Reforma tributária? Nem pensar...


É recorrente dizer que o Brasil tem uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo. Todos reclamam e esperneiam, mas os Três Poderes da República nada fazem de concreto e objetivo para mudar isso. Em meio às crises fiscais permanentes, é melhor deixar ficar, para ver como é que fica... O problema é que fica cada vez pior. Segundo dados da Receita Federal, em 2014, da riqueza produzida no País, 34% foram pagos em impostos e taxas. Nossa carga tributária superou a média dos países desenvolvidos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e de todos os da América Latina e do Caribe. Nossa tributação é das mais desiguais, pois prevalece a arrecadação dos impostos indiretos – que afetam assalariados e consumidores –, e o Brasil integra o grupo dos que menos tributam renda e lucro. Ademais, é um dos que mais tributam a seguridade social. Portanto, uma elevada dose de tributação regressiva, aceita por uma sociedade amorfa, desinformada e tradicionalmente submissa ao poder do Estado.

Por Josef Barat

Temos, ainda, os problemas de uma República que se pretende federativa, mas na verdade imposta de cima para baixo e com forte DNA imperial e centralizador. A assimetria do poder da União é acachapante. Em 2014, de toda a arrecadação de impostos e taxas, a União ficou com mais de 68%, e nossa Constituição foi “magnânima” em deixar que 27 Estados arrecadem 25% e mais de 5 mil municípios, 6%. Mesmo com a queda resultante das desonerações de tributos federais, a proporção da União representou 23% do PIB e a de Estados e municípios, 10,5%.

Aliás, uma miríade caótica de desonerações fiscais concedidas supostamente em benefício do contribuinte acaba sempre por onerá-lo de forma perversa e por beneficiar grandes interesses empresariais e grupos organizados de pressão – sem falar do impacto da crescente corrupção sistêmica, cada vez mais desavergonhada. Ou seja, o aturdido, desinformado e castigado contribuinte brasileiro paga uma das maiores cargas tributárias do mundo – além de regressiva e viciosa – e, como é sabido, isso tudo junto e misturado priva o cidadão da contrapartida de serviços públicos minimamente decentes e civilizados.

Retorno. Neste ponto entra, obviamente, a questão da aplicação criteriosa dos recursos arrecadados. Frequentemente se diz que somos obrigados a proporcionar ao governo uma arrecadação escandinava e recebemos a contrapartida de serviços de qualidade subsaariana. Isso porque, além de nos achacar, o governo impõe os desvios da corrupção, a falta de seletividade e a mais absoluta ausência de critérios de eficiência em seus gastos.

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Saúde e educação são dois ótimos exemplos. Os recursos são dispersos, não há estratégias para alcançar objetivos nem critérios claros de prioridade, além de se roubar – vejam que edificante – nas compras de merenda escolar, de medicamentos e de equipamentos. Qualquer mudança inovadora é rechaçada imediatamente pelos interesses cristalizados, com estudantes, professores e médicos saindo em defesa do atraso e tudo ficando como está.

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário relacionou a carga tributária e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas, entre os 30 países com a tributação mais elevada. Foi feito um ranking com base no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES). Quanto maior o valor do índice, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população. A Austrália foi quem apresentou o melhor desempenho (164,2), seguida de perto pelos Estados Unidos (163,8), por Coreia (162,4) e Japão (160,2). E o Brasil (surpresa!), entre 30 países, ficou no último lugar, com 135,8 pontos.

Com os tributos que paga, o brasileiro que puder sair da condição subsaariana e almejar serviços menos aviltantes terá de pagar por fora, plano de saúde, ensino privado e até segurança. A fila por reformas urgentes é longa: teto dos gastos, Previdência, entre outras, e quem distribui as senhas é o Congresso Nacional. Reformar esse sistema tributário regressivo, injusto, ineficiente e caótico? Neste momento, nem pensar...

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ECONOMISTA, CONSULTOR DE ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS, COORDENADOR DO NÚCLEO DE ESTUDOS URBANOS DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

Temos, ainda, os problemas de uma República que se pretende federativa, mas na verdade imposta de cima para baixo e com forte DNA imperial e centralizador. A assimetria do poder da União é acachapante. Em 2014, de toda a arrecadação de impostos e taxas, a União ficou com mais de 68%, e nossa Constituição foi “magnânima” em deixar que 27 Estados arrecadem 25% e mais de 5 mil municípios, 6%. Mesmo com a queda resultante das desonerações de tributos federais, a proporção da União representou 23% do PIB e a de Estados e municípios, 10,5%.

Aliás, uma miríade caótica de desonerações fiscais concedidas supostamente em benefício do contribuinte acaba sempre por onerá-lo de forma perversa e por beneficiar grandes interesses empresariais e grupos organizados de pressão – sem falar do impacto da crescente corrupção sistêmica, cada vez mais desavergonhada. Ou seja, o aturdido, desinformado e castigado contribuinte brasileiro paga uma das maiores cargas tributárias do mundo – além de regressiva e viciosa – e, como é sabido, isso tudo junto e misturado priva o cidadão da contrapartida de serviços públicos minimamente decentes e civilizados.

Retorno. Neste ponto entra, obviamente, a questão da aplicação criteriosa dos recursos arrecadados. Frequentemente se diz que somos obrigados a proporcionar ao governo uma arrecadação escandinava e recebemos a contrapartida de serviços de qualidade subsaariana. Isso porque, além de nos achacar, o governo impõe os desvios da corrupção, a falta de seletividade e a mais absoluta ausência de critérios de eficiência em seus gastos.

Saúde e educação são dois ótimos exemplos. Os recursos são dispersos, não há estratégias para alcançar objetivos nem critérios claros de prioridade, além de se roubar – vejam que edificante – nas compras de merenda escolar, de medicamentos e de equipamentos. Qualquer mudança inovadora é rechaçada imediatamente pelos interesses cristalizados, com estudantes, professores e médicos saindo em defesa do atraso e tudo ficando como está.

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário relacionou a carga tributária e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas, entre os 30 países com a tributação mais elevada. Foi feito um ranking com base no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES). Quanto maior o valor do índice, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população. A Austrália foi quem apresentou o melhor desempenho (164,2), seguida de perto pelos Estados Unidos (163,8), por Coreia (162,4) e Japão (160,2). E o Brasil (surpresa!), entre 30 países, ficou no último lugar, com 135,8 pontos.

Com os tributos que paga, o brasileiro que puder sair da condição subsaariana e almejar serviços menos aviltantes terá de pagar por fora, plano de saúde, ensino privado e até segurança. A fila por reformas urgentes é longa: teto dos gastos, Previdência, entre outras, e quem distribui as senhas é o Congresso Nacional. Reformar esse sistema tributário regressivo, injusto, ineficiente e caótico? Neste momento, nem pensar...

ECONOMISTA, CONSULTOR DE ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS, COORDENADOR DO NÚCLEO DE ESTUDOS URBANOS DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

Temos, ainda, os problemas de uma República que se pretende federativa, mas na verdade imposta de cima para baixo e com forte DNA imperial e centralizador. A assimetria do poder da União é acachapante. Em 2014, de toda a arrecadação de impostos e taxas, a União ficou com mais de 68%, e nossa Constituição foi “magnânima” em deixar que 27 Estados arrecadem 25% e mais de 5 mil municípios, 6%. Mesmo com a queda resultante das desonerações de tributos federais, a proporção da União representou 23% do PIB e a de Estados e municípios, 10,5%.

Aliás, uma miríade caótica de desonerações fiscais concedidas supostamente em benefício do contribuinte acaba sempre por onerá-lo de forma perversa e por beneficiar grandes interesses empresariais e grupos organizados de pressão – sem falar do impacto da crescente corrupção sistêmica, cada vez mais desavergonhada. Ou seja, o aturdido, desinformado e castigado contribuinte brasileiro paga uma das maiores cargas tributárias do mundo – além de regressiva e viciosa – e, como é sabido, isso tudo junto e misturado priva o cidadão da contrapartida de serviços públicos minimamente decentes e civilizados.

Retorno. Neste ponto entra, obviamente, a questão da aplicação criteriosa dos recursos arrecadados. Frequentemente se diz que somos obrigados a proporcionar ao governo uma arrecadação escandinava e recebemos a contrapartida de serviços de qualidade subsaariana. Isso porque, além de nos achacar, o governo impõe os desvios da corrupção, a falta de seletividade e a mais absoluta ausência de critérios de eficiência em seus gastos.

Saúde e educação são dois ótimos exemplos. Os recursos são dispersos, não há estratégias para alcançar objetivos nem critérios claros de prioridade, além de se roubar – vejam que edificante – nas compras de merenda escolar, de medicamentos e de equipamentos. Qualquer mudança inovadora é rechaçada imediatamente pelos interesses cristalizados, com estudantes, professores e médicos saindo em defesa do atraso e tudo ficando como está.

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário relacionou a carga tributária e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas, entre os 30 países com a tributação mais elevada. Foi feito um ranking com base no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES). Quanto maior o valor do índice, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população. A Austrália foi quem apresentou o melhor desempenho (164,2), seguida de perto pelos Estados Unidos (163,8), por Coreia (162,4) e Japão (160,2). E o Brasil (surpresa!), entre 30 países, ficou no último lugar, com 135,8 pontos.

Com os tributos que paga, o brasileiro que puder sair da condição subsaariana e almejar serviços menos aviltantes terá de pagar por fora, plano de saúde, ensino privado e até segurança. A fila por reformas urgentes é longa: teto dos gastos, Previdência, entre outras, e quem distribui as senhas é o Congresso Nacional. Reformar esse sistema tributário regressivo, injusto, ineficiente e caótico? Neste momento, nem pensar...

ECONOMISTA, CONSULTOR DE ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS, COORDENADOR DO NÚCLEO DE ESTUDOS URBANOS DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

Temos, ainda, os problemas de uma República que se pretende federativa, mas na verdade imposta de cima para baixo e com forte DNA imperial e centralizador. A assimetria do poder da União é acachapante. Em 2014, de toda a arrecadação de impostos e taxas, a União ficou com mais de 68%, e nossa Constituição foi “magnânima” em deixar que 27 Estados arrecadem 25% e mais de 5 mil municípios, 6%. Mesmo com a queda resultante das desonerações de tributos federais, a proporção da União representou 23% do PIB e a de Estados e municípios, 10,5%.

Aliás, uma miríade caótica de desonerações fiscais concedidas supostamente em benefício do contribuinte acaba sempre por onerá-lo de forma perversa e por beneficiar grandes interesses empresariais e grupos organizados de pressão – sem falar do impacto da crescente corrupção sistêmica, cada vez mais desavergonhada. Ou seja, o aturdido, desinformado e castigado contribuinte brasileiro paga uma das maiores cargas tributárias do mundo – além de regressiva e viciosa – e, como é sabido, isso tudo junto e misturado priva o cidadão da contrapartida de serviços públicos minimamente decentes e civilizados.

Retorno. Neste ponto entra, obviamente, a questão da aplicação criteriosa dos recursos arrecadados. Frequentemente se diz que somos obrigados a proporcionar ao governo uma arrecadação escandinava e recebemos a contrapartida de serviços de qualidade subsaariana. Isso porque, além de nos achacar, o governo impõe os desvios da corrupção, a falta de seletividade e a mais absoluta ausência de critérios de eficiência em seus gastos.

Saúde e educação são dois ótimos exemplos. Os recursos são dispersos, não há estratégias para alcançar objetivos nem critérios claros de prioridade, além de se roubar – vejam que edificante – nas compras de merenda escolar, de medicamentos e de equipamentos. Qualquer mudança inovadora é rechaçada imediatamente pelos interesses cristalizados, com estudantes, professores e médicos saindo em defesa do atraso e tudo ficando como está.

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário relacionou a carga tributária e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas, entre os 30 países com a tributação mais elevada. Foi feito um ranking com base no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES). Quanto maior o valor do índice, melhor é o retorno da arrecadação dos tributos para a população. A Austrália foi quem apresentou o melhor desempenho (164,2), seguida de perto pelos Estados Unidos (163,8), por Coreia (162,4) e Japão (160,2). E o Brasil (surpresa!), entre 30 países, ficou no último lugar, com 135,8 pontos.

Com os tributos que paga, o brasileiro que puder sair da condição subsaariana e almejar serviços menos aviltantes terá de pagar por fora, plano de saúde, ensino privado e até segurança. A fila por reformas urgentes é longa: teto dos gastos, Previdência, entre outras, e quem distribui as senhas é o Congresso Nacional. Reformar esse sistema tributário regressivo, injusto, ineficiente e caótico? Neste momento, nem pensar...

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