Por sorte aquele meteorito era pequeno


Por Fernando Reinach e fernando@reinach.com

Seis de outubro de 2008. No Arizona, Richard Kowalski vê um ponto de luz se movendo na tela de seu telescópio e informa os computadores do Centro de Pequenos Planetas em Cambridge. Após estranhar que a descoberta não apareceu na web do centro, foi dormir. O computador, programado para calcular a órbita de cada objeto e notificar os astrônomos, não falhou. A notificação não é automática quando ele descobre que o objeto vai colidir com a Terra. Nesse caso, envia uma mensagem para o celular do coordenador do centro. Tim Spahr a recebeu quando levava as filhas à escola. Em menos de uma hora, confirmou que o computador tinha razão. Pior: faltavam 13 horas para o impacto. Sem saber o tamanho do objeto, mas que ele se aproximava a 44 mil km/h, Spahr avisou o governo. Mandou e-mails aos operadores de diversos telescópios, pedindo que confirmassem os dados. O mais importante era medir a quantidade de luz refletida pelo objeto para calcular seu tamanho. Se tivesse alguns metros de diâmetro, explodiria ao entrar na atmosfera, mas se fosse muito maior poderia repetir o desastre que extinguiu os dinossauros. Nas horas seguintes, diversos telescópios confirmaram a rota. O impacto seria no norte do Sudão. O governo decidiu que nada seria feito. A região é um deserto e o local do impacto estava a menos de mil metros de uma estação de trem que nem tinha telefone. O alívio veio às 22h22min, quatro horas antes do impacto, quando o objeto estava a 121,1 mil km de distância. O telescópio das Ilhas Canárias mediu quanto de luz o objeto refletia em cada comprimento de onda, o que deu a certeza de que o asteroide não tinha mais do que alguns metros de diâmetro. Na pior das hipóteses, ele destruiria a estação de trem. As últimas horas foram dedicadas a tentar observar sua entrada na atmosfera. Mas como, se não havia astrônomos ou telescópios na região? A solução veio de um astrônomo meteorologista, Jacob Kuiper, baseado na Holanda e encarregado de informar as condições climáticas para pilotos de avião. Quarenta e cinco minutos antes do impacto, ele lembrou que o voo 592 da KLM, que ia da África do Sul para a Holanda, deveria estar sobrevoando o Chade. Em 15 minutos, o piloto foi notificado. Às 2h45 da madrugada, o piloto viu três pulsos de luz no horizonte. Quatro segundos mais tarde, as câmeras do satélite Meteosat-8 registraram o clarão. A explosão, equivalente a 2 mil toneladas de TNT (poder de destruição de 10% da bomba de Hiroshima), foi medida no Quênia por sensores dedicados a monitorar testes nucleares. O guarda da estação de trem acordou. Dezembro de 2008. Um astrônomo da Califórnia, em colaboração com 45 estudantes e pesquisadores da Universidade de Cartum, vasculhou por três meses cada metro do deserto próximo ao local da queda. Descobriu e coletou 47 fragmentos do meteorito, um total de 3,95 kg de rocha. É o primeiro caso de um meteorito detectado antes de atingir a Terra que teve seus restos coletados. Sorte que era pequeno. E você, o que estava fazendo na noite de 7 de outubro de 2008? *Biólogo Mais informações: The impact and recovery of asteroid 2008 TC3. Nature, vol. 458

Seis de outubro de 2008. No Arizona, Richard Kowalski vê um ponto de luz se movendo na tela de seu telescópio e informa os computadores do Centro de Pequenos Planetas em Cambridge. Após estranhar que a descoberta não apareceu na web do centro, foi dormir. O computador, programado para calcular a órbita de cada objeto e notificar os astrônomos, não falhou. A notificação não é automática quando ele descobre que o objeto vai colidir com a Terra. Nesse caso, envia uma mensagem para o celular do coordenador do centro. Tim Spahr a recebeu quando levava as filhas à escola. Em menos de uma hora, confirmou que o computador tinha razão. Pior: faltavam 13 horas para o impacto. Sem saber o tamanho do objeto, mas que ele se aproximava a 44 mil km/h, Spahr avisou o governo. Mandou e-mails aos operadores de diversos telescópios, pedindo que confirmassem os dados. O mais importante era medir a quantidade de luz refletida pelo objeto para calcular seu tamanho. Se tivesse alguns metros de diâmetro, explodiria ao entrar na atmosfera, mas se fosse muito maior poderia repetir o desastre que extinguiu os dinossauros. Nas horas seguintes, diversos telescópios confirmaram a rota. O impacto seria no norte do Sudão. O governo decidiu que nada seria feito. A região é um deserto e o local do impacto estava a menos de mil metros de uma estação de trem que nem tinha telefone. O alívio veio às 22h22min, quatro horas antes do impacto, quando o objeto estava a 121,1 mil km de distância. O telescópio das Ilhas Canárias mediu quanto de luz o objeto refletia em cada comprimento de onda, o que deu a certeza de que o asteroide não tinha mais do que alguns metros de diâmetro. Na pior das hipóteses, ele destruiria a estação de trem. As últimas horas foram dedicadas a tentar observar sua entrada na atmosfera. Mas como, se não havia astrônomos ou telescópios na região? A solução veio de um astrônomo meteorologista, Jacob Kuiper, baseado na Holanda e encarregado de informar as condições climáticas para pilotos de avião. Quarenta e cinco minutos antes do impacto, ele lembrou que o voo 592 da KLM, que ia da África do Sul para a Holanda, deveria estar sobrevoando o Chade. Em 15 minutos, o piloto foi notificado. Às 2h45 da madrugada, o piloto viu três pulsos de luz no horizonte. Quatro segundos mais tarde, as câmeras do satélite Meteosat-8 registraram o clarão. A explosão, equivalente a 2 mil toneladas de TNT (poder de destruição de 10% da bomba de Hiroshima), foi medida no Quênia por sensores dedicados a monitorar testes nucleares. O guarda da estação de trem acordou. Dezembro de 2008. Um astrônomo da Califórnia, em colaboração com 45 estudantes e pesquisadores da Universidade de Cartum, vasculhou por três meses cada metro do deserto próximo ao local da queda. Descobriu e coletou 47 fragmentos do meteorito, um total de 3,95 kg de rocha. É o primeiro caso de um meteorito detectado antes de atingir a Terra que teve seus restos coletados. Sorte que era pequeno. E você, o que estava fazendo na noite de 7 de outubro de 2008? *Biólogo Mais informações: The impact and recovery of asteroid 2008 TC3. Nature, vol. 458

Seis de outubro de 2008. No Arizona, Richard Kowalski vê um ponto de luz se movendo na tela de seu telescópio e informa os computadores do Centro de Pequenos Planetas em Cambridge. Após estranhar que a descoberta não apareceu na web do centro, foi dormir. O computador, programado para calcular a órbita de cada objeto e notificar os astrônomos, não falhou. A notificação não é automática quando ele descobre que o objeto vai colidir com a Terra. Nesse caso, envia uma mensagem para o celular do coordenador do centro. Tim Spahr a recebeu quando levava as filhas à escola. Em menos de uma hora, confirmou que o computador tinha razão. Pior: faltavam 13 horas para o impacto. Sem saber o tamanho do objeto, mas que ele se aproximava a 44 mil km/h, Spahr avisou o governo. Mandou e-mails aos operadores de diversos telescópios, pedindo que confirmassem os dados. O mais importante era medir a quantidade de luz refletida pelo objeto para calcular seu tamanho. Se tivesse alguns metros de diâmetro, explodiria ao entrar na atmosfera, mas se fosse muito maior poderia repetir o desastre que extinguiu os dinossauros. Nas horas seguintes, diversos telescópios confirmaram a rota. O impacto seria no norte do Sudão. O governo decidiu que nada seria feito. A região é um deserto e o local do impacto estava a menos de mil metros de uma estação de trem que nem tinha telefone. O alívio veio às 22h22min, quatro horas antes do impacto, quando o objeto estava a 121,1 mil km de distância. O telescópio das Ilhas Canárias mediu quanto de luz o objeto refletia em cada comprimento de onda, o que deu a certeza de que o asteroide não tinha mais do que alguns metros de diâmetro. Na pior das hipóteses, ele destruiria a estação de trem. As últimas horas foram dedicadas a tentar observar sua entrada na atmosfera. Mas como, se não havia astrônomos ou telescópios na região? A solução veio de um astrônomo meteorologista, Jacob Kuiper, baseado na Holanda e encarregado de informar as condições climáticas para pilotos de avião. Quarenta e cinco minutos antes do impacto, ele lembrou que o voo 592 da KLM, que ia da África do Sul para a Holanda, deveria estar sobrevoando o Chade. Em 15 minutos, o piloto foi notificado. Às 2h45 da madrugada, o piloto viu três pulsos de luz no horizonte. Quatro segundos mais tarde, as câmeras do satélite Meteosat-8 registraram o clarão. A explosão, equivalente a 2 mil toneladas de TNT (poder de destruição de 10% da bomba de Hiroshima), foi medida no Quênia por sensores dedicados a monitorar testes nucleares. O guarda da estação de trem acordou. Dezembro de 2008. Um astrônomo da Califórnia, em colaboração com 45 estudantes e pesquisadores da Universidade de Cartum, vasculhou por três meses cada metro do deserto próximo ao local da queda. Descobriu e coletou 47 fragmentos do meteorito, um total de 3,95 kg de rocha. É o primeiro caso de um meteorito detectado antes de atingir a Terra que teve seus restos coletados. Sorte que era pequeno. E você, o que estava fazendo na noite de 7 de outubro de 2008? *Biólogo Mais informações: The impact and recovery of asteroid 2008 TC3. Nature, vol. 458

Seis de outubro de 2008. No Arizona, Richard Kowalski vê um ponto de luz se movendo na tela de seu telescópio e informa os computadores do Centro de Pequenos Planetas em Cambridge. Após estranhar que a descoberta não apareceu na web do centro, foi dormir. O computador, programado para calcular a órbita de cada objeto e notificar os astrônomos, não falhou. A notificação não é automática quando ele descobre que o objeto vai colidir com a Terra. Nesse caso, envia uma mensagem para o celular do coordenador do centro. Tim Spahr a recebeu quando levava as filhas à escola. Em menos de uma hora, confirmou que o computador tinha razão. Pior: faltavam 13 horas para o impacto. Sem saber o tamanho do objeto, mas que ele se aproximava a 44 mil km/h, Spahr avisou o governo. Mandou e-mails aos operadores de diversos telescópios, pedindo que confirmassem os dados. O mais importante era medir a quantidade de luz refletida pelo objeto para calcular seu tamanho. Se tivesse alguns metros de diâmetro, explodiria ao entrar na atmosfera, mas se fosse muito maior poderia repetir o desastre que extinguiu os dinossauros. Nas horas seguintes, diversos telescópios confirmaram a rota. O impacto seria no norte do Sudão. O governo decidiu que nada seria feito. A região é um deserto e o local do impacto estava a menos de mil metros de uma estação de trem que nem tinha telefone. O alívio veio às 22h22min, quatro horas antes do impacto, quando o objeto estava a 121,1 mil km de distância. O telescópio das Ilhas Canárias mediu quanto de luz o objeto refletia em cada comprimento de onda, o que deu a certeza de que o asteroide não tinha mais do que alguns metros de diâmetro. Na pior das hipóteses, ele destruiria a estação de trem. As últimas horas foram dedicadas a tentar observar sua entrada na atmosfera. Mas como, se não havia astrônomos ou telescópios na região? A solução veio de um astrônomo meteorologista, Jacob Kuiper, baseado na Holanda e encarregado de informar as condições climáticas para pilotos de avião. Quarenta e cinco minutos antes do impacto, ele lembrou que o voo 592 da KLM, que ia da África do Sul para a Holanda, deveria estar sobrevoando o Chade. Em 15 minutos, o piloto foi notificado. Às 2h45 da madrugada, o piloto viu três pulsos de luz no horizonte. Quatro segundos mais tarde, as câmeras do satélite Meteosat-8 registraram o clarão. A explosão, equivalente a 2 mil toneladas de TNT (poder de destruição de 10% da bomba de Hiroshima), foi medida no Quênia por sensores dedicados a monitorar testes nucleares. O guarda da estação de trem acordou. Dezembro de 2008. Um astrônomo da Califórnia, em colaboração com 45 estudantes e pesquisadores da Universidade de Cartum, vasculhou por três meses cada metro do deserto próximo ao local da queda. Descobriu e coletou 47 fragmentos do meteorito, um total de 3,95 kg de rocha. É o primeiro caso de um meteorito detectado antes de atingir a Terra que teve seus restos coletados. Sorte que era pequeno. E você, o que estava fazendo na noite de 7 de outubro de 2008? *Biólogo Mais informações: The impact and recovery of asteroid 2008 TC3. Nature, vol. 458

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