Um manual prático para desastrados

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos


Por Gilberto Amendola

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos. É quase um hobby. Mas, dessa vez, achei mesmo que havia superado.

Atravessar a rua pra não cruzar com ela, como quem evita passar pelo centro da cidade para não se entregar ao crack, não foi uma atitude madura.

E no fim, custou-me um atropelamento. Não do tipo sério, mas do tipo que te atira no chão de um jeito humilhante.

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A motorista desceu do carro preocupada com o meu estado, mas ao verificar que não havia me matado, aliviada, lembrou que eu atravessei feito um louco, e que o sinal estava aberto para ela e...

Me levanto, tiro o pó da calça, e assumo meus pecados para a motorista.

Do meu lado, em pé, a expergunta: "um café?"

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Corta para o café. A fumaça do expresso saindo pela boca da xícara. O acordo, não escrito, é não tocar em assuntos delicados.

Mas tudo na minha vida é delicado. Deve ser, pelo menos aos olhos dela.

Não tem muita coisa acontecendo por aqui. O trabalho meio que estacionou,  embora pague as contas em dia, aquele projeto incrível de 6 anos atrás também meio que ficou esquecido em alguma gaveta, o cachorro morreu de velhice e ainda não fui ao Atacama.

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Percebo o cuidado dela em não pisar muito. Em não parecer tão bem sucedida, campeã e realizada. Acho bonito essa consideração. Essa concessão à normalidade do ex.

O homem comum é de dar dó. Me dou conta disso antes de pedir um segundo expresso. Aos olhos dela, e do mundo, sou apenas um sujeito desprovido de encantos.

Tive ganas de puxar uma briga. Mas essas magoas banais de um homem comum não iriam fazer cócegas na alma superior que, na minha frente, mordia um chocolatinho de menta.

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Ela foi educada. Eu fui educado.

Como são tristes as pessoas educadas.

Pedimos a conta. E ela me disse que precisava me contar uma coisa. Ou melhor. Não precisava. Mas queria contar para alguém.

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Diz que está tudo bem, mas...

Mas...

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos.

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos. É quase um hobby. Mas, dessa vez, achei mesmo que havia superado.

Atravessar a rua pra não cruzar com ela, como quem evita passar pelo centro da cidade para não se entregar ao crack, não foi uma atitude madura.

E no fim, custou-me um atropelamento. Não do tipo sério, mas do tipo que te atira no chão de um jeito humilhante.

A motorista desceu do carro preocupada com o meu estado, mas ao verificar que não havia me matado, aliviada, lembrou que eu atravessei feito um louco, e que o sinal estava aberto para ela e...

Me levanto, tiro o pó da calça, e assumo meus pecados para a motorista.

Do meu lado, em pé, a expergunta: "um café?"

Corta para o café. A fumaça do expresso saindo pela boca da xícara. O acordo, não escrito, é não tocar em assuntos delicados.

Mas tudo na minha vida é delicado. Deve ser, pelo menos aos olhos dela.

Não tem muita coisa acontecendo por aqui. O trabalho meio que estacionou,  embora pague as contas em dia, aquele projeto incrível de 6 anos atrás também meio que ficou esquecido em alguma gaveta, o cachorro morreu de velhice e ainda não fui ao Atacama.

Percebo o cuidado dela em não pisar muito. Em não parecer tão bem sucedida, campeã e realizada. Acho bonito essa consideração. Essa concessão à normalidade do ex.

O homem comum é de dar dó. Me dou conta disso antes de pedir um segundo expresso. Aos olhos dela, e do mundo, sou apenas um sujeito desprovido de encantos.

Tive ganas de puxar uma briga. Mas essas magoas banais de um homem comum não iriam fazer cócegas na alma superior que, na minha frente, mordia um chocolatinho de menta.

Ela foi educada. Eu fui educado.

Como são tristes as pessoas educadas.

Pedimos a conta. E ela me disse que precisava me contar uma coisa. Ou melhor. Não precisava. Mas queria contar para alguém.

Diz que está tudo bem, mas...

Mas...

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos.

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos. É quase um hobby. Mas, dessa vez, achei mesmo que havia superado.

Atravessar a rua pra não cruzar com ela, como quem evita passar pelo centro da cidade para não se entregar ao crack, não foi uma atitude madura.

E no fim, custou-me um atropelamento. Não do tipo sério, mas do tipo que te atira no chão de um jeito humilhante.

A motorista desceu do carro preocupada com o meu estado, mas ao verificar que não havia me matado, aliviada, lembrou que eu atravessei feito um louco, e que o sinal estava aberto para ela e...

Me levanto, tiro o pó da calça, e assumo meus pecados para a motorista.

Do meu lado, em pé, a expergunta: "um café?"

Corta para o café. A fumaça do expresso saindo pela boca da xícara. O acordo, não escrito, é não tocar em assuntos delicados.

Mas tudo na minha vida é delicado. Deve ser, pelo menos aos olhos dela.

Não tem muita coisa acontecendo por aqui. O trabalho meio que estacionou,  embora pague as contas em dia, aquele projeto incrível de 6 anos atrás também meio que ficou esquecido em alguma gaveta, o cachorro morreu de velhice e ainda não fui ao Atacama.

Percebo o cuidado dela em não pisar muito. Em não parecer tão bem sucedida, campeã e realizada. Acho bonito essa consideração. Essa concessão à normalidade do ex.

O homem comum é de dar dó. Me dou conta disso antes de pedir um segundo expresso. Aos olhos dela, e do mundo, sou apenas um sujeito desprovido de encantos.

Tive ganas de puxar uma briga. Mas essas magoas banais de um homem comum não iriam fazer cócegas na alma superior que, na minha frente, mordia um chocolatinho de menta.

Ela foi educada. Eu fui educado.

Como são tristes as pessoas educadas.

Pedimos a conta. E ela me disse que precisava me contar uma coisa. Ou melhor. Não precisava. Mas queria contar para alguém.

Diz que está tudo bem, mas...

Mas...

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos.

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos. É quase um hobby. Mas, dessa vez, achei mesmo que havia superado.

Atravessar a rua pra não cruzar com ela, como quem evita passar pelo centro da cidade para não se entregar ao crack, não foi uma atitude madura.

E no fim, custou-me um atropelamento. Não do tipo sério, mas do tipo que te atira no chão de um jeito humilhante.

A motorista desceu do carro preocupada com o meu estado, mas ao verificar que não havia me matado, aliviada, lembrou que eu atravessei feito um louco, e que o sinal estava aberto para ela e...

Me levanto, tiro o pó da calça, e assumo meus pecados para a motorista.

Do meu lado, em pé, a expergunta: "um café?"

Corta para o café. A fumaça do expresso saindo pela boca da xícara. O acordo, não escrito, é não tocar em assuntos delicados.

Mas tudo na minha vida é delicado. Deve ser, pelo menos aos olhos dela.

Não tem muita coisa acontecendo por aqui. O trabalho meio que estacionou,  embora pague as contas em dia, aquele projeto incrível de 6 anos atrás também meio que ficou esquecido em alguma gaveta, o cachorro morreu de velhice e ainda não fui ao Atacama.

Percebo o cuidado dela em não pisar muito. Em não parecer tão bem sucedida, campeã e realizada. Acho bonito essa consideração. Essa concessão à normalidade do ex.

O homem comum é de dar dó. Me dou conta disso antes de pedir um segundo expresso. Aos olhos dela, e do mundo, sou apenas um sujeito desprovido de encantos.

Tive ganas de puxar uma briga. Mas essas magoas banais de um homem comum não iriam fazer cócegas na alma superior que, na minha frente, mordia um chocolatinho de menta.

Ela foi educada. Eu fui educado.

Como são tristes as pessoas educadas.

Pedimos a conta. E ela me disse que precisava me contar uma coisa. Ou melhor. Não precisava. Mas queria contar para alguém.

Diz que está tudo bem, mas...

Mas...

Eu costumo estar errado sobre muitos assuntos.

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