Instituições, sistemas e indicadores da educação superior, da ciência e da tecnologia no Brasil e no mundo

Como fica a Engenharia?


Um perfil comparado dos formandos no Brasil e nos países que fazem parte da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE)

Por Roberto Lobo

Como Fica a Engenharia?

Roberto Lobo  13 de julho de 2015

A pequena proporção de engenheiros formados no Brasil será uma anomalia de demanda e um gargalo para o desenvolvimento do País, ou um defeito estrutural no nosso modelo sócio econômico de desenvolvimento?

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Comparando dados brasileiros com os da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE), que engloba uma maioria de países europeus, além de México, Estados Unidos, Nova Zelândia, Chile, entre outros (o Brasil não faz parte, sendo país associado, que fornece seus dados, mas não é incluído nas estatísticas), é possível esclarecer muitos aspectos da questão sobre a necessidade ou não de aumentarmos o número de formados anualmente nessa área de vital importância tecnológica.

Argumenta-se, por exemplo, que a porcentagem de engenheiros formados no Brasil em relação ao total de formados no ensino superior é semelhante aos EUA. Os dados mostram que, embora essa informação seja verdadeira, pela grande quantidade de formados em nível superior nos EUA, em relação à população, nós formamos menos da metade de engenheiros que formam os EUA. Já isso não acontece na Medicina, em que formamos um pouco mais que os EUA, e no Direito, em que formamos muito mais que os EUA e mais que a média da OCDE.

O número de advogados formados no Brasil é incrivelmente alto comparado com os países desenvolvidos. Temos muitos advogados se formando em relação à nossa população (40% acima da média da OCDE), um número médio de médicos (2/3 da OCDE) e um número inexpressivo de engenheiros (30% da OCDE).

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A partir dessa constatação é forçoso concluir  que das duas uma: ou corremos o risco de não termos engenheiros quando houver, um dia, a esperada retomada do crescimento, ou nosso modelo econômico prescinde de engenheiros. A segunda hipótese é o que parece demonstrar as estatísticas dos formandos, mostrando a baixa demanda por engenheiros e a alta demanda por advogados - o que é, provavelmente, reflexo da distorção de nosso modelo econômico e de desenvolvimento, que não estimula o empreendedorismo e a inovação, mas a preservação da renda e a opção do empresariado por investir em advogados proteger sua renda diante de uma burocracia asfixiante, uma legislação desestimulante, entre outros problemas -  ao invés de investir em engenheiros (para criar novos produtos).

A tabela abaixo compara o Brasil com países da OCDE. Todos os valores são relativos ao ano de 2011, últimos dados disponíveis para essas estatísticas na OCDE. O Brasil foi incluído com dois valores: um contando somente engenheiros formados e o segundo incluindo Engenharia e áreas afins, como classifica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), do Ministério da Educação.

 

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Como Fica a Engenharia?

Roberto Lobo  13 de julho de 2015

A pequena proporção de engenheiros formados no Brasil será uma anomalia de demanda e um gargalo para o desenvolvimento do País, ou um defeito estrutural no nosso modelo sócio econômico de desenvolvimento?

Comparando dados brasileiros com os da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE), que engloba uma maioria de países europeus, além de México, Estados Unidos, Nova Zelândia, Chile, entre outros (o Brasil não faz parte, sendo país associado, que fornece seus dados, mas não é incluído nas estatísticas), é possível esclarecer muitos aspectos da questão sobre a necessidade ou não de aumentarmos o número de formados anualmente nessa área de vital importância tecnológica.

Argumenta-se, por exemplo, que a porcentagem de engenheiros formados no Brasil em relação ao total de formados no ensino superior é semelhante aos EUA. Os dados mostram que, embora essa informação seja verdadeira, pela grande quantidade de formados em nível superior nos EUA, em relação à população, nós formamos menos da metade de engenheiros que formam os EUA. Já isso não acontece na Medicina, em que formamos um pouco mais que os EUA, e no Direito, em que formamos muito mais que os EUA e mais que a média da OCDE.

O número de advogados formados no Brasil é incrivelmente alto comparado com os países desenvolvidos. Temos muitos advogados se formando em relação à nossa população (40% acima da média da OCDE), um número médio de médicos (2/3 da OCDE) e um número inexpressivo de engenheiros (30% da OCDE).

A partir dessa constatação é forçoso concluir  que das duas uma: ou corremos o risco de não termos engenheiros quando houver, um dia, a esperada retomada do crescimento, ou nosso modelo econômico prescinde de engenheiros. A segunda hipótese é o que parece demonstrar as estatísticas dos formandos, mostrando a baixa demanda por engenheiros e a alta demanda por advogados - o que é, provavelmente, reflexo da distorção de nosso modelo econômico e de desenvolvimento, que não estimula o empreendedorismo e a inovação, mas a preservação da renda e a opção do empresariado por investir em advogados proteger sua renda diante de uma burocracia asfixiante, uma legislação desestimulante, entre outros problemas -  ao invés de investir em engenheiros (para criar novos produtos).

A tabela abaixo compara o Brasil com países da OCDE. Todos os valores são relativos ao ano de 2011, últimos dados disponíveis para essas estatísticas na OCDE. O Brasil foi incluído com dois valores: um contando somente engenheiros formados e o segundo incluindo Engenharia e áreas afins, como classifica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), do Ministério da Educação.

 

Como Fica a Engenharia?

Roberto Lobo  13 de julho de 2015

A pequena proporção de engenheiros formados no Brasil será uma anomalia de demanda e um gargalo para o desenvolvimento do País, ou um defeito estrutural no nosso modelo sócio econômico de desenvolvimento?

Comparando dados brasileiros com os da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE), que engloba uma maioria de países europeus, além de México, Estados Unidos, Nova Zelândia, Chile, entre outros (o Brasil não faz parte, sendo país associado, que fornece seus dados, mas não é incluído nas estatísticas), é possível esclarecer muitos aspectos da questão sobre a necessidade ou não de aumentarmos o número de formados anualmente nessa área de vital importância tecnológica.

Argumenta-se, por exemplo, que a porcentagem de engenheiros formados no Brasil em relação ao total de formados no ensino superior é semelhante aos EUA. Os dados mostram que, embora essa informação seja verdadeira, pela grande quantidade de formados em nível superior nos EUA, em relação à população, nós formamos menos da metade de engenheiros que formam os EUA. Já isso não acontece na Medicina, em que formamos um pouco mais que os EUA, e no Direito, em que formamos muito mais que os EUA e mais que a média da OCDE.

O número de advogados formados no Brasil é incrivelmente alto comparado com os países desenvolvidos. Temos muitos advogados se formando em relação à nossa população (40% acima da média da OCDE), um número médio de médicos (2/3 da OCDE) e um número inexpressivo de engenheiros (30% da OCDE).

A partir dessa constatação é forçoso concluir  que das duas uma: ou corremos o risco de não termos engenheiros quando houver, um dia, a esperada retomada do crescimento, ou nosso modelo econômico prescinde de engenheiros. A segunda hipótese é o que parece demonstrar as estatísticas dos formandos, mostrando a baixa demanda por engenheiros e a alta demanda por advogados - o que é, provavelmente, reflexo da distorção de nosso modelo econômico e de desenvolvimento, que não estimula o empreendedorismo e a inovação, mas a preservação da renda e a opção do empresariado por investir em advogados proteger sua renda diante de uma burocracia asfixiante, uma legislação desestimulante, entre outros problemas -  ao invés de investir em engenheiros (para criar novos produtos).

A tabela abaixo compara o Brasil com países da OCDE. Todos os valores são relativos ao ano de 2011, últimos dados disponíveis para essas estatísticas na OCDE. O Brasil foi incluído com dois valores: um contando somente engenheiros formados e o segundo incluindo Engenharia e áreas afins, como classifica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), do Ministério da Educação.

 

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Roberto Lobo  13 de julho de 2015

A pequena proporção de engenheiros formados no Brasil será uma anomalia de demanda e um gargalo para o desenvolvimento do País, ou um defeito estrutural no nosso modelo sócio econômico de desenvolvimento?

Comparando dados brasileiros com os da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE), que engloba uma maioria de países europeus, além de México, Estados Unidos, Nova Zelândia, Chile, entre outros (o Brasil não faz parte, sendo país associado, que fornece seus dados, mas não é incluído nas estatísticas), é possível esclarecer muitos aspectos da questão sobre a necessidade ou não de aumentarmos o número de formados anualmente nessa área de vital importância tecnológica.

Argumenta-se, por exemplo, que a porcentagem de engenheiros formados no Brasil em relação ao total de formados no ensino superior é semelhante aos EUA. Os dados mostram que, embora essa informação seja verdadeira, pela grande quantidade de formados em nível superior nos EUA, em relação à população, nós formamos menos da metade de engenheiros que formam os EUA. Já isso não acontece na Medicina, em que formamos um pouco mais que os EUA, e no Direito, em que formamos muito mais que os EUA e mais que a média da OCDE.

O número de advogados formados no Brasil é incrivelmente alto comparado com os países desenvolvidos. Temos muitos advogados se formando em relação à nossa população (40% acima da média da OCDE), um número médio de médicos (2/3 da OCDE) e um número inexpressivo de engenheiros (30% da OCDE).

A partir dessa constatação é forçoso concluir  que das duas uma: ou corremos o risco de não termos engenheiros quando houver, um dia, a esperada retomada do crescimento, ou nosso modelo econômico prescinde de engenheiros. A segunda hipótese é o que parece demonstrar as estatísticas dos formandos, mostrando a baixa demanda por engenheiros e a alta demanda por advogados - o que é, provavelmente, reflexo da distorção de nosso modelo econômico e de desenvolvimento, que não estimula o empreendedorismo e a inovação, mas a preservação da renda e a opção do empresariado por investir em advogados proteger sua renda diante de uma burocracia asfixiante, uma legislação desestimulante, entre outros problemas -  ao invés de investir em engenheiros (para criar novos produtos).

A tabela abaixo compara o Brasil com países da OCDE. Todos os valores são relativos ao ano de 2011, últimos dados disponíveis para essas estatísticas na OCDE. O Brasil foi incluído com dois valores: um contando somente engenheiros formados e o segundo incluindo Engenharia e áreas afins, como classifica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), do Ministério da Educação.

 

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