Por aquilo que se viu na noite deste sábado, em São Januário, o zagueiro Cris está na segunda categoria. O moço desembarcou no Vasco no outro dia, nem era para estrear, mas em cima da hora foi escalado para enfrentar o Grêmio, justamente o clube de onde saiu, depois de queimar-se com a torcida local. O técnico Dorival Júnior o colocou no lugar de Jomar.
Cris, 36 anos, muito tempo de Europa e vários títulos com o Lyon, foi pra batalha. Com cinco minutos e alguns segundos de bola rolando e com água caindo, ele tentou cortar um cruzamento, furou e deixou Barcos livre, de frente pro gol. O argentino não perdoou e deixou o Grêmio em vantagem. E os vascaínos também não perdoaram Cris e ficaram de marcação nele.
Resultado da incompatibilidade: Cris teve desempenho tenso, irregular, foi uma das notas negativas da equipe, na derrota por 3 a 2, e saiu de campo sob algumas vaias. Caramba, não deram desconto nem para a primeira aparição com a nova camisa! E não adianta clamar por justiça, pois a massa tem dessas reações impiedosas, sem nem direito saber por quê.
Talvez pelo fato de ter sido contra o Grêmio, alguém pensou que o Cris tivesse ido com pé mole. Já acho bem o contrário. Exatamente diante dos gaúchos é que ele queria mostrar-se superior, uma vez que teve de se mandar depois de algumas lambanças no Sul.
Deu azar, se enroscou, não pode se queimar na largada. Vai precisar de muito sangue frio, autocontrole e respaldo do treinador. Caso contrário, o acerto que fez até o final do ano vai se transformar em martírio em vez de redenção.É, futebol às vezes é bênção; em outras, é carrasco.