Moleza para o líder? Não, ao contrário. É esse panorama apreensivo que pode enroscar Tite e sua turma. O Atlético está com um pé na fase do desespero - só não entrou com os dois, porque ainda há, no mínimo, um turno para sair do sufoco. No momento, são quatro rodadas sem vencer no Brasileiro (mais uma derrota para o Botafogo na Sul-Americana) e uma necessidade enorme de mostrar reação. Vai entrar disposto a comer grama.
Cuca sabe que o campeonato é longo, mas ele tem urgência de firmar-se. Como até bem pouco tempo atrás comandava o Cruzeiro, enfrentou resistência de parte dos fãs ao trocar de lado. Sem contar que tem fama de técnico "azarado", o que não é verdade. Ou seja: não tem moleza com o público e precisa mostrar já que tem o caminho das pedras para salvar o time.
O ataque do Atlético não é dos piores - tem 20 gols e fica à frente de muitos concorrentes. O problema se concentra mais na defesa, que levou 30 e está entre as mais vazadas da Série A. Por isso, o treinador promete reforçar o setor, incluindo a marcação no meio-campo. O dilema fica na falta de opções, tanto no meio como na zaga.
O Corinthians foi precavido para Minas. Tite usou bem o discurso da situação precária do adversário como alerta (e está certo) e não escondeu que vai explorar a impaciência da torcida. De que forma? Com toque de bola. Quer a equipe dele trocando passes à exaustão, sem pressa de criar jogadas de ataque. Para tanto aposta de novo em Alex e Danilo. Os dois sabem segurar o jogo, quando preciso, assim como Jorge Henrique.
Com Liedson pronto, sobroupara Willian. O rapaz sai porque Tite quer time mais cadenciado. Ele fica como alternativa para o segundo tempo. Esse clássico está com jeito de empate, o que é ruim para o Atlético-MG e pode não ser desastroso para o Corinthians.