na Universidade do Texas, ele é filho do economista John Kenneth Galbraith, cujos livros nos anos 1950 influenciaram a forma como os americanos viram a economia e o capitalismo. Nesta entrevista, ele diz o que pensa sobre como a crise mudou o sistema econômico.O sistema financeiro dos EUA mudou após setembro de 2008?Superficialmente, a administração tentou, e conseguiu, em grande parte, manter o setor bancário vivo. A pergunta é: como essas instituições mudaram? A resposta é: mudaram completamente e não vão voltar ao que eram tão cedo.Teme-se que o fato de o Fed (banco central americano) incorrer num endividamento enorme com os programas de empréstimo poderia provocar o retorno da inflação. O Fed pode evitar isso?Isso não é um dado. O Fed está agindo como um banqueiro de investimento. Tem havido conversas sobre estratégia de saída, mas não é o mesmo que ser capaz de implementá-las.As iniciativas de gastos e estímulos são realmente necessárias?O mundo já viveu com menos crédito antes. Isso requer que se opere com uma política fiscal mais expansiva. Se estivermos certos de que não haverá o ressurgimento de uma expansão ampla baseada no crédito, poderemos ter atividade econômica, mas ela vai ser financiada pelo governo. Qualquer tentativa de avançar para uma política fiscal contracionista, quando não se conseguiu um sistema de crédito privado em expansão, vai produzir retorno da recessão muito rapidamente.Então, o sr. não se preocupa com o déficit projetado de US$ 1,58 trilhão para o próximo ano fiscal?Não há maneira de contornar isso. Se a economia privada começar a se recuperar e houver contribuições privadas, o déficit cairá e tudo que se está fazendo pode ser reduzido gradativamente. Não há nada que impeça o governo de fazer demais e retroceder depois.Alguns economistas temem a recessão dentro da recessão em 2010 e crescimento moroso no futuro. Estaremos contemplando uma década perdida semelhante à do Japão nos anos 1990?Não há nenhuma maneira de tolerarmos uma década perdida neste país. Isso é uma fantasia, porque a Câmara de Representantes tem eleições a cada dois anos. O país não vai tolerar indefinidamente um desemprego de 10%. Há economistas que acham que a recessão pode ter acabado. Quando começará a parecer que existe uma recuperação?Isso é muito difícil de perceber, em parte porque a recessão está profundamente enraizado no colapso do crédito (forte crescimento) e do valor das casas. É difícil ver um fim igualmente rápido e uma retomada. Esse é o desafio para as autoridades, cujos horizontes estão centrados provavelmente na eleição do próximo ano.

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