Para consertar a Educação do Brasil, não precisamos de mais diagnósticos. Nem temos que reinventar a roda. Todo mundo conhece mais ou menos o caminho, sabe a receita básica para fazer isso acontecer. O documento "Educação Já!", do Todos Pela Educação, que reúne recomendações e elenca sete medidas prioritárias para melhorar a qualidade do ensino básico no país, é uma prova disso.
O plano, elaborado por especialistas de diferentes linhas de pensamento e posicionamentos políticos, foi apresentado aos presidenciáveis ao longo dos últimos meses. Ele é base da maioria dos programas sérios de governo e a fonte de muitas das soluções para os problemas da nossa Educação apresentadas pelos principais candidatos nos debates, entrevistas e sabatinas.
Praticamente tudo o que necessário para transformar o sistema de ensino brasileiro está ali, é baseado em evidências científicas e foi comprovado em experiências internacionais e nacionais.
Basicamente, temos que investir na formação e na carreira de professor, alfabetizar bem todas as crianças até os 8 anos no máximo, oferecer uma escola que converse com o jovem e o prepare para o trabalho e para a vida, fazer valer a Base Nacional Comum Curricular em todo o ciclo de ensino, priorizar a Primeira Infância, gerir melhor os recursos financeiros, técnicos e humanos e redefinir o papel do governo federal, Estados e municípios na gestão e execução de tarefas. O caminho é esse, não há muito o que se discutir.
A Primeira Infância e a profissão docente, por exemplo, são temas de destaque nos discursos e nos planos de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). O candidato Ciro Gomes (PDT) quer otimização dos recursos para replicar em todo o país o modelo educacional adotado de Sobral, no Ceará. Já programa do PT dá ênfase ao Ensino Médio.
Enfim, pelo que foi dito e divulgado até agora, a maioria dos presidenciáveis segue na direção apontada pelo Educação Já!, cada qual em sua rota e à sua maneira. Apenas candidatos extremistas, com propostas esdrúxulas, divergem disso.
Mas falar é fácil, o complicado será fazer. Aconselho ao leitor a olhar o que cada candidato já fez na vida, em termos de gestão e também como pessoa. Afinal, serão seus valores e sua capacidade de execução que vão mandar no jogo.
Estamos num momento muito delicado do Brasil. Podemos dar um salto à frente ou retroceder vinte anos dependendo de quem escolhermos para presidente da república.
Vote com o coração, mas principalmente com a cabeça.