Self-service de humor

Opinião|Homo ferox


Por Carlos Castelo

"Eu lhe ofereceria um paraquedas se tivesse a certeza de que ele não abriria."

Groucho Marx.

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 Foto: Estadão
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Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

As pessoas, de modo geral, têm o hábito de se acostumar às mais estranhas circunstâncias.

"Se não há remédio, remediado está"é o nosso grande e verdadeiro mote. Durante as guerras nossa raça acostumou-se a certas coisas que é melhor nem mencionar numa crônica ligeira e despretensiosa como esta. Ora, se nos moldamos a isso, como não iríamos nos habituar a um mundo onde a grosseria e a perversidade são a regra? Onde o insulto é o idioma mais falado por todos?

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Grande parte de nossa população presentemente se queixa de como tudo em volta, inclusive nas altas esferas e rodas, virou uma hostilidade só. Mas, podem crer, logo tudo se acomodará. E aí teremos um novo tipo de brasileiro: o Homo ferox. Como ele será?

NO ESCRITÓRIO

- Ei, cretino, não viu que estou na fila do xerox na tua frente?

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- Tô, e daí, seu lambe-botas de chefe?

- Daí que é a minha vez, estagiário sênior!

- E se eu te disser que é a minha vez por que EU quero, babaca do TI?

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- Eu te quebro essa cara de fuinha da Contabilidade em 1000 pedaços. Quer ver, ratazana?

NO CASAMENTO

- Ronaldo, aceita Tereza como tua esposa, na alegria, na tristeza e...

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- Espera aí. Para. Se tiver essa frase manjada ninguém casa nessa birosca.

- Mas é bíblico, meu filho.

- Meu filho é o cacete, eu lá sou filho de padre, cara!

- Não me chama de cara, tenha respeito, pagão !

-  Pagão? E eu não paguei essa droga de cerimônia? Acertei em dinheiro, seu genérico de papa Francisco!

NAS COMPRAS

- Débito ou crédito?

- Como é?

- É para saber se a senhora prefere pagar agora ou depois.

- Vocês pensam que eu sou imbecil, é? Toda hora perguntam isso: débito ou crédito, crédito ou débito. Não aguento mais! Chega!

- Não, senhora. É que...

- Cala a boca, vadia.

- Vadia é tua mãe, filha de uma égua.

- Dá aqui o meu cartão, palhaça.

- Vem pegar comigo, se tu tiver saco roxo, vagabunda!

NA BANCADA DE PÓS-DOUTORADO

- ... de onde concluo: com base nesse epigrama de Terêncio, vis a vis à boutade aristotélica de Roland Barthes, a integralidade linguística computacional é plenamente heurística.

- Perfeito, professor. Mas o coroamento de sua tese é totalmente safardana. Para não dizer exegeticamente lapalissiana.

- O quê? Lapalissiana? Quem é o senhor, que não passa de um estafermo esgazeado, para classificar a minha pesquisa de mamarracha assim?

- Não admito que me classifique dessa forma, seu truão de pés-de-barro! Manipanso!

- Gandulo!

- Sicofanta!

NA POLÍTICA

- A campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei! A imprensa tem que entender que eu fui reeleito, porra! Reeleito, porra!

"Eu lhe ofereceria um paraquedas se tivesse a certeza de que ele não abriria."

Groucho Marx.

 

 

 Foto: Estadão

Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

As pessoas, de modo geral, têm o hábito de se acostumar às mais estranhas circunstâncias.

"Se não há remédio, remediado está"é o nosso grande e verdadeiro mote. Durante as guerras nossa raça acostumou-se a certas coisas que é melhor nem mencionar numa crônica ligeira e despretensiosa como esta. Ora, se nos moldamos a isso, como não iríamos nos habituar a um mundo onde a grosseria e a perversidade são a regra? Onde o insulto é o idioma mais falado por todos?

Grande parte de nossa população presentemente se queixa de como tudo em volta, inclusive nas altas esferas e rodas, virou uma hostilidade só. Mas, podem crer, logo tudo se acomodará. E aí teremos um novo tipo de brasileiro: o Homo ferox. Como ele será?

NO ESCRITÓRIO

- Ei, cretino, não viu que estou na fila do xerox na tua frente?

- Tô, e daí, seu lambe-botas de chefe?

- Daí que é a minha vez, estagiário sênior!

- E se eu te disser que é a minha vez por que EU quero, babaca do TI?

- Eu te quebro essa cara de fuinha da Contabilidade em 1000 pedaços. Quer ver, ratazana?

NO CASAMENTO

- Ronaldo, aceita Tereza como tua esposa, na alegria, na tristeza e...

- Espera aí. Para. Se tiver essa frase manjada ninguém casa nessa birosca.

- Mas é bíblico, meu filho.

- Meu filho é o cacete, eu lá sou filho de padre, cara!

- Não me chama de cara, tenha respeito, pagão !

-  Pagão? E eu não paguei essa droga de cerimônia? Acertei em dinheiro, seu genérico de papa Francisco!

NAS COMPRAS

- Débito ou crédito?

- Como é?

- É para saber se a senhora prefere pagar agora ou depois.

- Vocês pensam que eu sou imbecil, é? Toda hora perguntam isso: débito ou crédito, crédito ou débito. Não aguento mais! Chega!

- Não, senhora. É que...

- Cala a boca, vadia.

- Vadia é tua mãe, filha de uma égua.

- Dá aqui o meu cartão, palhaça.

- Vem pegar comigo, se tu tiver saco roxo, vagabunda!

NA BANCADA DE PÓS-DOUTORADO

- ... de onde concluo: com base nesse epigrama de Terêncio, vis a vis à boutade aristotélica de Roland Barthes, a integralidade linguística computacional é plenamente heurística.

- Perfeito, professor. Mas o coroamento de sua tese é totalmente safardana. Para não dizer exegeticamente lapalissiana.

- O quê? Lapalissiana? Quem é o senhor, que não passa de um estafermo esgazeado, para classificar a minha pesquisa de mamarracha assim?

- Não admito que me classifique dessa forma, seu truão de pés-de-barro! Manipanso!

- Gandulo!

- Sicofanta!

NA POLÍTICA

- A campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei! A imprensa tem que entender que eu fui reeleito, porra! Reeleito, porra!

"Eu lhe ofereceria um paraquedas se tivesse a certeza de que ele não abriria."

Groucho Marx.

 

 

 Foto: Estadão

Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

As pessoas, de modo geral, têm o hábito de se acostumar às mais estranhas circunstâncias.

"Se não há remédio, remediado está"é o nosso grande e verdadeiro mote. Durante as guerras nossa raça acostumou-se a certas coisas que é melhor nem mencionar numa crônica ligeira e despretensiosa como esta. Ora, se nos moldamos a isso, como não iríamos nos habituar a um mundo onde a grosseria e a perversidade são a regra? Onde o insulto é o idioma mais falado por todos?

Grande parte de nossa população presentemente se queixa de como tudo em volta, inclusive nas altas esferas e rodas, virou uma hostilidade só. Mas, podem crer, logo tudo se acomodará. E aí teremos um novo tipo de brasileiro: o Homo ferox. Como ele será?

NO ESCRITÓRIO

- Ei, cretino, não viu que estou na fila do xerox na tua frente?

- Tô, e daí, seu lambe-botas de chefe?

- Daí que é a minha vez, estagiário sênior!

- E se eu te disser que é a minha vez por que EU quero, babaca do TI?

- Eu te quebro essa cara de fuinha da Contabilidade em 1000 pedaços. Quer ver, ratazana?

NO CASAMENTO

- Ronaldo, aceita Tereza como tua esposa, na alegria, na tristeza e...

- Espera aí. Para. Se tiver essa frase manjada ninguém casa nessa birosca.

- Mas é bíblico, meu filho.

- Meu filho é o cacete, eu lá sou filho de padre, cara!

- Não me chama de cara, tenha respeito, pagão !

-  Pagão? E eu não paguei essa droga de cerimônia? Acertei em dinheiro, seu genérico de papa Francisco!

NAS COMPRAS

- Débito ou crédito?

- Como é?

- É para saber se a senhora prefere pagar agora ou depois.

- Vocês pensam que eu sou imbecil, é? Toda hora perguntam isso: débito ou crédito, crédito ou débito. Não aguento mais! Chega!

- Não, senhora. É que...

- Cala a boca, vadia.

- Vadia é tua mãe, filha de uma égua.

- Dá aqui o meu cartão, palhaça.

- Vem pegar comigo, se tu tiver saco roxo, vagabunda!

NA BANCADA DE PÓS-DOUTORADO

- ... de onde concluo: com base nesse epigrama de Terêncio, vis a vis à boutade aristotélica de Roland Barthes, a integralidade linguística computacional é plenamente heurística.

- Perfeito, professor. Mas o coroamento de sua tese é totalmente safardana. Para não dizer exegeticamente lapalissiana.

- O quê? Lapalissiana? Quem é o senhor, que não passa de um estafermo esgazeado, para classificar a minha pesquisa de mamarracha assim?

- Não admito que me classifique dessa forma, seu truão de pés-de-barro! Manipanso!

- Gandulo!

- Sicofanta!

NA POLÍTICA

- A campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei! A imprensa tem que entender que eu fui reeleito, porra! Reeleito, porra!

"Eu lhe ofereceria um paraquedas se tivesse a certeza de que ele não abriria."

Groucho Marx.

 

 

 Foto: Estadão

Imagem de mohamed Hassan por Pixabay

As pessoas, de modo geral, têm o hábito de se acostumar às mais estranhas circunstâncias.

"Se não há remédio, remediado está"é o nosso grande e verdadeiro mote. Durante as guerras nossa raça acostumou-se a certas coisas que é melhor nem mencionar numa crônica ligeira e despretensiosa como esta. Ora, se nos moldamos a isso, como não iríamos nos habituar a um mundo onde a grosseria e a perversidade são a regra? Onde o insulto é o idioma mais falado por todos?

Grande parte de nossa população presentemente se queixa de como tudo em volta, inclusive nas altas esferas e rodas, virou uma hostilidade só. Mas, podem crer, logo tudo se acomodará. E aí teremos um novo tipo de brasileiro: o Homo ferox. Como ele será?

NO ESCRITÓRIO

- Ei, cretino, não viu que estou na fila do xerox na tua frente?

- Tô, e daí, seu lambe-botas de chefe?

- Daí que é a minha vez, estagiário sênior!

- E se eu te disser que é a minha vez por que EU quero, babaca do TI?

- Eu te quebro essa cara de fuinha da Contabilidade em 1000 pedaços. Quer ver, ratazana?

NO CASAMENTO

- Ronaldo, aceita Tereza como tua esposa, na alegria, na tristeza e...

- Espera aí. Para. Se tiver essa frase manjada ninguém casa nessa birosca.

- Mas é bíblico, meu filho.

- Meu filho é o cacete, eu lá sou filho de padre, cara!

- Não me chama de cara, tenha respeito, pagão !

-  Pagão? E eu não paguei essa droga de cerimônia? Acertei em dinheiro, seu genérico de papa Francisco!

NAS COMPRAS

- Débito ou crédito?

- Como é?

- É para saber se a senhora prefere pagar agora ou depois.

- Vocês pensam que eu sou imbecil, é? Toda hora perguntam isso: débito ou crédito, crédito ou débito. Não aguento mais! Chega!

- Não, senhora. É que...

- Cala a boca, vadia.

- Vadia é tua mãe, filha de uma égua.

- Dá aqui o meu cartão, palhaça.

- Vem pegar comigo, se tu tiver saco roxo, vagabunda!

NA BANCADA DE PÓS-DOUTORADO

- ... de onde concluo: com base nesse epigrama de Terêncio, vis a vis à boutade aristotélica de Roland Barthes, a integralidade linguística computacional é plenamente heurística.

- Perfeito, professor. Mas o coroamento de sua tese é totalmente safardana. Para não dizer exegeticamente lapalissiana.

- O quê? Lapalissiana? Quem é o senhor, que não passa de um estafermo esgazeado, para classificar a minha pesquisa de mamarracha assim?

- Não admito que me classifique dessa forma, seu truão de pés-de-barro! Manipanso!

- Gandulo!

- Sicofanta!

NA POLÍTICA

- A campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei! A imprensa tem que entender que eu fui reeleito, porra! Reeleito, porra!

Opinião por Carlos Castelo

Carlos Castelo. Cronista, compositor e frasista. É ainda sócio fundador do grupo de humor Língua de Trapo.

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