Males crônicos - crônicas sobre neuroses contemporâneas

Opinião|No Brasil, tudo vira abóbora


A culpa é de todos, de Lula a Aécio, passando por Michel Temer. Menos da Taís Araújo. Taís é inocente, mas, como boa brasileira, vai ter que engolir muita abóbora ainda.

Por Renato Essenfelder
 Foto: Estadão

 

 

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»A semana começou com o caso da abóbora. Você provavelmente ouviu a história, que circulou na TV, internet, rádio, jornais... Centenas de jornalistas foram mobilizados ao redor do país para aliviar a curiosidade (ou o tédio) de milhões de brasileiros. A pauta? A atriz Taís Araújo se recusou a comer um nhoque de abóbora preparado por Ana Maria Braga, ao vivo, durante uma edição do programa "Mais Você".

Digite Taís Araújo Abóbora no Google. São, neste momento, quase 260 mil resultados. E o drama se desenrola até hoje, com pautas derivadas do tipo "racistas atacam Taís Araújo por recusar abóbora". Os muitos sérios que me perdoem, mas gargalhei. Que imaginação! É muita falta do que fazer, de fato (e tantos livros por ler!).

Taís Araújo merece um Oscar cidadão, com Ana Maria de coadjuvante, por nos fazer esquecer por um instante que este é o país da Lava Jato. E que a cada jato da operação sobre Brasília e sobre o Brasil, uma nova camada de sujeira, ainda mais antiga, anda mais empedernida, aparece.

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Por um instante, pudemos esquecer do abecedário da operação. Que alívio.

Mas um instante logo acaba. No Brasil, mais cedo ou mais tarde, tudo vira abóbora.

A semana começa com essa história boba de abóboras e termina com a ameaça de renúncia do presidente Michel Temer.  Não tenho simpatia alguma por ele, ou por Dilma, ou por Rodrigo Maia, ou por qualquer um de uma longa lista de ditas "autoridades". Mesmo assim, como todos os brasileiros, me espanto. Como foi que chegamos a isso?

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A culpa é de todos, de Lula a Aécio, passando, é claro, por Michel Temer. A culpa é nossa também, que votamos - ou pior, que acreditamos nas eleições, "festa da democracia"de cartas marcadas, e acreditamos na propaganda eleitoral, e acreditamos na eterna chegada do "novo".

O melhor do Brasil são os brasileiros.

Somos todos culpados, menos a Taís Araújo.

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Taís é inocente, muito embora, como boa brasileira, tenha que aprender a engolir muita abóbora ainda.

Mas, Taís, seja forte. Encare a abóbora - ela é o menor dos males. Afinal, no Brasil, tudo vira abóbora.«

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»A semana começou com o caso da abóbora. Você provavelmente ouviu a história, que circulou na TV, internet, rádio, jornais... Centenas de jornalistas foram mobilizados ao redor do país para aliviar a curiosidade (ou o tédio) de milhões de brasileiros. A pauta? A atriz Taís Araújo se recusou a comer um nhoque de abóbora preparado por Ana Maria Braga, ao vivo, durante uma edição do programa "Mais Você".

Digite Taís Araújo Abóbora no Google. São, neste momento, quase 260 mil resultados. E o drama se desenrola até hoje, com pautas derivadas do tipo "racistas atacam Taís Araújo por recusar abóbora". Os muitos sérios que me perdoem, mas gargalhei. Que imaginação! É muita falta do que fazer, de fato (e tantos livros por ler!).

Taís Araújo merece um Oscar cidadão, com Ana Maria de coadjuvante, por nos fazer esquecer por um instante que este é o país da Lava Jato. E que a cada jato da operação sobre Brasília e sobre o Brasil, uma nova camada de sujeira, ainda mais antiga, anda mais empedernida, aparece.

Por um instante, pudemos esquecer do abecedário da operação. Que alívio.

Mas um instante logo acaba. No Brasil, mais cedo ou mais tarde, tudo vira abóbora.

A semana começa com essa história boba de abóboras e termina com a ameaça de renúncia do presidente Michel Temer.  Não tenho simpatia alguma por ele, ou por Dilma, ou por Rodrigo Maia, ou por qualquer um de uma longa lista de ditas "autoridades". Mesmo assim, como todos os brasileiros, me espanto. Como foi que chegamos a isso?

A culpa é de todos, de Lula a Aécio, passando, é claro, por Michel Temer. A culpa é nossa também, que votamos - ou pior, que acreditamos nas eleições, "festa da democracia"de cartas marcadas, e acreditamos na propaganda eleitoral, e acreditamos na eterna chegada do "novo".

O melhor do Brasil são os brasileiros.

Somos todos culpados, menos a Taís Araújo.

Taís é inocente, muito embora, como boa brasileira, tenha que aprender a engolir muita abóbora ainda.

Mas, Taís, seja forte. Encare a abóbora - ela é o menor dos males. Afinal, no Brasil, tudo vira abóbora.«

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Digite Taís Araújo Abóbora no Google. São, neste momento, quase 260 mil resultados. E o drama se desenrola até hoje, com pautas derivadas do tipo "racistas atacam Taís Araújo por recusar abóbora". Os muitos sérios que me perdoem, mas gargalhei. Que imaginação! É muita falta do que fazer, de fato (e tantos livros por ler!).

Taís Araújo merece um Oscar cidadão, com Ana Maria de coadjuvante, por nos fazer esquecer por um instante que este é o país da Lava Jato. E que a cada jato da operação sobre Brasília e sobre o Brasil, uma nova camada de sujeira, ainda mais antiga, anda mais empedernida, aparece.

Por um instante, pudemos esquecer do abecedário da operação. Que alívio.

Mas um instante logo acaba. No Brasil, mais cedo ou mais tarde, tudo vira abóbora.

A semana começa com essa história boba de abóboras e termina com a ameaça de renúncia do presidente Michel Temer.  Não tenho simpatia alguma por ele, ou por Dilma, ou por Rodrigo Maia, ou por qualquer um de uma longa lista de ditas "autoridades". Mesmo assim, como todos os brasileiros, me espanto. Como foi que chegamos a isso?

A culpa é de todos, de Lula a Aécio, passando, é claro, por Michel Temer. A culpa é nossa também, que votamos - ou pior, que acreditamos nas eleições, "festa da democracia"de cartas marcadas, e acreditamos na propaganda eleitoral, e acreditamos na eterna chegada do "novo".

O melhor do Brasil são os brasileiros.

Somos todos culpados, menos a Taís Araújo.

Taís é inocente, muito embora, como boa brasileira, tenha que aprender a engolir muita abóbora ainda.

Mas, Taís, seja forte. Encare a abóbora - ela é o menor dos males. Afinal, no Brasil, tudo vira abóbora.«

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Digite Taís Araújo Abóbora no Google. São, neste momento, quase 260 mil resultados. E o drama se desenrola até hoje, com pautas derivadas do tipo "racistas atacam Taís Araújo por recusar abóbora". Os muitos sérios que me perdoem, mas gargalhei. Que imaginação! É muita falta do que fazer, de fato (e tantos livros por ler!).

Taís Araújo merece um Oscar cidadão, com Ana Maria de coadjuvante, por nos fazer esquecer por um instante que este é o país da Lava Jato. E que a cada jato da operação sobre Brasília e sobre o Brasil, uma nova camada de sujeira, ainda mais antiga, anda mais empedernida, aparece.

Por um instante, pudemos esquecer do abecedário da operação. Que alívio.

Mas um instante logo acaba. No Brasil, mais cedo ou mais tarde, tudo vira abóbora.

A semana começa com essa história boba de abóboras e termina com a ameaça de renúncia do presidente Michel Temer.  Não tenho simpatia alguma por ele, ou por Dilma, ou por Rodrigo Maia, ou por qualquer um de uma longa lista de ditas "autoridades". Mesmo assim, como todos os brasileiros, me espanto. Como foi que chegamos a isso?

A culpa é de todos, de Lula a Aécio, passando, é claro, por Michel Temer. A culpa é nossa também, que votamos - ou pior, que acreditamos nas eleições, "festa da democracia"de cartas marcadas, e acreditamos na propaganda eleitoral, e acreditamos na eterna chegada do "novo".

O melhor do Brasil são os brasileiros.

Somos todos culpados, menos a Taís Araújo.

Taís é inocente, muito embora, como boa brasileira, tenha que aprender a engolir muita abóbora ainda.

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Opinião por Renato Essenfelder

Escritor e professor universitário, com um pé no Brasil e outro em Portugal. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP e autor de Febre (2013), As Moiras (2014) e Ninguém Mais Diz Adeus (2020). Docente e pesquisador nas áreas de storytelling e escrita criativa, escreve crônicas de cultura e comportamento no Estadão desde 2013.

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