Diego Mantoanelli*
A metacognição é uma capacidade que um indivíduo tem em pensar em como ele aprende um determinado assunto. Alguns itens devem ser levados em consideração para a prática metacognitiva: importância, dificuldade e vontade. Quando quer aprender algo, um aluno deve perguntar a si mesmo, e sobre si mesmo: "Qual é a importância desse assunto para meus objetivos na vida?", "Quão difícil é esse assunto para mim?" e "Qual é meu grau de vontade em aprender esse assunto para atingir os objetivos que tenho pela frente?". A partir das respostas dadas a essas perguntas, o aluno deve começar a planejar seus estudos visando definir o tempo que ele deve dedicar para aprender um determinado assunto.
Falando especificamente do ano de vestibular, muitos são os assuntos, muitos são os conteúdos, muitas são as possibilidades de escolha de carreira e faculdade e pouco parece ser o tempo para chegar onde se quer. No entanto, o tempo dedicado aos estudos será tanto melhor dimensionado e aproveitado quanto mais se souber a importância, a dificuldade e a vontade necessária para aprender o conteúdo.
Um erro bastante comum nesse ano desafiador é seguir modelos prontos e se comparar aos outros sem fazer nenhuma reflexão. Falas como: "Vou estudar todos os dias das férias porque meu colega também vai" ou "Preciso estudar até de madrugada porque um conhecido fez isso e passou no vestibular" estão muito distantes da prática metacognitiva e não ajudam a dimensionar o tempo e os esforços do vestibulando. Ao assumir que não há um único modelo de estudo aplicável a todos os alunos, o vestibulando pode então fazer seu próprio plano considerando seus limites e seus objetivos.
É papel da escola orientar seus alunos nessa etapa da vida colocando-se ao lado de cada aluno para auxiliá-los a responder às perguntas iniciais. Por exemplo, não se pode omitir do aluno que ele deve se esforçar muito caso o curso escolhido tenha alta concorrência ou caso ele tenha muita dificuldade em uma disciplina que será cobrada com maior peso no vestibular escolhido. Nesse caso, deve-se estudar por mais tempo, mas sempre respeitando os limites de cada um. No vestibular, o emocional é tão importante quanto o conhecimento curricular. O tempo dedicado ao descanso é tão fundamental quanto aquele dedicado ao estudo.
Por fim, investir em práticas metacognitivas desde o Ensino Fundamental, possibilita que, ao chegar no Ensino Médio, cada aluno tenha maior capacidade de identificar a importância, a dificuldade e a vontade de aprender. No Colégio Pentágono, tais práticas fazem parte da rotina de avaliações dos alunos e, além disso, trabalhamos em nossos alunos a ideia de que diferentes projetos de vida têm demandas diferentes. Tudo isto tem como meta permitir ao aluno usar bem seu tempo para atingir seus objetivos.
*Diego Mantoanelli Silva é coordenador do Ensino Médio da Unidade Alphaville do Colégio Pentágono