A Rússia surpreendeu o mercado nesta segunda-feira ao elevar a taxa básica de juros para 17% - aumento de 6,5 pontos porcentuais - na tentativa de conter a desvalorização do rublo. A medida, porém, não surtiu efeito. À frente do Banco Central russo desde 2013, a economista Elvira Nabiullina, nesta terça-feira, foi à TV estatal russa para tentar tranquilizar o mercado após a elevação dos juros e dizer que o rublo está subvalorizado depois das sucessivas perdas frente ao dólar. Também não adiantou.
Após 11 anos de uma política monetária apertada e uma significativa redução da inflação, Nabiullina enfrenta agora um período de incerteza na Rússia, enquanto o setor bancário do país bate de frente com a realidade econômica internacional.
O recente conflito com a Ucrânia, que ocasionou sanções econômicas à Rússia, e a perspectiva de rebaixamento do rating do país na agência de classificação de risco Standart and Poor's, além da queda nos preços do petróleo, contribuíram para um contínuo cenário negativo para a economia russa - a 7ª maior do mundo.
Nascida em 29 de outubro de 1963, na cidade de Ufa, no Bascortostão, país que integrava a União Soviética, Elvira foi a primeira mulher a comandar a autoridade máxima monetária de um país integrante do G8. Conselheira econômica de Vladmir Putin entre maio de 2012 e junho de 2013, Nabiullina já havia sido ministra do desenvolvimento econômico e comércio de setembro de 2007 a março de 2012. Graduada pela universidade de Moscou em 1986, a economista foi considerada a 72ª mulher mais poderosa do mundo pela revista Forbes em 2014.