(Viramundo) Esportes daqui e dali

Humanos, apenas


Por Antero Greco

Dia de eleição sempre me deixa emocionado. Ainda mais porque faço parte de geração que teve, por muito tempo, negado o direito de escolher governadores e presidente, que nos eram impostos goela abaixo. Por isso, não abro mão de votar, nem me incomodo com eventuais escolhas "erradas". Mil vezes o povo equivocar-se do que a decisão ficar para um bloco de iluminados. Democracia sempre.Noves fora a empolgação pessoal, o primeiro parágrafo serve de escada para justificar a crônica desta segunda-feira. O domingo especial por aqui me fez olhar certos episódios do esporte como consequências de reações humanas e, portanto, elogiáveis ou passíveis de compaixão. Por exemplo, a confusão armada por Arsène Wenger e José Mourinho, durante o clássico entre Arsenal e Chelsea, disputado ontem no estádio deste último. O francês e o português não se bicam - isso é inegável, reconhecido por todos que acompanham o futebol inglês, e tem até um quê de folclórico.Mourinho costuma cutucar Wenger ao chamá-lo de loser (perdedor) e coloca o currículo dele como comparação só para humilhar o rival. O português é eficiente, mas chato de galocha, com um ego descomunal, a ponto de autointitular-se The Special One (O Cara, em tradução livre e adaptada). O gaulês se morde de raiva. Vai daí que, no jogo quente da sétima rodada, começou um bate-boca entre a dupla, enquanto a bola rolava solta no campo. Wenger se aproximou de Mourinho e deu-lhe um chega pra lá digno de barracos de bons tempos da várzea (que agora deu pra ficar civilizada também). Mourinho retrucou, empurrou Wenger e ficou um com dedo em riste na cara do outro, talvez na base do "sua mãe não é homem", "seu isso, seu aquilo". Vai ver não faltou nem o "te pego lá fora" ou "vou chamar meu irmão mais velho". Foi legal. Deprimente?! Como assim? Claro que não é comum ver dois treinadores de ponta, com fama internacional, alinhados, engravatados e posudos a se comportar como moleques de rua. Não orna com o cargo, nem com os cabelos grisalhos de ambos. Não se descarta a possibilidade de tomarem punição, porque as imagens foram claras.Mas quer saber? Reagiram como simples e normais seres humanos. Quantas vezes a gente não esquenta a cabeça além da conta e faz bobagem? Foi o que aconteceu com eles. Depois, ao darem-se conta da criancice, devem estar com vergonha - ou deram risadas de si mesmos. Ganharam minha simpatia, pois ando farto de ver robozinhos públicos.Outro gringo que chamou a atenção foi Michael Phelps, o maior ganhador de medalhas de ouro da história dos Jogos Olímpicos. Sim, o americano que nada melhor do que golfinho e que tem a altura do Cássio e a cara do Carlitos Tevez. Pois o moço (29 anos) tomou multa e foi pro distrito, de novo, ao não passar pelo teste do bafômetro. Tinha tomado umas a mais. Coisa feia, todos reconhecemos, e não merece aplausos nem incentivos. O conforto vem do fato de que esse mito, monstro, rei das piscinas comete besteiras como qualquer um de nós, que mal e mal nos viramos com nado cachorrinho ao cairmos na água. Tira das costas dele a aura de semideus, faz com que se aproxime das pessoas comuns. Assim como agiu bem Ian Thorpe, outro astro da natação, que recentemente assumiu a homossexualidade. Largou mão das aparências.O espírito de festa cívica baixou minha guarda. Até diminuiu a indignação com a atitude de Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, que de uma hora para outra anunciou pacotaço de dispensas, que atingiram titulares como Emerson Sheik, Bolívar e Júlio César. Gesto de desespero, de quem não vislumbra saída para o buraco em que o clube se enfiou e passa a atirar para todo lado. A equipe afunda, embica em direção à Segundona e desnuda o caráter falível do cartola. Não são episódios edificantes, nem sacadas de gênio. Apenas manifestações de humanidade.

Dia de eleição sempre me deixa emocionado. Ainda mais porque faço parte de geração que teve, por muito tempo, negado o direito de escolher governadores e presidente, que nos eram impostos goela abaixo. Por isso, não abro mão de votar, nem me incomodo com eventuais escolhas "erradas". Mil vezes o povo equivocar-se do que a decisão ficar para um bloco de iluminados. Democracia sempre.Noves fora a empolgação pessoal, o primeiro parágrafo serve de escada para justificar a crônica desta segunda-feira. O domingo especial por aqui me fez olhar certos episódios do esporte como consequências de reações humanas e, portanto, elogiáveis ou passíveis de compaixão. Por exemplo, a confusão armada por Arsène Wenger e José Mourinho, durante o clássico entre Arsenal e Chelsea, disputado ontem no estádio deste último. O francês e o português não se bicam - isso é inegável, reconhecido por todos que acompanham o futebol inglês, e tem até um quê de folclórico.Mourinho costuma cutucar Wenger ao chamá-lo de loser (perdedor) e coloca o currículo dele como comparação só para humilhar o rival. O português é eficiente, mas chato de galocha, com um ego descomunal, a ponto de autointitular-se The Special One (O Cara, em tradução livre e adaptada). O gaulês se morde de raiva. Vai daí que, no jogo quente da sétima rodada, começou um bate-boca entre a dupla, enquanto a bola rolava solta no campo. Wenger se aproximou de Mourinho e deu-lhe um chega pra lá digno de barracos de bons tempos da várzea (que agora deu pra ficar civilizada também). Mourinho retrucou, empurrou Wenger e ficou um com dedo em riste na cara do outro, talvez na base do "sua mãe não é homem", "seu isso, seu aquilo". Vai ver não faltou nem o "te pego lá fora" ou "vou chamar meu irmão mais velho". Foi legal. Deprimente?! Como assim? Claro que não é comum ver dois treinadores de ponta, com fama internacional, alinhados, engravatados e posudos a se comportar como moleques de rua. Não orna com o cargo, nem com os cabelos grisalhos de ambos. Não se descarta a possibilidade de tomarem punição, porque as imagens foram claras.Mas quer saber? Reagiram como simples e normais seres humanos. Quantas vezes a gente não esquenta a cabeça além da conta e faz bobagem? Foi o que aconteceu com eles. Depois, ao darem-se conta da criancice, devem estar com vergonha - ou deram risadas de si mesmos. Ganharam minha simpatia, pois ando farto de ver robozinhos públicos.Outro gringo que chamou a atenção foi Michael Phelps, o maior ganhador de medalhas de ouro da história dos Jogos Olímpicos. Sim, o americano que nada melhor do que golfinho e que tem a altura do Cássio e a cara do Carlitos Tevez. Pois o moço (29 anos) tomou multa e foi pro distrito, de novo, ao não passar pelo teste do bafômetro. Tinha tomado umas a mais. Coisa feia, todos reconhecemos, e não merece aplausos nem incentivos. O conforto vem do fato de que esse mito, monstro, rei das piscinas comete besteiras como qualquer um de nós, que mal e mal nos viramos com nado cachorrinho ao cairmos na água. Tira das costas dele a aura de semideus, faz com que se aproxime das pessoas comuns. Assim como agiu bem Ian Thorpe, outro astro da natação, que recentemente assumiu a homossexualidade. Largou mão das aparências.O espírito de festa cívica baixou minha guarda. Até diminuiu a indignação com a atitude de Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, que de uma hora para outra anunciou pacotaço de dispensas, que atingiram titulares como Emerson Sheik, Bolívar e Júlio César. Gesto de desespero, de quem não vislumbra saída para o buraco em que o clube se enfiou e passa a atirar para todo lado. A equipe afunda, embica em direção à Segundona e desnuda o caráter falível do cartola. Não são episódios edificantes, nem sacadas de gênio. Apenas manifestações de humanidade.

Dia de eleição sempre me deixa emocionado. Ainda mais porque faço parte de geração que teve, por muito tempo, negado o direito de escolher governadores e presidente, que nos eram impostos goela abaixo. Por isso, não abro mão de votar, nem me incomodo com eventuais escolhas "erradas". Mil vezes o povo equivocar-se do que a decisão ficar para um bloco de iluminados. Democracia sempre.Noves fora a empolgação pessoal, o primeiro parágrafo serve de escada para justificar a crônica desta segunda-feira. O domingo especial por aqui me fez olhar certos episódios do esporte como consequências de reações humanas e, portanto, elogiáveis ou passíveis de compaixão. Por exemplo, a confusão armada por Arsène Wenger e José Mourinho, durante o clássico entre Arsenal e Chelsea, disputado ontem no estádio deste último. O francês e o português não se bicam - isso é inegável, reconhecido por todos que acompanham o futebol inglês, e tem até um quê de folclórico.Mourinho costuma cutucar Wenger ao chamá-lo de loser (perdedor) e coloca o currículo dele como comparação só para humilhar o rival. O português é eficiente, mas chato de galocha, com um ego descomunal, a ponto de autointitular-se The Special One (O Cara, em tradução livre e adaptada). O gaulês se morde de raiva. Vai daí que, no jogo quente da sétima rodada, começou um bate-boca entre a dupla, enquanto a bola rolava solta no campo. Wenger se aproximou de Mourinho e deu-lhe um chega pra lá digno de barracos de bons tempos da várzea (que agora deu pra ficar civilizada também). Mourinho retrucou, empurrou Wenger e ficou um com dedo em riste na cara do outro, talvez na base do "sua mãe não é homem", "seu isso, seu aquilo". Vai ver não faltou nem o "te pego lá fora" ou "vou chamar meu irmão mais velho". Foi legal. Deprimente?! Como assim? Claro que não é comum ver dois treinadores de ponta, com fama internacional, alinhados, engravatados e posudos a se comportar como moleques de rua. Não orna com o cargo, nem com os cabelos grisalhos de ambos. Não se descarta a possibilidade de tomarem punição, porque as imagens foram claras.Mas quer saber? Reagiram como simples e normais seres humanos. Quantas vezes a gente não esquenta a cabeça além da conta e faz bobagem? Foi o que aconteceu com eles. Depois, ao darem-se conta da criancice, devem estar com vergonha - ou deram risadas de si mesmos. Ganharam minha simpatia, pois ando farto de ver robozinhos públicos.Outro gringo que chamou a atenção foi Michael Phelps, o maior ganhador de medalhas de ouro da história dos Jogos Olímpicos. Sim, o americano que nada melhor do que golfinho e que tem a altura do Cássio e a cara do Carlitos Tevez. Pois o moço (29 anos) tomou multa e foi pro distrito, de novo, ao não passar pelo teste do bafômetro. Tinha tomado umas a mais. Coisa feia, todos reconhecemos, e não merece aplausos nem incentivos. O conforto vem do fato de que esse mito, monstro, rei das piscinas comete besteiras como qualquer um de nós, que mal e mal nos viramos com nado cachorrinho ao cairmos na água. Tira das costas dele a aura de semideus, faz com que se aproxime das pessoas comuns. Assim como agiu bem Ian Thorpe, outro astro da natação, que recentemente assumiu a homossexualidade. Largou mão das aparências.O espírito de festa cívica baixou minha guarda. Até diminuiu a indignação com a atitude de Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, que de uma hora para outra anunciou pacotaço de dispensas, que atingiram titulares como Emerson Sheik, Bolívar e Júlio César. Gesto de desespero, de quem não vislumbra saída para o buraco em que o clube se enfiou e passa a atirar para todo lado. A equipe afunda, embica em direção à Segundona e desnuda o caráter falível do cartola. Não são episódios edificantes, nem sacadas de gênio. Apenas manifestações de humanidade.

Dia de eleição sempre me deixa emocionado. Ainda mais porque faço parte de geração que teve, por muito tempo, negado o direito de escolher governadores e presidente, que nos eram impostos goela abaixo. Por isso, não abro mão de votar, nem me incomodo com eventuais escolhas "erradas". Mil vezes o povo equivocar-se do que a decisão ficar para um bloco de iluminados. Democracia sempre.Noves fora a empolgação pessoal, o primeiro parágrafo serve de escada para justificar a crônica desta segunda-feira. O domingo especial por aqui me fez olhar certos episódios do esporte como consequências de reações humanas e, portanto, elogiáveis ou passíveis de compaixão. Por exemplo, a confusão armada por Arsène Wenger e José Mourinho, durante o clássico entre Arsenal e Chelsea, disputado ontem no estádio deste último. O francês e o português não se bicam - isso é inegável, reconhecido por todos que acompanham o futebol inglês, e tem até um quê de folclórico.Mourinho costuma cutucar Wenger ao chamá-lo de loser (perdedor) e coloca o currículo dele como comparação só para humilhar o rival. O português é eficiente, mas chato de galocha, com um ego descomunal, a ponto de autointitular-se The Special One (O Cara, em tradução livre e adaptada). O gaulês se morde de raiva. Vai daí que, no jogo quente da sétima rodada, começou um bate-boca entre a dupla, enquanto a bola rolava solta no campo. Wenger se aproximou de Mourinho e deu-lhe um chega pra lá digno de barracos de bons tempos da várzea (que agora deu pra ficar civilizada também). Mourinho retrucou, empurrou Wenger e ficou um com dedo em riste na cara do outro, talvez na base do "sua mãe não é homem", "seu isso, seu aquilo". Vai ver não faltou nem o "te pego lá fora" ou "vou chamar meu irmão mais velho". Foi legal. Deprimente?! Como assim? Claro que não é comum ver dois treinadores de ponta, com fama internacional, alinhados, engravatados e posudos a se comportar como moleques de rua. Não orna com o cargo, nem com os cabelos grisalhos de ambos. Não se descarta a possibilidade de tomarem punição, porque as imagens foram claras.Mas quer saber? Reagiram como simples e normais seres humanos. Quantas vezes a gente não esquenta a cabeça além da conta e faz bobagem? Foi o que aconteceu com eles. Depois, ao darem-se conta da criancice, devem estar com vergonha - ou deram risadas de si mesmos. Ganharam minha simpatia, pois ando farto de ver robozinhos públicos.Outro gringo que chamou a atenção foi Michael Phelps, o maior ganhador de medalhas de ouro da história dos Jogos Olímpicos. Sim, o americano que nada melhor do que golfinho e que tem a altura do Cássio e a cara do Carlitos Tevez. Pois o moço (29 anos) tomou multa e foi pro distrito, de novo, ao não passar pelo teste do bafômetro. Tinha tomado umas a mais. Coisa feia, todos reconhecemos, e não merece aplausos nem incentivos. O conforto vem do fato de que esse mito, monstro, rei das piscinas comete besteiras como qualquer um de nós, que mal e mal nos viramos com nado cachorrinho ao cairmos na água. Tira das costas dele a aura de semideus, faz com que se aproxime das pessoas comuns. Assim como agiu bem Ian Thorpe, outro astro da natação, que recentemente assumiu a homossexualidade. Largou mão das aparências.O espírito de festa cívica baixou minha guarda. Até diminuiu a indignação com a atitude de Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, que de uma hora para outra anunciou pacotaço de dispensas, que atingiram titulares como Emerson Sheik, Bolívar e Júlio César. Gesto de desespero, de quem não vislumbra saída para o buraco em que o clube se enfiou e passa a atirar para todo lado. A equipe afunda, embica em direção à Segundona e desnuda o caráter falível do cartola. Não são episódios edificantes, nem sacadas de gênio. Apenas manifestações de humanidade.

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