O blog do Caderno de Imóveis

O caminho do compartilhamento


Donos de terrenos em loteamentos industriais juntam forças para comprar desde material de construção a serviços como segurança

Entrada do loteamente empresarial Nove de Julho, em Americana (SP) Foto: Estadão

Márcia Rodrigues ESPECIAL PARA O ESTADO

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A compra coletiva de material de construção e o compartilhamento de serviços como segurança, recepção e limpeza começam a ser praticados, também, por loteamentos comerciais e galpões logísticos industriais. O motivo é a busca pela redução de custos tanto na instalação como na manutenção de uma empresa.

Dois exemplos desse tipo de iniciativa podem ser vistos no loteamento 9 de Julho, em Americana, e nos galpões da TRX em Guarulhos, Piracicaba e Rio de Janeiro. Em todos eles, o compartilhamento se iniciou desde o processo de construção, que na maioria dos casos ainda não está finalizado, e vai se estender para os serviços que englobam o funcionamento das empresas.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de Novos Negócios e Operações da Cemara Loteamentos, responsável pelo empreendimento 9 de Julho, diz que 38 empresas de 23 segmentos diferentes compraram terrenos no local.

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"Começamos a promover diversos encontros com os empresários para eles se apresentarem e abrimos a possibilidade de realizarem negócios entre eles", conta. "Também criamos uma associação para promover o compartilhamento de serviços terceirizados de recursos humanos, treinamento, segurança, limpeza, escritório de advocacia, empresa de cobrança, transporte coletivo, agência de marketing e comunicação, empresa de alimentação, entre outros. São serviços que todas precisam e, se contratados em grande quantidade, teremos mais vantagem na hora do pagamento."

Santi também afirma que a ideia é que todas as empresas comprem material de escritório e outros suprimentos de uma única fornecedora. "Sempre que compramos produtos em larga escala, conseguimos um preço melhor. Vamos colocar isso em prática no 9 de Julho", afirma. A estimativa, segundo ele, é de que as empresas obtenham uma redução nos custos com produtos e serviços de até 20%.

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Marcos Dei Santi, vice-presidente de novos negócios e operações da Cemara Loteamentos Foto: Estadão

O executivo conta que a proposta do compartilhamento partiu da própria Cemara. "As pessoas andam muito ocupadas e, ao criar a associação e fazer as propostas, nós quisemos mostrar que é possível reduzir custos se unirmos força. Afinal, todos terão de contratar serviços. Por que não, fazerem isso juntos?", argumenta.

Investimento. André Luiz Strapasson é dono de uma metalúrgica e diz que optou por instalar a segunda unidade da sua empresa no 9 de Julho em razão do compartilhamento.

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"Havíamos comprado o terreno como investimento, mas decidimos abrir nossa filial lá por causa da proposta. Tanto pelo custo, que consideramos atrativo, quanto pelo compartilhamento." O empresário, no entanto, não revela o valor dos terrenos adquiridos.

A empresa fabrica máquinas especiais, que são feitas sob medida. A sede fica em Nova Odessa, no noroeste paulista, e não está instalada em um loteamento. "Comparamos as duas instalações e achamos que a segurança é mais reforçada no loteamento, com a proposta que nos apresentaram, do que a fábrica que fica na rua."

Strapasson afirma que já na reunião de apresentação das empresas que compraram lotes, algumas companhias mostraram interesse nos seus produtos. "Vimos que há potencial para gerar negócios no próprio loteamento."

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A empresa ainda não iniciou a construção da fábrica no empreendimento. A obra deve ser feita no ano que vem. "Nossa ideia é construir dois barracões e aderir a todas as propostas de compartilhamento que forem oferecidas."

O empreendimento 9 de Julho tem 439 terrenos com 750 m² cada um. Ao todo já foram vendidas 140 unidades. O preço vai de R$ 520 a R$ 650 o metro quadrado, dependendo da localização e da topografia. Inicialmente a diretoria da associação é composta por funcionários da Cemara. Mas, assim que as obras forem concluídas e as empresas começarem a operar, será feita eleição para a escolha da nova diretoria.

Para José Alves Neto, vice-presidente da TRX, os galpões exigem eficiência operacional. "Neste tipo de solução, o custo total de ocupação é levado muito a sério. Por isso, o aluguel tem de ser competitivo e todos os custos que têm dentro do espaço compartilhado devem ser os melhores praticados no mercado", afirma.

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Entrada da empresa TRX, em Guarulhos Foto: Estadão

Pensando nisso, Alves Neto começou a sugerir o compartilhamento de serviços como segurança, área administrativa e de limpeza para os empresários que utilizam os galpões da unidade da TRX em Guarulhos. A prática já é promovida em outros galpões instalados em Piracicaba e no Rio de Janeiro.

"Quem cuida da administração do condomínio é a própria TRX. Então, promovemos diversas ações para todos terem a redução de custos. Todos os galpões, por exemplo, usam lâmpada de LED. Assim, conseguimos diminuição de 40% nos custos de energia. Em todos os nossos empreendimentos há compartilhamento de segurança, área administrativa, limpeza, manutenção etc. Normalmente, nesse tipo de galpão, tudo é feito de forma individual, o que acaba encarecendo a manutenção", diz.

Glen Slade, diretor da Oxitec, afirma que optou por alugar um galpão compartilhado para iniciar a produção em grande escala de um mosquito geneticamente modificado para combater o Aedes aegypti. "É o conhecido Aedes do bem do mercado", conta.

Slade diz que ainda não é possível mensurar a economia que o galpão compartilhado trará, porque a instalação ainda não foi concluída. No entanto, ele afirma que optou pelo lugar principalmente pela segurança.

Diferença. "Contratar uma prestadora de serviço de segurança faz toda a diferença quando há mais empresas envolvidas. Além de ser possível conseguir preço mais competitivo, percebe-se que a qualidade do serviço é melhor. Afinal, o contrato é grande e envolve mais empresas."

O executivo também comenta que haver portaria e recepção compartilhadas é bom para o negócio. "É bom poder contar com toda a infraestrutura e com os serviços compartilhados que são oferecidos." A empresa alugou duas unidades que somam pouco mais do que 5 mil metros quadrados. Ele não revela o valor da locação.

Entrada do loteamente empresarial Nove de Julho, em Americana (SP) Foto: Estadão

Márcia Rodrigues ESPECIAL PARA O ESTADO

A compra coletiva de material de construção e o compartilhamento de serviços como segurança, recepção e limpeza começam a ser praticados, também, por loteamentos comerciais e galpões logísticos industriais. O motivo é a busca pela redução de custos tanto na instalação como na manutenção de uma empresa.

Dois exemplos desse tipo de iniciativa podem ser vistos no loteamento 9 de Julho, em Americana, e nos galpões da TRX em Guarulhos, Piracicaba e Rio de Janeiro. Em todos eles, o compartilhamento se iniciou desde o processo de construção, que na maioria dos casos ainda não está finalizado, e vai se estender para os serviços que englobam o funcionamento das empresas.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de Novos Negócios e Operações da Cemara Loteamentos, responsável pelo empreendimento 9 de Julho, diz que 38 empresas de 23 segmentos diferentes compraram terrenos no local.

"Começamos a promover diversos encontros com os empresários para eles se apresentarem e abrimos a possibilidade de realizarem negócios entre eles", conta. "Também criamos uma associação para promover o compartilhamento de serviços terceirizados de recursos humanos, treinamento, segurança, limpeza, escritório de advocacia, empresa de cobrança, transporte coletivo, agência de marketing e comunicação, empresa de alimentação, entre outros. São serviços que todas precisam e, se contratados em grande quantidade, teremos mais vantagem na hora do pagamento."

Santi também afirma que a ideia é que todas as empresas comprem material de escritório e outros suprimentos de uma única fornecedora. "Sempre que compramos produtos em larga escala, conseguimos um preço melhor. Vamos colocar isso em prática no 9 de Julho", afirma. A estimativa, segundo ele, é de que as empresas obtenham uma redução nos custos com produtos e serviços de até 20%.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de novos negócios e operações da Cemara Loteamentos Foto: Estadão

O executivo conta que a proposta do compartilhamento partiu da própria Cemara. "As pessoas andam muito ocupadas e, ao criar a associação e fazer as propostas, nós quisemos mostrar que é possível reduzir custos se unirmos força. Afinal, todos terão de contratar serviços. Por que não, fazerem isso juntos?", argumenta.

Investimento. André Luiz Strapasson é dono de uma metalúrgica e diz que optou por instalar a segunda unidade da sua empresa no 9 de Julho em razão do compartilhamento.

"Havíamos comprado o terreno como investimento, mas decidimos abrir nossa filial lá por causa da proposta. Tanto pelo custo, que consideramos atrativo, quanto pelo compartilhamento." O empresário, no entanto, não revela o valor dos terrenos adquiridos.

A empresa fabrica máquinas especiais, que são feitas sob medida. A sede fica em Nova Odessa, no noroeste paulista, e não está instalada em um loteamento. "Comparamos as duas instalações e achamos que a segurança é mais reforçada no loteamento, com a proposta que nos apresentaram, do que a fábrica que fica na rua."

Strapasson afirma que já na reunião de apresentação das empresas que compraram lotes, algumas companhias mostraram interesse nos seus produtos. "Vimos que há potencial para gerar negócios no próprio loteamento."

A empresa ainda não iniciou a construção da fábrica no empreendimento. A obra deve ser feita no ano que vem. "Nossa ideia é construir dois barracões e aderir a todas as propostas de compartilhamento que forem oferecidas."

O empreendimento 9 de Julho tem 439 terrenos com 750 m² cada um. Ao todo já foram vendidas 140 unidades. O preço vai de R$ 520 a R$ 650 o metro quadrado, dependendo da localização e da topografia. Inicialmente a diretoria da associação é composta por funcionários da Cemara. Mas, assim que as obras forem concluídas e as empresas começarem a operar, será feita eleição para a escolha da nova diretoria.

Para José Alves Neto, vice-presidente da TRX, os galpões exigem eficiência operacional. "Neste tipo de solução, o custo total de ocupação é levado muito a sério. Por isso, o aluguel tem de ser competitivo e todos os custos que têm dentro do espaço compartilhado devem ser os melhores praticados no mercado", afirma.

Entrada da empresa TRX, em Guarulhos Foto: Estadão

Pensando nisso, Alves Neto começou a sugerir o compartilhamento de serviços como segurança, área administrativa e de limpeza para os empresários que utilizam os galpões da unidade da TRX em Guarulhos. A prática já é promovida em outros galpões instalados em Piracicaba e no Rio de Janeiro.

"Quem cuida da administração do condomínio é a própria TRX. Então, promovemos diversas ações para todos terem a redução de custos. Todos os galpões, por exemplo, usam lâmpada de LED. Assim, conseguimos diminuição de 40% nos custos de energia. Em todos os nossos empreendimentos há compartilhamento de segurança, área administrativa, limpeza, manutenção etc. Normalmente, nesse tipo de galpão, tudo é feito de forma individual, o que acaba encarecendo a manutenção", diz.

Glen Slade, diretor da Oxitec, afirma que optou por alugar um galpão compartilhado para iniciar a produção em grande escala de um mosquito geneticamente modificado para combater o Aedes aegypti. "É o conhecido Aedes do bem do mercado", conta.

Slade diz que ainda não é possível mensurar a economia que o galpão compartilhado trará, porque a instalação ainda não foi concluída. No entanto, ele afirma que optou pelo lugar principalmente pela segurança.

Diferença. "Contratar uma prestadora de serviço de segurança faz toda a diferença quando há mais empresas envolvidas. Além de ser possível conseguir preço mais competitivo, percebe-se que a qualidade do serviço é melhor. Afinal, o contrato é grande e envolve mais empresas."

O executivo também comenta que haver portaria e recepção compartilhadas é bom para o negócio. "É bom poder contar com toda a infraestrutura e com os serviços compartilhados que são oferecidos." A empresa alugou duas unidades que somam pouco mais do que 5 mil metros quadrados. Ele não revela o valor da locação.

Entrada do loteamente empresarial Nove de Julho, em Americana (SP) Foto: Estadão

Márcia Rodrigues ESPECIAL PARA O ESTADO

A compra coletiva de material de construção e o compartilhamento de serviços como segurança, recepção e limpeza começam a ser praticados, também, por loteamentos comerciais e galpões logísticos industriais. O motivo é a busca pela redução de custos tanto na instalação como na manutenção de uma empresa.

Dois exemplos desse tipo de iniciativa podem ser vistos no loteamento 9 de Julho, em Americana, e nos galpões da TRX em Guarulhos, Piracicaba e Rio de Janeiro. Em todos eles, o compartilhamento se iniciou desde o processo de construção, que na maioria dos casos ainda não está finalizado, e vai se estender para os serviços que englobam o funcionamento das empresas.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de Novos Negócios e Operações da Cemara Loteamentos, responsável pelo empreendimento 9 de Julho, diz que 38 empresas de 23 segmentos diferentes compraram terrenos no local.

"Começamos a promover diversos encontros com os empresários para eles se apresentarem e abrimos a possibilidade de realizarem negócios entre eles", conta. "Também criamos uma associação para promover o compartilhamento de serviços terceirizados de recursos humanos, treinamento, segurança, limpeza, escritório de advocacia, empresa de cobrança, transporte coletivo, agência de marketing e comunicação, empresa de alimentação, entre outros. São serviços que todas precisam e, se contratados em grande quantidade, teremos mais vantagem na hora do pagamento."

Santi também afirma que a ideia é que todas as empresas comprem material de escritório e outros suprimentos de uma única fornecedora. "Sempre que compramos produtos em larga escala, conseguimos um preço melhor. Vamos colocar isso em prática no 9 de Julho", afirma. A estimativa, segundo ele, é de que as empresas obtenham uma redução nos custos com produtos e serviços de até 20%.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de novos negócios e operações da Cemara Loteamentos Foto: Estadão

O executivo conta que a proposta do compartilhamento partiu da própria Cemara. "As pessoas andam muito ocupadas e, ao criar a associação e fazer as propostas, nós quisemos mostrar que é possível reduzir custos se unirmos força. Afinal, todos terão de contratar serviços. Por que não, fazerem isso juntos?", argumenta.

Investimento. André Luiz Strapasson é dono de uma metalúrgica e diz que optou por instalar a segunda unidade da sua empresa no 9 de Julho em razão do compartilhamento.

"Havíamos comprado o terreno como investimento, mas decidimos abrir nossa filial lá por causa da proposta. Tanto pelo custo, que consideramos atrativo, quanto pelo compartilhamento." O empresário, no entanto, não revela o valor dos terrenos adquiridos.

A empresa fabrica máquinas especiais, que são feitas sob medida. A sede fica em Nova Odessa, no noroeste paulista, e não está instalada em um loteamento. "Comparamos as duas instalações e achamos que a segurança é mais reforçada no loteamento, com a proposta que nos apresentaram, do que a fábrica que fica na rua."

Strapasson afirma que já na reunião de apresentação das empresas que compraram lotes, algumas companhias mostraram interesse nos seus produtos. "Vimos que há potencial para gerar negócios no próprio loteamento."

A empresa ainda não iniciou a construção da fábrica no empreendimento. A obra deve ser feita no ano que vem. "Nossa ideia é construir dois barracões e aderir a todas as propostas de compartilhamento que forem oferecidas."

O empreendimento 9 de Julho tem 439 terrenos com 750 m² cada um. Ao todo já foram vendidas 140 unidades. O preço vai de R$ 520 a R$ 650 o metro quadrado, dependendo da localização e da topografia. Inicialmente a diretoria da associação é composta por funcionários da Cemara. Mas, assim que as obras forem concluídas e as empresas começarem a operar, será feita eleição para a escolha da nova diretoria.

Para José Alves Neto, vice-presidente da TRX, os galpões exigem eficiência operacional. "Neste tipo de solução, o custo total de ocupação é levado muito a sério. Por isso, o aluguel tem de ser competitivo e todos os custos que têm dentro do espaço compartilhado devem ser os melhores praticados no mercado", afirma.

Entrada da empresa TRX, em Guarulhos Foto: Estadão

Pensando nisso, Alves Neto começou a sugerir o compartilhamento de serviços como segurança, área administrativa e de limpeza para os empresários que utilizam os galpões da unidade da TRX em Guarulhos. A prática já é promovida em outros galpões instalados em Piracicaba e no Rio de Janeiro.

"Quem cuida da administração do condomínio é a própria TRX. Então, promovemos diversas ações para todos terem a redução de custos. Todos os galpões, por exemplo, usam lâmpada de LED. Assim, conseguimos diminuição de 40% nos custos de energia. Em todos os nossos empreendimentos há compartilhamento de segurança, área administrativa, limpeza, manutenção etc. Normalmente, nesse tipo de galpão, tudo é feito de forma individual, o que acaba encarecendo a manutenção", diz.

Glen Slade, diretor da Oxitec, afirma que optou por alugar um galpão compartilhado para iniciar a produção em grande escala de um mosquito geneticamente modificado para combater o Aedes aegypti. "É o conhecido Aedes do bem do mercado", conta.

Slade diz que ainda não é possível mensurar a economia que o galpão compartilhado trará, porque a instalação ainda não foi concluída. No entanto, ele afirma que optou pelo lugar principalmente pela segurança.

Diferença. "Contratar uma prestadora de serviço de segurança faz toda a diferença quando há mais empresas envolvidas. Além de ser possível conseguir preço mais competitivo, percebe-se que a qualidade do serviço é melhor. Afinal, o contrato é grande e envolve mais empresas."

O executivo também comenta que haver portaria e recepção compartilhadas é bom para o negócio. "É bom poder contar com toda a infraestrutura e com os serviços compartilhados que são oferecidos." A empresa alugou duas unidades que somam pouco mais do que 5 mil metros quadrados. Ele não revela o valor da locação.

Entrada do loteamente empresarial Nove de Julho, em Americana (SP) Foto: Estadão

Márcia Rodrigues ESPECIAL PARA O ESTADO

A compra coletiva de material de construção e o compartilhamento de serviços como segurança, recepção e limpeza começam a ser praticados, também, por loteamentos comerciais e galpões logísticos industriais. O motivo é a busca pela redução de custos tanto na instalação como na manutenção de uma empresa.

Dois exemplos desse tipo de iniciativa podem ser vistos no loteamento 9 de Julho, em Americana, e nos galpões da TRX em Guarulhos, Piracicaba e Rio de Janeiro. Em todos eles, o compartilhamento se iniciou desde o processo de construção, que na maioria dos casos ainda não está finalizado, e vai se estender para os serviços que englobam o funcionamento das empresas.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de Novos Negócios e Operações da Cemara Loteamentos, responsável pelo empreendimento 9 de Julho, diz que 38 empresas de 23 segmentos diferentes compraram terrenos no local.

"Começamos a promover diversos encontros com os empresários para eles se apresentarem e abrimos a possibilidade de realizarem negócios entre eles", conta. "Também criamos uma associação para promover o compartilhamento de serviços terceirizados de recursos humanos, treinamento, segurança, limpeza, escritório de advocacia, empresa de cobrança, transporte coletivo, agência de marketing e comunicação, empresa de alimentação, entre outros. São serviços que todas precisam e, se contratados em grande quantidade, teremos mais vantagem na hora do pagamento."

Santi também afirma que a ideia é que todas as empresas comprem material de escritório e outros suprimentos de uma única fornecedora. "Sempre que compramos produtos em larga escala, conseguimos um preço melhor. Vamos colocar isso em prática no 9 de Julho", afirma. A estimativa, segundo ele, é de que as empresas obtenham uma redução nos custos com produtos e serviços de até 20%.

Marcos Dei Santi, vice-presidente de novos negócios e operações da Cemara Loteamentos Foto: Estadão

O executivo conta que a proposta do compartilhamento partiu da própria Cemara. "As pessoas andam muito ocupadas e, ao criar a associação e fazer as propostas, nós quisemos mostrar que é possível reduzir custos se unirmos força. Afinal, todos terão de contratar serviços. Por que não, fazerem isso juntos?", argumenta.

Investimento. André Luiz Strapasson é dono de uma metalúrgica e diz que optou por instalar a segunda unidade da sua empresa no 9 de Julho em razão do compartilhamento.

"Havíamos comprado o terreno como investimento, mas decidimos abrir nossa filial lá por causa da proposta. Tanto pelo custo, que consideramos atrativo, quanto pelo compartilhamento." O empresário, no entanto, não revela o valor dos terrenos adquiridos.

A empresa fabrica máquinas especiais, que são feitas sob medida. A sede fica em Nova Odessa, no noroeste paulista, e não está instalada em um loteamento. "Comparamos as duas instalações e achamos que a segurança é mais reforçada no loteamento, com a proposta que nos apresentaram, do que a fábrica que fica na rua."

Strapasson afirma que já na reunião de apresentação das empresas que compraram lotes, algumas companhias mostraram interesse nos seus produtos. "Vimos que há potencial para gerar negócios no próprio loteamento."

A empresa ainda não iniciou a construção da fábrica no empreendimento. A obra deve ser feita no ano que vem. "Nossa ideia é construir dois barracões e aderir a todas as propostas de compartilhamento que forem oferecidas."

O empreendimento 9 de Julho tem 439 terrenos com 750 m² cada um. Ao todo já foram vendidas 140 unidades. O preço vai de R$ 520 a R$ 650 o metro quadrado, dependendo da localização e da topografia. Inicialmente a diretoria da associação é composta por funcionários da Cemara. Mas, assim que as obras forem concluídas e as empresas começarem a operar, será feita eleição para a escolha da nova diretoria.

Para José Alves Neto, vice-presidente da TRX, os galpões exigem eficiência operacional. "Neste tipo de solução, o custo total de ocupação é levado muito a sério. Por isso, o aluguel tem de ser competitivo e todos os custos que têm dentro do espaço compartilhado devem ser os melhores praticados no mercado", afirma.

Entrada da empresa TRX, em Guarulhos Foto: Estadão

Pensando nisso, Alves Neto começou a sugerir o compartilhamento de serviços como segurança, área administrativa e de limpeza para os empresários que utilizam os galpões da unidade da TRX em Guarulhos. A prática já é promovida em outros galpões instalados em Piracicaba e no Rio de Janeiro.

"Quem cuida da administração do condomínio é a própria TRX. Então, promovemos diversas ações para todos terem a redução de custos. Todos os galpões, por exemplo, usam lâmpada de LED. Assim, conseguimos diminuição de 40% nos custos de energia. Em todos os nossos empreendimentos há compartilhamento de segurança, área administrativa, limpeza, manutenção etc. Normalmente, nesse tipo de galpão, tudo é feito de forma individual, o que acaba encarecendo a manutenção", diz.

Glen Slade, diretor da Oxitec, afirma que optou por alugar um galpão compartilhado para iniciar a produção em grande escala de um mosquito geneticamente modificado para combater o Aedes aegypti. "É o conhecido Aedes do bem do mercado", conta.

Slade diz que ainda não é possível mensurar a economia que o galpão compartilhado trará, porque a instalação ainda não foi concluída. No entanto, ele afirma que optou pelo lugar principalmente pela segurança.

Diferença. "Contratar uma prestadora de serviço de segurança faz toda a diferença quando há mais empresas envolvidas. Além de ser possível conseguir preço mais competitivo, percebe-se que a qualidade do serviço é melhor. Afinal, o contrato é grande e envolve mais empresas."

O executivo também comenta que haver portaria e recepção compartilhadas é bom para o negócio. "É bom poder contar com toda a infraestrutura e com os serviços compartilhados que são oferecidos." A empresa alugou duas unidades que somam pouco mais do que 5 mil metros quadrados. Ele não revela o valor da locação.

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