Experiência e treino levam à aprovação na 2ª fase da Fuvest


Marcada para começar no domingo, prova discursiva exige boa escrita, além de conhecimento; simular o tempo ajuda no controle

Por Isabela Palhares, Victor Vieira e Paulo Saldaña

SÃO PAULO - Esta é a última semana de preparação para os 23,7 mil convocados para a segunda fase da Fuvest. Os três dias de prova começam no domingo, dia 10. Para quem presta pela primeira vez o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), a frustração de não passar pode significar o primeiro passo para o sucesso: mais de 60% dos aprovados nos últimos três anos haviam feito a prova em anos anteriores. Já para quem faz sua segunda ou terceira Fuvest, o plano é usar a experiência de anos anteriores para garantir uma vaga.

Chegar à segunda fase não costuma ser tarefa fácil. A estatística da Fuvest 2016 ainda não está disponível, mas, nos três anos anteriores, mais da metade dos convocados já tinha a experiência de terem feito a prova antes.

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Entre os candidatos que prestaram o vestibular no ano passado, 22% dos convocados para a segunda fase haviam feito a prova duas vezes ou mais. Dos aprovados, 63% haviam prestado a Fuvest antes. Dos que passaram logo ao fim do 3.º ano, 18% haviam feito a prova como treineiros.

O paranaense Matheus Facio Pires, de 20 anos, chega à segunda fase pela segunda vez. Ele já está na terceira Fuvest. Na primeira vez, não passou da primeira fase. No ano passado, já matriculado em cursinho pré-vestibular, foi convocado para a segunda etapa. Candidato a uma vaga de Direito, o bloco de Matemática foi o maior desafio e ele não foi aprovado.

A Fuvest é a principal forma de acesso à Universidade de São Paulo (USP) Foto: Márcio Fernandes/Estadão
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“Vendo os gráficos depois, o problema maior foi a Matemática. As questões são muito diretas, não têm uma contextualização que pode ajudar a resolver”, diz ele, que se dedicou à Matemática ao longo do ano de olho na segunda fase. “Tem de saber o que caiu e conseguir escrever, não dá para improvisar.”

Nesta segunda etapa, todas as questões são dissertativas. No primeiro dia, tem Português e a redação. Caem no segundo dia (segunda-feira, dia 11) questões de todas as disciplinas e, no terceiro dia (terça, dia 12), apenas questões ligadas à carreira escolhida. A tática de Pires nesta última semana antes da prova é fazer exercícios, treinar o texto e tentar simular o tempo da prova. “Agora não é hora mais para aprender, já aprendi o que podia. Vestibular é treino, repetição. No ano passado, caíram muitos exercícios parecidos com os que eu tinha feito”, diz ele, que, após a primeira fase, tem estudado sozinho praticamente o dia todo.

Peneira. A dificuldade da peneira que é a Fuvest também se traduz pela quantidade de aprovados que fizeram cursinho pré-vestibular. Entre os aprovados no ano passado, 63% passaram pelos cursinhos. 

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Para o educador Mateus Prado, o pequeno porcentual de candidatos que é aprovado na USP sem ter feito cursinho mostra que mesmo as escolas particulares têm dificuldade em preparar os alunos para a Fuvest. “O vestibular deveria medir os conhecimentos do ensino médio, mas para mais da metade dos candidatos essa etapa não tem sido o suficiente.”

Para Prado, a prova da Fuvest tem poucas mudanças de um ano para outro e segue uma tendência em cobrar assuntos parecidos em cada disciplina. “A Fuvest é como competir em uma prova de motocross, quem conhece mais o circuito vai melhor. É uma prova que exige que o candidato a conheça. É preciso se especializar em Fuvest.”

A vestibulanda Juanitha Franco, de 18 anos, tenta a etapa final da Fuvest também pela segunda vez. Ao longo do ano passado, tentou usar a experiência para se preparar. “Aprendi com meus erros. Percebi que precisava treinar mais as questões dissertativas. A falta de controle do tempo para cada pergunta pegou muito. Por isso, estou refazendo as provas anteriores”, conta a candidata ao curso de Direito na capital.

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O ritmo de estudos também ficou mais intenso: pausa apenas para o Natal e o réveillon. “Eu me concentrei ainda mais em redação e atualidades neste ano”, afirma Juanitha.

Vinda da escola pública, ela sabe que a disputa com alunos de colégios privados é difícil. “Tento não pensar que estou fazendo uma prova tão concorrida. Estou confiante.” Se a Fuvest falhar, ela já tem um plano B: tentar a vaga pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, 13,5% das cadeiras da USP serão preenchidas por candidatos selecionados pela nota na prova federal.

Preparo. A orientadora educacional do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, lembra que, agora, não basta ter o conhecimento, é preciso saber escrever. “Às vezes o aluno sabe a resposta e não consegue traduzir em palavras. Por isso, nesta última semana, é importante trabalhar as questões dissertativas, pegar a última prova e fazer no mesmo tempo do exame”, diz a professora. “Como as questões são discursivas, as respostas podem não estar 100% corretas, mas, se estão próximas, podem ajudar na pontuação.”

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Português e redação valem um terço da nota

A prova de Português e a redação, feitas no primeiro dia da segunda fase da Fuvest, equivalem a cerca de um terço do peso da nota final e são apontadas como o principal diferencial em cursos concorridos da Universidade de São Paulo (USP). Segundo levantamento do cursinho Poliedro, em alguns cursos a redação equivale a 13% da nota e Português, a 18%.

Os resultados mostram que a prova de Português para quem concorre a uma vaga em Engenharia na Poli, por exemplo, tem peso de 18%, maior na nota final do que Matemática, que corresponde a 14%, ou Física, 15%. Para quem presta Medicina, o que mais influencia a nota também é a prova de Português, 17%, seguida de Biologia, Química e Física, que equivalem a 15% da nota final cada. Já a redação, a 13%. Para quem presta Direito, a prova de Matemática corresponde a 14%, mesmo porcentual de História.

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“A primeira fase é padrão para todo mundo, mas, na segunda fase, há o diferencial para cada área. O que às vezes acaba levando o aluno à ilusão de que ele deve focar mais nas disciplinas de sua área”, diz Francisco Zanella Peres, coordenador do Poliedro. “O aluno competitivo tem de ter o diferencial nas outras disciplinas.”

De olho nisso, a estudante Giovanna Siunte, de 18 anos, que vai prestar a segunda fase da Fuvest pela segunda vez para tentar uma vaga em Engenharia Civil, mudou a estratégia. “Para a prova deste ano me dediquei muito mais às matérias de humanas, que são as que tenho menos facilidade”, diz ela, que não deixou as disciplinas de exatas de lado.

SÃO PAULO - Esta é a última semana de preparação para os 23,7 mil convocados para a segunda fase da Fuvest. Os três dias de prova começam no domingo, dia 10. Para quem presta pela primeira vez o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), a frustração de não passar pode significar o primeiro passo para o sucesso: mais de 60% dos aprovados nos últimos três anos haviam feito a prova em anos anteriores. Já para quem faz sua segunda ou terceira Fuvest, o plano é usar a experiência de anos anteriores para garantir uma vaga.

Chegar à segunda fase não costuma ser tarefa fácil. A estatística da Fuvest 2016 ainda não está disponível, mas, nos três anos anteriores, mais da metade dos convocados já tinha a experiência de terem feito a prova antes.

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Entre os candidatos que prestaram o vestibular no ano passado, 22% dos convocados para a segunda fase haviam feito a prova duas vezes ou mais. Dos aprovados, 63% haviam prestado a Fuvest antes. Dos que passaram logo ao fim do 3.º ano, 18% haviam feito a prova como treineiros.

O paranaense Matheus Facio Pires, de 20 anos, chega à segunda fase pela segunda vez. Ele já está na terceira Fuvest. Na primeira vez, não passou da primeira fase. No ano passado, já matriculado em cursinho pré-vestibular, foi convocado para a segunda etapa. Candidato a uma vaga de Direito, o bloco de Matemática foi o maior desafio e ele não foi aprovado.

A Fuvest é a principal forma de acesso à Universidade de São Paulo (USP) Foto: Márcio Fernandes/Estadão

“Vendo os gráficos depois, o problema maior foi a Matemática. As questões são muito diretas, não têm uma contextualização que pode ajudar a resolver”, diz ele, que se dedicou à Matemática ao longo do ano de olho na segunda fase. “Tem de saber o que caiu e conseguir escrever, não dá para improvisar.”

Nesta segunda etapa, todas as questões são dissertativas. No primeiro dia, tem Português e a redação. Caem no segundo dia (segunda-feira, dia 11) questões de todas as disciplinas e, no terceiro dia (terça, dia 12), apenas questões ligadas à carreira escolhida. A tática de Pires nesta última semana antes da prova é fazer exercícios, treinar o texto e tentar simular o tempo da prova. “Agora não é hora mais para aprender, já aprendi o que podia. Vestibular é treino, repetição. No ano passado, caíram muitos exercícios parecidos com os que eu tinha feito”, diz ele, que, após a primeira fase, tem estudado sozinho praticamente o dia todo.

Peneira. A dificuldade da peneira que é a Fuvest também se traduz pela quantidade de aprovados que fizeram cursinho pré-vestibular. Entre os aprovados no ano passado, 63% passaram pelos cursinhos. 

Para o educador Mateus Prado, o pequeno porcentual de candidatos que é aprovado na USP sem ter feito cursinho mostra que mesmo as escolas particulares têm dificuldade em preparar os alunos para a Fuvest. “O vestibular deveria medir os conhecimentos do ensino médio, mas para mais da metade dos candidatos essa etapa não tem sido o suficiente.”

Para Prado, a prova da Fuvest tem poucas mudanças de um ano para outro e segue uma tendência em cobrar assuntos parecidos em cada disciplina. “A Fuvest é como competir em uma prova de motocross, quem conhece mais o circuito vai melhor. É uma prova que exige que o candidato a conheça. É preciso se especializar em Fuvest.”

A vestibulanda Juanitha Franco, de 18 anos, tenta a etapa final da Fuvest também pela segunda vez. Ao longo do ano passado, tentou usar a experiência para se preparar. “Aprendi com meus erros. Percebi que precisava treinar mais as questões dissertativas. A falta de controle do tempo para cada pergunta pegou muito. Por isso, estou refazendo as provas anteriores”, conta a candidata ao curso de Direito na capital.

O ritmo de estudos também ficou mais intenso: pausa apenas para o Natal e o réveillon. “Eu me concentrei ainda mais em redação e atualidades neste ano”, afirma Juanitha.

Vinda da escola pública, ela sabe que a disputa com alunos de colégios privados é difícil. “Tento não pensar que estou fazendo uma prova tão concorrida. Estou confiante.” Se a Fuvest falhar, ela já tem um plano B: tentar a vaga pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, 13,5% das cadeiras da USP serão preenchidas por candidatos selecionados pela nota na prova federal.

Preparo. A orientadora educacional do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, lembra que, agora, não basta ter o conhecimento, é preciso saber escrever. “Às vezes o aluno sabe a resposta e não consegue traduzir em palavras. Por isso, nesta última semana, é importante trabalhar as questões dissertativas, pegar a última prova e fazer no mesmo tempo do exame”, diz a professora. “Como as questões são discursivas, as respostas podem não estar 100% corretas, mas, se estão próximas, podem ajudar na pontuação.”

Português e redação valem um terço da nota

A prova de Português e a redação, feitas no primeiro dia da segunda fase da Fuvest, equivalem a cerca de um terço do peso da nota final e são apontadas como o principal diferencial em cursos concorridos da Universidade de São Paulo (USP). Segundo levantamento do cursinho Poliedro, em alguns cursos a redação equivale a 13% da nota e Português, a 18%.

Os resultados mostram que a prova de Português para quem concorre a uma vaga em Engenharia na Poli, por exemplo, tem peso de 18%, maior na nota final do que Matemática, que corresponde a 14%, ou Física, 15%. Para quem presta Medicina, o que mais influencia a nota também é a prova de Português, 17%, seguida de Biologia, Química e Física, que equivalem a 15% da nota final cada. Já a redação, a 13%. Para quem presta Direito, a prova de Matemática corresponde a 14%, mesmo porcentual de História.

“A primeira fase é padrão para todo mundo, mas, na segunda fase, há o diferencial para cada área. O que às vezes acaba levando o aluno à ilusão de que ele deve focar mais nas disciplinas de sua área”, diz Francisco Zanella Peres, coordenador do Poliedro. “O aluno competitivo tem de ter o diferencial nas outras disciplinas.”

De olho nisso, a estudante Giovanna Siunte, de 18 anos, que vai prestar a segunda fase da Fuvest pela segunda vez para tentar uma vaga em Engenharia Civil, mudou a estratégia. “Para a prova deste ano me dediquei muito mais às matérias de humanas, que são as que tenho menos facilidade”, diz ela, que não deixou as disciplinas de exatas de lado.

SÃO PAULO - Esta é a última semana de preparação para os 23,7 mil convocados para a segunda fase da Fuvest. Os três dias de prova começam no domingo, dia 10. Para quem presta pela primeira vez o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), a frustração de não passar pode significar o primeiro passo para o sucesso: mais de 60% dos aprovados nos últimos três anos haviam feito a prova em anos anteriores. Já para quem faz sua segunda ou terceira Fuvest, o plano é usar a experiência de anos anteriores para garantir uma vaga.

Chegar à segunda fase não costuma ser tarefa fácil. A estatística da Fuvest 2016 ainda não está disponível, mas, nos três anos anteriores, mais da metade dos convocados já tinha a experiência de terem feito a prova antes.

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Entre os candidatos que prestaram o vestibular no ano passado, 22% dos convocados para a segunda fase haviam feito a prova duas vezes ou mais. Dos aprovados, 63% haviam prestado a Fuvest antes. Dos que passaram logo ao fim do 3.º ano, 18% haviam feito a prova como treineiros.

O paranaense Matheus Facio Pires, de 20 anos, chega à segunda fase pela segunda vez. Ele já está na terceira Fuvest. Na primeira vez, não passou da primeira fase. No ano passado, já matriculado em cursinho pré-vestibular, foi convocado para a segunda etapa. Candidato a uma vaga de Direito, o bloco de Matemática foi o maior desafio e ele não foi aprovado.

A Fuvest é a principal forma de acesso à Universidade de São Paulo (USP) Foto: Márcio Fernandes/Estadão

“Vendo os gráficos depois, o problema maior foi a Matemática. As questões são muito diretas, não têm uma contextualização que pode ajudar a resolver”, diz ele, que se dedicou à Matemática ao longo do ano de olho na segunda fase. “Tem de saber o que caiu e conseguir escrever, não dá para improvisar.”

Nesta segunda etapa, todas as questões são dissertativas. No primeiro dia, tem Português e a redação. Caem no segundo dia (segunda-feira, dia 11) questões de todas as disciplinas e, no terceiro dia (terça, dia 12), apenas questões ligadas à carreira escolhida. A tática de Pires nesta última semana antes da prova é fazer exercícios, treinar o texto e tentar simular o tempo da prova. “Agora não é hora mais para aprender, já aprendi o que podia. Vestibular é treino, repetição. No ano passado, caíram muitos exercícios parecidos com os que eu tinha feito”, diz ele, que, após a primeira fase, tem estudado sozinho praticamente o dia todo.

Peneira. A dificuldade da peneira que é a Fuvest também se traduz pela quantidade de aprovados que fizeram cursinho pré-vestibular. Entre os aprovados no ano passado, 63% passaram pelos cursinhos. 

Para o educador Mateus Prado, o pequeno porcentual de candidatos que é aprovado na USP sem ter feito cursinho mostra que mesmo as escolas particulares têm dificuldade em preparar os alunos para a Fuvest. “O vestibular deveria medir os conhecimentos do ensino médio, mas para mais da metade dos candidatos essa etapa não tem sido o suficiente.”

Para Prado, a prova da Fuvest tem poucas mudanças de um ano para outro e segue uma tendência em cobrar assuntos parecidos em cada disciplina. “A Fuvest é como competir em uma prova de motocross, quem conhece mais o circuito vai melhor. É uma prova que exige que o candidato a conheça. É preciso se especializar em Fuvest.”

A vestibulanda Juanitha Franco, de 18 anos, tenta a etapa final da Fuvest também pela segunda vez. Ao longo do ano passado, tentou usar a experiência para se preparar. “Aprendi com meus erros. Percebi que precisava treinar mais as questões dissertativas. A falta de controle do tempo para cada pergunta pegou muito. Por isso, estou refazendo as provas anteriores”, conta a candidata ao curso de Direito na capital.

O ritmo de estudos também ficou mais intenso: pausa apenas para o Natal e o réveillon. “Eu me concentrei ainda mais em redação e atualidades neste ano”, afirma Juanitha.

Vinda da escola pública, ela sabe que a disputa com alunos de colégios privados é difícil. “Tento não pensar que estou fazendo uma prova tão concorrida. Estou confiante.” Se a Fuvest falhar, ela já tem um plano B: tentar a vaga pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, 13,5% das cadeiras da USP serão preenchidas por candidatos selecionados pela nota na prova federal.

Preparo. A orientadora educacional do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, lembra que, agora, não basta ter o conhecimento, é preciso saber escrever. “Às vezes o aluno sabe a resposta e não consegue traduzir em palavras. Por isso, nesta última semana, é importante trabalhar as questões dissertativas, pegar a última prova e fazer no mesmo tempo do exame”, diz a professora. “Como as questões são discursivas, as respostas podem não estar 100% corretas, mas, se estão próximas, podem ajudar na pontuação.”

Português e redação valem um terço da nota

A prova de Português e a redação, feitas no primeiro dia da segunda fase da Fuvest, equivalem a cerca de um terço do peso da nota final e são apontadas como o principal diferencial em cursos concorridos da Universidade de São Paulo (USP). Segundo levantamento do cursinho Poliedro, em alguns cursos a redação equivale a 13% da nota e Português, a 18%.

Os resultados mostram que a prova de Português para quem concorre a uma vaga em Engenharia na Poli, por exemplo, tem peso de 18%, maior na nota final do que Matemática, que corresponde a 14%, ou Física, 15%. Para quem presta Medicina, o que mais influencia a nota também é a prova de Português, 17%, seguida de Biologia, Química e Física, que equivalem a 15% da nota final cada. Já a redação, a 13%. Para quem presta Direito, a prova de Matemática corresponde a 14%, mesmo porcentual de História.

“A primeira fase é padrão para todo mundo, mas, na segunda fase, há o diferencial para cada área. O que às vezes acaba levando o aluno à ilusão de que ele deve focar mais nas disciplinas de sua área”, diz Francisco Zanella Peres, coordenador do Poliedro. “O aluno competitivo tem de ter o diferencial nas outras disciplinas.”

De olho nisso, a estudante Giovanna Siunte, de 18 anos, que vai prestar a segunda fase da Fuvest pela segunda vez para tentar uma vaga em Engenharia Civil, mudou a estratégia. “Para a prova deste ano me dediquei muito mais às matérias de humanas, que são as que tenho menos facilidade”, diz ela, que não deixou as disciplinas de exatas de lado.

SÃO PAULO - Esta é a última semana de preparação para os 23,7 mil convocados para a segunda fase da Fuvest. Os três dias de prova começam no domingo, dia 10. Para quem presta pela primeira vez o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), a frustração de não passar pode significar o primeiro passo para o sucesso: mais de 60% dos aprovados nos últimos três anos haviam feito a prova em anos anteriores. Já para quem faz sua segunda ou terceira Fuvest, o plano é usar a experiência de anos anteriores para garantir uma vaga.

Chegar à segunda fase não costuma ser tarefa fácil. A estatística da Fuvest 2016 ainda não está disponível, mas, nos três anos anteriores, mais da metade dos convocados já tinha a experiência de terem feito a prova antes.

reference

Entre os candidatos que prestaram o vestibular no ano passado, 22% dos convocados para a segunda fase haviam feito a prova duas vezes ou mais. Dos aprovados, 63% haviam prestado a Fuvest antes. Dos que passaram logo ao fim do 3.º ano, 18% haviam feito a prova como treineiros.

O paranaense Matheus Facio Pires, de 20 anos, chega à segunda fase pela segunda vez. Ele já está na terceira Fuvest. Na primeira vez, não passou da primeira fase. No ano passado, já matriculado em cursinho pré-vestibular, foi convocado para a segunda etapa. Candidato a uma vaga de Direito, o bloco de Matemática foi o maior desafio e ele não foi aprovado.

A Fuvest é a principal forma de acesso à Universidade de São Paulo (USP) Foto: Márcio Fernandes/Estadão

“Vendo os gráficos depois, o problema maior foi a Matemática. As questões são muito diretas, não têm uma contextualização que pode ajudar a resolver”, diz ele, que se dedicou à Matemática ao longo do ano de olho na segunda fase. “Tem de saber o que caiu e conseguir escrever, não dá para improvisar.”

Nesta segunda etapa, todas as questões são dissertativas. No primeiro dia, tem Português e a redação. Caem no segundo dia (segunda-feira, dia 11) questões de todas as disciplinas e, no terceiro dia (terça, dia 12), apenas questões ligadas à carreira escolhida. A tática de Pires nesta última semana antes da prova é fazer exercícios, treinar o texto e tentar simular o tempo da prova. “Agora não é hora mais para aprender, já aprendi o que podia. Vestibular é treino, repetição. No ano passado, caíram muitos exercícios parecidos com os que eu tinha feito”, diz ele, que, após a primeira fase, tem estudado sozinho praticamente o dia todo.

Peneira. A dificuldade da peneira que é a Fuvest também se traduz pela quantidade de aprovados que fizeram cursinho pré-vestibular. Entre os aprovados no ano passado, 63% passaram pelos cursinhos. 

Para o educador Mateus Prado, o pequeno porcentual de candidatos que é aprovado na USP sem ter feito cursinho mostra que mesmo as escolas particulares têm dificuldade em preparar os alunos para a Fuvest. “O vestibular deveria medir os conhecimentos do ensino médio, mas para mais da metade dos candidatos essa etapa não tem sido o suficiente.”

Para Prado, a prova da Fuvest tem poucas mudanças de um ano para outro e segue uma tendência em cobrar assuntos parecidos em cada disciplina. “A Fuvest é como competir em uma prova de motocross, quem conhece mais o circuito vai melhor. É uma prova que exige que o candidato a conheça. É preciso se especializar em Fuvest.”

A vestibulanda Juanitha Franco, de 18 anos, tenta a etapa final da Fuvest também pela segunda vez. Ao longo do ano passado, tentou usar a experiência para se preparar. “Aprendi com meus erros. Percebi que precisava treinar mais as questões dissertativas. A falta de controle do tempo para cada pergunta pegou muito. Por isso, estou refazendo as provas anteriores”, conta a candidata ao curso de Direito na capital.

O ritmo de estudos também ficou mais intenso: pausa apenas para o Natal e o réveillon. “Eu me concentrei ainda mais em redação e atualidades neste ano”, afirma Juanitha.

Vinda da escola pública, ela sabe que a disputa com alunos de colégios privados é difícil. “Tento não pensar que estou fazendo uma prova tão concorrida. Estou confiante.” Se a Fuvest falhar, ela já tem um plano B: tentar a vaga pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, 13,5% das cadeiras da USP serão preenchidas por candidatos selecionados pela nota na prova federal.

Preparo. A orientadora educacional do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, lembra que, agora, não basta ter o conhecimento, é preciso saber escrever. “Às vezes o aluno sabe a resposta e não consegue traduzir em palavras. Por isso, nesta última semana, é importante trabalhar as questões dissertativas, pegar a última prova e fazer no mesmo tempo do exame”, diz a professora. “Como as questões são discursivas, as respostas podem não estar 100% corretas, mas, se estão próximas, podem ajudar na pontuação.”

Português e redação valem um terço da nota

A prova de Português e a redação, feitas no primeiro dia da segunda fase da Fuvest, equivalem a cerca de um terço do peso da nota final e são apontadas como o principal diferencial em cursos concorridos da Universidade de São Paulo (USP). Segundo levantamento do cursinho Poliedro, em alguns cursos a redação equivale a 13% da nota e Português, a 18%.

Os resultados mostram que a prova de Português para quem concorre a uma vaga em Engenharia na Poli, por exemplo, tem peso de 18%, maior na nota final do que Matemática, que corresponde a 14%, ou Física, 15%. Para quem presta Medicina, o que mais influencia a nota também é a prova de Português, 17%, seguida de Biologia, Química e Física, que equivalem a 15% da nota final cada. Já a redação, a 13%. Para quem presta Direito, a prova de Matemática corresponde a 14%, mesmo porcentual de História.

“A primeira fase é padrão para todo mundo, mas, na segunda fase, há o diferencial para cada área. O que às vezes acaba levando o aluno à ilusão de que ele deve focar mais nas disciplinas de sua área”, diz Francisco Zanella Peres, coordenador do Poliedro. “O aluno competitivo tem de ter o diferencial nas outras disciplinas.”

De olho nisso, a estudante Giovanna Siunte, de 18 anos, que vai prestar a segunda fase da Fuvest pela segunda vez para tentar uma vaga em Engenharia Civil, mudou a estratégia. “Para a prova deste ano me dediquei muito mais às matérias de humanas, que são as que tenho menos facilidade”, diz ela, que não deixou as disciplinas de exatas de lado.

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