O terceiro andar do prédio da Bienal virou pista de skate e serviu de palco para uma performance de parkour no desfile da Ellus, que encerrou o dia da São Paulo Fashion Week. A coleção foi uma ode ao sportwear, trazendo referências de modalidades como corrida e boxe. Materiais em náilon, tela, neoprene e o chamado jogging denim (uma mistura de jeans com moletom) dominaram os looks, que tinham como estampa marcante o quadriculado (das bandeiras de corrida). Um show da rapper Karol Conka fechou o desfile que logo depois virou uma balada. “A intenção era usar o conforto das roupas esportivas, mas de um jeito urbano e próprio para a cidade”, diz Adriana Bozon, diretora criativa da marca.
De maneira geral, foi um dia de desfiles ecléticos e inspirações diversas. Mas hoje já é possível ter algumas certezas. Além do mote esportivo, modelagens populares da década de 90 voltaram, como prova a onda minimalista, com saias justas abaixo do joelho.O look preto, transparente em renda ou em tule, com certeza estará nas vitrines. Óculos gigantes meio retrô também. “Minha coleção é extremamente feminina com um sentimento de déjà vu”, diz Vitorino Campos. “Ela fala sobre a descoberta de um planeta rosa e eu me apropriei dessa paleta para criar um universo paralelo cintilante.”
Desfile da coleção de inverno 2016 de Vitorino Campos na SPFW
Um casaco cor de rosa é o ponto alto de sua apresentação. Entre os destaques, um macacão jeans com modelagem ampla e decote ombro a ombro, tendência do verão que também já é tida como certa para o inverno. A Belle Époque e o filme “Morte em Veneza” foram pontos de partida para o desfile da Iódice. A renda apareceu de um jeito sexy em tops de manga longa e gola alta, enquanto vestidos de seda com a cintura marcada deram um ar feminino às produções. Patricia Bonaldi, estilista mineira, apostou suas fichas no estilo étnico apesar de ser famosa pelos bordados glamourosos.
O resultado foi interessante. “O tema me permitiu usar coisas novas. Tirei as pedrarias e apostei em cordas fibras e franjas naturais”, diz a estilista. Homens na passarela, com marcas apostando ao mesmo tempo em coleções femininas e masculinas, também é uma novidade da temporada.Com a onda dos “sem gênero” tomando conta da moda, as roupas unissex dominam a cena. Com a onda dos “sem gênero” tomando contada moda, as roupas unissex dominam a cena. O único desfile exclusivamente masculino da temporada foi o do estilista João Pimenta, que buscou quebrar padrões ao misturar alfaiataria com street style. Os paletós ganharam capuz, a lã fria foi usada em moletons e alguns modelos desfilaram de terno, boné e mochila. “Busquei fazer uma coleção mais próxima do meu cliente”, disse. “Eles querem roupa comum, mas com algo diferente. Meu desejo era mesmo ficar mais pé no chão.”