NOVA YORK - O ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou nesta quarta-feira, 15, que "com a privatização da Eletrobrás, o Tesouro deve receber R$ 12 bilhões em 2018." Segundo ele, tal montante já está previsto no Orçamento do próximo ano e ajudará no cálculo de meta fiscal.
"A Eletrobrás paga o bônus de assinatura (das concessões das usinas que serão descotizadas). Isso vai para o Tesouro. O restante fica na empresa ou no setor para abater (o encargo) CDE", destacou o ministro.
"Se fosse monetizar tudo e pagar à vista seria um montante próximo de R$ 30 bilhões, mas não irá acontecer assim. O que deve entrar como restante dos recursos será no tempo na concessão para ir abatendo os encargos."
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De acordo com o ministro, o projeto de lei com o modelo de privatização está saindo do Ministério das Minas e Energia e está indo na próxima semana para a Casa Civil, de onde se tornará público.
"Queremos enviar o projeto para o Congresso já na próxima semana. Não interfere em nada o trâmite da análise da reforma da Previdência."
O modelo também prevê que seja adotado o sistema de golden share e haverá limite de voto para os acionistas que tiverem mais de 10% dos papéis da Eletrobrás.
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"Se a capitalização ocorrer como estamos esperando, será responsável por diluir a participação do governo na Eletrobrás para menos de 50%", disse o ministro.
O ministro reuniu-se em Nova York com investidores que estavam interessados em saber detalhes sobre o processo de privatização da Eletrobrás. Segundo Fernando Coelho Filho "eles entendem" o que é bom para a empresa e é possível fazer neste momento. "Não adianta fazer uma modelagem boa do ponto de vista do investidor e não ter apoio suficiente para passar."