As tradicionais áreas de Medicina, Direito e Engenharia Civil têm o que há de melhor e de pior em cursos de ensino superior no Sudeste. De acordo com os resultados do Provão 2003, que estão sendo divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação (MEC), 42% dos cursos de Medicina da região tiveram notas A e B. É a área em que o desempenho dos alunos foi melhor. Em Engenharia Civil e Direito, 47,9% e 43% dos cursos, respectivamente, receberam notas D e E. Esta deve ser a última vez que o MEC divulga os resultados do Provão por conceitos que vão de A a E. O novo sistema cria o Índice de Desenvolvimento do Ensino Superior (Ides), que resultará da combinação de ensino, aprendizagem, capacidade institucional e responsabilidade social. Os cursos serão classificados em "bem avaliados", "intermediários" e "não satisfatórios". Salto A área de Medicina no Sudeste deu um salto de um ano para outro. É a campeã das notas A e B em 2003 - inclusive se comparada a todo o País -, mas em 2002 ficava apenas com a oitava posição. Os melhores cursos estavam em áreas como Agronomia e Farmácia. "Os cursos de Medicina são muito concorridos e o nível dos estudantes que entram é sempre alto", diz o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade da São Paulo (USP), Giovanni Guido Cerri. Direito O mau resultado do cursos de Direito não surpreendeu a Ordem dos Advogados do Brasil, sucursal São Paulo (OAB-SP). "Nos últimos três anos, de uma lista de 85 cursos, opinamos em favor da abertura de três. Mas o MEC liberou mais de 50", diz o presidente da Comissão de Ensino Jurídico da Ordem, Rui Celso Reali Fragoso. A falta de qualidade dos cursos aparece no exame da Ordem: de todos os formados, 75% são reprovados. Fragoso avalia que dos 220 cursos de Direito do Estado de São Paulo, entre 15 e 20 oferecem cursos de qualidade. Norte As tabelas do Provão mostram que o Norte do País continua com os piores resultados. Das 26 áreas avaliadas, a metade não tem um só curso com notas A e B. Entre elas estão Medicina, Administração, Arquitetura, Odontologia e Engenharia Civil. No Nordeste, a situação melhorou um pouco. Dois dos 13 cursos de Medicina da região obtiveram nota máxima no Provão. Em 2002, nenhum havia conseguido essa marca.
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