Dicas e curiosidades sobre animais

Condomínios com animais de estimação enfrentam problemas


Quem tem pet e nunca teve problema com o vizinho que atire a primeira pedra! Mas como solucionar esses problemas?

Por Luiza Cervenka
Mark Whittaker/Creative Commons Foto: Estadão

A forma tida como a mais segura para se morar ainda é o condomínio. Seja de casas ou apartamento, as pessoas estão optando por morar em locais onde a convivência nem sempre é pacífica. Ainda mais quando o assunto chega aos animais de estimação.

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Uma decisão do STJ em 2019 garantiu que nenhum condomínio possa proibir o morador de ter animal de estimação. Assim, todos os condomínios devem aceitar cães e gatos. Da mesma forma, o morador deve ter acesso ao uso do elevador e áreas comuns do prédio para se locomover. Todavia, é de responsabilidade do tutor seguir algumas regras. Tanto as estabelecidas no regimento interno do condomínio, quanto as da boa convivência.

Dicas na hora de se mudar com cães e gatos

Com o aumento no número de animais de estimação, também aumentam os problemas com eles nos condomínios. Latidos em excesso, eliminação em áreas comuns e fortes odores são as principais queixas e conflitos entre moradores.

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Luciano Vaz/Creative Commons Foto: Estadão

O prédio em São Paulo

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Uma vez fui procurada pela síndica do prédio onde minha mãe reside. Ela queria fazer uma circular para tentar resolver o problema de urina de cachorro nas áreas comuns do condomínio. "Como o caminho entre o elevador e o portão é longo, alguns cães não conseguem segurar e acabam urinando no caminho" explica a síndica Adriana Aranda.

Segundo Adriana, no condomínio, apenas 30% das residências têm animais de estimação. E a maior parte das reclamações acontecem em relação aos cães. "Gatos são muito tranquilos. Não fazem barulho e não incomodam quase ninguém" aponta.

Diante do problema do xixi, Adriana colocou nos elevadores algumas dicas e lembretes das regras, para conscientizar os tutores e minimizar o problema. "Eu não acredito que regras rígidas facilitam. Eu prefiro a conversa, a conscientização e a sensibilização. Quando há uma rigidez exacerbada, cria-se uma antipatia e, muitas vezes, as pessoas não vão seguir a regra só para ser do contra" afirma.

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Como resultado, Adriana acredita que os tutores estão mais conscientes e melhorando a cada dia. "Os tutores que eu encontro e com quem converso se mostram cada vez mais responsáveis pelos seus animais, inclusive seus dejetos, seja no condomínio ou na rua. Quem normalmente não recolhe as fezes, por exemplo, são pessoas com pouco vínculo com o animal" reflete.

Bennilover/Creative Commons Foto: Estadão
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Condomínio no interior

Há poucos meses me mudei para uma casa de condomínio no interior de São Paulo. Por aqui, as regras são muito claras. Animais são muito bem vindos, mas devem andar na coleira e não podem usar os jardins como banheiro. Mesmo assim, há com frequência, no grupo do condomínio, moradores reclamando de fezes no jardim de suas casas.

Mas hoje, a síndica, Ariane Sbrana, entrou em contato comigo por uma nova reclamação. Alguns vizinhos estão apontando cães que choram e uivam, quando sozinhos. Também adepta da conversa e conscientização, Ariane escreveu um comunicado sobre as regras da boa convivência para quem tem pets. Mas não sabia como lidar quando o problema ocorria na ausência do tutor. "Nos últimos tempos cresceu a procura por pets. No nosso condomínio, 50% das casas possuem pet. Com isso, os problemas crescem também. Os tutores geralmente possuem uma vida corrida e cheia de compromissos, reduzindo o tempo disponível para seus pets" esclarece.

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Tanto no caso do prédio em São Paulo, quanto hoje, expliquei que a conscientização deve acontecer pela visão do cachorro. Um animal que segura muito a urina, a ponto de não aguentar no caminho, pode estar aflito e desenvolver problemas clínicos por demorar tanto para se aliviar. Da mesma forma, um cachorro que chora quando sozinho, está em sofrimento, solicitando ajuda. Em ambos os casos, os tutores devem buscar alternativas para aumentar a qualidade de vida e o bem-estar dos seus peludos. Não apenas para seguir uma regra.

Foi, então, que sugeri plantões de dúvidas pets, para explicar para tutores e vizinhos o que está acontecendo. Assim, o tutor terá oportunidade de se compadecer da angústia do seu animal e tomar uma atitude, enquanto o vizinho terá mais compaixão e aguardará com mais paciência a melhora do quadro comportamental.

Ariane já enviou um texto sobre síndrome de ansiedade por separação e dicas para deixar os cães sozinhos. Em seguida, passou meu contato. "Quando você conhece seu vizinho e tem um contato com ele, ambos os lados fiam mais preocupados como bem-estar do outro e se tornam mais tolerantes" conclui. Duas vizinhas compreenderam o sofrimento dos seus peludos e já pediram minha ajuda.

Ian Sane/Creative Commons Foto: Estadão

Nem tudo são flores....

Infelizmente nem sempre as coisas acabam bem.... Algumas pessoas vivem vidas estressantes e acabam descontando em tudo e todos. Assim, a convivência em sociedade e em condomínios pode deteriorar facilmente.

Nas minhas redes sociais, pedi relatos de pessoas que já tiveram problemas com vizinhos por conta de animais. Escutei histórias horripilantes! Inclusive de um cão que faleceu por overdose de cocaína, jogada por um vizinho. Outras com finais menos trágicos, mas angustiantes e cheias de preconceito. Um tutor teve que se mudar após receber inúmeras reclamações de seus animais por serem de porte grande (mesmo sem causar nenhum tipo de transtorno, como barulho, agressividade, etc).

The Mosaic Residences/Creative Commons Foto: Estadão

E os condomínios com área pet?

Já visitei inúmeros condomínios com áreas próprias para os animais. Porém, muitos não têm boa higiene, ou deterioram rapidamente pela falta de manutenção adequada. Alguns moradores apontam que é um atrativo na hora de escolher o apartamento, mas que rapidamente cai em desuso e volta a ter que passear na rua.

Uma das minhas seguidoras relatou que uma vizinha reclamou que ela estava sentada na área comum do prédio, com seu pet no colo. Que aquela não era a área correta para permanecer com o animal. Mesmo os condomínios com áreas específicas para pets não podem proibir a circulação de animais pela área comum.

Yola Simon/Creative Commons Foto: Estadão

O que podemos fazer, então?!

Fazer nossa parte é o mínimo. Recolher e limpar os dejetos dos animais, caso haja, limpar o local onde o animal fica, para não ter cheiro e observar as necessidades de cada animal, para garantir seu bem-estar elevado são algumas das coisas a serem feitas para uma boa convivência.

Enquanto cada tutor não fizer a sua parte e delegar suas responsabilidades aos funcionários do condomínio, a convivência e a aceitação dos animais estará cada dia mais comprometida. Eu sei que há muita gente que reclama por qualquer barulho, mas se atente ao que seu vizinho tem a dizer. Peça desculpas pelo transtorno e busque um profissional, para ter certeza que seu peludo está bem. Muitas vezes, é seu vizinho que pode falar como seu animal se comporta, quando você está fora.

A gentileza e responsabilidade nunca saem de moda! Ainda mais quando se trata de animais de puro amor!

Mark Whittaker/Creative Commons Foto: Estadão

A forma tida como a mais segura para se morar ainda é o condomínio. Seja de casas ou apartamento, as pessoas estão optando por morar em locais onde a convivência nem sempre é pacífica. Ainda mais quando o assunto chega aos animais de estimação.

Uma decisão do STJ em 2019 garantiu que nenhum condomínio possa proibir o morador de ter animal de estimação. Assim, todos os condomínios devem aceitar cães e gatos. Da mesma forma, o morador deve ter acesso ao uso do elevador e áreas comuns do prédio para se locomover. Todavia, é de responsabilidade do tutor seguir algumas regras. Tanto as estabelecidas no regimento interno do condomínio, quanto as da boa convivência.

Dicas na hora de se mudar com cães e gatos

Com o aumento no número de animais de estimação, também aumentam os problemas com eles nos condomínios. Latidos em excesso, eliminação em áreas comuns e fortes odores são as principais queixas e conflitos entre moradores.

Luciano Vaz/Creative Commons Foto: Estadão

O prédio em São Paulo

Uma vez fui procurada pela síndica do prédio onde minha mãe reside. Ela queria fazer uma circular para tentar resolver o problema de urina de cachorro nas áreas comuns do condomínio. "Como o caminho entre o elevador e o portão é longo, alguns cães não conseguem segurar e acabam urinando no caminho" explica a síndica Adriana Aranda.

Segundo Adriana, no condomínio, apenas 30% das residências têm animais de estimação. E a maior parte das reclamações acontecem em relação aos cães. "Gatos são muito tranquilos. Não fazem barulho e não incomodam quase ninguém" aponta.

Diante do problema do xixi, Adriana colocou nos elevadores algumas dicas e lembretes das regras, para conscientizar os tutores e minimizar o problema. "Eu não acredito que regras rígidas facilitam. Eu prefiro a conversa, a conscientização e a sensibilização. Quando há uma rigidez exacerbada, cria-se uma antipatia e, muitas vezes, as pessoas não vão seguir a regra só para ser do contra" afirma.

Como resultado, Adriana acredita que os tutores estão mais conscientes e melhorando a cada dia. "Os tutores que eu encontro e com quem converso se mostram cada vez mais responsáveis pelos seus animais, inclusive seus dejetos, seja no condomínio ou na rua. Quem normalmente não recolhe as fezes, por exemplo, são pessoas com pouco vínculo com o animal" reflete.

Bennilover/Creative Commons Foto: Estadão

Condomínio no interior

Há poucos meses me mudei para uma casa de condomínio no interior de São Paulo. Por aqui, as regras são muito claras. Animais são muito bem vindos, mas devem andar na coleira e não podem usar os jardins como banheiro. Mesmo assim, há com frequência, no grupo do condomínio, moradores reclamando de fezes no jardim de suas casas.

Mas hoje, a síndica, Ariane Sbrana, entrou em contato comigo por uma nova reclamação. Alguns vizinhos estão apontando cães que choram e uivam, quando sozinhos. Também adepta da conversa e conscientização, Ariane escreveu um comunicado sobre as regras da boa convivência para quem tem pets. Mas não sabia como lidar quando o problema ocorria na ausência do tutor. "Nos últimos tempos cresceu a procura por pets. No nosso condomínio, 50% das casas possuem pet. Com isso, os problemas crescem também. Os tutores geralmente possuem uma vida corrida e cheia de compromissos, reduzindo o tempo disponível para seus pets" esclarece.

Tanto no caso do prédio em São Paulo, quanto hoje, expliquei que a conscientização deve acontecer pela visão do cachorro. Um animal que segura muito a urina, a ponto de não aguentar no caminho, pode estar aflito e desenvolver problemas clínicos por demorar tanto para se aliviar. Da mesma forma, um cachorro que chora quando sozinho, está em sofrimento, solicitando ajuda. Em ambos os casos, os tutores devem buscar alternativas para aumentar a qualidade de vida e o bem-estar dos seus peludos. Não apenas para seguir uma regra.

Foi, então, que sugeri plantões de dúvidas pets, para explicar para tutores e vizinhos o que está acontecendo. Assim, o tutor terá oportunidade de se compadecer da angústia do seu animal e tomar uma atitude, enquanto o vizinho terá mais compaixão e aguardará com mais paciência a melhora do quadro comportamental.

Ariane já enviou um texto sobre síndrome de ansiedade por separação e dicas para deixar os cães sozinhos. Em seguida, passou meu contato. "Quando você conhece seu vizinho e tem um contato com ele, ambos os lados fiam mais preocupados como bem-estar do outro e se tornam mais tolerantes" conclui. Duas vizinhas compreenderam o sofrimento dos seus peludos e já pediram minha ajuda.

Ian Sane/Creative Commons Foto: Estadão

Nem tudo são flores....

Infelizmente nem sempre as coisas acabam bem.... Algumas pessoas vivem vidas estressantes e acabam descontando em tudo e todos. Assim, a convivência em sociedade e em condomínios pode deteriorar facilmente.

Nas minhas redes sociais, pedi relatos de pessoas que já tiveram problemas com vizinhos por conta de animais. Escutei histórias horripilantes! Inclusive de um cão que faleceu por overdose de cocaína, jogada por um vizinho. Outras com finais menos trágicos, mas angustiantes e cheias de preconceito. Um tutor teve que se mudar após receber inúmeras reclamações de seus animais por serem de porte grande (mesmo sem causar nenhum tipo de transtorno, como barulho, agressividade, etc).

The Mosaic Residences/Creative Commons Foto: Estadão

E os condomínios com área pet?

Já visitei inúmeros condomínios com áreas próprias para os animais. Porém, muitos não têm boa higiene, ou deterioram rapidamente pela falta de manutenção adequada. Alguns moradores apontam que é um atrativo na hora de escolher o apartamento, mas que rapidamente cai em desuso e volta a ter que passear na rua.

Uma das minhas seguidoras relatou que uma vizinha reclamou que ela estava sentada na área comum do prédio, com seu pet no colo. Que aquela não era a área correta para permanecer com o animal. Mesmo os condomínios com áreas específicas para pets não podem proibir a circulação de animais pela área comum.

Yola Simon/Creative Commons Foto: Estadão

O que podemos fazer, então?!

Fazer nossa parte é o mínimo. Recolher e limpar os dejetos dos animais, caso haja, limpar o local onde o animal fica, para não ter cheiro e observar as necessidades de cada animal, para garantir seu bem-estar elevado são algumas das coisas a serem feitas para uma boa convivência.

Enquanto cada tutor não fizer a sua parte e delegar suas responsabilidades aos funcionários do condomínio, a convivência e a aceitação dos animais estará cada dia mais comprometida. Eu sei que há muita gente que reclama por qualquer barulho, mas se atente ao que seu vizinho tem a dizer. Peça desculpas pelo transtorno e busque um profissional, para ter certeza que seu peludo está bem. Muitas vezes, é seu vizinho que pode falar como seu animal se comporta, quando você está fora.

A gentileza e responsabilidade nunca saem de moda! Ainda mais quando se trata de animais de puro amor!

Mark Whittaker/Creative Commons Foto: Estadão

A forma tida como a mais segura para se morar ainda é o condomínio. Seja de casas ou apartamento, as pessoas estão optando por morar em locais onde a convivência nem sempre é pacífica. Ainda mais quando o assunto chega aos animais de estimação.

Uma decisão do STJ em 2019 garantiu que nenhum condomínio possa proibir o morador de ter animal de estimação. Assim, todos os condomínios devem aceitar cães e gatos. Da mesma forma, o morador deve ter acesso ao uso do elevador e áreas comuns do prédio para se locomover. Todavia, é de responsabilidade do tutor seguir algumas regras. Tanto as estabelecidas no regimento interno do condomínio, quanto as da boa convivência.

Dicas na hora de se mudar com cães e gatos

Com o aumento no número de animais de estimação, também aumentam os problemas com eles nos condomínios. Latidos em excesso, eliminação em áreas comuns e fortes odores são as principais queixas e conflitos entre moradores.

Luciano Vaz/Creative Commons Foto: Estadão

O prédio em São Paulo

Uma vez fui procurada pela síndica do prédio onde minha mãe reside. Ela queria fazer uma circular para tentar resolver o problema de urina de cachorro nas áreas comuns do condomínio. "Como o caminho entre o elevador e o portão é longo, alguns cães não conseguem segurar e acabam urinando no caminho" explica a síndica Adriana Aranda.

Segundo Adriana, no condomínio, apenas 30% das residências têm animais de estimação. E a maior parte das reclamações acontecem em relação aos cães. "Gatos são muito tranquilos. Não fazem barulho e não incomodam quase ninguém" aponta.

Diante do problema do xixi, Adriana colocou nos elevadores algumas dicas e lembretes das regras, para conscientizar os tutores e minimizar o problema. "Eu não acredito que regras rígidas facilitam. Eu prefiro a conversa, a conscientização e a sensibilização. Quando há uma rigidez exacerbada, cria-se uma antipatia e, muitas vezes, as pessoas não vão seguir a regra só para ser do contra" afirma.

Como resultado, Adriana acredita que os tutores estão mais conscientes e melhorando a cada dia. "Os tutores que eu encontro e com quem converso se mostram cada vez mais responsáveis pelos seus animais, inclusive seus dejetos, seja no condomínio ou na rua. Quem normalmente não recolhe as fezes, por exemplo, são pessoas com pouco vínculo com o animal" reflete.

Bennilover/Creative Commons Foto: Estadão

Condomínio no interior

Há poucos meses me mudei para uma casa de condomínio no interior de São Paulo. Por aqui, as regras são muito claras. Animais são muito bem vindos, mas devem andar na coleira e não podem usar os jardins como banheiro. Mesmo assim, há com frequência, no grupo do condomínio, moradores reclamando de fezes no jardim de suas casas.

Mas hoje, a síndica, Ariane Sbrana, entrou em contato comigo por uma nova reclamação. Alguns vizinhos estão apontando cães que choram e uivam, quando sozinhos. Também adepta da conversa e conscientização, Ariane escreveu um comunicado sobre as regras da boa convivência para quem tem pets. Mas não sabia como lidar quando o problema ocorria na ausência do tutor. "Nos últimos tempos cresceu a procura por pets. No nosso condomínio, 50% das casas possuem pet. Com isso, os problemas crescem também. Os tutores geralmente possuem uma vida corrida e cheia de compromissos, reduzindo o tempo disponível para seus pets" esclarece.

Tanto no caso do prédio em São Paulo, quanto hoje, expliquei que a conscientização deve acontecer pela visão do cachorro. Um animal que segura muito a urina, a ponto de não aguentar no caminho, pode estar aflito e desenvolver problemas clínicos por demorar tanto para se aliviar. Da mesma forma, um cachorro que chora quando sozinho, está em sofrimento, solicitando ajuda. Em ambos os casos, os tutores devem buscar alternativas para aumentar a qualidade de vida e o bem-estar dos seus peludos. Não apenas para seguir uma regra.

Foi, então, que sugeri plantões de dúvidas pets, para explicar para tutores e vizinhos o que está acontecendo. Assim, o tutor terá oportunidade de se compadecer da angústia do seu animal e tomar uma atitude, enquanto o vizinho terá mais compaixão e aguardará com mais paciência a melhora do quadro comportamental.

Ariane já enviou um texto sobre síndrome de ansiedade por separação e dicas para deixar os cães sozinhos. Em seguida, passou meu contato. "Quando você conhece seu vizinho e tem um contato com ele, ambos os lados fiam mais preocupados como bem-estar do outro e se tornam mais tolerantes" conclui. Duas vizinhas compreenderam o sofrimento dos seus peludos e já pediram minha ajuda.

Ian Sane/Creative Commons Foto: Estadão

Nem tudo são flores....

Infelizmente nem sempre as coisas acabam bem.... Algumas pessoas vivem vidas estressantes e acabam descontando em tudo e todos. Assim, a convivência em sociedade e em condomínios pode deteriorar facilmente.

Nas minhas redes sociais, pedi relatos de pessoas que já tiveram problemas com vizinhos por conta de animais. Escutei histórias horripilantes! Inclusive de um cão que faleceu por overdose de cocaína, jogada por um vizinho. Outras com finais menos trágicos, mas angustiantes e cheias de preconceito. Um tutor teve que se mudar após receber inúmeras reclamações de seus animais por serem de porte grande (mesmo sem causar nenhum tipo de transtorno, como barulho, agressividade, etc).

The Mosaic Residences/Creative Commons Foto: Estadão

E os condomínios com área pet?

Já visitei inúmeros condomínios com áreas próprias para os animais. Porém, muitos não têm boa higiene, ou deterioram rapidamente pela falta de manutenção adequada. Alguns moradores apontam que é um atrativo na hora de escolher o apartamento, mas que rapidamente cai em desuso e volta a ter que passear na rua.

Uma das minhas seguidoras relatou que uma vizinha reclamou que ela estava sentada na área comum do prédio, com seu pet no colo. Que aquela não era a área correta para permanecer com o animal. Mesmo os condomínios com áreas específicas para pets não podem proibir a circulação de animais pela área comum.

Yola Simon/Creative Commons Foto: Estadão

O que podemos fazer, então?!

Fazer nossa parte é o mínimo. Recolher e limpar os dejetos dos animais, caso haja, limpar o local onde o animal fica, para não ter cheiro e observar as necessidades de cada animal, para garantir seu bem-estar elevado são algumas das coisas a serem feitas para uma boa convivência.

Enquanto cada tutor não fizer a sua parte e delegar suas responsabilidades aos funcionários do condomínio, a convivência e a aceitação dos animais estará cada dia mais comprometida. Eu sei que há muita gente que reclama por qualquer barulho, mas se atente ao que seu vizinho tem a dizer. Peça desculpas pelo transtorno e busque um profissional, para ter certeza que seu peludo está bem. Muitas vezes, é seu vizinho que pode falar como seu animal se comporta, quando você está fora.

A gentileza e responsabilidade nunca saem de moda! Ainda mais quando se trata de animais de puro amor!

Mark Whittaker/Creative Commons Foto: Estadão

A forma tida como a mais segura para se morar ainda é o condomínio. Seja de casas ou apartamento, as pessoas estão optando por morar em locais onde a convivência nem sempre é pacífica. Ainda mais quando o assunto chega aos animais de estimação.

Uma decisão do STJ em 2019 garantiu que nenhum condomínio possa proibir o morador de ter animal de estimação. Assim, todos os condomínios devem aceitar cães e gatos. Da mesma forma, o morador deve ter acesso ao uso do elevador e áreas comuns do prédio para se locomover. Todavia, é de responsabilidade do tutor seguir algumas regras. Tanto as estabelecidas no regimento interno do condomínio, quanto as da boa convivência.

Dicas na hora de se mudar com cães e gatos

Com o aumento no número de animais de estimação, também aumentam os problemas com eles nos condomínios. Latidos em excesso, eliminação em áreas comuns e fortes odores são as principais queixas e conflitos entre moradores.

Luciano Vaz/Creative Commons Foto: Estadão

O prédio em São Paulo

Uma vez fui procurada pela síndica do prédio onde minha mãe reside. Ela queria fazer uma circular para tentar resolver o problema de urina de cachorro nas áreas comuns do condomínio. "Como o caminho entre o elevador e o portão é longo, alguns cães não conseguem segurar e acabam urinando no caminho" explica a síndica Adriana Aranda.

Segundo Adriana, no condomínio, apenas 30% das residências têm animais de estimação. E a maior parte das reclamações acontecem em relação aos cães. "Gatos são muito tranquilos. Não fazem barulho e não incomodam quase ninguém" aponta.

Diante do problema do xixi, Adriana colocou nos elevadores algumas dicas e lembretes das regras, para conscientizar os tutores e minimizar o problema. "Eu não acredito que regras rígidas facilitam. Eu prefiro a conversa, a conscientização e a sensibilização. Quando há uma rigidez exacerbada, cria-se uma antipatia e, muitas vezes, as pessoas não vão seguir a regra só para ser do contra" afirma.

Como resultado, Adriana acredita que os tutores estão mais conscientes e melhorando a cada dia. "Os tutores que eu encontro e com quem converso se mostram cada vez mais responsáveis pelos seus animais, inclusive seus dejetos, seja no condomínio ou na rua. Quem normalmente não recolhe as fezes, por exemplo, são pessoas com pouco vínculo com o animal" reflete.

Bennilover/Creative Commons Foto: Estadão

Condomínio no interior

Há poucos meses me mudei para uma casa de condomínio no interior de São Paulo. Por aqui, as regras são muito claras. Animais são muito bem vindos, mas devem andar na coleira e não podem usar os jardins como banheiro. Mesmo assim, há com frequência, no grupo do condomínio, moradores reclamando de fezes no jardim de suas casas.

Mas hoje, a síndica, Ariane Sbrana, entrou em contato comigo por uma nova reclamação. Alguns vizinhos estão apontando cães que choram e uivam, quando sozinhos. Também adepta da conversa e conscientização, Ariane escreveu um comunicado sobre as regras da boa convivência para quem tem pets. Mas não sabia como lidar quando o problema ocorria na ausência do tutor. "Nos últimos tempos cresceu a procura por pets. No nosso condomínio, 50% das casas possuem pet. Com isso, os problemas crescem também. Os tutores geralmente possuem uma vida corrida e cheia de compromissos, reduzindo o tempo disponível para seus pets" esclarece.

Tanto no caso do prédio em São Paulo, quanto hoje, expliquei que a conscientização deve acontecer pela visão do cachorro. Um animal que segura muito a urina, a ponto de não aguentar no caminho, pode estar aflito e desenvolver problemas clínicos por demorar tanto para se aliviar. Da mesma forma, um cachorro que chora quando sozinho, está em sofrimento, solicitando ajuda. Em ambos os casos, os tutores devem buscar alternativas para aumentar a qualidade de vida e o bem-estar dos seus peludos. Não apenas para seguir uma regra.

Foi, então, que sugeri plantões de dúvidas pets, para explicar para tutores e vizinhos o que está acontecendo. Assim, o tutor terá oportunidade de se compadecer da angústia do seu animal e tomar uma atitude, enquanto o vizinho terá mais compaixão e aguardará com mais paciência a melhora do quadro comportamental.

Ariane já enviou um texto sobre síndrome de ansiedade por separação e dicas para deixar os cães sozinhos. Em seguida, passou meu contato. "Quando você conhece seu vizinho e tem um contato com ele, ambos os lados fiam mais preocupados como bem-estar do outro e se tornam mais tolerantes" conclui. Duas vizinhas compreenderam o sofrimento dos seus peludos e já pediram minha ajuda.

Ian Sane/Creative Commons Foto: Estadão

Nem tudo são flores....

Infelizmente nem sempre as coisas acabam bem.... Algumas pessoas vivem vidas estressantes e acabam descontando em tudo e todos. Assim, a convivência em sociedade e em condomínios pode deteriorar facilmente.

Nas minhas redes sociais, pedi relatos de pessoas que já tiveram problemas com vizinhos por conta de animais. Escutei histórias horripilantes! Inclusive de um cão que faleceu por overdose de cocaína, jogada por um vizinho. Outras com finais menos trágicos, mas angustiantes e cheias de preconceito. Um tutor teve que se mudar após receber inúmeras reclamações de seus animais por serem de porte grande (mesmo sem causar nenhum tipo de transtorno, como barulho, agressividade, etc).

The Mosaic Residences/Creative Commons Foto: Estadão

E os condomínios com área pet?

Já visitei inúmeros condomínios com áreas próprias para os animais. Porém, muitos não têm boa higiene, ou deterioram rapidamente pela falta de manutenção adequada. Alguns moradores apontam que é um atrativo na hora de escolher o apartamento, mas que rapidamente cai em desuso e volta a ter que passear na rua.

Uma das minhas seguidoras relatou que uma vizinha reclamou que ela estava sentada na área comum do prédio, com seu pet no colo. Que aquela não era a área correta para permanecer com o animal. Mesmo os condomínios com áreas específicas para pets não podem proibir a circulação de animais pela área comum.

Yola Simon/Creative Commons Foto: Estadão

O que podemos fazer, então?!

Fazer nossa parte é o mínimo. Recolher e limpar os dejetos dos animais, caso haja, limpar o local onde o animal fica, para não ter cheiro e observar as necessidades de cada animal, para garantir seu bem-estar elevado são algumas das coisas a serem feitas para uma boa convivência.

Enquanto cada tutor não fizer a sua parte e delegar suas responsabilidades aos funcionários do condomínio, a convivência e a aceitação dos animais estará cada dia mais comprometida. Eu sei que há muita gente que reclama por qualquer barulho, mas se atente ao que seu vizinho tem a dizer. Peça desculpas pelo transtorno e busque um profissional, para ter certeza que seu peludo está bem. Muitas vezes, é seu vizinho que pode falar como seu animal se comporta, quando você está fora.

A gentileza e responsabilidade nunca saem de moda! Ainda mais quando se trata de animais de puro amor!

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