Os cachorros, assim como os lobos, são capazes de cooperar quando buscam uma recompensa, capacidade presente em um ancestral em comum e que não se perdeu ao longo do processo de domesticação. A contastação é de um estudo divulgado nesta segunda-feira, 6, pelo Journal of Comparative Psychology.
Acredita-se que o processo de domesticação dos cachorros começou há 30 mil ou 40 mil anos, quando alguns lobos se habituaram à presença humana. Com o tempo, os cães passaram por muitas mudanças que os diferenciaram dos pares selvagens.
Para esse estudo, pesquisadores do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, na Alemanha, testaram a capacidade de cães e lobos se coordenarem com um parceiro da mesma espécie para obter uma recompensa. Eles descobriram que ambos concluíram a tarefa igualmente bem.
Essa descoberta sugere que a capacidade estava presente antes da domesticação dos cachorros, em um antepassado comum com os lobos. Os cientistas sustentam que, uma vez que os cães foram selecionados especificamente pela habilidade e disposição para cooperar com os humanos, esses animais poderiam ter uma maior taxa de êxito quando o companheiro na hora de cooperar fosse um humano.
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Cooperação de cães e lobos
Para os experimentos, os investigadores criaram um cenário que simula uma situação de caça na qual vários animais tinham de derrubar um herbívoro muito maior, como uma rena e outra presa com chifres.
No ambiente natural, um dos animais caçadores necessita atrair a atenção e se esquivar dos chifres da presa de modo que os outros membros da manada possam atacar por trás. Assim, o caçador que se expõe a mais riscos o faz porque confia que receberá uma porção da recompensa.
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Os pesquisadores descobriram que cães e lobos têm a mesma capacidade de cooperar com sucesso, em média, em cerca de três a cada quatro testes. Depois das provas, os animais, em geral, compartilharam a comida com os membros da mesma espécie.
"A probabilidade de comerem juntos durante os testes bem-sucedidos foi mais alta quando os dominantes 'corriam risco'", explicou a autora principal do estudo, Juliane Bräuer, diretora do grupo de Estudos dos Cães em Max Planck.