Reflexões sobre histórias e clichês femininos

Por um pouco mais de Obama


Esse não é um texto sobre política, mas sobre um tipo de amor platônico, por assim dizer. Já está dando um pouco de saudade dele, mesmo que antecipada. Não só por suas escolhas, mas, de forma integral, pelo seu trabalho de marketing. Desde que ele cantou "I'm so in looove with you". Desde que Beyoncé embalou, com "At Last", a primeira dança dele com a Michelle naquela posse...  Quem precisa de comédia romântica quando se tem Os Obamas? Dançando e cantando na TV?

Por Marilia Neustein

Acho que vou sentir falta dessa coisa meio descontraída, dos vídeos da internet com ele fazendo piada. Mas não só disso. Vai fazer falta ele demonstrando que não está de brincadeira. Que tenta dificultar a aquisição de armas, que defende a reforma da saúde pública, que é Nobel da Paz. Eu sei que houve muitas coisas que não rolaram. Coisas graves. Mas, hoje eu estou "yes, we can".

E dos discursos, gente? Quem não vai sentir falta? Tudo nele é de filme: a facilidade e naturalidade com que ele responde a perguntas nas coletivas, joga basquete, fala das filhas. O jeito como ele e Michelle andam juntos, as cenas, as fotos, tudo. Quem não quer ser amigo dele? Meu marido tem certo ciúme, mas eu nem ligo e acho que ele já entendeu. O Obama está na prateleira do Chico Buarque, do Ryan Gosling, do Louis Garrel. Mas ele também está na prateleira dos meus xodós. Do ladinho da Chimamanda Ngozi Adichie, do papa Francisco, do Amós Oz, da Cristiane Amanpour.

Ah Obaminha...nem deu tempo de fazer entrevista com você. De perguntar se vai voltar para Chicago, se vai abrir a Obama Foundation, se voltará -- como em seus 20 anos -- a falar de Ernest Hemingway. Acho que oito anos foram suficientes para você conquistar boa parte do mundo. Mas foi pouco para a gente conversar sobre o que você acha metido nos EUA, se você gosta de vinho ou de cerveja. Faltou, Barack, a gente saber se você foi -- no seu íntimo -- a favor do boicote ao Oscar, se você é um cara que faz regime. Se é mais Steve Wonder ou Al Green. Faltou você vir para São Paulo. Acho que gostaria de conhecer alguns bares por aqui. Talvez até arriscasse uns passinhos de samba no Ó do Borogodó, e já posso atéimaginar você tentando falar óu-do-bou-rou-gou-dóu. A verdade é que,com essa falta de líderes por aqui, seu ibope cresce cada vez mais. E não é só entre as mulheres, não. Seu charme, você deve saber, chega em todo mundo.

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Mas talvez ele fique mais solto ainda depois que sair, não é, gente? Imagino que como presidente, ainda que descontraído, deve ter um monte de coisas que ele não pode fazer. Ao passo que, uma vez out of office, vai poder soltar a língua geral. Falar o que pensa, ir ao supermercado, tomar uma breja e até falar mal de tudo que teve que aguentar por todos esses anos. Assim esperamos.

Há quem diga que ele é só showman. Há quem ache que ele é uma fraude. Eu entendo e discordo. E mais: no dia de hoje, com toda tristeza a que o mundo assiste, penso que é quase inacreditável que exista uma pessoa que fale as coisas certas. Na hora certa.

Quando quiser, chega mais, Obama. Se puder soprar seus sussuros daí estaremos de ouvidos e olhos abertos.

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Acho que vou sentir falta dessa coisa meio descontraída, dos vídeos da internet com ele fazendo piada. Mas não só disso. Vai fazer falta ele demonstrando que não está de brincadeira. Que tenta dificultar a aquisição de armas, que defende a reforma da saúde pública, que é Nobel da Paz. Eu sei que houve muitas coisas que não rolaram. Coisas graves. Mas, hoje eu estou "yes, we can".

E dos discursos, gente? Quem não vai sentir falta? Tudo nele é de filme: a facilidade e naturalidade com que ele responde a perguntas nas coletivas, joga basquete, fala das filhas. O jeito como ele e Michelle andam juntos, as cenas, as fotos, tudo. Quem não quer ser amigo dele? Meu marido tem certo ciúme, mas eu nem ligo e acho que ele já entendeu. O Obama está na prateleira do Chico Buarque, do Ryan Gosling, do Louis Garrel. Mas ele também está na prateleira dos meus xodós. Do ladinho da Chimamanda Ngozi Adichie, do papa Francisco, do Amós Oz, da Cristiane Amanpour.

Ah Obaminha...nem deu tempo de fazer entrevista com você. De perguntar se vai voltar para Chicago, se vai abrir a Obama Foundation, se voltará -- como em seus 20 anos -- a falar de Ernest Hemingway. Acho que oito anos foram suficientes para você conquistar boa parte do mundo. Mas foi pouco para a gente conversar sobre o que você acha metido nos EUA, se você gosta de vinho ou de cerveja. Faltou, Barack, a gente saber se você foi -- no seu íntimo -- a favor do boicote ao Oscar, se você é um cara que faz regime. Se é mais Steve Wonder ou Al Green. Faltou você vir para São Paulo. Acho que gostaria de conhecer alguns bares por aqui. Talvez até arriscasse uns passinhos de samba no Ó do Borogodó, e já posso atéimaginar você tentando falar óu-do-bou-rou-gou-dóu. A verdade é que,com essa falta de líderes por aqui, seu ibope cresce cada vez mais. E não é só entre as mulheres, não. Seu charme, você deve saber, chega em todo mundo.

Mas talvez ele fique mais solto ainda depois que sair, não é, gente? Imagino que como presidente, ainda que descontraído, deve ter um monte de coisas que ele não pode fazer. Ao passo que, uma vez out of office, vai poder soltar a língua geral. Falar o que pensa, ir ao supermercado, tomar uma breja e até falar mal de tudo que teve que aguentar por todos esses anos. Assim esperamos.

Há quem diga que ele é só showman. Há quem ache que ele é uma fraude. Eu entendo e discordo. E mais: no dia de hoje, com toda tristeza a que o mundo assiste, penso que é quase inacreditável que exista uma pessoa que fale as coisas certas. Na hora certa.

Quando quiser, chega mais, Obama. Se puder soprar seus sussuros daí estaremos de ouvidos e olhos abertos.

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E dos discursos, gente? Quem não vai sentir falta? Tudo nele é de filme: a facilidade e naturalidade com que ele responde a perguntas nas coletivas, joga basquete, fala das filhas. O jeito como ele e Michelle andam juntos, as cenas, as fotos, tudo. Quem não quer ser amigo dele? Meu marido tem certo ciúme, mas eu nem ligo e acho que ele já entendeu. O Obama está na prateleira do Chico Buarque, do Ryan Gosling, do Louis Garrel. Mas ele também está na prateleira dos meus xodós. Do ladinho da Chimamanda Ngozi Adichie, do papa Francisco, do Amós Oz, da Cristiane Amanpour.

Ah Obaminha...nem deu tempo de fazer entrevista com você. De perguntar se vai voltar para Chicago, se vai abrir a Obama Foundation, se voltará -- como em seus 20 anos -- a falar de Ernest Hemingway. Acho que oito anos foram suficientes para você conquistar boa parte do mundo. Mas foi pouco para a gente conversar sobre o que você acha metido nos EUA, se você gosta de vinho ou de cerveja. Faltou, Barack, a gente saber se você foi -- no seu íntimo -- a favor do boicote ao Oscar, se você é um cara que faz regime. Se é mais Steve Wonder ou Al Green. Faltou você vir para São Paulo. Acho que gostaria de conhecer alguns bares por aqui. Talvez até arriscasse uns passinhos de samba no Ó do Borogodó, e já posso atéimaginar você tentando falar óu-do-bou-rou-gou-dóu. A verdade é que,com essa falta de líderes por aqui, seu ibope cresce cada vez mais. E não é só entre as mulheres, não. Seu charme, você deve saber, chega em todo mundo.

Mas talvez ele fique mais solto ainda depois que sair, não é, gente? Imagino que como presidente, ainda que descontraído, deve ter um monte de coisas que ele não pode fazer. Ao passo que, uma vez out of office, vai poder soltar a língua geral. Falar o que pensa, ir ao supermercado, tomar uma breja e até falar mal de tudo que teve que aguentar por todos esses anos. Assim esperamos.

Há quem diga que ele é só showman. Há quem ache que ele é uma fraude. Eu entendo e discordo. E mais: no dia de hoje, com toda tristeza a que o mundo assiste, penso que é quase inacreditável que exista uma pessoa que fale as coisas certas. Na hora certa.

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E dos discursos, gente? Quem não vai sentir falta? Tudo nele é de filme: a facilidade e naturalidade com que ele responde a perguntas nas coletivas, joga basquete, fala das filhas. O jeito como ele e Michelle andam juntos, as cenas, as fotos, tudo. Quem não quer ser amigo dele? Meu marido tem certo ciúme, mas eu nem ligo e acho que ele já entendeu. O Obama está na prateleira do Chico Buarque, do Ryan Gosling, do Louis Garrel. Mas ele também está na prateleira dos meus xodós. Do ladinho da Chimamanda Ngozi Adichie, do papa Francisco, do Amós Oz, da Cristiane Amanpour.

Ah Obaminha...nem deu tempo de fazer entrevista com você. De perguntar se vai voltar para Chicago, se vai abrir a Obama Foundation, se voltará -- como em seus 20 anos -- a falar de Ernest Hemingway. Acho que oito anos foram suficientes para você conquistar boa parte do mundo. Mas foi pouco para a gente conversar sobre o que você acha metido nos EUA, se você gosta de vinho ou de cerveja. Faltou, Barack, a gente saber se você foi -- no seu íntimo -- a favor do boicote ao Oscar, se você é um cara que faz regime. Se é mais Steve Wonder ou Al Green. Faltou você vir para São Paulo. Acho que gostaria de conhecer alguns bares por aqui. Talvez até arriscasse uns passinhos de samba no Ó do Borogodó, e já posso atéimaginar você tentando falar óu-do-bou-rou-gou-dóu. A verdade é que,com essa falta de líderes por aqui, seu ibope cresce cada vez mais. E não é só entre as mulheres, não. Seu charme, você deve saber, chega em todo mundo.

Mas talvez ele fique mais solto ainda depois que sair, não é, gente? Imagino que como presidente, ainda que descontraído, deve ter um monte de coisas que ele não pode fazer. Ao passo que, uma vez out of office, vai poder soltar a língua geral. Falar o que pensa, ir ao supermercado, tomar uma breja e até falar mal de tudo que teve que aguentar por todos esses anos. Assim esperamos.

Há quem diga que ele é só showman. Há quem ache que ele é uma fraude. Eu entendo e discordo. E mais: no dia de hoje, com toda tristeza a que o mundo assiste, penso que é quase inacreditável que exista uma pessoa que fale as coisas certas. Na hora certa.

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