Uma estatal inteirinha para ser aparelhada


Por Ethevaldo Siqueira e esiqueira@telequest.com.br

Depois de vários anúncios e balões de ensaio lançados pelo segundo escalão, o governo federal emudeceu nas últimas semanas e se recusa a debater sua decisão de reativar a Telebrás. De repente, o projeto virou assunto proibido, embora seja importante demais para ser encaminhado como vem sendo, sem debate, sem participação do Congresso ou da opinião pública. Nos bastidores, entretanto, o governo acelera o passo. Prova disso é o pedido que o Executivo acaba de fazer à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que devolva 50 funcionários da Telebrás cedidos ao órgão regulador. Mesmo com uma máquina estatal inchada, ineficiente e cara, o governo federal prefere gastar milhões inutilmente ao reativar uma velha estatal, que deverá ter no mínimo 500 empregados, entre engenheiros, técnicos e administradores. Os primeiros recrutados são antigos empregados da Telebrás, que retornarão da Anatel, à qual foram cedidos em 1998. Poucos, entretanto, estarão preparados para conduzir uma empresa prestadora de serviços de telecomunicações - até porque a Telebrás nunca foi operadora, e, sim, uma holding que controlava 27 subsidiárias. PASSADO VS. PRESENTE Não há como estabelecer nenhum paralelo entre o desempenho histórico da Telebrás e o das empresas privadas que a sucederam. Examinemos apenas dois indicadores. Tudo que o Sistema Telebrás realizou ao longo de 26 anos (1972-1998) se resumiu em uma oferta de 24,5 milhões de telefones (entre fixos e celulares) ou a média nacional quase franciscana de 14 telefones por 100 habitantes. Com a privatização, em apenas uma década, o Brasil passou a contar com 196,7 milhões de acessos, alcançando a densidade de 104 telefones por 100 habitantes. Por outras palavras, o Brasil tem hoje mais telefones do que gente. A capacidade de investimento do governo brasileiro em infraestrutura continua sendo muito baixa e, portanto, está muito aquém das necessidades de um setor como o de telecomunicações. RAZÕES INCONSISTENTES Diante da imensa oferta de serviços, de tecnologia moderna e de infraestrutura, é fácil concluir, portanto, que o País não precisa de nenhuma estatal de telecomunicações, pois, contrariamente a todos os argumentos do governo, a reativação da Telebrás não vai "proporcionar maior economia ao setor público", nem "conferir maior segurança aos serviços de telecomunicações governamentais". E não há também nenhum sentido prático em atribuir à Telebrás a missão de liderar o projeto de inclusão digital, pois existem soluções muito mais econômicas e eficazes do que transformar essa estatal em "gestora de uma rede nacional de banda larga, com o objetivo de levar o acesso à internet rápida a todo o País". Outro objetivo alegado para a recriação da Telebrás seria operar um satélite geoestacionário estatal brasileiro e com ele atender às necessidades de telecomunicações governamentais e aeronáuticas. Equívoco total, pois nessa área o País conta com 42 satélites de telecomunicações autorizados a operar no território nacional, sendo quatro da Embratel, preparados inclusive para comunicações militares com a Banda-X. Nessa altura, o governo federal parece ter desistido do último objetivo, que era o de operar a rede de 16 mil quilômetros de cabos de fibra óptica da falida Eletronet, estatal formada pela Eletrobrás e a AES Bandeirante, cujo passivo já supera os R$ 600 milhões. Como se vê, não há nenhuma necessidade estratégica ou econômica que justifique a recriação da estatal, a não ser o apetite de velhas raposas partidárias em ampliar o aparelhamento do Estado e reforçar sua campanha eleitoral de 2010. Com todo o risco de corrupção. SÓCIO QUE NÃO INVESTE Mesmo sem nada investir no setor de telecomunicações nos últimos 11 anos, o governo se transformou no maior sócio do setor. Basta lembrar que, depois de privatizadas, as telecomunicações se transformaram em verdadeira mina de ouro para a União e os Estados, ao recolherem anualmente mais de R$ 40 bilhões de impostos, com alíquotas que chegam a quase 50% sobre o valor tarifas. Nenhum país do mundo cobra tanto imposto sobre telecomunicações. Um verdadeiro escândalo. A voracidade estatal parece não ter limites. Além dos R$ 40 bilhões de tributos pagos pelos usuários, a União arrecada mais três fundos no setor: o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), o Fundo de Fiscalização sobre Serviços de Telecomunicações (Fistel) e o Fundo de Tecnologia de Telecomunicações (Funttel). Tomemos o exemplo do Fust. A arrecadação acumulada e não utilizada desse fundo deverá alcançar dentro de alguns meses a impressionante soma de R$ 10 bilhões. Em lugar de investir esses recursos para levar serviços de telecomunicações às áreas mais pobres, como determina a lei, o governo simplesmente os confisca, exatamente como faz com 75% dos R$ 2 bilhões do Fistel arrecadados a cada ano. Essa é a ética do Estado brasileiro, não apenas em telecomunicações, mas como tem sido há décadas em tantas outras áreas. Remember precatórios.

Depois de vários anúncios e balões de ensaio lançados pelo segundo escalão, o governo federal emudeceu nas últimas semanas e se recusa a debater sua decisão de reativar a Telebrás. De repente, o projeto virou assunto proibido, embora seja importante demais para ser encaminhado como vem sendo, sem debate, sem participação do Congresso ou da opinião pública. Nos bastidores, entretanto, o governo acelera o passo. Prova disso é o pedido que o Executivo acaba de fazer à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que devolva 50 funcionários da Telebrás cedidos ao órgão regulador. Mesmo com uma máquina estatal inchada, ineficiente e cara, o governo federal prefere gastar milhões inutilmente ao reativar uma velha estatal, que deverá ter no mínimo 500 empregados, entre engenheiros, técnicos e administradores. Os primeiros recrutados são antigos empregados da Telebrás, que retornarão da Anatel, à qual foram cedidos em 1998. Poucos, entretanto, estarão preparados para conduzir uma empresa prestadora de serviços de telecomunicações - até porque a Telebrás nunca foi operadora, e, sim, uma holding que controlava 27 subsidiárias. PASSADO VS. PRESENTE Não há como estabelecer nenhum paralelo entre o desempenho histórico da Telebrás e o das empresas privadas que a sucederam. Examinemos apenas dois indicadores. Tudo que o Sistema Telebrás realizou ao longo de 26 anos (1972-1998) se resumiu em uma oferta de 24,5 milhões de telefones (entre fixos e celulares) ou a média nacional quase franciscana de 14 telefones por 100 habitantes. Com a privatização, em apenas uma década, o Brasil passou a contar com 196,7 milhões de acessos, alcançando a densidade de 104 telefones por 100 habitantes. Por outras palavras, o Brasil tem hoje mais telefones do que gente. A capacidade de investimento do governo brasileiro em infraestrutura continua sendo muito baixa e, portanto, está muito aquém das necessidades de um setor como o de telecomunicações. RAZÕES INCONSISTENTES Diante da imensa oferta de serviços, de tecnologia moderna e de infraestrutura, é fácil concluir, portanto, que o País não precisa de nenhuma estatal de telecomunicações, pois, contrariamente a todos os argumentos do governo, a reativação da Telebrás não vai "proporcionar maior economia ao setor público", nem "conferir maior segurança aos serviços de telecomunicações governamentais". E não há também nenhum sentido prático em atribuir à Telebrás a missão de liderar o projeto de inclusão digital, pois existem soluções muito mais econômicas e eficazes do que transformar essa estatal em "gestora de uma rede nacional de banda larga, com o objetivo de levar o acesso à internet rápida a todo o País". Outro objetivo alegado para a recriação da Telebrás seria operar um satélite geoestacionário estatal brasileiro e com ele atender às necessidades de telecomunicações governamentais e aeronáuticas. Equívoco total, pois nessa área o País conta com 42 satélites de telecomunicações autorizados a operar no território nacional, sendo quatro da Embratel, preparados inclusive para comunicações militares com a Banda-X. Nessa altura, o governo federal parece ter desistido do último objetivo, que era o de operar a rede de 16 mil quilômetros de cabos de fibra óptica da falida Eletronet, estatal formada pela Eletrobrás e a AES Bandeirante, cujo passivo já supera os R$ 600 milhões. Como se vê, não há nenhuma necessidade estratégica ou econômica que justifique a recriação da estatal, a não ser o apetite de velhas raposas partidárias em ampliar o aparelhamento do Estado e reforçar sua campanha eleitoral de 2010. Com todo o risco de corrupção. SÓCIO QUE NÃO INVESTE Mesmo sem nada investir no setor de telecomunicações nos últimos 11 anos, o governo se transformou no maior sócio do setor. Basta lembrar que, depois de privatizadas, as telecomunicações se transformaram em verdadeira mina de ouro para a União e os Estados, ao recolherem anualmente mais de R$ 40 bilhões de impostos, com alíquotas que chegam a quase 50% sobre o valor tarifas. Nenhum país do mundo cobra tanto imposto sobre telecomunicações. Um verdadeiro escândalo. A voracidade estatal parece não ter limites. Além dos R$ 40 bilhões de tributos pagos pelos usuários, a União arrecada mais três fundos no setor: o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), o Fundo de Fiscalização sobre Serviços de Telecomunicações (Fistel) e o Fundo de Tecnologia de Telecomunicações (Funttel). Tomemos o exemplo do Fust. A arrecadação acumulada e não utilizada desse fundo deverá alcançar dentro de alguns meses a impressionante soma de R$ 10 bilhões. Em lugar de investir esses recursos para levar serviços de telecomunicações às áreas mais pobres, como determina a lei, o governo simplesmente os confisca, exatamente como faz com 75% dos R$ 2 bilhões do Fistel arrecadados a cada ano. Essa é a ética do Estado brasileiro, não apenas em telecomunicações, mas como tem sido há décadas em tantas outras áreas. Remember precatórios.

Depois de vários anúncios e balões de ensaio lançados pelo segundo escalão, o governo federal emudeceu nas últimas semanas e se recusa a debater sua decisão de reativar a Telebrás. De repente, o projeto virou assunto proibido, embora seja importante demais para ser encaminhado como vem sendo, sem debate, sem participação do Congresso ou da opinião pública. Nos bastidores, entretanto, o governo acelera o passo. Prova disso é o pedido que o Executivo acaba de fazer à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que devolva 50 funcionários da Telebrás cedidos ao órgão regulador. Mesmo com uma máquina estatal inchada, ineficiente e cara, o governo federal prefere gastar milhões inutilmente ao reativar uma velha estatal, que deverá ter no mínimo 500 empregados, entre engenheiros, técnicos e administradores. Os primeiros recrutados são antigos empregados da Telebrás, que retornarão da Anatel, à qual foram cedidos em 1998. Poucos, entretanto, estarão preparados para conduzir uma empresa prestadora de serviços de telecomunicações - até porque a Telebrás nunca foi operadora, e, sim, uma holding que controlava 27 subsidiárias. PASSADO VS. PRESENTE Não há como estabelecer nenhum paralelo entre o desempenho histórico da Telebrás e o das empresas privadas que a sucederam. Examinemos apenas dois indicadores. Tudo que o Sistema Telebrás realizou ao longo de 26 anos (1972-1998) se resumiu em uma oferta de 24,5 milhões de telefones (entre fixos e celulares) ou a média nacional quase franciscana de 14 telefones por 100 habitantes. Com a privatização, em apenas uma década, o Brasil passou a contar com 196,7 milhões de acessos, alcançando a densidade de 104 telefones por 100 habitantes. Por outras palavras, o Brasil tem hoje mais telefones do que gente. A capacidade de investimento do governo brasileiro em infraestrutura continua sendo muito baixa e, portanto, está muito aquém das necessidades de um setor como o de telecomunicações. RAZÕES INCONSISTENTES Diante da imensa oferta de serviços, de tecnologia moderna e de infraestrutura, é fácil concluir, portanto, que o País não precisa de nenhuma estatal de telecomunicações, pois, contrariamente a todos os argumentos do governo, a reativação da Telebrás não vai "proporcionar maior economia ao setor público", nem "conferir maior segurança aos serviços de telecomunicações governamentais". E não há também nenhum sentido prático em atribuir à Telebrás a missão de liderar o projeto de inclusão digital, pois existem soluções muito mais econômicas e eficazes do que transformar essa estatal em "gestora de uma rede nacional de banda larga, com o objetivo de levar o acesso à internet rápida a todo o País". Outro objetivo alegado para a recriação da Telebrás seria operar um satélite geoestacionário estatal brasileiro e com ele atender às necessidades de telecomunicações governamentais e aeronáuticas. Equívoco total, pois nessa área o País conta com 42 satélites de telecomunicações autorizados a operar no território nacional, sendo quatro da Embratel, preparados inclusive para comunicações militares com a Banda-X. Nessa altura, o governo federal parece ter desistido do último objetivo, que era o de operar a rede de 16 mil quilômetros de cabos de fibra óptica da falida Eletronet, estatal formada pela Eletrobrás e a AES Bandeirante, cujo passivo já supera os R$ 600 milhões. Como se vê, não há nenhuma necessidade estratégica ou econômica que justifique a recriação da estatal, a não ser o apetite de velhas raposas partidárias em ampliar o aparelhamento do Estado e reforçar sua campanha eleitoral de 2010. Com todo o risco de corrupção. SÓCIO QUE NÃO INVESTE Mesmo sem nada investir no setor de telecomunicações nos últimos 11 anos, o governo se transformou no maior sócio do setor. Basta lembrar que, depois de privatizadas, as telecomunicações se transformaram em verdadeira mina de ouro para a União e os Estados, ao recolherem anualmente mais de R$ 40 bilhões de impostos, com alíquotas que chegam a quase 50% sobre o valor tarifas. Nenhum país do mundo cobra tanto imposto sobre telecomunicações. Um verdadeiro escândalo. A voracidade estatal parece não ter limites. Além dos R$ 40 bilhões de tributos pagos pelos usuários, a União arrecada mais três fundos no setor: o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), o Fundo de Fiscalização sobre Serviços de Telecomunicações (Fistel) e o Fundo de Tecnologia de Telecomunicações (Funttel). Tomemos o exemplo do Fust. A arrecadação acumulada e não utilizada desse fundo deverá alcançar dentro de alguns meses a impressionante soma de R$ 10 bilhões. Em lugar de investir esses recursos para levar serviços de telecomunicações às áreas mais pobres, como determina a lei, o governo simplesmente os confisca, exatamente como faz com 75% dos R$ 2 bilhões do Fistel arrecadados a cada ano. Essa é a ética do Estado brasileiro, não apenas em telecomunicações, mas como tem sido há décadas em tantas outras áreas. Remember precatórios.

Depois de vários anúncios e balões de ensaio lançados pelo segundo escalão, o governo federal emudeceu nas últimas semanas e se recusa a debater sua decisão de reativar a Telebrás. De repente, o projeto virou assunto proibido, embora seja importante demais para ser encaminhado como vem sendo, sem debate, sem participação do Congresso ou da opinião pública. Nos bastidores, entretanto, o governo acelera o passo. Prova disso é o pedido que o Executivo acaba de fazer à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que devolva 50 funcionários da Telebrás cedidos ao órgão regulador. Mesmo com uma máquina estatal inchada, ineficiente e cara, o governo federal prefere gastar milhões inutilmente ao reativar uma velha estatal, que deverá ter no mínimo 500 empregados, entre engenheiros, técnicos e administradores. Os primeiros recrutados são antigos empregados da Telebrás, que retornarão da Anatel, à qual foram cedidos em 1998. Poucos, entretanto, estarão preparados para conduzir uma empresa prestadora de serviços de telecomunicações - até porque a Telebrás nunca foi operadora, e, sim, uma holding que controlava 27 subsidiárias. PASSADO VS. PRESENTE Não há como estabelecer nenhum paralelo entre o desempenho histórico da Telebrás e o das empresas privadas que a sucederam. Examinemos apenas dois indicadores. Tudo que o Sistema Telebrás realizou ao longo de 26 anos (1972-1998) se resumiu em uma oferta de 24,5 milhões de telefones (entre fixos e celulares) ou a média nacional quase franciscana de 14 telefones por 100 habitantes. Com a privatização, em apenas uma década, o Brasil passou a contar com 196,7 milhões de acessos, alcançando a densidade de 104 telefones por 100 habitantes. Por outras palavras, o Brasil tem hoje mais telefones do que gente. A capacidade de investimento do governo brasileiro em infraestrutura continua sendo muito baixa e, portanto, está muito aquém das necessidades de um setor como o de telecomunicações. RAZÕES INCONSISTENTES Diante da imensa oferta de serviços, de tecnologia moderna e de infraestrutura, é fácil concluir, portanto, que o País não precisa de nenhuma estatal de telecomunicações, pois, contrariamente a todos os argumentos do governo, a reativação da Telebrás não vai "proporcionar maior economia ao setor público", nem "conferir maior segurança aos serviços de telecomunicações governamentais". E não há também nenhum sentido prático em atribuir à Telebrás a missão de liderar o projeto de inclusão digital, pois existem soluções muito mais econômicas e eficazes do que transformar essa estatal em "gestora de uma rede nacional de banda larga, com o objetivo de levar o acesso à internet rápida a todo o País". Outro objetivo alegado para a recriação da Telebrás seria operar um satélite geoestacionário estatal brasileiro e com ele atender às necessidades de telecomunicações governamentais e aeronáuticas. Equívoco total, pois nessa área o País conta com 42 satélites de telecomunicações autorizados a operar no território nacional, sendo quatro da Embratel, preparados inclusive para comunicações militares com a Banda-X. Nessa altura, o governo federal parece ter desistido do último objetivo, que era o de operar a rede de 16 mil quilômetros de cabos de fibra óptica da falida Eletronet, estatal formada pela Eletrobrás e a AES Bandeirante, cujo passivo já supera os R$ 600 milhões. Como se vê, não há nenhuma necessidade estratégica ou econômica que justifique a recriação da estatal, a não ser o apetite de velhas raposas partidárias em ampliar o aparelhamento do Estado e reforçar sua campanha eleitoral de 2010. Com todo o risco de corrupção. SÓCIO QUE NÃO INVESTE Mesmo sem nada investir no setor de telecomunicações nos últimos 11 anos, o governo se transformou no maior sócio do setor. Basta lembrar que, depois de privatizadas, as telecomunicações se transformaram em verdadeira mina de ouro para a União e os Estados, ao recolherem anualmente mais de R$ 40 bilhões de impostos, com alíquotas que chegam a quase 50% sobre o valor tarifas. Nenhum país do mundo cobra tanto imposto sobre telecomunicações. Um verdadeiro escândalo. A voracidade estatal parece não ter limites. Além dos R$ 40 bilhões de tributos pagos pelos usuários, a União arrecada mais três fundos no setor: o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), o Fundo de Fiscalização sobre Serviços de Telecomunicações (Fistel) e o Fundo de Tecnologia de Telecomunicações (Funttel). Tomemos o exemplo do Fust. A arrecadação acumulada e não utilizada desse fundo deverá alcançar dentro de alguns meses a impressionante soma de R$ 10 bilhões. Em lugar de investir esses recursos para levar serviços de telecomunicações às áreas mais pobres, como determina a lei, o governo simplesmente os confisca, exatamente como faz com 75% dos R$ 2 bilhões do Fistel arrecadados a cada ano. Essa é a ética do Estado brasileiro, não apenas em telecomunicações, mas como tem sido há décadas em tantas outras áreas. Remember precatórios.

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