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Opinião|Só a meritocracia não basta para medir o sucesso ou o fracasso


Ao analisar sua história ou a dos outros, a métrica de sucesso deve contemplar uma série de eventos na trajetória, para não tornar simplista uma questão complexa, diz especialista em artigo

Por Breno Paquelet

Encontramos frequentemente nas redes sociais diversas frases motivacionais e histórias espetaculares de superação, de pessoas que começaram do zero ou perderam tudo e conseguiram dar a volta por cima, obtendo sucesso estrondoso. A intenção por trás da divulgação desse conteúdo é nobre e deveria servir como estímulo para que as pessoas que passam por dificuldades possam se inspirar e alcançar sucesso por méritos próprios.

O efeito colateral, no entanto, é que muitos têm entendido a meritocracia de forma equivocada, que em vez de fator motivacional vira parâmetro de julgamento, através de uma lógica enviesada: "Aquela pessoa não tinha nada, se esforçou e conseguiu vencer. Se você não conseguiu, é porque não se esforçou o suficiente". De tão repetida, essa lógica torna-se verdade e vira atalho para julgamentos automáticos e frequentes, que acabam ignorando questões muito mais profundas.

É fato que pessoas que nascem em situações adversas possuem, estatisticamente, menor probabilidade de sucesso do que as que têm acesso a saúde, educação, rede de contatos, estabilidade familiar e financeira. Isso não tira os méritos de quem foi "bem nascido" e obteve sucesso, nem deve ser critério para desvalorização de quem nasceu com pouco e não conseguiu evoluir.

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Dedicar-se de corpo e alma para obter sucesso profissional é o mínimo que alguém pode fazer para alcançar uma vida melhor, mas na grande maioria dos casos isso não é o suficiente.

Uma série de fatores deve ser levado em conta ao se analisar uma trajetória de fracasso ou sucesso. Foto: Pixabay
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Quando as estatísticas jogam completamente contra, o esforço extraordinário tende a promover apenas resultados moderados na grande maioria dos casos e sucesso estrondoso em pouquíssimos outros. Mas a visibilidade que as histórias obtém nas redes sociais faz parecer que sejam mais frequentes do que os milhões de casos invisíveis de insucesso do dia a dia.

Ao analisar sua própria história ou a dos outros, a métrica de sucesso deve contemplar de onde a pessoa partiu, os eventos que aconteceram em sua vida (sorte, azar, acaso, oportunidades ou qualquer nome que queiram dar a isso), sua reação a eles e as escolhas que fez ao longo do caminho.

Analisar a meritocracia sem considerar esses pontos torna simplista uma questão complexa. Ao adicionar contexto, valorizamos muito mais histórias "comuns" como de sucesso e criamos empatia com outras de aparente "insucesso".

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* Breno Paquelet é especialista em negociações estratégicas pela Harvard Business School, com educação executiva em Estratégia Empresarial no Massachusetts Institute of Technology (MIT). É professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor convidado da Casa do Saber/RJ e autor do livro Pare de Ganhar Mal (ed. Sextante).

Encontramos frequentemente nas redes sociais diversas frases motivacionais e histórias espetaculares de superação, de pessoas que começaram do zero ou perderam tudo e conseguiram dar a volta por cima, obtendo sucesso estrondoso. A intenção por trás da divulgação desse conteúdo é nobre e deveria servir como estímulo para que as pessoas que passam por dificuldades possam se inspirar e alcançar sucesso por méritos próprios.

O efeito colateral, no entanto, é que muitos têm entendido a meritocracia de forma equivocada, que em vez de fator motivacional vira parâmetro de julgamento, através de uma lógica enviesada: "Aquela pessoa não tinha nada, se esforçou e conseguiu vencer. Se você não conseguiu, é porque não se esforçou o suficiente". De tão repetida, essa lógica torna-se verdade e vira atalho para julgamentos automáticos e frequentes, que acabam ignorando questões muito mais profundas.

É fato que pessoas que nascem em situações adversas possuem, estatisticamente, menor probabilidade de sucesso do que as que têm acesso a saúde, educação, rede de contatos, estabilidade familiar e financeira. Isso não tira os méritos de quem foi "bem nascido" e obteve sucesso, nem deve ser critério para desvalorização de quem nasceu com pouco e não conseguiu evoluir.

Dedicar-se de corpo e alma para obter sucesso profissional é o mínimo que alguém pode fazer para alcançar uma vida melhor, mas na grande maioria dos casos isso não é o suficiente.

Uma série de fatores deve ser levado em conta ao se analisar uma trajetória de fracasso ou sucesso. Foto: Pixabay

Quando as estatísticas jogam completamente contra, o esforço extraordinário tende a promover apenas resultados moderados na grande maioria dos casos e sucesso estrondoso em pouquíssimos outros. Mas a visibilidade que as histórias obtém nas redes sociais faz parecer que sejam mais frequentes do que os milhões de casos invisíveis de insucesso do dia a dia.

Ao analisar sua própria história ou a dos outros, a métrica de sucesso deve contemplar de onde a pessoa partiu, os eventos que aconteceram em sua vida (sorte, azar, acaso, oportunidades ou qualquer nome que queiram dar a isso), sua reação a eles e as escolhas que fez ao longo do caminho.

Analisar a meritocracia sem considerar esses pontos torna simplista uma questão complexa. Ao adicionar contexto, valorizamos muito mais histórias "comuns" como de sucesso e criamos empatia com outras de aparente "insucesso".

* Breno Paquelet é especialista em negociações estratégicas pela Harvard Business School, com educação executiva em Estratégia Empresarial no Massachusetts Institute of Technology (MIT). É professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor convidado da Casa do Saber/RJ e autor do livro Pare de Ganhar Mal (ed. Sextante).

Encontramos frequentemente nas redes sociais diversas frases motivacionais e histórias espetaculares de superação, de pessoas que começaram do zero ou perderam tudo e conseguiram dar a volta por cima, obtendo sucesso estrondoso. A intenção por trás da divulgação desse conteúdo é nobre e deveria servir como estímulo para que as pessoas que passam por dificuldades possam se inspirar e alcançar sucesso por méritos próprios.

O efeito colateral, no entanto, é que muitos têm entendido a meritocracia de forma equivocada, que em vez de fator motivacional vira parâmetro de julgamento, através de uma lógica enviesada: "Aquela pessoa não tinha nada, se esforçou e conseguiu vencer. Se você não conseguiu, é porque não se esforçou o suficiente". De tão repetida, essa lógica torna-se verdade e vira atalho para julgamentos automáticos e frequentes, que acabam ignorando questões muito mais profundas.

É fato que pessoas que nascem em situações adversas possuem, estatisticamente, menor probabilidade de sucesso do que as que têm acesso a saúde, educação, rede de contatos, estabilidade familiar e financeira. Isso não tira os méritos de quem foi "bem nascido" e obteve sucesso, nem deve ser critério para desvalorização de quem nasceu com pouco e não conseguiu evoluir.

Dedicar-se de corpo e alma para obter sucesso profissional é o mínimo que alguém pode fazer para alcançar uma vida melhor, mas na grande maioria dos casos isso não é o suficiente.

Uma série de fatores deve ser levado em conta ao se analisar uma trajetória de fracasso ou sucesso. Foto: Pixabay

Quando as estatísticas jogam completamente contra, o esforço extraordinário tende a promover apenas resultados moderados na grande maioria dos casos e sucesso estrondoso em pouquíssimos outros. Mas a visibilidade que as histórias obtém nas redes sociais faz parecer que sejam mais frequentes do que os milhões de casos invisíveis de insucesso do dia a dia.

Ao analisar sua própria história ou a dos outros, a métrica de sucesso deve contemplar de onde a pessoa partiu, os eventos que aconteceram em sua vida (sorte, azar, acaso, oportunidades ou qualquer nome que queiram dar a isso), sua reação a eles e as escolhas que fez ao longo do caminho.

Analisar a meritocracia sem considerar esses pontos torna simplista uma questão complexa. Ao adicionar contexto, valorizamos muito mais histórias "comuns" como de sucesso e criamos empatia com outras de aparente "insucesso".

* Breno Paquelet é especialista em negociações estratégicas pela Harvard Business School, com educação executiva em Estratégia Empresarial no Massachusetts Institute of Technology (MIT). É professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor convidado da Casa do Saber/RJ e autor do livro Pare de Ganhar Mal (ed. Sextante).

Encontramos frequentemente nas redes sociais diversas frases motivacionais e histórias espetaculares de superação, de pessoas que começaram do zero ou perderam tudo e conseguiram dar a volta por cima, obtendo sucesso estrondoso. A intenção por trás da divulgação desse conteúdo é nobre e deveria servir como estímulo para que as pessoas que passam por dificuldades possam se inspirar e alcançar sucesso por méritos próprios.

O efeito colateral, no entanto, é que muitos têm entendido a meritocracia de forma equivocada, que em vez de fator motivacional vira parâmetro de julgamento, através de uma lógica enviesada: "Aquela pessoa não tinha nada, se esforçou e conseguiu vencer. Se você não conseguiu, é porque não se esforçou o suficiente". De tão repetida, essa lógica torna-se verdade e vira atalho para julgamentos automáticos e frequentes, que acabam ignorando questões muito mais profundas.

É fato que pessoas que nascem em situações adversas possuem, estatisticamente, menor probabilidade de sucesso do que as que têm acesso a saúde, educação, rede de contatos, estabilidade familiar e financeira. Isso não tira os méritos de quem foi "bem nascido" e obteve sucesso, nem deve ser critério para desvalorização de quem nasceu com pouco e não conseguiu evoluir.

Dedicar-se de corpo e alma para obter sucesso profissional é o mínimo que alguém pode fazer para alcançar uma vida melhor, mas na grande maioria dos casos isso não é o suficiente.

Uma série de fatores deve ser levado em conta ao se analisar uma trajetória de fracasso ou sucesso. Foto: Pixabay

Quando as estatísticas jogam completamente contra, o esforço extraordinário tende a promover apenas resultados moderados na grande maioria dos casos e sucesso estrondoso em pouquíssimos outros. Mas a visibilidade que as histórias obtém nas redes sociais faz parecer que sejam mais frequentes do que os milhões de casos invisíveis de insucesso do dia a dia.

Ao analisar sua própria história ou a dos outros, a métrica de sucesso deve contemplar de onde a pessoa partiu, os eventos que aconteceram em sua vida (sorte, azar, acaso, oportunidades ou qualquer nome que queiram dar a isso), sua reação a eles e as escolhas que fez ao longo do caminho.

Analisar a meritocracia sem considerar esses pontos torna simplista uma questão complexa. Ao adicionar contexto, valorizamos muito mais histórias "comuns" como de sucesso e criamos empatia com outras de aparente "insucesso".

* Breno Paquelet é especialista em negociações estratégicas pela Harvard Business School, com educação executiva em Estratégia Empresarial no Massachusetts Institute of Technology (MIT). É professor do MBA em Gestão Empreendedora da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor convidado da Casa do Saber/RJ e autor do livro Pare de Ganhar Mal (ed. Sextante).

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