A comissão que aprecia o texto, aliás, parece que finalmente vai começar a andar. Nesta quinta-feira foram escolhidos os membros que a comandarão, entre eles o presidente, o obscuro senador Sérgio Peteção (PSD/AC) e o relator, o deputado federal Otávio Leite (PSDB/RJ), este mais familiarizado com o tema, uma vez que foi o relator da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), que circulou no Congresso por mais de um ano e acabou não indo para lugar nenhum.
A indicação de Otávio Leite agradou aos dirigentes, que o consideram bom interlocutor, e também aos movimentos ligados aos atletas, pelo mesmo motivo e por perceberem nele alguém capaz de não se deixar levar pelos interesses da cartolagem.
E cartola não falta na comissão que analisa a MP - que conta com 181 pedidos de emenda. Entre eles estãosenador Zezé Perella (PDT/MG), com forte ligação com o Cruzeiro, e o deputado Jovair Arantes (PTB/GO), ligado ao Atlético Goianiense e, sobretudo, à CBF. Tanto que no final do ano passado tentou manobra para incluir uma MP que nada tinha a ver com o esporte o refinanciamento da dívida dos clubes sem nenhuma contrapartida. Manobra que, felizmente, deu errado.
Há um outro deputado cuja presença certamente desagrada à CBF e a Marco Polo Del Nero: Andrés Sanchez. Inimigo declarado de Marco Polo, Andrés será uma pedra gigante no sapato do dirigente e de seus pares que tentarão mexer na MP. O ex-presidente do Corinthians, filiado ao PT paulista, é vice-presidente da comissão.
Romário (PSB-RJ) é outro desafeto de Marco Polo que integra a comissão e que está disposto a dificultar a vida do dirigente.
Marco Polo sabe muito bem que será torpedeado por eles se for a Brasília. Por isso, talvez não se faça presente e deixe a missão para o secretário executivo da CBF, Walter Feldman, e para o diretor financeiro, Rogério Caboclo.Mesmo porque os dois já foram escalados por ele para brigar por alterações na MP que atendam aos interesses da CBF e dos clubes.
Em tempo: como a comissão demorou para começar a trabalhar, o prazo para que conclui o trabalho é 18 de maio. Do contrário, passará a obstruir a pauta do Congresso. O que seria o fim da picada.