Sem volta


Por Celso Ming e celso.ming@grupoestado.com.br

Desta vez, os empresários do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), que se reúne no Ministério da Fazenda, estão decididamente no foco certo. No encontro de quarta-feira, ficou reconhecido que a baixa competitividade do setor produtivo (e não só da indústria) não está originalmente no câmbio excessivamente valorizado, como se diz, mas no despropositadamente alto custo Brasil. Em outras palavras, o produto brasileiro sai caro demais porque os juros são escorchantes, a carga tributária é alta demais, a infraestrutura é precária, os custos trabalhistas são mais altos do que os pagos pelos concorrentes, a burocracia é excessiva, a corrupção... E por aí vai. Se esse diagnóstico terá a devida consequência ou não são outros quinhentos. O fato é que a solução, se e quando houver, avançará pela redução desses custos. A economia brasileira já não comporta o quebra-galho usado até agora, que é sempre compensar com desvalorização cambial (alta do dólar) a falta de competitividade estrutural da produção brasileira. A maioria dos críticos da política cambial não tem proposta. Fica puramente nas críticas e conclui: "O câmbio assim destrói a atividade econômica." Nesse ponto, entram com a citação deformada de uma frase de um dos mais notáveis economistas do Brasil, o professor Mário Henrique Simonsen. Ele dizia que "a inflação aleija, mas o câmbio mata". Mas quando apontava o poder destrutivo do câmbio, se referia à corrida ao dólar e à especulação cambial que forçavam a desvalorização do real (alta do dólar). Hoje os críticos distorcem a citação para falar da situação oposta, da valorização do real (baixa do dólar). Se estivesse vivo, Simonsen provavelmente rejeitaria a apropriação inadequada de seu pensamento. A maioria dos críticos da política cambial parte do diagnóstico equivocado. Para eles, o que tira capacidade de competir com a indústria estrangeira dentro e fora do País é "o câmbio fora do lugar" e não o insuportável custo Brasil. Chegam a sugerir que o Banco Central (BC) desvalorize fortemente o real (aumente a cotação do dólar), o que só fica possível se o BC se dispuser a comprar toda quantidade de moeda estrangeira cuja negociação ultrapassar a cotação fixada no câmbio. Nesse caso, o BC perderia capacidade de definir os juros porque teria de emitir toda moeda nacional necessária para pagar os dólares. Mas esses mesmos críticos não ousam recomendar a volta do câmbio fixo. Tem razão o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, quando contra-ataca: "Não se pode fazer muita coisa pelo câmbio. Ou temos câmbio flutuante ou não temos." Da mesma forma, não é possível ter uma política de juros meia-boca. Ou temos sistema de metas de inflação, ou não temos. E, se temos, a política monetária terá de empurrar a inflação para dentro da meta usando os juros. Ou seja, terá de cortar a ração de dinheiro quando a inflação estiver alta demais ou poderá ser mais generoso se a pressão inflacionária cair. Conclusão: se é preciso derrubar o verdadeiro custo Brasil, não há saída senão reduzir impostos, cortar os juros, investir em infraestrutura e enfrentar as reformas, que os políticos não querem desencalhar. Isso dá trabalho, demora e dói. Mas é o que funciona. Confira O déficit federal e a dívida dos Estados Unidos não param de crescer. Pergunta: até onde o credor estará disposto a financiar essas contas públicas?

Desta vez, os empresários do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), que se reúne no Ministério da Fazenda, estão decididamente no foco certo. No encontro de quarta-feira, ficou reconhecido que a baixa competitividade do setor produtivo (e não só da indústria) não está originalmente no câmbio excessivamente valorizado, como se diz, mas no despropositadamente alto custo Brasil. Em outras palavras, o produto brasileiro sai caro demais porque os juros são escorchantes, a carga tributária é alta demais, a infraestrutura é precária, os custos trabalhistas são mais altos do que os pagos pelos concorrentes, a burocracia é excessiva, a corrupção... E por aí vai. Se esse diagnóstico terá a devida consequência ou não são outros quinhentos. O fato é que a solução, se e quando houver, avançará pela redução desses custos. A economia brasileira já não comporta o quebra-galho usado até agora, que é sempre compensar com desvalorização cambial (alta do dólar) a falta de competitividade estrutural da produção brasileira. A maioria dos críticos da política cambial não tem proposta. Fica puramente nas críticas e conclui: "O câmbio assim destrói a atividade econômica." Nesse ponto, entram com a citação deformada de uma frase de um dos mais notáveis economistas do Brasil, o professor Mário Henrique Simonsen. Ele dizia que "a inflação aleija, mas o câmbio mata". Mas quando apontava o poder destrutivo do câmbio, se referia à corrida ao dólar e à especulação cambial que forçavam a desvalorização do real (alta do dólar). Hoje os críticos distorcem a citação para falar da situação oposta, da valorização do real (baixa do dólar). Se estivesse vivo, Simonsen provavelmente rejeitaria a apropriação inadequada de seu pensamento. A maioria dos críticos da política cambial parte do diagnóstico equivocado. Para eles, o que tira capacidade de competir com a indústria estrangeira dentro e fora do País é "o câmbio fora do lugar" e não o insuportável custo Brasil. Chegam a sugerir que o Banco Central (BC) desvalorize fortemente o real (aumente a cotação do dólar), o que só fica possível se o BC se dispuser a comprar toda quantidade de moeda estrangeira cuja negociação ultrapassar a cotação fixada no câmbio. Nesse caso, o BC perderia capacidade de definir os juros porque teria de emitir toda moeda nacional necessária para pagar os dólares. Mas esses mesmos críticos não ousam recomendar a volta do câmbio fixo. Tem razão o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, quando contra-ataca: "Não se pode fazer muita coisa pelo câmbio. Ou temos câmbio flutuante ou não temos." Da mesma forma, não é possível ter uma política de juros meia-boca. Ou temos sistema de metas de inflação, ou não temos. E, se temos, a política monetária terá de empurrar a inflação para dentro da meta usando os juros. Ou seja, terá de cortar a ração de dinheiro quando a inflação estiver alta demais ou poderá ser mais generoso se a pressão inflacionária cair. Conclusão: se é preciso derrubar o verdadeiro custo Brasil, não há saída senão reduzir impostos, cortar os juros, investir em infraestrutura e enfrentar as reformas, que os políticos não querem desencalhar. Isso dá trabalho, demora e dói. Mas é o que funciona. Confira O déficit federal e a dívida dos Estados Unidos não param de crescer. Pergunta: até onde o credor estará disposto a financiar essas contas públicas?

Desta vez, os empresários do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), que se reúne no Ministério da Fazenda, estão decididamente no foco certo. No encontro de quarta-feira, ficou reconhecido que a baixa competitividade do setor produtivo (e não só da indústria) não está originalmente no câmbio excessivamente valorizado, como se diz, mas no despropositadamente alto custo Brasil. Em outras palavras, o produto brasileiro sai caro demais porque os juros são escorchantes, a carga tributária é alta demais, a infraestrutura é precária, os custos trabalhistas são mais altos do que os pagos pelos concorrentes, a burocracia é excessiva, a corrupção... E por aí vai. Se esse diagnóstico terá a devida consequência ou não são outros quinhentos. O fato é que a solução, se e quando houver, avançará pela redução desses custos. A economia brasileira já não comporta o quebra-galho usado até agora, que é sempre compensar com desvalorização cambial (alta do dólar) a falta de competitividade estrutural da produção brasileira. A maioria dos críticos da política cambial não tem proposta. Fica puramente nas críticas e conclui: "O câmbio assim destrói a atividade econômica." Nesse ponto, entram com a citação deformada de uma frase de um dos mais notáveis economistas do Brasil, o professor Mário Henrique Simonsen. Ele dizia que "a inflação aleija, mas o câmbio mata". Mas quando apontava o poder destrutivo do câmbio, se referia à corrida ao dólar e à especulação cambial que forçavam a desvalorização do real (alta do dólar). Hoje os críticos distorcem a citação para falar da situação oposta, da valorização do real (baixa do dólar). Se estivesse vivo, Simonsen provavelmente rejeitaria a apropriação inadequada de seu pensamento. A maioria dos críticos da política cambial parte do diagnóstico equivocado. Para eles, o que tira capacidade de competir com a indústria estrangeira dentro e fora do País é "o câmbio fora do lugar" e não o insuportável custo Brasil. Chegam a sugerir que o Banco Central (BC) desvalorize fortemente o real (aumente a cotação do dólar), o que só fica possível se o BC se dispuser a comprar toda quantidade de moeda estrangeira cuja negociação ultrapassar a cotação fixada no câmbio. Nesse caso, o BC perderia capacidade de definir os juros porque teria de emitir toda moeda nacional necessária para pagar os dólares. Mas esses mesmos críticos não ousam recomendar a volta do câmbio fixo. Tem razão o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, quando contra-ataca: "Não se pode fazer muita coisa pelo câmbio. Ou temos câmbio flutuante ou não temos." Da mesma forma, não é possível ter uma política de juros meia-boca. Ou temos sistema de metas de inflação, ou não temos. E, se temos, a política monetária terá de empurrar a inflação para dentro da meta usando os juros. Ou seja, terá de cortar a ração de dinheiro quando a inflação estiver alta demais ou poderá ser mais generoso se a pressão inflacionária cair. Conclusão: se é preciso derrubar o verdadeiro custo Brasil, não há saída senão reduzir impostos, cortar os juros, investir em infraestrutura e enfrentar as reformas, que os políticos não querem desencalhar. Isso dá trabalho, demora e dói. Mas é o que funciona. Confira O déficit federal e a dívida dos Estados Unidos não param de crescer. Pergunta: até onde o credor estará disposto a financiar essas contas públicas?

Desta vez, os empresários do Grupo de Acompanhamento da Crise (GAC), que se reúne no Ministério da Fazenda, estão decididamente no foco certo. No encontro de quarta-feira, ficou reconhecido que a baixa competitividade do setor produtivo (e não só da indústria) não está originalmente no câmbio excessivamente valorizado, como se diz, mas no despropositadamente alto custo Brasil. Em outras palavras, o produto brasileiro sai caro demais porque os juros são escorchantes, a carga tributária é alta demais, a infraestrutura é precária, os custos trabalhistas são mais altos do que os pagos pelos concorrentes, a burocracia é excessiva, a corrupção... E por aí vai. Se esse diagnóstico terá a devida consequência ou não são outros quinhentos. O fato é que a solução, se e quando houver, avançará pela redução desses custos. A economia brasileira já não comporta o quebra-galho usado até agora, que é sempre compensar com desvalorização cambial (alta do dólar) a falta de competitividade estrutural da produção brasileira. A maioria dos críticos da política cambial não tem proposta. Fica puramente nas críticas e conclui: "O câmbio assim destrói a atividade econômica." Nesse ponto, entram com a citação deformada de uma frase de um dos mais notáveis economistas do Brasil, o professor Mário Henrique Simonsen. Ele dizia que "a inflação aleija, mas o câmbio mata". Mas quando apontava o poder destrutivo do câmbio, se referia à corrida ao dólar e à especulação cambial que forçavam a desvalorização do real (alta do dólar). Hoje os críticos distorcem a citação para falar da situação oposta, da valorização do real (baixa do dólar). Se estivesse vivo, Simonsen provavelmente rejeitaria a apropriação inadequada de seu pensamento. A maioria dos críticos da política cambial parte do diagnóstico equivocado. Para eles, o que tira capacidade de competir com a indústria estrangeira dentro e fora do País é "o câmbio fora do lugar" e não o insuportável custo Brasil. Chegam a sugerir que o Banco Central (BC) desvalorize fortemente o real (aumente a cotação do dólar), o que só fica possível se o BC se dispuser a comprar toda quantidade de moeda estrangeira cuja negociação ultrapassar a cotação fixada no câmbio. Nesse caso, o BC perderia capacidade de definir os juros porque teria de emitir toda moeda nacional necessária para pagar os dólares. Mas esses mesmos críticos não ousam recomendar a volta do câmbio fixo. Tem razão o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, quando contra-ataca: "Não se pode fazer muita coisa pelo câmbio. Ou temos câmbio flutuante ou não temos." Da mesma forma, não é possível ter uma política de juros meia-boca. Ou temos sistema de metas de inflação, ou não temos. E, se temos, a política monetária terá de empurrar a inflação para dentro da meta usando os juros. Ou seja, terá de cortar a ração de dinheiro quando a inflação estiver alta demais ou poderá ser mais generoso se a pressão inflacionária cair. Conclusão: se é preciso derrubar o verdadeiro custo Brasil, não há saída senão reduzir impostos, cortar os juros, investir em infraestrutura e enfrentar as reformas, que os políticos não querem desencalhar. Isso dá trabalho, demora e dói. Mas é o que funciona. Confira O déficit federal e a dívida dos Estados Unidos não param de crescer. Pergunta: até onde o credor estará disposto a financiar essas contas públicas?

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