Para advogado, País vive fim de ciclo na economia e na política


Em livro, Francisco Petros avalia que o Brasil encerrou um período de 30 anos sem consolidar seus avanços

Por Alexa Salomão

Nos últimos meses, não foram poucos os autores, por meio de diferentes editoras, que destrincharam, em separado, as múltiplas facetas da economia, da política e dos emaranhados da Operação Lava Jato ao longo da história recente do Brasil. O livro de artigos De Lula a Temer – O Capitalismo Inacabado é uma espécie de síntese de todos esses temas.

Isoladamente, os artigos da coletânea, escritos entre o início de 2014 e meados de 2016, pelo advogado Francisco Petros, formam um retrato factual do caldeirão institucional em que se transformou o País nesse período. Na forma como foram organizados, porém, vão além. Não são meros fragmentos do tempo ou da percepção do autor, mas o painel de uma ressaca, a análise ácida de um fim de ciclo.

“A seleção tenta fazer uma avaliação crítica dos fatos que constroem um pedaço extraordinário da história brasileira: o desfecho do período da redemocratização”, diz Petros. Detalhe: quando Petro diz “crítica” trata-se de crítica de verdade, a todos os personagens que contribuíram para o “capitalismo inacabado” que trata o livro.

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É de caso pensado, por exemplo, que o título exclui o nome da presidente Dilma Rousseff. “Dilma ajudou a construir a história recente, mas é um personagem menor que, lamentavelmente, não ocupou o seu espaço”, diz Petros.

O artigo intitulado “Infanta, governante e presidente da República” resume essa percepção. Foi escrito logo após aquele domingo histórico, em que as manifestações contra o governo reuniram mais de 1 milhão em todo o País. “As demonstrações deste domingo, dia 15 de março de 2015, 30 anos após a posse do primeiro presidente civil pós-1964, não deixam dúvidas de que o País está exaurido em três dimensões: não há mais confiança no governo atual, não há mais funcionalidade do sistema político e não há mais tolerância para as práticas políticas no trato da coisa pública”, escreveu Petros, já cravando, parágrafos abaixo, a falta de força política da presidente para dar conta do momento. “A presidente Dilma está há menos de três meses da inauguração de seu segundo mandato e o ambiente é quase eleitoral – só faltam os comícios e a dinheirama a financiar os partidos.”

Lulismo. Petros reserva responsabilidades mais amplas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembra que a base do capitalismo é o mercado de massa, com a inclusão perene de um número maior de consumidores. Os artigos questionam a ideia de que Lula atuou de maneira efetiva no combate à desigualdade social e à criação de novas forças políticas ou econômicas capazes de consolidar, de fato, uma nova classe. “O lulismo não conseguiu incorporar a grande massa pobre, de miseráveis, dentro do processo econômico. O que houve foi aumento de consumo da classe mais baixa. Inclusão é outra coisa: um processo transformador, reformador das estruturas, e isso não ocorreu.”

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Ao presidente Michel Temer, Petros reserva uma simbologia institucional. Por qualquer aspecto que se olhe, encerra-se um ciclo. Na economia, Temer traz as reformas adiadas, que são essenciais para sustentar o crescimento, mas nenhum governante teve coragem e fôlego para implementar. Enfim, ele resgata uma agenda protelada. Na política, por sua vez, promove a ascensão de um governo com quadros que já eram referência 30 anos atrás. Resgata a imagem da velha guarda. Na visão de Petros, com essa combinação, é como se o Brasil encerrasse um ciclo de 30 anos voltando ao ponto de partida.

O texto mais analítico é justamente o que fecha a coletânea e desenvolve essa ideia de fim de ciclo. “Penso que o atual governo encerrará o longo período histórico pós-redemocratização. Infelizmente a construção da democracia brasileira nos últimos 30 anos não foi um sucesso quando observada em seu conjunto”, escreve Petros no artigo “Temer e o encerramento do período pós-democratização”.

O desfecho, porém, traz uma esperança: que se o País conseguir manter, daqui para frente, o exercício constante da crítica, o tom preferido do autor, talvez consiga entrar numa fase mais construtiva. “O Estado perdeu a desenvoltura e o desenvolvimento integral do País e tornou-se mera quimera. Constatar essa realidade, de forma decidida, é o melhor caminho para alterá-la. É tarefa urgente para a política.”

Nos últimos meses, não foram poucos os autores, por meio de diferentes editoras, que destrincharam, em separado, as múltiplas facetas da economia, da política e dos emaranhados da Operação Lava Jato ao longo da história recente do Brasil. O livro de artigos De Lula a Temer – O Capitalismo Inacabado é uma espécie de síntese de todos esses temas.

Isoladamente, os artigos da coletânea, escritos entre o início de 2014 e meados de 2016, pelo advogado Francisco Petros, formam um retrato factual do caldeirão institucional em que se transformou o País nesse período. Na forma como foram organizados, porém, vão além. Não são meros fragmentos do tempo ou da percepção do autor, mas o painel de uma ressaca, a análise ácida de um fim de ciclo.

“A seleção tenta fazer uma avaliação crítica dos fatos que constroem um pedaço extraordinário da história brasileira: o desfecho do período da redemocratização”, diz Petros. Detalhe: quando Petro diz “crítica” trata-se de crítica de verdade, a todos os personagens que contribuíram para o “capitalismo inacabado” que trata o livro.

É de caso pensado, por exemplo, que o título exclui o nome da presidente Dilma Rousseff. “Dilma ajudou a construir a história recente, mas é um personagem menor que, lamentavelmente, não ocupou o seu espaço”, diz Petros.

O artigo intitulado “Infanta, governante e presidente da República” resume essa percepção. Foi escrito logo após aquele domingo histórico, em que as manifestações contra o governo reuniram mais de 1 milhão em todo o País. “As demonstrações deste domingo, dia 15 de março de 2015, 30 anos após a posse do primeiro presidente civil pós-1964, não deixam dúvidas de que o País está exaurido em três dimensões: não há mais confiança no governo atual, não há mais funcionalidade do sistema político e não há mais tolerância para as práticas políticas no trato da coisa pública”, escreveu Petros, já cravando, parágrafos abaixo, a falta de força política da presidente para dar conta do momento. “A presidente Dilma está há menos de três meses da inauguração de seu segundo mandato e o ambiente é quase eleitoral – só faltam os comícios e a dinheirama a financiar os partidos.”

Lulismo. Petros reserva responsabilidades mais amplas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembra que a base do capitalismo é o mercado de massa, com a inclusão perene de um número maior de consumidores. Os artigos questionam a ideia de que Lula atuou de maneira efetiva no combate à desigualdade social e à criação de novas forças políticas ou econômicas capazes de consolidar, de fato, uma nova classe. “O lulismo não conseguiu incorporar a grande massa pobre, de miseráveis, dentro do processo econômico. O que houve foi aumento de consumo da classe mais baixa. Inclusão é outra coisa: um processo transformador, reformador das estruturas, e isso não ocorreu.”

Ao presidente Michel Temer, Petros reserva uma simbologia institucional. Por qualquer aspecto que se olhe, encerra-se um ciclo. Na economia, Temer traz as reformas adiadas, que são essenciais para sustentar o crescimento, mas nenhum governante teve coragem e fôlego para implementar. Enfim, ele resgata uma agenda protelada. Na política, por sua vez, promove a ascensão de um governo com quadros que já eram referência 30 anos atrás. Resgata a imagem da velha guarda. Na visão de Petros, com essa combinação, é como se o Brasil encerrasse um ciclo de 30 anos voltando ao ponto de partida.

O texto mais analítico é justamente o que fecha a coletânea e desenvolve essa ideia de fim de ciclo. “Penso que o atual governo encerrará o longo período histórico pós-redemocratização. Infelizmente a construção da democracia brasileira nos últimos 30 anos não foi um sucesso quando observada em seu conjunto”, escreve Petros no artigo “Temer e o encerramento do período pós-democratização”.

O desfecho, porém, traz uma esperança: que se o País conseguir manter, daqui para frente, o exercício constante da crítica, o tom preferido do autor, talvez consiga entrar numa fase mais construtiva. “O Estado perdeu a desenvoltura e o desenvolvimento integral do País e tornou-se mera quimera. Constatar essa realidade, de forma decidida, é o melhor caminho para alterá-la. É tarefa urgente para a política.”

Nos últimos meses, não foram poucos os autores, por meio de diferentes editoras, que destrincharam, em separado, as múltiplas facetas da economia, da política e dos emaranhados da Operação Lava Jato ao longo da história recente do Brasil. O livro de artigos De Lula a Temer – O Capitalismo Inacabado é uma espécie de síntese de todos esses temas.

Isoladamente, os artigos da coletânea, escritos entre o início de 2014 e meados de 2016, pelo advogado Francisco Petros, formam um retrato factual do caldeirão institucional em que se transformou o País nesse período. Na forma como foram organizados, porém, vão além. Não são meros fragmentos do tempo ou da percepção do autor, mas o painel de uma ressaca, a análise ácida de um fim de ciclo.

“A seleção tenta fazer uma avaliação crítica dos fatos que constroem um pedaço extraordinário da história brasileira: o desfecho do período da redemocratização”, diz Petros. Detalhe: quando Petro diz “crítica” trata-se de crítica de verdade, a todos os personagens que contribuíram para o “capitalismo inacabado” que trata o livro.

É de caso pensado, por exemplo, que o título exclui o nome da presidente Dilma Rousseff. “Dilma ajudou a construir a história recente, mas é um personagem menor que, lamentavelmente, não ocupou o seu espaço”, diz Petros.

O artigo intitulado “Infanta, governante e presidente da República” resume essa percepção. Foi escrito logo após aquele domingo histórico, em que as manifestações contra o governo reuniram mais de 1 milhão em todo o País. “As demonstrações deste domingo, dia 15 de março de 2015, 30 anos após a posse do primeiro presidente civil pós-1964, não deixam dúvidas de que o País está exaurido em três dimensões: não há mais confiança no governo atual, não há mais funcionalidade do sistema político e não há mais tolerância para as práticas políticas no trato da coisa pública”, escreveu Petros, já cravando, parágrafos abaixo, a falta de força política da presidente para dar conta do momento. “A presidente Dilma está há menos de três meses da inauguração de seu segundo mandato e o ambiente é quase eleitoral – só faltam os comícios e a dinheirama a financiar os partidos.”

Lulismo. Petros reserva responsabilidades mais amplas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembra que a base do capitalismo é o mercado de massa, com a inclusão perene de um número maior de consumidores. Os artigos questionam a ideia de que Lula atuou de maneira efetiva no combate à desigualdade social e à criação de novas forças políticas ou econômicas capazes de consolidar, de fato, uma nova classe. “O lulismo não conseguiu incorporar a grande massa pobre, de miseráveis, dentro do processo econômico. O que houve foi aumento de consumo da classe mais baixa. Inclusão é outra coisa: um processo transformador, reformador das estruturas, e isso não ocorreu.”

Ao presidente Michel Temer, Petros reserva uma simbologia institucional. Por qualquer aspecto que se olhe, encerra-se um ciclo. Na economia, Temer traz as reformas adiadas, que são essenciais para sustentar o crescimento, mas nenhum governante teve coragem e fôlego para implementar. Enfim, ele resgata uma agenda protelada. Na política, por sua vez, promove a ascensão de um governo com quadros que já eram referência 30 anos atrás. Resgata a imagem da velha guarda. Na visão de Petros, com essa combinação, é como se o Brasil encerrasse um ciclo de 30 anos voltando ao ponto de partida.

O texto mais analítico é justamente o que fecha a coletânea e desenvolve essa ideia de fim de ciclo. “Penso que o atual governo encerrará o longo período histórico pós-redemocratização. Infelizmente a construção da democracia brasileira nos últimos 30 anos não foi um sucesso quando observada em seu conjunto”, escreve Petros no artigo “Temer e o encerramento do período pós-democratização”.

O desfecho, porém, traz uma esperança: que se o País conseguir manter, daqui para frente, o exercício constante da crítica, o tom preferido do autor, talvez consiga entrar numa fase mais construtiva. “O Estado perdeu a desenvoltura e o desenvolvimento integral do País e tornou-se mera quimera. Constatar essa realidade, de forma decidida, é o melhor caminho para alterá-la. É tarefa urgente para a política.”

Nos últimos meses, não foram poucos os autores, por meio de diferentes editoras, que destrincharam, em separado, as múltiplas facetas da economia, da política e dos emaranhados da Operação Lava Jato ao longo da história recente do Brasil. O livro de artigos De Lula a Temer – O Capitalismo Inacabado é uma espécie de síntese de todos esses temas.

Isoladamente, os artigos da coletânea, escritos entre o início de 2014 e meados de 2016, pelo advogado Francisco Petros, formam um retrato factual do caldeirão institucional em que se transformou o País nesse período. Na forma como foram organizados, porém, vão além. Não são meros fragmentos do tempo ou da percepção do autor, mas o painel de uma ressaca, a análise ácida de um fim de ciclo.

“A seleção tenta fazer uma avaliação crítica dos fatos que constroem um pedaço extraordinário da história brasileira: o desfecho do período da redemocratização”, diz Petros. Detalhe: quando Petro diz “crítica” trata-se de crítica de verdade, a todos os personagens que contribuíram para o “capitalismo inacabado” que trata o livro.

É de caso pensado, por exemplo, que o título exclui o nome da presidente Dilma Rousseff. “Dilma ajudou a construir a história recente, mas é um personagem menor que, lamentavelmente, não ocupou o seu espaço”, diz Petros.

O artigo intitulado “Infanta, governante e presidente da República” resume essa percepção. Foi escrito logo após aquele domingo histórico, em que as manifestações contra o governo reuniram mais de 1 milhão em todo o País. “As demonstrações deste domingo, dia 15 de março de 2015, 30 anos após a posse do primeiro presidente civil pós-1964, não deixam dúvidas de que o País está exaurido em três dimensões: não há mais confiança no governo atual, não há mais funcionalidade do sistema político e não há mais tolerância para as práticas políticas no trato da coisa pública”, escreveu Petros, já cravando, parágrafos abaixo, a falta de força política da presidente para dar conta do momento. “A presidente Dilma está há menos de três meses da inauguração de seu segundo mandato e o ambiente é quase eleitoral – só faltam os comícios e a dinheirama a financiar os partidos.”

Lulismo. Petros reserva responsabilidades mais amplas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembra que a base do capitalismo é o mercado de massa, com a inclusão perene de um número maior de consumidores. Os artigos questionam a ideia de que Lula atuou de maneira efetiva no combate à desigualdade social e à criação de novas forças políticas ou econômicas capazes de consolidar, de fato, uma nova classe. “O lulismo não conseguiu incorporar a grande massa pobre, de miseráveis, dentro do processo econômico. O que houve foi aumento de consumo da classe mais baixa. Inclusão é outra coisa: um processo transformador, reformador das estruturas, e isso não ocorreu.”

Ao presidente Michel Temer, Petros reserva uma simbologia institucional. Por qualquer aspecto que se olhe, encerra-se um ciclo. Na economia, Temer traz as reformas adiadas, que são essenciais para sustentar o crescimento, mas nenhum governante teve coragem e fôlego para implementar. Enfim, ele resgata uma agenda protelada. Na política, por sua vez, promove a ascensão de um governo com quadros que já eram referência 30 anos atrás. Resgata a imagem da velha guarda. Na visão de Petros, com essa combinação, é como se o Brasil encerrasse um ciclo de 30 anos voltando ao ponto de partida.

O texto mais analítico é justamente o que fecha a coletânea e desenvolve essa ideia de fim de ciclo. “Penso que o atual governo encerrará o longo período histórico pós-redemocratização. Infelizmente a construção da democracia brasileira nos últimos 30 anos não foi um sucesso quando observada em seu conjunto”, escreve Petros no artigo “Temer e o encerramento do período pós-democratização”.

O desfecho, porém, traz uma esperança: que se o País conseguir manter, daqui para frente, o exercício constante da crítica, o tom preferido do autor, talvez consiga entrar numa fase mais construtiva. “O Estado perdeu a desenvoltura e o desenvolvimento integral do País e tornou-se mera quimera. Constatar essa realidade, de forma decidida, é o melhor caminho para alterá-la. É tarefa urgente para a política.”

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