Análise: Desafio enfrentado pelas escolas começa antes do ensino médio


Como não há clareza sobre o que alunos deveriam aprender em cada etapa, fica mais difícil oferecer conhecimentos essenciais para que mais adiante possam seguir caminhos de aprofundamento

Por Daniela Caldeirinha

A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ano de 2015 mostrou que conseguimos avançar de maneira importante nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, esse avanço não tem resultado em uma melhoria da educação como um todo: os anos finais do ensino fundamental crescem muito abaixo do desejado e o ensino médio segue estagnado.

Os desafios encontrados no ensino médio não se iniciam nesta fase. Como atualmente não há clareza sobre o que os alunos deveriam aprender em cada etapa da escolarização, fica mais difícil oferecer os conhecimentos essenciais e indispensáveis para que mais adiante os alunos possam seguir caminhos de aprofundamento, como acontece em outros países. Ao chegar a esta etapa da vida escolar, os jovens deveriam encontrar uma escola mais conectada com a vida, que pudesse ser construída sobre uma base forte que esses estudantes já deveriam ter.

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Nesse sentido, o Brasil tem neste momento uma grande oportunidade: a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Base é o conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes têm o direito de aprender. Em elaboração pelo Ministério da Educação, ela deve deixar claro o que é esperado que o estudante aprenda em cada etapa, colocando o aluno no centro desse processo. 

Como uma espinha dorsal do sistema educacional, a Base deve orientar a formação inicial e continuada dos professores, a produção dos materiais didáticos e as avaliações. Embora tenha enorme potencial para promover mudanças relevantes no ensino médio e na educação como um todo - e certamente este é um passo que o País precisa dar -, há outros fatores que devem ser levados em conta na análise dos resultados do ensino médio. Como estamos diante de um cenário bastante desafiador, é muito importante que seja feita uma profunda reflexão sobre como avançar rumo à educação de qualidade que desejamos para todas as nossas crianças e jovens.

DANIELA CALDEIRINHA É GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DA FUNDAÇÃO LEMANN

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Saiba como é a base curricular em outros países do mundo

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Base Nacional Comum: Experiências pelo mundo

Foto: REUTERS
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Foto: FLICKR/MARRAGEM
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Foto: ESTADÃO

A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ano de 2015 mostrou que conseguimos avançar de maneira importante nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, esse avanço não tem resultado em uma melhoria da educação como um todo: os anos finais do ensino fundamental crescem muito abaixo do desejado e o ensino médio segue estagnado.

Os desafios encontrados no ensino médio não se iniciam nesta fase. Como atualmente não há clareza sobre o que os alunos deveriam aprender em cada etapa da escolarização, fica mais difícil oferecer os conhecimentos essenciais e indispensáveis para que mais adiante os alunos possam seguir caminhos de aprofundamento, como acontece em outros países. Ao chegar a esta etapa da vida escolar, os jovens deveriam encontrar uma escola mais conectada com a vida, que pudesse ser construída sobre uma base forte que esses estudantes já deveriam ter.

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Nesse sentido, o Brasil tem neste momento uma grande oportunidade: a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Base é o conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes têm o direito de aprender. Em elaboração pelo Ministério da Educação, ela deve deixar claro o que é esperado que o estudante aprenda em cada etapa, colocando o aluno no centro desse processo. 

Como uma espinha dorsal do sistema educacional, a Base deve orientar a formação inicial e continuada dos professores, a produção dos materiais didáticos e as avaliações. Embora tenha enorme potencial para promover mudanças relevantes no ensino médio e na educação como um todo - e certamente este é um passo que o País precisa dar -, há outros fatores que devem ser levados em conta na análise dos resultados do ensino médio. Como estamos diante de um cenário bastante desafiador, é muito importante que seja feita uma profunda reflexão sobre como avançar rumo à educação de qualidade que desejamos para todas as nossas crianças e jovens.

DANIELA CALDEIRINHA É GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DA FUNDAÇÃO LEMANN

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A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ano de 2015 mostrou que conseguimos avançar de maneira importante nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, esse avanço não tem resultado em uma melhoria da educação como um todo: os anos finais do ensino fundamental crescem muito abaixo do desejado e o ensino médio segue estagnado.

Os desafios encontrados no ensino médio não se iniciam nesta fase. Como atualmente não há clareza sobre o que os alunos deveriam aprender em cada etapa da escolarização, fica mais difícil oferecer os conhecimentos essenciais e indispensáveis para que mais adiante os alunos possam seguir caminhos de aprofundamento, como acontece em outros países. Ao chegar a esta etapa da vida escolar, os jovens deveriam encontrar uma escola mais conectada com a vida, que pudesse ser construída sobre uma base forte que esses estudantes já deveriam ter.

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Nesse sentido, o Brasil tem neste momento uma grande oportunidade: a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Base é o conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes têm o direito de aprender. Em elaboração pelo Ministério da Educação, ela deve deixar claro o que é esperado que o estudante aprenda em cada etapa, colocando o aluno no centro desse processo. 

Como uma espinha dorsal do sistema educacional, a Base deve orientar a formação inicial e continuada dos professores, a produção dos materiais didáticos e as avaliações. Embora tenha enorme potencial para promover mudanças relevantes no ensino médio e na educação como um todo - e certamente este é um passo que o País precisa dar -, há outros fatores que devem ser levados em conta na análise dos resultados do ensino médio. Como estamos diante de um cenário bastante desafiador, é muito importante que seja feita uma profunda reflexão sobre como avançar rumo à educação de qualidade que desejamos para todas as nossas crianças e jovens.

DANIELA CALDEIRINHA É GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DA FUNDAÇÃO LEMANN

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Os desafios encontrados no ensino médio não se iniciam nesta fase. Como atualmente não há clareza sobre o que os alunos deveriam aprender em cada etapa da escolarização, fica mais difícil oferecer os conhecimentos essenciais e indispensáveis para que mais adiante os alunos possam seguir caminhos de aprofundamento, como acontece em outros países. Ao chegar a esta etapa da vida escolar, os jovens deveriam encontrar uma escola mais conectada com a vida, que pudesse ser construída sobre uma base forte que esses estudantes já deveriam ter.

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Nesse sentido, o Brasil tem neste momento uma grande oportunidade: a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Base é o conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes têm o direito de aprender. Em elaboração pelo Ministério da Educação, ela deve deixar claro o que é esperado que o estudante aprenda em cada etapa, colocando o aluno no centro desse processo. 

Como uma espinha dorsal do sistema educacional, a Base deve orientar a formação inicial e continuada dos professores, a produção dos materiais didáticos e as avaliações. Embora tenha enorme potencial para promover mudanças relevantes no ensino médio e na educação como um todo - e certamente este é um passo que o País precisa dar -, há outros fatores que devem ser levados em conta na análise dos resultados do ensino médio. Como estamos diante de um cenário bastante desafiador, é muito importante que seja feita uma profunda reflexão sobre como avançar rumo à educação de qualidade que desejamos para todas as nossas crianças e jovens.

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