A Bolsa vem reagindo positivamente às expectativas de mudanças com o novo governo e sua equipe econômica. Até agora não houve medidas concretas, mas a promessa reiterada em seus discursos de posse de que os principais problemas para colocar a economia nos eixos serão rapidamente atacados, como a Reforma da Previdência. Isso está sendo suficiente para dar combustível a novas altas nos preços das ações.
Não é de hoje que analistas do mercado são unânimes em apontar um cenário favorável para a bolsa também em 2019. No ano passado, o Índice Bovespa que mede a evolução das 65 ações mais negociadas em pregão, apresentou o terceiro melhor resultado no ranking de rentabilidade entre as diferentes aplicações, com valorização de 15,03%. Bem acima da estimativa de inflação, em torno de 3,5%, e do rendimento pago pelos investimentos da renda fixa.
Para quem não é iniciado nem acompanha esse mercado de perto algumas regras devem ser observadas à risca para evitar prejuízo com ações. Afinal, trata-se de renda variável, que reage ao sabor dos mais diferentes fatores, internos e internacionais.
Se é assim, o dinheiro a ser empregado em papeis de empresas de capital aberto, negociados em bolsa, não pode ter data certa para sair. Uma opção que deve ser considerada como de médio e longo prazo. A ideia é a de que possíveis quedas tenham condições de serem neutralizadas por novas valorizações.
Uma das portas de entrada para aplicações em bolsa são os fundos de ações. O dinheiro investido é convertido em número de cotas que têm o seu valor atualizado diariamente de acordo com o desempenho dos papeis que compõem o fundo.
Esses papeis serão escolhidos pelo gestor para a formação de uma carteira, com base em seus estudos e conhecimento do mercado. Quer dizer, os recursos estarão sendo administrados por especialistas, supostamente capazes de identificar as ações com potencial de valorização.
Ter os recursos empregados de acordo com essa expertise de mercado implica em custos. Os fundos cobram taxas de administração e, alguns, também de performance, quando a rentabilidade proporcionada supera a evolução de uma referência predeterminada. Claro que quanto maior o total de taxas maior a fisgada no rendimento a ser creditada ao aplicador.
No entanto, o aspecto de custos não deve ser considerado de forma isolada, porque eventualmente uma taxa mais elevada de administração poderá ser compensada com um rendimento mais interessante. Assim, é preciso verificar também o histórico de rentabilidade que o fundo a ser escolhido vem proporcionando.
Há, pelo menos, uma dúzia de tipos de fundos, classificados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Uns que vão perseguir a evolução de determinado índice, como o Ibovespa, outros formados por ações de empresas menores (small caps), ou de ações conhecidas por distribuírem bons dividendos, ou de ações de empresas valorizadas por suas políticas de sustentabilidade e governança, ou de determinado setor, ou ainda os que terão a composição livre da carteira.
O fato é que em 2018 todos eles apresentaram uma valorização de fazer inveja. Eles são o exemplo cristalino de que quem quiser um rendimento acima dos minguados 4% ou 5% ao ano proporcionados pela renda fixa terá de aventurar-se pelo segmento da renda variável.
Abaixo vai o rendimento médio acumulado pelos fundos de ações, em 2018 até novembro, e em 12 meses, de dezembro de 2017 a novembro de 2018.
Desempenho dos fundos de ações
Tipo de fundo Em 2018 Em 12 meses
Ações Indexados 16,62% 23,86%
Ações Índice Ativo 16,97% 23,92%
Ações Valor/Crescimento 16,94% 22,69%
Ações Small Caps 7,55% 14,92%
Ações Dividendos 14,55% 20,39%
Ações Sustentabilidade/Governança 10,63% 16,04%
Ações Setoriais 7,54% 13,32%
Ações Livre 14,20% 20,26%
FMP- FGTS 48,05% 64,63%
Fundo Fechado de Ações 31,71% 46,46%
Fundo Mono Ação 40,63% 53,96%
Ações Investimento no Exterior 12,01% 16,95%
Fonte: Anbima