A prova de Linguagens e Códigos do Enem aplicada neste domingo, 4, foi a mais criticada pelos professores de cursinhos do Estado de São Paulo. Segundo os docentes, os enunciados continuam muito longos, o que deixa os estudantes cansados e preocupados com o tempo de resolução do exame.
"A prova que menos amadureceu nesses quatro anos de 'novo Enem' foi a de Linguagens", diz Célio Tasinafo, diretor pedagógico do Oficina do Estudante, cursinho de Campinas. Para ele, as 45 questões demandariam três horas para serem feitas. "O candidato chega à metade da prova muito cansado."
Ainda assim, Tasinafo afirma que a prova é "muito boa" porque cobre vários tipos de linguagem, entre elas a visual.
No Etapa, de São Paulo, a avaliação é de que os alunos perderam muito tempo na leitura dos textos. "Além disso, algumas questões seguiam o mesmo modelo de formulação, repetiam a mesma lógica de argumentação", reclama Marcelo Dias Carvalho, coordenador do cursinho.
Já o Objetivo diz que esta "foi a melhor das provas do Enem desde que ele existe", nas palavras do coordenador de português do cursinho, Francisco Achcar. "Pediu-se pouco conhecimento, embora isso seja normal no Enem, que não aplica uma prova de conteúdo, mas para avaliar se o estudante sabe ler e escrever bem."
Para Achcar, o aluno tinha de demonstrar que é "bom leitor". "Cada vez mais dá para fazer menos críticas à prova e mais elogios", completa o professor.
Além de reclamar do tamanho dos textos, o coordenador geral do Anglo, Luís Ricardo Arruda, diz que as cinco questões de língua estrangeira - inglês e espanhol - estavam "muito difíceis". "Chega a ser desproporcional quando se compara à prova anterior", afirma. "Antes o Enem nem considerava o inglês. E agora não só cobra como o faz em um nível difícil."