Coisas que eu queria saber aos 21: Luiz Gonzaga Belluzzo


Economista e ex-presidente do Palmeiras fala sobre sua formação

Por Redação

"Aos 21 anos eu dividia meu tempo entre estudar, fazer política universitária e jogar futebol no time da São Francisco. Escolhi Direito porque tive formação forte em Humanas e por influência familiar (meu pai era juiz e meu tio, promotor). Logo vi que a área jurídica não me atraía muito. Mesmo assim, resolvi continuar o curso e prestei vestibular para Ciências Sociais na USP. Era 1963, véspera do golpe militar.

 

Era quase inevitável mergulhar na militância política, embora não pertencesse a nenhum partido. Lembro-me de duas histórias marcantes: escrevi com o colega Dirceu Brisola um documento de apoio às reformas de base propostas pelo presidente João Goulart e me juntei ao pessoal ligado a partidos identificados como progressistas na eleição para o XI de Agosto. Derrotamos a chapa conservadora e virei diretor cultural do centro acadêmico.

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Trabalhava na editora José Olympio, onde meu tio era gerente. Ainda nos anos 50 eu já conhecia pessoalmente José Lins do Rego, Mário Palmério e Guimarães Rosa.

 

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O que mais gostava de fazer, porém, era jogar futebol. As pessoas diziam que eu era bom. Jogava como centroavante, na posição do Barcos hoje no Palmeiras. Tinha o jeitão dele, acho. E nas horas vagas corria para o Pacaembu ver o Palmeiras, minha paixão incomensurável.

 

Não me formei em Sociais porque logo após concluir Direito, em 1965, entrei na pós em Desenvolvimento Econômico da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU). De qualquer modo, já tinha feito as cadeiras que me interessavam na FFLCH. Fui aluno de Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes.

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A opção pela carreira em economia surgiu pela importância que os problemas econômicos foram ganhando no País. Achei que era mais interessante que Direito, para desgosto do meu pai. Ele queria que eu fosse promotor. Cheguei a estudar para o Ministério Público, mas aí passei na Cepal. Não tenho vocação para fiscal da lei, muito menos para acusar as pessoas.

 

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Fui professor da PUC-SP entre 66 e 67. Não tinha gente para lecionar porque muitos professores haviam sido cassados. Mas não sei como puderam empregar um menino de 24 anos, quase a idade dos alunos. Era um esforço enorme dar aulas. Foi essa experiência, no entanto, que me fez ver como gostaria de assumir o ofício de professor. O professor não ensina ninguém, mas desperta no aluno a curiosidade. Levanta problemas para que o aluno responda.

 

Em 69 fiz a segunda parte do curso da Cepal, em Programação Industrial, já convidado por Zeferino Vaz para fundar o Departamento de Planejamento Econômico e Social da Unicamp. Vi a universidade crescer e hoje há lugares da Cidade Universitária que nem suspeitava que existissem. Fiz doutorado lá e me tornei professor titular em 86. Em 99, fundei a Facamp com os colegas economistas João Manuel Cardoso de Mello, Liana Aureliano e Eduardo da Rocha Azevedo.

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Cheguei à economia depois de uma trajetória acadêmica um pouco confusa, mas encontrei algo que eu gostava – e gosto – de fazer. Se pudesse dar uma dica ao jovem de 21 anos seria: não se aborreça se errou na primeira vez em que escolheu a profissão. Fazemos vestibular muito novos. O importante é você mudar para uma área em que goste de atuar e buscar a melhor formação possível.”

"Aos 21 anos eu dividia meu tempo entre estudar, fazer política universitária e jogar futebol no time da São Francisco. Escolhi Direito porque tive formação forte em Humanas e por influência familiar (meu pai era juiz e meu tio, promotor). Logo vi que a área jurídica não me atraía muito. Mesmo assim, resolvi continuar o curso e prestei vestibular para Ciências Sociais na USP. Era 1963, véspera do golpe militar.

 

Era quase inevitável mergulhar na militância política, embora não pertencesse a nenhum partido. Lembro-me de duas histórias marcantes: escrevi com o colega Dirceu Brisola um documento de apoio às reformas de base propostas pelo presidente João Goulart e me juntei ao pessoal ligado a partidos identificados como progressistas na eleição para o XI de Agosto. Derrotamos a chapa conservadora e virei diretor cultural do centro acadêmico.

 

Trabalhava na editora José Olympio, onde meu tio era gerente. Ainda nos anos 50 eu já conhecia pessoalmente José Lins do Rego, Mário Palmério e Guimarães Rosa.

 

O que mais gostava de fazer, porém, era jogar futebol. As pessoas diziam que eu era bom. Jogava como centroavante, na posição do Barcos hoje no Palmeiras. Tinha o jeitão dele, acho. E nas horas vagas corria para o Pacaembu ver o Palmeiras, minha paixão incomensurável.

 

Não me formei em Sociais porque logo após concluir Direito, em 1965, entrei na pós em Desenvolvimento Econômico da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU). De qualquer modo, já tinha feito as cadeiras que me interessavam na FFLCH. Fui aluno de Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes.

 

A opção pela carreira em economia surgiu pela importância que os problemas econômicos foram ganhando no País. Achei que era mais interessante que Direito, para desgosto do meu pai. Ele queria que eu fosse promotor. Cheguei a estudar para o Ministério Público, mas aí passei na Cepal. Não tenho vocação para fiscal da lei, muito menos para acusar as pessoas.

 

Fui professor da PUC-SP entre 66 e 67. Não tinha gente para lecionar porque muitos professores haviam sido cassados. Mas não sei como puderam empregar um menino de 24 anos, quase a idade dos alunos. Era um esforço enorme dar aulas. Foi essa experiência, no entanto, que me fez ver como gostaria de assumir o ofício de professor. O professor não ensina ninguém, mas desperta no aluno a curiosidade. Levanta problemas para que o aluno responda.

 

Em 69 fiz a segunda parte do curso da Cepal, em Programação Industrial, já convidado por Zeferino Vaz para fundar o Departamento de Planejamento Econômico e Social da Unicamp. Vi a universidade crescer e hoje há lugares da Cidade Universitária que nem suspeitava que existissem. Fiz doutorado lá e me tornei professor titular em 86. Em 99, fundei a Facamp com os colegas economistas João Manuel Cardoso de Mello, Liana Aureliano e Eduardo da Rocha Azevedo.

 

Cheguei à economia depois de uma trajetória acadêmica um pouco confusa, mas encontrei algo que eu gostava – e gosto – de fazer. Se pudesse dar uma dica ao jovem de 21 anos seria: não se aborreça se errou na primeira vez em que escolheu a profissão. Fazemos vestibular muito novos. O importante é você mudar para uma área em que goste de atuar e buscar a melhor formação possível.”

"Aos 21 anos eu dividia meu tempo entre estudar, fazer política universitária e jogar futebol no time da São Francisco. Escolhi Direito porque tive formação forte em Humanas e por influência familiar (meu pai era juiz e meu tio, promotor). Logo vi que a área jurídica não me atraía muito. Mesmo assim, resolvi continuar o curso e prestei vestibular para Ciências Sociais na USP. Era 1963, véspera do golpe militar.

 

Era quase inevitável mergulhar na militância política, embora não pertencesse a nenhum partido. Lembro-me de duas histórias marcantes: escrevi com o colega Dirceu Brisola um documento de apoio às reformas de base propostas pelo presidente João Goulart e me juntei ao pessoal ligado a partidos identificados como progressistas na eleição para o XI de Agosto. Derrotamos a chapa conservadora e virei diretor cultural do centro acadêmico.

 

Trabalhava na editora José Olympio, onde meu tio era gerente. Ainda nos anos 50 eu já conhecia pessoalmente José Lins do Rego, Mário Palmério e Guimarães Rosa.

 

O que mais gostava de fazer, porém, era jogar futebol. As pessoas diziam que eu era bom. Jogava como centroavante, na posição do Barcos hoje no Palmeiras. Tinha o jeitão dele, acho. E nas horas vagas corria para o Pacaembu ver o Palmeiras, minha paixão incomensurável.

 

Não me formei em Sociais porque logo após concluir Direito, em 1965, entrei na pós em Desenvolvimento Econômico da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU). De qualquer modo, já tinha feito as cadeiras que me interessavam na FFLCH. Fui aluno de Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes.

 

A opção pela carreira em economia surgiu pela importância que os problemas econômicos foram ganhando no País. Achei que era mais interessante que Direito, para desgosto do meu pai. Ele queria que eu fosse promotor. Cheguei a estudar para o Ministério Público, mas aí passei na Cepal. Não tenho vocação para fiscal da lei, muito menos para acusar as pessoas.

 

Fui professor da PUC-SP entre 66 e 67. Não tinha gente para lecionar porque muitos professores haviam sido cassados. Mas não sei como puderam empregar um menino de 24 anos, quase a idade dos alunos. Era um esforço enorme dar aulas. Foi essa experiência, no entanto, que me fez ver como gostaria de assumir o ofício de professor. O professor não ensina ninguém, mas desperta no aluno a curiosidade. Levanta problemas para que o aluno responda.

 

Em 69 fiz a segunda parte do curso da Cepal, em Programação Industrial, já convidado por Zeferino Vaz para fundar o Departamento de Planejamento Econômico e Social da Unicamp. Vi a universidade crescer e hoje há lugares da Cidade Universitária que nem suspeitava que existissem. Fiz doutorado lá e me tornei professor titular em 86. Em 99, fundei a Facamp com os colegas economistas João Manuel Cardoso de Mello, Liana Aureliano e Eduardo da Rocha Azevedo.

 

Cheguei à economia depois de uma trajetória acadêmica um pouco confusa, mas encontrei algo que eu gostava – e gosto – de fazer. Se pudesse dar uma dica ao jovem de 21 anos seria: não se aborreça se errou na primeira vez em que escolheu a profissão. Fazemos vestibular muito novos. O importante é você mudar para uma área em que goste de atuar e buscar a melhor formação possível.”

"Aos 21 anos eu dividia meu tempo entre estudar, fazer política universitária e jogar futebol no time da São Francisco. Escolhi Direito porque tive formação forte em Humanas e por influência familiar (meu pai era juiz e meu tio, promotor). Logo vi que a área jurídica não me atraía muito. Mesmo assim, resolvi continuar o curso e prestei vestibular para Ciências Sociais na USP. Era 1963, véspera do golpe militar.

 

Era quase inevitável mergulhar na militância política, embora não pertencesse a nenhum partido. Lembro-me de duas histórias marcantes: escrevi com o colega Dirceu Brisola um documento de apoio às reformas de base propostas pelo presidente João Goulart e me juntei ao pessoal ligado a partidos identificados como progressistas na eleição para o XI de Agosto. Derrotamos a chapa conservadora e virei diretor cultural do centro acadêmico.

 

Trabalhava na editora José Olympio, onde meu tio era gerente. Ainda nos anos 50 eu já conhecia pessoalmente José Lins do Rego, Mário Palmério e Guimarães Rosa.

 

O que mais gostava de fazer, porém, era jogar futebol. As pessoas diziam que eu era bom. Jogava como centroavante, na posição do Barcos hoje no Palmeiras. Tinha o jeitão dele, acho. E nas horas vagas corria para o Pacaembu ver o Palmeiras, minha paixão incomensurável.

 

Não me formei em Sociais porque logo após concluir Direito, em 1965, entrei na pós em Desenvolvimento Econômico da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe da ONU). De qualquer modo, já tinha feito as cadeiras que me interessavam na FFLCH. Fui aluno de Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes.

 

A opção pela carreira em economia surgiu pela importância que os problemas econômicos foram ganhando no País. Achei que era mais interessante que Direito, para desgosto do meu pai. Ele queria que eu fosse promotor. Cheguei a estudar para o Ministério Público, mas aí passei na Cepal. Não tenho vocação para fiscal da lei, muito menos para acusar as pessoas.

 

Fui professor da PUC-SP entre 66 e 67. Não tinha gente para lecionar porque muitos professores haviam sido cassados. Mas não sei como puderam empregar um menino de 24 anos, quase a idade dos alunos. Era um esforço enorme dar aulas. Foi essa experiência, no entanto, que me fez ver como gostaria de assumir o ofício de professor. O professor não ensina ninguém, mas desperta no aluno a curiosidade. Levanta problemas para que o aluno responda.

 

Em 69 fiz a segunda parte do curso da Cepal, em Programação Industrial, já convidado por Zeferino Vaz para fundar o Departamento de Planejamento Econômico e Social da Unicamp. Vi a universidade crescer e hoje há lugares da Cidade Universitária que nem suspeitava que existissem. Fiz doutorado lá e me tornei professor titular em 86. Em 99, fundei a Facamp com os colegas economistas João Manuel Cardoso de Mello, Liana Aureliano e Eduardo da Rocha Azevedo.

 

Cheguei à economia depois de uma trajetória acadêmica um pouco confusa, mas encontrei algo que eu gostava – e gosto – de fazer. Se pudesse dar uma dica ao jovem de 21 anos seria: não se aborreça se errou na primeira vez em que escolheu a profissão. Fazemos vestibular muito novos. O importante é você mudar para uma área em que goste de atuar e buscar a melhor formação possível.”

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