Para analistas, Lula chega enfraquecido em Viena


Lula desembarca em Viena com a sua posição de líder regional posta em xeque pela tentativa de Hugo Chávez de unir os governos de esquerda da região

Por Agencia Estado

Há dois anos, quando os cerca de 60 líderes europeus e latino-americanos se reuniram em Guadalajara, no México, para a última Cúpula entre União Européia (UE), América Latina e Caribe, o presidente brasileiro era recebido como o "líder natural da região" - expressão usada pelo primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Zapatero, na época. "O Brasil exercia uma liderança regional importante, mas, no último ano, tem perdido esse papel porque Chávez tem disputado com Lula", afirma o especialista em Mercosul da London School of Economics Francisco Panizza. "As pretensões de líder que o Brasil tinha já afundaram, não pode se dizer com seriedade que Lula é um líder regional, líder regional é o Chávez", diz o economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners, Pedro Souza Leão Regina. Esquerda responsável Mesmo que tenha perdido importância como porta-voz da região, em contraposição aos governos de Chávez e do boliviano Evo Morales, o presidente brasileiro foi reafirmado aos olhos europeus como o líder da "esquerda responsável" da América Latina. Pelo menos é isso que indica o discurso do comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson. "O Brasil deve ser visto como uma rocha em democracia e economia dentro da América Latina, com uma influência dominante no continente que não mudará", disse Mandelson, em entrevista à BBC Brasil. Mas, na opinião do analista Leão Regina, para manter boas relações com a Europa e EUA e obter ganhos no cenário internacional, o Brasil deve reforçar as diferenças em relação à Venezuela e Bolívia e investir no aumento da sua influência em organizações como a ONU e a OMC. Ele argumenta que as crises na América Latina apenas mostram que o Brasil deve ?voltar à sua vocação natural? de potência multilateral e abandonar o projeto de liderar uma região que, na sua visão, é composta de ?países muito diversos sem grandes ligações históricas nem comerciais?. "O Brasil precisa acordar para o fato de que os latino-americanos não estão preparados para tê-lo como líder e cuidar dos seus próprios interesses", afirma. Acordos Panizza, da LSE, lembra que Chile e México já têm acordos bilaterais com a União Européia e o Mercosul está a quatro anos tentando negociar um semelhante. Em 2004, a expectativa em Guadalajara era que até outubro daquele ano os dois blocos lançariam negociações para a maior área de livre comércio do mundo. O ano de 2004 também foi marcado pela liderança do Brasil no G20, grupo formado para pressionar europeus e americanos a fazer mais concessões nas negociações de liberalização do comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio). De lá para cá, porém, esse grupo também perdeu força e sucessivos prazos têm sido descumpridos, sem nenhum sinal de acordo. Destravar as negociações é, aliás, o objetivo declarado do governo brasileiro nessa cúpula. Fontes diplomáticas dizem que Lula pretende se reunir com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e a premier alemã Angela Merkel, entre outros líderes, para tentar fazer vingar a idéia de uma reunião de chefes de Estado que dê novo impulso à rodada de Doha. Mas, na avaliação de Panizza, o objetivo não deve prosperar não só porque a América Latina não poderá "falar com uma só voz", mas também porque considera que não se trata do fórum ideal para discutir o assunto. Segundo o professor, as concessões das quais dependem o desbloqueio das negociações estão nas mãos de quatro ou cinco países estratégicos e dificilmente seriam feitas num fórum com representantes de 60 países. O economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners Pedro Souza Leão Regina também acha improvável haver avanços no tema. "A posição do Brasil é conhecida, a de europeus e americanos (que não participam do evento em Viena) também. E o próprio Lula, se quisesse fazer concessões, não as faria num ano eleitoral", afirma Leão Regina. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

Há dois anos, quando os cerca de 60 líderes europeus e latino-americanos se reuniram em Guadalajara, no México, para a última Cúpula entre União Européia (UE), América Latina e Caribe, o presidente brasileiro era recebido como o "líder natural da região" - expressão usada pelo primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Zapatero, na época. "O Brasil exercia uma liderança regional importante, mas, no último ano, tem perdido esse papel porque Chávez tem disputado com Lula", afirma o especialista em Mercosul da London School of Economics Francisco Panizza. "As pretensões de líder que o Brasil tinha já afundaram, não pode se dizer com seriedade que Lula é um líder regional, líder regional é o Chávez", diz o economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners, Pedro Souza Leão Regina. Esquerda responsável Mesmo que tenha perdido importância como porta-voz da região, em contraposição aos governos de Chávez e do boliviano Evo Morales, o presidente brasileiro foi reafirmado aos olhos europeus como o líder da "esquerda responsável" da América Latina. Pelo menos é isso que indica o discurso do comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson. "O Brasil deve ser visto como uma rocha em democracia e economia dentro da América Latina, com uma influência dominante no continente que não mudará", disse Mandelson, em entrevista à BBC Brasil. Mas, na opinião do analista Leão Regina, para manter boas relações com a Europa e EUA e obter ganhos no cenário internacional, o Brasil deve reforçar as diferenças em relação à Venezuela e Bolívia e investir no aumento da sua influência em organizações como a ONU e a OMC. Ele argumenta que as crises na América Latina apenas mostram que o Brasil deve ?voltar à sua vocação natural? de potência multilateral e abandonar o projeto de liderar uma região que, na sua visão, é composta de ?países muito diversos sem grandes ligações históricas nem comerciais?. "O Brasil precisa acordar para o fato de que os latino-americanos não estão preparados para tê-lo como líder e cuidar dos seus próprios interesses", afirma. Acordos Panizza, da LSE, lembra que Chile e México já têm acordos bilaterais com a União Européia e o Mercosul está a quatro anos tentando negociar um semelhante. Em 2004, a expectativa em Guadalajara era que até outubro daquele ano os dois blocos lançariam negociações para a maior área de livre comércio do mundo. O ano de 2004 também foi marcado pela liderança do Brasil no G20, grupo formado para pressionar europeus e americanos a fazer mais concessões nas negociações de liberalização do comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio). De lá para cá, porém, esse grupo também perdeu força e sucessivos prazos têm sido descumpridos, sem nenhum sinal de acordo. Destravar as negociações é, aliás, o objetivo declarado do governo brasileiro nessa cúpula. Fontes diplomáticas dizem que Lula pretende se reunir com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e a premier alemã Angela Merkel, entre outros líderes, para tentar fazer vingar a idéia de uma reunião de chefes de Estado que dê novo impulso à rodada de Doha. Mas, na avaliação de Panizza, o objetivo não deve prosperar não só porque a América Latina não poderá "falar com uma só voz", mas também porque considera que não se trata do fórum ideal para discutir o assunto. Segundo o professor, as concessões das quais dependem o desbloqueio das negociações estão nas mãos de quatro ou cinco países estratégicos e dificilmente seriam feitas num fórum com representantes de 60 países. O economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners Pedro Souza Leão Regina também acha improvável haver avanços no tema. "A posição do Brasil é conhecida, a de europeus e americanos (que não participam do evento em Viena) também. E o próprio Lula, se quisesse fazer concessões, não as faria num ano eleitoral", afirma Leão Regina. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

Há dois anos, quando os cerca de 60 líderes europeus e latino-americanos se reuniram em Guadalajara, no México, para a última Cúpula entre União Européia (UE), América Latina e Caribe, o presidente brasileiro era recebido como o "líder natural da região" - expressão usada pelo primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Zapatero, na época. "O Brasil exercia uma liderança regional importante, mas, no último ano, tem perdido esse papel porque Chávez tem disputado com Lula", afirma o especialista em Mercosul da London School of Economics Francisco Panizza. "As pretensões de líder que o Brasil tinha já afundaram, não pode se dizer com seriedade que Lula é um líder regional, líder regional é o Chávez", diz o economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners, Pedro Souza Leão Regina. Esquerda responsável Mesmo que tenha perdido importância como porta-voz da região, em contraposição aos governos de Chávez e do boliviano Evo Morales, o presidente brasileiro foi reafirmado aos olhos europeus como o líder da "esquerda responsável" da América Latina. Pelo menos é isso que indica o discurso do comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson. "O Brasil deve ser visto como uma rocha em democracia e economia dentro da América Latina, com uma influência dominante no continente que não mudará", disse Mandelson, em entrevista à BBC Brasil. Mas, na opinião do analista Leão Regina, para manter boas relações com a Europa e EUA e obter ganhos no cenário internacional, o Brasil deve reforçar as diferenças em relação à Venezuela e Bolívia e investir no aumento da sua influência em organizações como a ONU e a OMC. Ele argumenta que as crises na América Latina apenas mostram que o Brasil deve ?voltar à sua vocação natural? de potência multilateral e abandonar o projeto de liderar uma região que, na sua visão, é composta de ?países muito diversos sem grandes ligações históricas nem comerciais?. "O Brasil precisa acordar para o fato de que os latino-americanos não estão preparados para tê-lo como líder e cuidar dos seus próprios interesses", afirma. Acordos Panizza, da LSE, lembra que Chile e México já têm acordos bilaterais com a União Européia e o Mercosul está a quatro anos tentando negociar um semelhante. Em 2004, a expectativa em Guadalajara era que até outubro daquele ano os dois blocos lançariam negociações para a maior área de livre comércio do mundo. O ano de 2004 também foi marcado pela liderança do Brasil no G20, grupo formado para pressionar europeus e americanos a fazer mais concessões nas negociações de liberalização do comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio). De lá para cá, porém, esse grupo também perdeu força e sucessivos prazos têm sido descumpridos, sem nenhum sinal de acordo. Destravar as negociações é, aliás, o objetivo declarado do governo brasileiro nessa cúpula. Fontes diplomáticas dizem que Lula pretende se reunir com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e a premier alemã Angela Merkel, entre outros líderes, para tentar fazer vingar a idéia de uma reunião de chefes de Estado que dê novo impulso à rodada de Doha. Mas, na avaliação de Panizza, o objetivo não deve prosperar não só porque a América Latina não poderá "falar com uma só voz", mas também porque considera que não se trata do fórum ideal para discutir o assunto. Segundo o professor, as concessões das quais dependem o desbloqueio das negociações estão nas mãos de quatro ou cinco países estratégicos e dificilmente seriam feitas num fórum com representantes de 60 países. O economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners Pedro Souza Leão Regina também acha improvável haver avanços no tema. "A posição do Brasil é conhecida, a de europeus e americanos (que não participam do evento em Viena) também. E o próprio Lula, se quisesse fazer concessões, não as faria num ano eleitoral", afirma Leão Regina. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

Há dois anos, quando os cerca de 60 líderes europeus e latino-americanos se reuniram em Guadalajara, no México, para a última Cúpula entre União Européia (UE), América Latina e Caribe, o presidente brasileiro era recebido como o "líder natural da região" - expressão usada pelo primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Zapatero, na época. "O Brasil exercia uma liderança regional importante, mas, no último ano, tem perdido esse papel porque Chávez tem disputado com Lula", afirma o especialista em Mercosul da London School of Economics Francisco Panizza. "As pretensões de líder que o Brasil tinha já afundaram, não pode se dizer com seriedade que Lula é um líder regional, líder regional é o Chávez", diz o economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners, Pedro Souza Leão Regina. Esquerda responsável Mesmo que tenha perdido importância como porta-voz da região, em contraposição aos governos de Chávez e do boliviano Evo Morales, o presidente brasileiro foi reafirmado aos olhos europeus como o líder da "esquerda responsável" da América Latina. Pelo menos é isso que indica o discurso do comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson. "O Brasil deve ser visto como uma rocha em democracia e economia dentro da América Latina, com uma influência dominante no continente que não mudará", disse Mandelson, em entrevista à BBC Brasil. Mas, na opinião do analista Leão Regina, para manter boas relações com a Europa e EUA e obter ganhos no cenário internacional, o Brasil deve reforçar as diferenças em relação à Venezuela e Bolívia e investir no aumento da sua influência em organizações como a ONU e a OMC. Ele argumenta que as crises na América Latina apenas mostram que o Brasil deve ?voltar à sua vocação natural? de potência multilateral e abandonar o projeto de liderar uma região que, na sua visão, é composta de ?países muito diversos sem grandes ligações históricas nem comerciais?. "O Brasil precisa acordar para o fato de que os latino-americanos não estão preparados para tê-lo como líder e cuidar dos seus próprios interesses", afirma. Acordos Panizza, da LSE, lembra que Chile e México já têm acordos bilaterais com a União Européia e o Mercosul está a quatro anos tentando negociar um semelhante. Em 2004, a expectativa em Guadalajara era que até outubro daquele ano os dois blocos lançariam negociações para a maior área de livre comércio do mundo. O ano de 2004 também foi marcado pela liderança do Brasil no G20, grupo formado para pressionar europeus e americanos a fazer mais concessões nas negociações de liberalização do comércio na OMC (Organização Mundial do Comércio). De lá para cá, porém, esse grupo também perdeu força e sucessivos prazos têm sido descumpridos, sem nenhum sinal de acordo. Destravar as negociações é, aliás, o objetivo declarado do governo brasileiro nessa cúpula. Fontes diplomáticas dizem que Lula pretende se reunir com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e a premier alemã Angela Merkel, entre outros líderes, para tentar fazer vingar a idéia de uma reunião de chefes de Estado que dê novo impulso à rodada de Doha. Mas, na avaliação de Panizza, o objetivo não deve prosperar não só porque a América Latina não poderá "falar com uma só voz", mas também porque considera que não se trata do fórum ideal para discutir o assunto. Segundo o professor, as concessões das quais dependem o desbloqueio das negociações estão nas mãos de quatro ou cinco países estratégicos e dificilmente seriam feitas num fórum com representantes de 60 países. O economista-chefe da consultoria britânica Anchorage Capital Partners Pedro Souza Leão Regina também acha improvável haver avanços no tema. "A posição do Brasil é conhecida, a de europeus e americanos (que não participam do evento em Viena) também. E o próprio Lula, se quisesse fazer concessões, não as faria num ano eleitoral", afirma Leão Regina. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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